Os textos e fotografias produzidos pela equipe da PASCOM da Paróquia São José – C. dos Dantas podem ser livremente utilizados, mencionando-se o blog http://www.montedogalo2009.blogspot.com/ como fonte

31 de jan. de 2010

Irmãs Josefinas em nossa comunidade


Neste final de janeiro, a nossa paróquia recebeu novas Irmãs Josefinas, que irão dar seguimento ao trabalho realizado por essa congregação há bastante tempo em nossa comunidade.
Além de Irmã Elvira, que já prestava seus serviços de serva de Deus na Paróquia, vieram as Irmãs Vera e Aparecida. Esta última também já havia passado por aqui em outros tempos.
Neste domingo, 31 de janeiro, na missa dos romeiros, celebrada no Monte do Galo, e na missa dominical, celebrada na Matriz de São José, Pe. João Paulo apresentou as novas Irmãs à comunidade.
A Irmã Vera, que será a coordenadora da casa das religiosas aqui na paróquia, disse que o maior desejo delas é que o trabalho seja bem acolhido e aceito por todos, que haja integração entre as Irmãs e a comunidade, e assim todos se sentirão satisfeitos.
Os nossos votos de boas-vindas às Irmãs Vera, Aparecida e Elvira!

Caridade é distintivo do cristão, destacou Bento XVI

"A caridade é o distintivo do cristão. É a síntese de toda a sua vida: do que acredita e do que faz". Foi o que disse o Papa Bento XVI no Angelus deste domingo, 31, ao recordar que "o caminho da perfeição não consiste em possuir qualidades excepcionais: falar línguas novas, conhecer todos os mistérios, ter uma fé prodigiosa ou realizar gestos heróicos. (...) Consiste ao invés na caridade – ágape – isto é no amor autêntico, que Deus nos revelou em Jesus Cristo".
O Santo Padre disse ainda que a caridade é o "dom maior", que dá valor a todos os demais, e mesmo assim "não se vangloria, não se enche de orgulho", ao contrário, "se regozija com a verdade" e com o bem dos outros. Quem ama verdadeiramente "não busca o próprio interesse", "não leva em consideração o mal recebido", "tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta". (cfr 1 Cor 13,4-7).
Quando finalmente nos encontrarmos "face a face com Deus, todos os demais dons não contarão; o único que permanecerá eterno será a caridade, porque Deus é amor e nós seremos semelhantes a Ele, em comunhão perfeita com Ele", acrescentou.
A este propósito, Bento XVI recordou ter dedicado sua primeira Encíclica “Deus caritas est” ao tema da Caridade.
"Como vocês podem recordar essa Encíclica se compõe de duas partes, que correspondem aos dois aspectos da caridade: o seu significado e a sua atuação prática. O amor é a essência de Deus mesmo, é o sentido da criação e da história, é a luz que dá bondade e beleza à existência de cada homem. (...) Ao mesmo tempo, o amor é, por assim dizer, o estilo de Deus e do homem que crê, é o comportamento de quem, respondendo ao amor de Deus, assenta a sua vida como dom de si a Deus e ao próximo".
Em Jesus Cristo – continuou o Papa - "esses dois aspectos formam uma perfeita unidade: Ele é o Amor encarnado. Este Amor nos é revelado plenamente no Cristo crucificado. Fixando o olhar n’Ele, podemos dizer como o apóstolo João. 'Nós reconhecemos o amor que Deus tem por nós e acreditamos'".
Bento XVI concluiu sua reflexão antes da oração do Angelus afirmando que "se pensarmos nos Santos, reconheceremos a variedade dos seus dons espirituais, e também das suas características humanas. Mas a vida de cada um deles é um hino à caridade, um canto vivente ao amor de Deus".
Em seguida Bento XVI rezou o Angelus e concedeu a todos sua Benção Apostólica. Como é costume, todos os anos no fim do mês de janeiro, Bento XVI acolheu na janela do seu escritório na Residência Apostólica dois adolescentes membros a Ação Católica Italiana que junto com ele soltaram duas pombas como tradicional sinal da paz.
Um dos adolescentes leu ao Papa uma mensagem dedicada ao tema da paz. Na Praça São Pedro, sob um chuva fina, estava presente, além dos jovens da Ação Católica da diocese de Roma, o cardeal-vigário Agostino Vallini. Momentos antes todos participaram pelas ruas de Roma da anual “Caravana da Paz”.
O Papa saudou-lhes e agradeceu-lhes pela presença, sublinhando que com a “Caravana da Paz” e com o símbolo das pombas que foram libertadas da sua janela, os jovens dão a todos “um sinal de esperança”.

Doentes de lepra
Antes de saudar os fiéis presentes na Praça São Pedro em várias línguas, Bento XVI recordou que neste último domingo de janeiro celebra-se o Dia Mundial dos Doentes de Lepra. O pensamento do Papa dirigiu-se ao Padre Damião de Veuster, que deu a sua vida pelos irmãos e irmãs leprosos e que o Pontífice proclamou santo no último mês de outubro.
O Papa confiou à sua celeste proteção todas as pessoas que infelizmente hoje sofrem por causa dessa doença, como também os agentes de saúde e os voluntários que trabalham para que possa existir um mundo sem a lepra. Bento XVI fez ainda uma saudação especial aos membros da Associação Italiana Amigos de Raoul Follereau.

Paz na Terra Santa e Crise econômica
Celebra-se ainda neste domingo o segundo “Dia de Intercessão pela Paz na Terra Santa”, e o Santo Padre recordou a ocasião. “Em comunhão com o Patriarca Latino de Jerusalém e com o Custódio da Terra Santa, uno-me espiritualmente à oração de tantos cristãos de todas as partes do mundo, enquanto saúdo de coração todos aqueles que estão aqui presentes para essa ocasião”.
O Santo Padre não deixou de recordar que a crise econômica está causando a perda de números empregos e essa situação requer grande sentido de responsabilidade da parte de todos: empresários, trabalhadores, governantes. Bento XVI citou então algumas realidades italianas como Termini Imerese e Portovesme, associando-se ao apelo feito pela Conferência Episcopal Italiana, que encoraja a fazer todo o possível para tutelar e fazer crescer o número de empregos, assegurando assim um trabalho digno e adequado para o sustento das famílias.

ESSES INCÔMODOS SERES CHAMADOS PROFETAS

Reflexão do Evangelho: Lucas 4,21-30

Jesus era conhecido no lugar. Afinal de contas estava na sinagoga de Nazaré, sua terra. Ele havia lido o texto do profeta Isaías que falava da unção do Espírito. As pessoas ficaram estupefatas diante das palavras de sabedoria que saiam de sua boca, do filho do carpinteiro.
Mas, afinal de contas, quem era esse Jesus? Começa a haver um disse-que-disse. Ele é filho de José. Todos conheciam esse José, um carpinteiro pobre. Os que estão presentes não têm dúvidas a respeito de sua origem. Jesus dá a entender que seus ouvintes querem que ele opere ali, em sua terra e cidade, o que ele fez em Cafarnaum. Ele, no entanto, não pode operar ali maravilhas. “Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria”.
J. Konings nos explica o sentido do evangelho deste domingo. Jesus vai sendo rejeitado. “A rejeição acontece de mansinho, e devemos admirar novamente a arte narrativa de Lucas. Primeiro, o povo admira Jesus e suas palavras. Mas a sua admiração é a negação daquilo que Jesus quer. Desconhecendo o “Filho de Deus”, tropeçam na sua origem por demais comum. “Não é este o filho de José”. Jesus toma a dianteira. Prevendo que eles apenas quererão ver suas façanhas, como as fez em Cafarnuaum, Jesus lança um desafio: ele não é médico para uso caseiro.
Como nenhum profeta é agradável à sua própria gente, sua missão ultrapassa os morros de Nazaré. E insiste: Elias, expulso de Israel, ajudou a viúva de Sarepta na Fenícia e Eliseu curou o sírio Naamã... Os nazarenos, ciosos, não aguentam essas palavras e querem jogar Jesus no precipício (uma variante do apedrejamento). Mas Jesus, com a autoridade do Espírito que repousa sobre ele, passa no meio deles e vai adiante... Nazaré perdeu sua oportunidade, prefigurando assim a pátria do judaísmo: “Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados, quantas vezes eu quis reunir teus filhos... (cf Lc 13,34-35)....” (Liturgia Dominical, Vozes, p. 405).
Queira Deus que nunca faltem profetas na Igreja. Não basta apenas fazer com que uma máquina gire, mas é fundamental que homens e mulheres, cheios do Espírito, falem em nome do Evangelho e de Cristo. O profeta desmascara situações camufladas. Denuncia um jogo de interesses que está por detrás de determinadas atitudes. Ele não tolera que Deus seja aprisionado. Sua fala e seu testemunho são uma condenação da rotina e dos arranjos para se viver por viver. Um autor diz: “A denúncia profética é obra de amor, um amor apaixonado por Deus e pelos homens (...). O profeta vê o que Deus faz, vê o seu plano de amor, faz uma leitura divina dos acontecimentos humanos”.

IV DOMINGO DO TEMPO COMUM



EVANGELHO: LUCAS 4,21-30

Naquele tempo, estando Jesus na sinagoga, começou a dizer: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”. Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: “Não é este o filho de José?” Jesus, porém, disse: “Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”. E acrescentou: “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. De fato, eu vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia. E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio”. Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até ao alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.

30 de jan. de 2010

Grupos abortistas tentam bloquear anúncio pró-vida que será exibido durante o “Super Bowl”, nos Estados Unidos.


Diversos grupos abortistas estão tentando bloquear um anúncio pró-vida que será exibido durante o “Super Bowl”, o evento esportivo mais importante do país e o mais sintonizado do mundo, no qual a máxima estrela do futebol americano universitário dos Estados Unidos, Tim Tebow, agradece a sua mãe por não ter praticado um aborto quando o esperava rechaçando assim a “recomendação” de seus médicos.
O anúncio, que será irradiado pela cadeia americana CBS, foi criado pela instituição Focus on the Familiy (Enfoque à Família) e busca recordar o inalienável direito à vida que tem toda pessoa.
Entretanto, para a abortista Jehmu Green, presidenta do Women’s Media Center, “esta campanha coloca um tema muito controvertido em um lugar no qual todos os americanos devem estar unidos, não divididos”.
Do mesmo modo, para a também ativista anti-vida, Erin Matson, vice-presidenta da Organização Nacional de Mulheres (NOW, por suas siglas em inglês) “este comercial é francamente ofensivo” e alega que “é ódio pintado de amor. Envia a mensagem de que o aborto sempre é um engano”.
A respeito, o próprio Tim Tebow comentou que quem rechaça este anúncio o qual defende a vida “devem ao menos respeitar que defendo o que acredito. Sempre estive convencido disto porque essa é a razão pela qual estou aqui. Minha mãe foi uma mulher muito valente”.
Para Gary Schneeberger que trabalha para o Enfoque à Família, o anúncio “celebra a vida e a família” e considera ademais que “não tem nada de político ou controvertido. É uma história pessoal de amor entre uma mãe e seu filho”.
Comprometido com a causa pró-vidaTebow é atualmente o quarto zagueiro (Quarte Back) dos Florida Gators, equipe ao que o ano passado Tim guiou ao seu segundo campeonato nacional da NCAA (a liga universitária) e já é uma estrela nacional. Tebow nunca ocultou sua profunda fé cristã.
Tebow também manifestou sua alegria pela publicidade dada à história de sua mãe que ajudou a outras mulheres a optarem por não abortar os seus filhos não nascidos. Com efeito, a mãe de Tebow servia como missionária junto ao pai do jogador de futebol nas Filipinas quando estava grávida de Tim, o quinto dos seus filhos.
Durante a gestação, a mãe contraiu uma infecção severa e os médicos propuseram que ela abortasse para salvar as duas vidas. A mulher se opôs e superou a infecção. Tim nasceu com perfeita saúde em 14 de agosto de 1987.
“Há muita gente que decidiu não submeter-se a um aborto, porque escutou a história da minha mamãe, ou que foram animados porque compartilho minha fé na televisão ou nas reportagens”, disse Tebow, quem está acostumado a luzir citas bíblicas no rosto durante os jogos.
Tebow cresceu ajudando os seus pais na missão cristã das Filipinas. Foi educado em casa por sua mãe, quem inculcou em todos seus filhos fortes valores cristãos. Foi além disso o primeiro atleta educado em casa em receber o Troféu Heisman, o máximo galardão para os jovens jogadores de futebol americanos.
Em meados do ano passado, Tim Tebow, de 22 anos, deixou estupefatos a dezenas de repórteres quando admitiu em uma roda de imprensa que decidiu preservar sua castidade e esperar ao matrimônio para ter relações sexuais.

JESUS DORMIA SOBRE UM TRAVESSEIRO

REFLEXÃO DO EVANGELHO - Marcos 4,36-41

Tudo leva a crer que Jesus tivera naquele dia uma jornada estafante. Sempre a mesma coisa. Muitas pessoas que o procuravam. Eram criaturas aflitas precisando de graças e atenções, comida e cura. Jesus, num determinado momento, exprime o desejo de ir para a outra margem do lago de Tiberíades.
Os apóstolos avisaram para que todos se fossem. Marcos observa que eles levaram Jesus como estava, dando a entender que não teve tempo de trocar de roupa ou de comer alguma coisa. O evangelista, com seu jeito de escrever, mostra simplicidade e quase ingenuidade.
Começou a soprar uma ventania muito forte... Imaginamos o pavor experimentado pelos apóstolos. Pavor, medo... medo de morrer. A vida é cheia de medos: medo de assaltos, medo de não acertar na vida, medo de fracassar, medo de uma doença, medo de arriscar a vida no evangelho. Medos de ontem e medos de hoje. A ventania forte fazia com que a água enchesse a barca. Um casamento destroçado, um filho morto com bala perdida... tudo isso causa medo, pavor e desespero. Onde está Deus? Será que está dormindo. Jesus estava na parte de trás dormindo sobre um travesseiro... O pormenor do travesseiro é de Marcos. Jesus estava cansado e mesmo com o movimento das ondas, dormia. Como parece dormir nos momentos em que atravessamos turbulências e tempestades.
A vida nos coloca diante de tentações, de perigos, de momentos em que parece que o sonho de santidade vai desmoronar. E Jesus, também em nossa vida, na barca de nossa existência e da Igreja, parece dormir.
Coloca-se, nesse contexto, o sentido de uma verdadeira fé-confiança na presença do Ressuscitado em sua Igreja, na vida do mundo e em nossa história pessoal. “Ter fé significa abandonar-se a Deus até quando ele “dorme”, porque sabemos que nenhuma dificuldade pode vencer-nos; Deus já as venceu. Isto, porém, não nos isolará do mundo, fazendo-nos passar por cima dos seus problemas, pois sabemos que o plano de Deus é libertar o mundo do mal e, que nesse processo de libertação, o cristão é chamado a colaborar, lutando ao seu lado, levando a sério seus problemas sem desanimar” ( Missal Dominical da Paulus, p. 940).
Na medida em que convivemos com Cristo ao longo das etapas da vida vamos tendo a certeza de que não estamos sós. Alimentamo-nos de seu gesto de amor comendo Pão da Vida. Ouvimos sua Palavra que anima a caminhada. Por vezes, como Jesus, vamos ao nosso jardim das oliveiras chorar uma lágrima e enxugar o suor da fronte. Mesmo aí, sabemos que o Senhor nos acompanha.
“Jesus levantou e ordenou ao vento e ao mar: Silêncio! Cala-te! O vento cessou e houve uma grande calmaria”.

EVANGELHO DO DIA - Marcos 4,35-41

Nesse dia, quando chegou a tarde, Jesus disse a seus discípulos: «Vamos para o outro lado do mar.» Então os discípulos deixaram a multidão e o levaram na barca, onde Jesus já se encontrava. E outras barcas estavam com ele.
Começou a soprar um vento muito forte, e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já estava se enchendo de água. Jesus estava na parte de trás da barca, dormindo com a cabeça num travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: «Mestre, não te importa que nós morramos?» Então Jesus se levantou e ameaçou o vento e disse ao mar: «Cale-se! Acalme-se!» O vento parou e tudo ficou calmo. Depois Jesus perguntou aos discípulos: «Por que vocês são tão medrosos? Vocês ainda não têm fé?» Os discípulos ficaram muito cheios de medo e diziam uns aos outros: «Quem é esse homem, a quem até o vento e o mar obedecem?»

29 de jan. de 2010

João Paulo II é santo, defende postulador em livro


Razões que devem levar o Papa João Paulo II aos altares. Esse é o fio condutor do livro "Porque é santo" lançado nesta terça-feira, 26, no Vaticano, pelo postulador da causa de beatificação do venerável Pontífice, monsenhor Slawomir Oder. O volume, apresentado também pelo Prefeito Emérito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal José Saraiva Martins, conta com a colaboração do jornalista Saverio Gaeta.
"Porque é santo" foi elaborado com informações dos 114 testemunhos recolhidos na pesquisa diocesana da causa de beatificação e mostram um pouco mais da vida de João Paulo II.
De acordo com mons. Oder, trata-se de uma narração interna marcada por numerosos episódios, anedotas e documentos inéditos que revelam aspectos desconhecidos da vida humana, espiritual e eclesial de Karol Wojtyla.
Logo na apresentação do livro, o autor descreve quem era particularmente João Paulo II: "um homem absolutamente apaixonado por Deus. Um homem que moldou toda a sua vida na chave da amizade espiritual com o Senhor. Um homem que viveu intensamente essa relação espiritual, que talvez tenha sido de certo modo acentuada pelo fato de desde muito jovem ter sido privado de suas principais referências afetivas humanas, isto é, seus pais. Toda a intensidade da sua riqueza humana, justamente porque homem verdadeiro, deve ser buscada na sua relação com Cristo."
Para o jornalista Gaeta, a santidade do Papa poderia ser vista na vida diária de João Paulo II. "a santidade de fazer uma piada certa no momento certo ou colocar-se em oração logo após ter lavado as mãos antes de celebrar a Santa Missa, e entrar verdadeiramente no mais puro misticismo na ausência total do tempo e do que acontecia à sua volta".
Podemos ilustrá-lo através de uma piada - apresentada no início do livro -, um episódio em que ele responde a uma irmã que o via um pouco abatido: "estou preocupada com Vossa Santidade", ao que ele respondia amavelmente: "Também estou preocupado com a minha santidade". Era uma piada simpática, que, dita assim, permite compreender o quanto o Papa tinha isto claro em todos os momentos de seu dia e em toda a situação", conclui Gaeta.
Sobre a fama de santidade do Papa, o Cardeal Saraiva Martins diz: "Sempre tive a convicção de que o Papa Wojtyla era um santo. Eu o conheci muito bem e, de fato, a impressão que sempre tive é de que realmente fosse um santo, e como todo santo era uma pessoa humana de uma humanidade extraordinária e profunda. Efetivamente, não há nenhuma distinção entre santidade e humanismo: no fundo, a santidade não é nada mais que a plenitude da humanidade. O santo é aquele que vive plenamente a sua humanidade e Wojtyla era plenamente homem e santo."


Fonte: www.cancaonova.com

O REINO QUE ESTÁ NO MEIO DE NÓS

REFLEXÃO DO EVANGELHO - Marcos 4,26-34

Aos poucos corremos o risco de ir nos acostumando com palavras e imagens dos Evangelhos, que à primeira vista, nos parecem herméticas. Penso aqui na palavra reino. No Pai-nosso, desde nossa infância, dizemos: “Venha a nós o vosso reino...”. O que as crianças imaginam quando dizem esta prece? Reino significa dominação de, presença forte. Dizemos, por exemplo, naquela família reina um espírito de serviço. Isto quer dizer: uns ajudam os outros, prestam-se mútuos serviços. Reina um clima diferente do egoísmo. Assim, quando dizemos Reino de Deus, pensamos num universo concreto onde a vontade de Deus é levada em consideração, onde seus projetos se tornam os projetos de todos, onde há uma “infiltração” dos desígnios de Deus.
O Reino de Deus é a terra do amor. Ele foi prometido pelos profetas e realizado na pessoa, na obra, na paixão, na morte e na ressurreição de Jesus, o Filho amado. A Igreja existe como modesto começo do mundo do Reino.O Reino está presente no mundo. Ele não acontece abruptamente. Leva tempo. É como uma semente que se lança à terra. O agricultor vai dormir e deixa que a força da semente e a umidade da terra ou o calor do sol façam seu trabalho. E o fruto aparecerá.
Esse pai, presente na vida dos filhos, homens de lisura, capaz de acolher o negativo da vida com coragem, foi lançando sementes do reino de Deus no coração do filho. Um dia, olhando de longe, o pai enxuga uma lágrima ao ver que seu filho copia o modo de ser de Jesus. O reino vai sendo instaurado. Os agentes de pastoral trabalham, lutam. Aparentemente não verificam resultados. Um é que planta, outro que rega e Deus dá a força. O reino vai acontecendo. Felizes os que se gastam pelo Reino.
O reino é semelhante a um pequeno grão, a uma minúscula semente de mostarda. Não se consegue vê-la a olha nu. E, quando ela apodrece na terra, e começa a nascer é uma pequena árvore. As aves dos céus fazem ninhos em seus ramos. Penso naquela religiosa simples, de poucas letras, que anos a fio cuidou da horta e da cozinha, com seu avental, seu hábito de trabalho, seus doces, suas delicadezas, sua intimidade com Deus. Essa mulher é artífice do mundo novo de Jesus Cristo e ela completa a obra da salvação da humanidade. Assim é o reino de Deus.
Felizes aqueles que gastam a vida para a edificação do Reino do Senhor!

EVANGELHO DO DIA - Marcos 4,26-34

E Jesus continuou dizendo: «O Reino de Deus é como um homem que espalha a semente na terra. Depois ele dorme e acorda, noite e dia, e a semente vai brotando e crescendo, mas o homem não sabe como isso acontece. A terra produz fruto por si mesma: primeiro aparecem as folhas, depois a espiga e, por fim, os grãos enchem a espiga. Quando as espigas estão maduras, o homem corta com a foice, porque o tempo da colheita chegou.»Jesus dizia ainda: «Com que coisa podemos comparar o Reino de Deus? Que parábola podemos usar? O Reino é como uma semente de mostarda, que é a menor de todas as sementes da terra. Mas, quando é semeada, a mostarda cresce e torna-se maior que todas as plantas; ela dá ramos grandes, de modo que os pássaros do céu podem fazer ninhos em sua sombra.»
Jesus anunciava a Palavra usando muitas outras parábolas como essa, conforme eles podiam compreender. Para a multidão Jesus só falava com parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, ele explicava tudo.

28 de jan. de 2010

A alegria que vem da escuta da Palavra

A criancinha conhece de longe a voz da mãe. Às vezes, ela chora para a mãe acudir e ela escutar a sua voz. A palavra da mãe é um remédio para ela. Cessa a tristeza, cessa a dor. A mãe está com ela. Isto lhe traz segurança e a certeza de que tudo está ou vai ficar bem.
Nós também somos assim com relação a nossos amigos, a um parente mais próximo, a quem amamos. Através de uma carta, de um telefonema, de um e-mail e melhor ainda, de uma visita de alguma pessoa querida, sentimo-nos alegres, satisfeitos. É bom ouvir uma palavra amiga, um gesto de conforto. Às vezes, um simples cumprimento nos faz felizes.
Deus é a nossa voz materna, e como as criancinhas, também precisamos ouvir a sua voz. Sua Palavra nos traz a proteção de um Pai, o carinho de uma Mãe, o conforto de um Amigo. A sua Palavra é pura ternura.
Ele nos amou primeiro. Colocou o homem no paraíso onde ele tinha tudo maravilhosamente criado para que ele se sentisse bem.
Quando nossos primeiros pais não corresponderam à Palavra de Deus, ao seu amor sem medidas, Ele, ao invés de se zangar, ficou mandando mensagens de misericórdia e amor para a humanidade.
De início, Ele falou através dos profetas que foram anotando tudo para a posteridade. Na plenitude dos tempos, Ele enviou seu próprio Filho, a sua Palavra, o Verbo que se encarnou e viveu entre nós de modo a nos mostrar que o Pai nos ama e que nos fará um bem enorme escutar o que Ele nos diz.
Nosso Senhor Jesus Cristo é a Palavra. Jesus é a ponte por onde podemos escutar o Pai e falar com Ele.
Os judeus foram o povo escolhido e Jesus advertia: "Quem tem ouvidos de ouvir, ouça".
Muitas vezes temos bons ouvidos e não queremos ouvir. E perdemos a grande oportunidade de aclarar nossos ouvidos e nossa mente.
Os judeus conviveram com Ele, mas não o conheceram. Ele veio humilde e pobre para mostrar que a riqueza material é passageira e não perene como a riqueza da alma.
Felizmente, alguns judeus O escutaram e anotaram para nós passagens de suas lições. A Palavra de Deus é toda impregnada de amor. Quem a escreveu, ainda que seja homem simples, foi inspirado pelo Espírito Santo. Assim nos veio a Bíblia, a história do amor de Deus para conosco. Com ela, temos a chave para abrir as portas do conhecimento de sua ação no mundo.
Ele nos fala pela Bíblia, Ele nos fala pelos acontecimentos, Ele nos fala pela nossa vida, Ele nos fala através das pessoas. Constantemente, Ele nos fala.
E nós nos lembramos d'Ele somente quando enfrentamos alguma dificuldade e pedimos socorro. Pior ainda: há quem passe por uma dificuldade e considere que Deus lhe enviou o problema. Imagina que tudo o que lhe ocorre de mal é castigo de Deus.
No entanto, sua Palavra é mansa, agradável de ouvir, relaxante, saudável. Só nos traz o bem, a paz. Até nas repreensões, Ele é doce e brando. Tão brando, tão doce, que o Filho suportou tudo, por amor à humanidade e, no momento crucial de seu sofrimento, Ele, mansamente nos diz: "Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração. E encontrareis descanso para vossas almas, pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve".
E por que o seu fardo tão doloroso é leve? Porque Ele fez por amor.
Muitas vezes não valorizamos, na Bíblia, sua fonte inesgotável de sabedoria, de santidade e de compreensão dos mistérios. E estamos perdendo o melhor de nossa vida, porque a escuta da Palavra de Deus nos reconforta nas dificuldades, nos anima, torna-se presente em todos os nossos momentos. Podemos experimentar freqüentemente a alegria, uma alegria que vem da abertura do nosso coração para escutar a Palavra de Deus.
O sol é a luz natural que Deus criou para nós. Mostra-nos as cores e o esplendor da natureza. Mostra-nos também o rosto e a vida das pessoas, dos nossos semelhantes.
A Palavra de Deus é um sol maior e mais potente. Não tem ocaso.
Que a luz da Palavra inspirada e revelada pelo Espírito Santo brilhe em nossa vida, assim como o sol que ilumina o dia.
Padre Wagner Augusto

São Tomás de Aquino - Sacerdote e Doutor da Igreja


“Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e arruinar a sua vida? Pois o que daria o homem em troca de sua vida?” Mc 8,36-37


Hoje a Igreja celebra um dos maiores santos da História: São Tomás de Aquino. É o autor da Suma Teológica. Pertenceu à Ordem dos padres dominicanos.
Costuma ser indicado como o maior teólogo da Idade Média, como também, mestre dos teólogos até aos dias de hoje. Declarado “Doutor da Igreja”, em 1567; e Padroeiro das Universidades, Academias e Colégios católicos, em 1880.
Foi de fato um génio, que poderia ter-se perdido, não fora ter-se libertado das atracções mundanas de sua classe, pois era rico, nobre e cerceado em seu desenvolvimento pela própria família. Foi em Paris - o maior centro de estudos teológicos do seu tempo - que ele pôde compor a sua gigantesca obra, a Suma Teológica, verdadeira síntese do passado e intuição do futuro. Até hoje, essa obra não encontrou similar, nem em matéria de Filosofia nem em matéria de Teologia.
Por vezes esquecemos, atrás do sábio, a grandeza do santo. E São Tomás soube desapegar-se das grandezas do mundo, para revelar o amor mais profundo à oração e à contemplação. Tornou-se, assim, o modelo de todos os que buscam a Deus, vivendo segundo o plano divino.

CARINHOSAS ADVERTÊNCIAS

REFLEXÃO DO EVANGELHO - Marcos 4,21-25

O êxito da vida cristã depende de muitos fatores. Sabemos que é o Senhor que dá o crescimento. De outro lado, nossa liberdade estará sempre sendo convidada a fazer escolhas diante do Senhor que vem caminhar conosco e levar à plenitude a obra que iniciou em cada um dos seus.
O cristão é feito para irradiar. Ressoa sempre em nossos ouvidos a advertência do sermão da montanha: somos luz do mundo e na medida em que iluminamos estradas, pessoas podem também chegar ao sol. Marcos adverte: “Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de um caixote ou debaixo da cama”. A evangelização se opera de dois modos: pelo testemunho humilde que ilumina e pelas palavras que clareiam. Por vezes, nós cristãos, somos questionados a respeito da força de nossa fé. Será que não constituímos apenas um grupo de piedosos, sem muita luminosidade, com pouca expressão? Será que o organizacional não tomou o lugar da lâmpada que precisa iluminar? Precisamos de leigos casados que iluminem o mundo com uma vida familiar aberta e sólida, cristã e missionária. Precisamos de religiosos e religiosas que mergulhem sempre na contemplação e empreguem seus membros e sua voz para amar os mais deserdados. De que adianta pertencer a este ou aquele grupo quando a lâmpada de nossa vida está debaixo da cama ou sua chama se tornou bruxuleante?
A vida cristã clama por coerência. Somos cristãos através de gestos exteriores. O que vivemos na verdade interior, se manifesta na verdade dos gestos. “Tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo o que está em segredo deverá ser descoberto”.
Há vidas duplas, casados que não são fiéis, cristãos que incensam o dinheiro, o poder e assim mesmo entram no cortejo dos que se dizem seguidores de Cristo. O cristão sem coerência vive, na realidade, drama terrível. Dizem que são, mas não são.
Conviver é sempre difícil. Somos levados a ter posturas severas com alguns comportamentos de irmãos que não merecem aplausos. Medimos os outros sem o tempero da misericórdia. A arte da convivência fraterna supõe pessoas que escolhem instrumento de medida a misericórdia. “Com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos”.
A partir do momento em que Cristo vivo e ressuscitado nos fascinou entramos, ou deveríamos ter entrado, num generoso esquema de vida: estar mais com ele, ser mais dos outros, nunca medir pelo mínimo. Aqueles que recebem e são generosos mais ainda receberão. “Ao que tem alguma coisa será dado ainda mais; do que não tem, será tirado mesmo o que ele tem”.
Os cristãos de verdade têm consciência de que precisam irradiar, compreender e viverem a generosidade. Não se pode deixar de iluminar, de viver a coerência. Trata-se de uma decisão fundamental para que possamos experimentar a alegria do seguimento. Do contrário, viveremos a fé como um peso a ser arrastado com dificuldade.

EVANGELHO DO DIA - Marcos 4,21-25

Jesus continuou: «Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma vasilha ou debaixo da cama? Não a coloca no candeeiro? Com efeito, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo o que está em segredo deverá ser descoberto. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.»
E Jesus dizia ainda: «Prestem atenção no que vocês ouvem: com a mesma medida com que vocês medirem, também vocês serão medidos; e será dado ainda mais para vocês. Para aquele que tem alguma coisa, será dado ainda mais; para aquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele tem.»

27 de jan. de 2010

Um milagre!

"Quando achei que as minhas pernas não mais suportariam o cansaço do corpo e da alma, sentei-me em uma pedra e parei para descansar um pouco. Baixei o rosto e pensei no porquê daquele esforço todo. Tanto sacrifício para subir um morro e agradecer por nada. Não consegui nem mesmo um emprego nesses últimos dois anos e afinal, o que eu esava fazendo ali? De repente, ergui minha cabeça que ardia num Sol escaldante de uma cidadezinha do interior e fiquei surpresa com a cena que vi a minha frente. Uma senhora de estatura pequena e bem magra subia aquela escadaria de joelhos e sem qualquer proteção. Imagine! Naquele momento o relógio apontava 11h e 37 min e a temperatura deveria estar acima dos 30%. Era insurpotável! Percebendo o meu olhar incrédulo, o seu acompanhante olhou-me e sorriu continuando a sua peregrinação com aquela, imaginei no momento, que seria a sua esposa. Continuei olhando a cena e percebi que a pequena e frágil senhora levava consigo um terço bem grande de contas feitas de tecido. Ela dera várias voltas no terço feito de tecido e parecia rezar. Na verdade, ela parecia estar em êxtase. Eu não conseguia entender o que estava acontecendo. De repente, como se fosse um milagre, o Sol parecia ter decidido dar uma trégua. Levantei-me e comecei a acompanhar aquele casal. Não conseguia parar! A senhora rezava alto e sem apeceber-me, pus-me a rezar também. Não conseguia ver o rosto das pessoas que me olhavam sem nada entender, assim como eu não conseguira momentos antes, compreender os motivos que levavam alguém a subir um morro de joelhos para agradecer não sei o quê. De repente, senti uma mão segurar a minha e ao olhar para baixo, vi aquela senhora olhando-me e agradecendo-me. Apenas sorri, pois a única coisa que eu estava a fazer, era seguir a ela e ao seu esposo naquela peregrinação. Em cada uma das estações parávamos e rezávamos um mistério agradecendo por coisas que no momento, não lembro. Ao chegarmos lá em cima, onde os romeiros costumam chamar de "o cruzeiro" me vi de joelhos junto ao casal agradecendo pela oportunidade que nos foi dada de poder estar ali, aos pés do Senhor. Novamente oramos louvando e agradecendo ao Pai Celeste e a Santa Vitória pelo dom da vida. Após alguns momentos de silêncio aos pés da cruz me levantei e surpreendentemente percebi que a mulher continuava de joelhos. Ela olhou para mim, pediu que eu me abaixasse, pois tinha algo a dizer-me. Sorrindo, ela contou-me que estava ali porque por algum motivo do destino ela havia desistido da vida. Deixara de acreditar em Deus! Sofrera um acidente de carro e perdera o seu único filho. Para ela o mundo havia acabado naquele momento. Seu esposo nada sofrera, mas haviam lhe amputado as duas pernas. Não queria mais viver. Seu esposo, um homem muito católico e bem sucedido fizera uma promessa para a Santa Vitória. A família dele era daquele interior. Ele falava com Santa Vitória e dizia que jamais desistiria dela, e só por esse motivo, eles estavam ali. Precisavam agradecer pela vida, pela felicidade e pelo amor que Deus demonstrara sentir por eles através do milagre de Santa Vitória. Comecei a chorar e só aí, entendi que através daquela mulher, Deus estava me mostrando que eu estava errada e que Ele, jamais esquece seus filhos. Isso aconteceu numa Sexta-feira Santa. Quatro dias depois (terça-feira) recebi um telefonema: eu estava empregada. O meu futuro patrão era o mesmo homem que havia acreditado no milagre de Santa Vitória. Ah! Depois a pequena senhora contou-me que aquele terço enorme feito com contas de tecido, significavam o tempo que Deus dera para ela acreditar que valia a pena voltar a viver e dar valor aqueles que lhe amavam de verdade: inclusive Ele. Deus!"


Testemunho postado no blog http://cavaleirosdecristocd.blogspot.com/

QUANDO AS SEMENTES DEITAM RAÍZES PROFUNDAS

A parábola da semente lançada à terra é conhecida. Há esses terrenos todos: terra fofa, pedras, espinhos, terra dura.... E algumas sementes, uma vez lançadas à terra, rendem cem por um. Os que escutam a Palavra e produzem frutos são aqueles que acolhem a semente em terra boa. A vida de tais pessoa é um sucesso e realizam em sua história os amoráveis desígnios do Senhor.
G. Basadonna, autor italiano de espiritualidade, escreve uma belíssima página sobre o tema da vida e da “vida bem sucedida”.
“Aproximemo-nos das singelas e cotidianas realidades do viver de cada pessoa. Há um projeto, uma expectativa, um compromisso: o desejo de atingir determinada posição social, realizar alguns sonhos longamente alimentados na adolescência e na primeira juventude; há um conjunto de ideais que formam a plataforma das opções mais imediatas. Olhando em todas as direções, prestando atenção em todas as vozes, deixando que a partir de nosso interior irrompa um grito espontâneo, pode-se dizer que tudo está a proclamar : “A vida é tua!”.
A vida é a bela invenção que a cada dia brota da mente e dos sentimentos do homem, é a formosa aventura que cada homem realiza de modo pessoal, é a incógnita que cada dia é decifrada e esmiuçada para nossa própria felicidade. A vida é tua. Ora, se olhas à tua volta, haverás de tomar consciência de que a vida não está em tuas mãos, não podes fazer dela aquilo que quiseres.
A vida te foi dada: tu não a solicitaste, não esboçastes um projeto que passas a realizar. A vida me foi dada para que eu possa gozá-la de maneira tão plena que esgote o projeto de Deus, de tal sorte que possa convertê-la, de um passo, num momento palpitante de todo o universo, num ponto importante no caminho da civilização humana. Numa tal perspectiva cada homem tem diante dele campos ilimitados de ação, possibilidades inesgotáveis de escolhas, contínuas possibilidades para inventar sua própria vida, para administrar esta imensa riqueza e fazer de si mesmo e de toda a humanidade uma aventura nunca terminada e cada vez mais fascinante.
A primeira regra para inventar a vida, para dar-lhe consistência e garantia de crescimento e solidez à nossa personalidade é deitar raízes. Deitar raízes significa ligar-se a uma realidade concreta, pertencer a um território, a uma experiência, a um contexto: tudo isso equivale a reconhecer uma realidade que nos precede e a declarar de maneira positiva nossa posição concreta. Equivale a aceitar o ambiente em que vivemos, sentir que pertencemos a este pedaço de terra, a este segmento da sociedade, com o círculo de pessoas com as quais, queiramos ou não, temos que viver. Em outras palavras significa aceitar como sendo nossa a realidade cotidiana. Deitar raízes supõe sempre uma atitude livre e responsável que nos convida a cultivar uma presença inteligente, nos convida à fantasia, a encontrar novas possibilidades e novas soluções destinadas a mudar e a melhorar tudo o que encontramos” (In Lectio Divina para cada dia del año, 5, Verbo Divina, Estella (Espanha) 2002, p. 127-128).

A semente da palavra precisa frutificar....

EVANGELHO DO DIA - Marcos 4,1-20

Jesus começou a ensinar de novo às margens do mar da Galiléia. Uma multidão se reuniu em volta dele. Por isso, Jesus entrou numa barca e sentou-se. A barca estava no mar, enquanto a multidão estava junto ao mar, na praia. Jesus ensinava-lhes muitas coisas com parábolas. No seu ensinamento dizia para eles: «Escutem. Um homem saiu para semear. Enquanto semeava, uma parte caiu à beira do caminho; os passarinhos foram e comeram tudo. Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; brotou logo, porque a terra não era profunda. Porém, quando saiu o sol, os brotos se queimaram e secaram, porque não tinham raiz. Outra parte caiu no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram, a sufocaram, e ela não deu fruto. Outra parte caiu em terra boa e deu fruto, brotando e crescendo: rendeu trinta, sessenta e até cem por um.» E Jesus dizia: «Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!»
Quando Jesus ficou sozinho, os que estavam com ele, junto com os Doze, perguntaram o que significavam as parábolas. Jesus disse para eles: «Para vocês, foi dado o mistério do Reino de Deus; para os que estão fora tudo acontece em parábolas, para que olhem, mas não vejam, escutem, mas não compreendam, para que não se convertam e não sejam perdoados.»
Jesus lhes perguntou: «Vocês não compreendem essa parábola? Como então vão compreender todas as outras parábolas? O semeador semeia a Palavra. Os que estão à beira do caminho são aqueles nos quais a Palavra foi semeada; logo que a ouvem, chega Satanás e tira a Palavra que foi semeada neles. Do mesmo modo, os que recebem a semente em terreno pedregoso, são aqueles que ouvem a Palavra e a recebem com alegria; mas eles não têm raiz em si mesmos: são inconstantes, e, quando chega uma tribulação ou perseguição por causa da Palavra, eles logo desistem. Outros recebem a semente entre os espinhos: são aqueles que ouvem a Palavra; mas surgem as preocupações do mundo, a ilusão da riqueza e todos os outros desejos, que sufocam a Palavra, e ela fica sem dar fruto. Por fim, aqueles que receberam a semente em terreno bom, são os que ouvem a Palavra, a recebem e dão fruto; um dá trinta, outro sessenta e outro cem por um.»

26 de jan. de 2010

Testemunho de uma conversão, através de Maria, à Igreja Católica.



Em síntese: Susan, filha do ex-pastor Francisco Almeida Araújo, narra como se converteu ao Catolicismo após um sinal portentoso atribuído à Virgem Santíssima. Desejava um “Marron glacê”, … e este lhe foi obtido pela Mãe do céu, que ela invocara. Daí o nome de “Menina do Marron Glacê”.
“Se é bom conservar escondido o segredo do rei, é coisa louvável revelar e publicar as obras de Deus”. Tobias 12,7 –

Oi, tudo bem? Meu nome é Susan e muitos me conhecem como A Menina do “Marron Glacê”.
Sou a Sexta filha do Diácono Francisco. Vou falar um pouco de mim, das experiências por que passei, saindo da Igreja Protestante e indo para a Igreja Católica, e também dos milagres que aconteceram comigo e minha família.
Naquela época eu tinha 8 para 9 anos. Tive uma infância muito boa e feliz. Ia todos os domingos para a igreja; morávamos em Atibaia, interior de São Paulo. Em certa ocasião meu pai e minha mãe estavam se afastando da igreja e o pastor me perguntou por que meus pais não estavam freqüentando o culto aos domingos. Eu, assustada, não soube responder.
Quando cheguei em casa, disse aos meus pais que o pastor havia perguntado por eles. Interroguei: – “Pai, por que o senhor não está indo mais à igreja?” Ele, na mesma hora, mudou de assunto. Eu, menina quer era muito esperta, fiquei quieta. A semana passou … Chegou o Domingo! Quando acordei, vi que estava atrasada para o culto e achei muito estranho, porque meu pai sempre acordava os filhos para irem à igreja. Naquele Domingo meu pai não havia chamado ninguém para se levantar. Eu, como gostava de ir ao culto, corri depressa para me aprontar. Meus pais estavam na casa, lendo a Bíblia e eu disse: “Bênção, pai! Bênção, mãe! Vou correndo para o culto. Quando voltar, quero saber por que o senhor fica inventando desculpas para não ir ao culto, e também agora nem me acorda mais, nem a meus irmãos!?”
Quando cheguei à porta da igreja, lá estava o pastor cumprimentando a todos. Eu pensei assim: “Que mais vou inventar para dizer ao pastor por que meus pais e meus irmãos não vem mais à igreja? Lá vou eu”. O pastor falou: “Oi, minha filha, o que aconteceu com seu pai, que não veio desta vez?” Respondi: – “Pastor, o senhor não sabe da maior: meu pai está doente, está de cama”. Ele respondeu: – “Vou pedir oração para o pastor Francisco e à tarde vou fazer uma visita a seu pai”. Na mesma hora fiquei assustada porque sabia que meu pai não estava doente. Mas eu não entendia por que meus pais não estavam indo mais ao culto. Quando terminou o culto, voltei para casa e disse a meus pais que o pastor novamente perguntou por eles e que eu havia respondido que o pai estava doente, sendo que o pastor disse que viria fazer-lhe uma visita.
Meu pai tranqüilizou-me, dizendo que eu não havia mentido, pois ele estava com a garganta inflamada. Olhou para minha mãe e falou: – Não é, Didi?” Minha mãe respondeu: – “É verdade, Susan”. Naquele momento fiquei muito aliviada, minha cabecinha não estava mais confusa.
O pastor veio visitá-lo, orou e disse que no próximo domingo o culto seria celebrado por ele. Meu pai respondeu: – “Tudo bem!” A semana passou, chegou o Domingo e meu pai mandou uma carta para o pastor. Eu não sabia o que estava escrito, mas meus irmãos, sim. Um mês se passou, 3 meses, 6 meses e assim por diante.
Certa ocasião ouvi meus pais rezando a Ave-Maria, na sala. Eu ouvi e comecei a chorar porque eu tive sempre na minha cabeça, e a igreja falava, que a Virgem Maria não ouvia orações, que teve vários filhos e que era pecado rezar a sua oração. Entrei na sala. Meu pai falou: – “Meus filhos, faz dois anos que estou estudando a Bíblia e livros de outras religiões com sua mãe e descobrimos que a Igreja verdadeira é a Igreja Católica”.

Na mesma hora meus irmãos concordaram em ir para a Igreja Católica. Eu não. E falei: – “Pai, o senhor vai para o inferno e vai levar os meus irmãos e minha mãe juntos. Sempre o senhor disse que a Igreja Católica é coisa do inimigo”. Daí meu pai explicou por que estava mudando de religião. Falou sobre a Eucaristia e também sobre a Assunção de Nossa Senhora ao Céu.
Ficou mais de quatro horas conversando e explicando que a Igreja Católica é a Igreja verdadeira. Quando ele terminou, eu disse que não ia sair da igreja protestante. O pastor despediu meu pai. Enfim, o dinheiro estava acabando e começamos a passar fome, comendo apenas mandioca no café, no almoço e no jantar .. A família estava parecendo cara de mandioca. Era todo santo dia.
Uns dias depois eu disse a meu pai que queria tanto comer doce de “marron glacê”. Meu pai olhou para mim, segurou minha mão e respondeu: – “Vá para seu quarto, ajoelhe-se e peça à Virgem Maria, ela vai lhe dar”. Olhei com os olhos cheios de lágrimas para meu pai e disse: – “Papai, vou pedir; se ela me der amanhã, às 9 horas da manhã, eu vou acreditar que a Virgem Maria ouve realmente as orações”.
Então fui para meu quarto e comecei a orar: senti uma sensação diferente, parecia que havia uma pessoa do meu lado. E esta sensação era muito gostosa, tão gostosa que não consigo explicar. Só quem já passou por esse momento entende. Hoje eu entendo: aquela sensação que eu senti era minha querida Mãezinha do Céu que estava perto daquela menininha que tinha apenas 8 anos de idade. Realmente nossa Mãezinha do Céu trouxe a lata de “marron glacê”, através de uma senhora da Igreja Católica e por sinal essa senhora é muito católica e amada pela Virgem Maria. Trouxe exatamente às 9 horas da manhã e me disse: – “Esta lata de doce, menininha, Nossa Senhora mandou para você. Ela a ama muito”. Eu comecei a chorar e agradecer à Virgem Maria. Na mesma hora o relógio tocou. Fui para meu quarto e pedi perdão à Mãezinha do Céu. Daí então fui para a Igreja Católica e fiz minha Primeira Comunhão.

Fonte: Repórter de Cristo.

DEUS PRECISA DE NÓS

REFLEXÃO DO EVANGELHO - Lucas 10,1-9

Existe uma multidão que está pronta para receber o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas muitos deles estão no mundo, têm uma vidinha longe de Deus, porque não ouviram quem lhes falasse do Senhor. Desde a Morte de Jesus, de Sua Ressurreição e Ascensão, Ele está esperando o Pai Lhe dizer para vir buscar os que ficaram aqui na terra. Para isso, Cristo precisa encontrar todos preparados para recebê-Lo. Neste mundo de Deus existem muitos só esperando Jesus chegar, mas também existem muitos que nem sabem que Ele virá.
Os setenta e dois discípulos estavam preparados, eles acolheram a verdade e de dois em dois foram anunciando Jesus. Porém, o Senhor lhes faz um pedido: disse-lhes que pedissem ao Pai que mais pessoas se juntassem a eles. Existe uma multidão que precisa ouvir falar de Jesus e setenta e dois discípulos não são o sufuciente para isso; era preciso que mais pessoas se juntassem a eles.
Reze para que apareça mais gente para ajudar você. No nosso coração deve existir uma comoção, um desejo muito grande de salvação de pessoas. Olhem em volta e vocês vão ver que existe muita gente que pode ajudá-los a anunciar a Boa Nova de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Padre Jonas, há uns 30 anos, cantava, rezava, fazia tudo sozinho. Chegou um momento em que Jesus tocou o coração dele e ele procurou pessoas que o ajudassem. Naquele apelo que ele fez doze pessoas levantaram o braço, foi quando ele começou tudo.
Nós precisamos compreender que existem pessoas que estão necessitando muito, elas precisam se encontrar com Jesus antes que Ele venha. Quem não estiver com Nosso Senhor vai ficar para trás. Jesus está colocando [essa responsabilidade] nas nossas mãos. As pessoas precisam se encontrar com o Senhor. No entanto, nós não podemos pensar que só porque nós O encontramos está tudo certo. Precisamos levar o que encontramos aos outros.
Jesus precisa de você. Você é importante na messe. Por que você fica inventando desculpa se o Senhor está o chamando para algo superior? Entenda o que o Senhor quer de você.
O inferno não pode ganhar mais ninguém, nós precisamos de pessoas que façam o inferno ficar com raiva e o céu vibrar de alegria!
Que Deus abençoe você que compreendeu o chamado de Deus. Siga e peça que o Senhor mande pessoas para ajudá-lo. Deus precisa de nós. A primeira parte Ele já fez, agora a segunda é nossa.
Precisamos preparar as pessoas para vinda do Senhor. A Igreja de Jesus precisa de operários.

Padre José Augusto
Missionário da Comunidade Canção Nova

EVANGELHO DO DIA - Lucas 10,1-9

Naquele tempo, Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa. Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’ ”.

25 de jan. de 2010

Papa Bento XVI sugere aos Padres e religiosos que criem Blogs.

VATICANO - Por Deus, tenham um blog!, disse o papa Bento XVI aos padres católicos neste sábado, afirmando que eles devem aprender a usar novas formas de comunicação para disseminar as mensagens do evangelho.
Em sua mensagem para a Igreja Católica no Dia Mundial da Comunicação, o papa, de 82 anos e conhecido por não amar computadores ou a internet, reconheceu que os padres devem aproveitar ao máximo o “rico menu de opções” oferecido pelas novas tecnologias.
“Os padres são assim desafiados a proclamar o evangelho empregando as últimas gerações de recursos audiovisuais – imagens, vídeos, atributos animados, blogs, sites – que, juntamente com os meios tradicionais, podem abrir novas visões para o diálogo, evangelização e catequização”, disse ele.
Os padres, disse ele, precisam responder aos desafios das “mudanças culturais de hoje” se quiserem chegar aos mais jovens.
Mas Bento XVI alertou os padres de que não tentem se tornar estrelas da nova mídia. “Os padres no mundo das comunicações digitais devem ser mais chamativos pelos seus corações religiosos do que por seus talentos comunicativos”, disse ele.
No ano passado, um novo site do Vaticano, www.pope2you.net, foi lançado, oferecendo um novo aplicativo chamado “O Papa se encontra com você no Facebook” e outro permitindo acesso aos discursos e mensagens do papa nos iPhones ou iPods dos fiéis.
Bento XVI também escreve a maior parte de seus discursos à mão, em alemão, e seus ajudantes mais jovens ficam encarregados de colocá-los em conteúdo digital.

Inauguração da nova sede do Seminário Santo Cura Dars

A Diocese de Caicó inaugura no próximo domingo (31) a nova sede do Seminário Santo Cura Dars, que por muitos anos funcionou na sede da Fazenda Soledade, entre os bairros João XXIII, Paulo VI e Soledade. A construção do novo prédio, que é dentro do Complexo Religioso, onde também funciona Betfagé (residência oficial do bispo) e Centro Pastoral Dom Wagner, começou ainda quando Dom Jaime Vieira Rocha estava à frente da Diocese.
A intenção de Dom Jaime era construir o prédio para servir de abrigo para padres aposentados, mas como a maioria deles prefere permanecer nas suas próprias residências, o atual bispo Dom Manuel Delson resolveu transferir o Seminário para o local. Como o acesso a Fazenda Soledade não oferece qualquer infra-estrutura, os seminaristas acabavam enfrentando dificuldades, principalmente durante o inverno, na travessia da cheia do rio Barra Nova.
O novo prédio dispõe de vários dormitórios, sala de estudos e oração, além de cozinha, refeitório e outras dependências. No mesmo dia de sua inauguração também acontecerá a posse do novo reitor, o padre Fabiano Dantas, que permanecerá respondendo pela paróquia de São José do Seridó. Este ano, o Seminário Santo Cura Dars deverá receber cerca de 10 novos seminaristas.


Conversão de São Paulo

O martírio de São Paulo é celebrado junto com o de São Pedro, em 29 de junho, mas sua conversão tem tanta importância para a história da Igreja que merece uma data à parte. Neste dia, no ano 1554, deu-se também a fundação da que seria a maior cidade do Brasil, São Paulo, que ganhou seu nome em homenagem a tão importante acontecimento.
Saulo, seu nome original, nasceu no ano 10 na cidade de Tarso, na Cilícia, atual Turquia. À época era um pólo de desenvolvimento financeiro e comercial, um populoso centro de cultura e diversões mundanas, pouco comum nas províncias romanas do Oriente. Seu pai Eliasar era fariseu e judeu descendente da tribo de Benjamim, e, também, um homem forte, instruído, tecelão, comerciante e legionário do imperador Augusto. Pelo mérito de seus serviços recebeu o título de Cidadão Romano, que por tradição era legado aos filhos. Sua mãe uma dona de casa muito ocupada com a formação e educação do filho.
Portanto, Saulo era um cidadão romano, fariseu de linhagem nobre, bem situado financeiramente, religioso, inteligente, estudioso e culto. Aos quinze anos foi para Jerusalém dar continuidade aos estudos de latim, grego e hebraico, na conhecida Escola de Gamaliel, onde recebia séria educação religiosa fundamentada na doutrina dos fariseus, pois seus pais o queriam um grande Rabi, no futuro.
Parece que era mesmo esse o anseio daquele jovem baixo, magro, de nariz aquilino, feições morenas de olhos negros, vivos e expressivos. Saulo já nessa idade se destacava pela oratória fluente e cativante marcada pela voz forte e agradável, ganhando as atenções dos colegas e não passando despercebido ao exigente professor Gamaliel.
Saulo era totalmente contrário ao cristianismo, combatia-o ferozmente, por isso tinha muitos adversários. Foi com ele que Estêvão travou acirrado debate no templo judeu, chamado Sinédrio. Ele tanto clamou contra Estevão que este acabou apedrejado e morto, iniciando-se então uma incansável perseguição aos cristãos, com Saulo à frente com total apoio dos sacerdotes do Sinédrio.
Um dia, às portas da cidade de Damasco, uma luz, descrita nas Sagradas Escrituras como "mais forte e mais brilhante que a luz do Sol", desceu dos céus lançando ao chão Saulo, ao mesmo tempo em que ouviu a voz de Jesus pedindo para que parasse de persegui-Lo e aos seus e, ao contrário, se juntasse aos apóstolos que pregavam as revelações de Sua vinda à Terra. Os acompanhantes que também tudo ouviram, mas não viram quem falava, quando a luz desapareceu ajudaram Saulo a levantar pois não conseguia mais enxergar. Saulo foi levado pela mão até a cidade de Damasco, onde recebeu outra "visita" de Jesus que lhe disse que nessa cidade deveria ficar alguns dias pois receberia uma revelação importante. A experiência o transformou profundamente e ele permaneceu em Damasco por três dias sem enxergar, e à seu pedido também sem comer e sem beber.
Depois Saulo teve uma visão com Ananias, um velho e respeitado cristão da cidade, na qual ele o curava. Enquanto no mesmo instante Ananias tinha a mesma visão em sua casa. Compreendendo sua missão, o velho cristão foi ao seu encontro colocando as mãos sobre sua cabeça fez Saulo voltar a enxergar, curando-o. A conversão se deu no mesmo instante pois ele pediu para ser Batizado por Ananias. De Damasco saiu a pregar a palavra de Deus, já com o nome de Paulo, como lhe ordenara Jesus, tornando-se Seu grande apóstolo.
Sua conversão chamou a atenção de vários círculos de cidadãos importantes e Paulo passou a viajar pelo mundo, evangelizando e realizando centenas de conversões. Perseguido incansavelmente, foi preso várias vezes e sofreu muito, sendo martirizado no ano 67, em Roma. Suas relíquias se encontram na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, na Itália, festejada no dia de sua consagração em 18 de novembro.
O Senhor fez de Paulo seu grande apóstolo, o apóstolo dos gentios, isto é, o evangelizador dos pagãos. Ele escreveu 14 cartas, expondo a mensagem de Jesus, que se transformaram numa verdadeira "Teologia do Novo Testamento". Também é o patrono das Congregações Paulinas que continuam a sua obra de apóstolo, levando a mensagem do Cristianismo a todas as partes do mundo, através dos meios de comunicação.

EVANGELHO DO DIA - Marcos 16,15-18

Então Jesus disse-lhes: «Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a humanidade. Quem acreditar e for batizado, será salvo. Quem não acreditar, será condenado. Os sinais que acompanharão aqueles que acreditarem são estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; se pegarem cobras ou beberem algum veneno, não sofrerão nenhum mal; quando colocarem as mãos sobre os doentes, estes ficarão curados.»

24 de jan. de 2010

O cristianismo e as outras religiões



Alguém já disse que esta vida se assemelha ao caso de um homem que caiu em um buraco – um profundo, terrível e imundo buraco, com uma horrenda serpente a fazer-lhe companhia lá dentro, a qual o homem procura evitar.
Pois bem, eis que chega um animista. Olha para dentro do buraco e vê a serpente. Seus olhos esbugalham-se e ele foge para a floresta, para que algum espírito maligno não o empurre para dentro do buraco também.
Mais tarde, chega um seguidor de Confúcio, o qual diz: “Ah, os grandes homens nunca caem em buracos, mas andam circunspectos, e, por isso mesmo, cuidam onde põem os pés”.
Chega o hindu, e afirma: “Ah, meu irmão, você pensa que está em um grande buraco escuro, mas isso é apenas um equívoco de sua mente mortal. O fato é que tudo é Brama e Brama é tudo, e este mundo externo é apenas uma ilusão. Esse buraco não existe, e nem existe esta serpente, e tudo terminará bem… paz”.
Aproxima-se então o muçulmano, que percebe o homem dentro do buraco e lhe diz: “Eu o ajudarei, meu amigo”, e então estende o braço, segura a mão do homem e começa a puxá-lo para fora. A meio caminho, entretanto, toma um punhal e indaga: “Você quer tornar-se um islamita, não quer?”. E o homem retruca: “Nunca farei isso!”. E lá se vai o homem de volta para o fundo.
Depois chega o budista, o qual olha para baixo e assevera: “Prezado amigo, você está sofrendo tanto nesse buraco, sem saber que o motivo de seu sofrimento é que você deseja sair do mesmo. O que você precisa fazer é pôr fim a todos os seus desejos, e então você não se importará mais por estar dentro desse buraco”.
Finalmente, chega Jesus e olha compassivamente para o homem no interior do buraco, naquela cova horrível e imunda. Jesus salta entre o homem e a serpente, a qual recua a feia cabeça e, com um golpe, fere o Salvador com suas presas, em Seu lado. Enquanto o veneno da serpente flui para a corrente sangüínea de Jesus, Ele tira o homem do buraco.Isso, meus amigos, é o ato do nosso Salvador. Essa é a grande diferença entre o Cristianismo e todas as outras religiões.

Unidade dos cristãos torna anúncio do Evangelho eficaz, diz Papa

O Papa Bento XVI voltou a invocar a unidade de todas as Igrejas, neste domingo, 24, em seu encontro com os fiéis na Praça São Pedro, no Vaticano, para a oração do Angelus. "A comunhão dos cristãos torna mais verdadeiro e eficaz o anúncio do Evangelho", observou.
Bento XVI comentou o trecho da primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, que constitui a segunda leitura da Liturgia da Palavra deste domingo. Um trecho onde a Igreja é concebida como um Corpo do qual Cristo é a Cabeça. Ao Apóstolo Paulo – salientou o Papa para comunicar a ideia da unidade na multiplicidade dos carismas que são os dons do Espírito Santo.
Amanhã, 25, o Santo Padre irá à Basílica de São Paulo fora dos Muros para encerrar, com a cerimônia ecumênica das Vésperas, a tradicional Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. A iniciativa é celebrada no Hemisfério Norte de 18 a 25 de janeiro, e tem como tema "Vós sois as testemunhas destas coisas" (Lc 24, 48).
"Invocaremos a Deus o dom da plena unidade de todos os discípulos de Cristo, e de modo especial – em sintonia com o tema deste ano – renovaremos nosso compromisso como testemunhas do Senhor crucificado e ressuscitado".
Após a oração do Angelus, Bento XVI manifestou o seu apoio a um movimento de católicos italianos que promoveu uma vigília de oração dedicada ao tema do acolhimento de estrangeiros no país:
"Dirijo uma saudação especial às famílias do Movimento do Amor familiar e a todos os que velaram, durante toda esta noite, na igreja de São Gregório VII, rezando por soluções justas e pacíficas para os problemas da imigração”.
Em seguida, o Papa exortou os padres, especialmente os párocos, a seguirem o exemplo do doutor e sacerdote espanhol Josep Samsó, beatificado ontem em Mataró, na Catalunha, porque ele é um “exemplo de dedicação à catequese e da caridade com os pobres”.
Bento XVI falou do novo bem-aventurado em três línguas: italiano, espanhol e catalão. Samsó foi fuzilado pelos republicanos em 1º de setembro de 1936, enquanto perdoava seus assassinos, no cemitério de Mataró.
Outro tema desse encontro dominical foi São Francisco de Sales, cuja memória litúrgica recorre hoje. "Dedicou-se com ótimos resultados à pregação e à formação espiritual dos fiéis, ensinando que o chamado à santidade é para todos, e que cada um de nós tem o seu lugar na Igreja”.
São Francisco de Sales é o padroeiro dos jornalistas e da imprensa católica, e a ele, o Papa confiou a sua Mensagem para o 44º Dia Mundial das Comunicações Sociais, apresentado neste sábado. Intitulado “O sacerdote e a pastoral no mundo digital: os novos meios a serviço da Palavra”, o texto expressa grande confiança nas oportunidades oferecidas pela Internet para a evangelização.
Concluindo o encontro, o Papa concedeu aos presentes, ouvintes e telespectadores a sua benção apostólica.

NA ESCUTA DA PALAVRA

REFLEXÃO DO EVANGELHO - Lucas 1,1-4;4,14-21
Jesus é convidado a ler um trecho da Escritura na sinagoga de Nazaré. Ele se levanta toma o livro de Isaias que fala do Espírito do Senhor que pousa sobre o seu servo para anunciar a boa nova aos pobres, libertar os cativos, abrir os olhos aos cegos. Terminada a leitura ele devolve o livro ou o rolo e diz: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura quer acabaste de ouvir. A Igreja vive da escuta da Palavra. Ali ela encontra sua identidade.
Na celebração cotidiana da Eucaristia, de modo especial, na assembléia dominical, a Igreja se renova, se reencontra. Leituras bem proclamadas, seguidas de silêncio, com aparelhos de som de qualidade, leituras feitas por pessoas que procuram ler bem...e o coração da assembléia atento ao que lhes será dito... são condições prévias... A Liturgia da Palavra é um acontecimento espiritual. Ai está a assembléia ansiosa por ouvir aquilo que o Senhor quer lhe dizer no hoje de suas vidas. A beleza do livro das leituras, a solenidade dos cantos, a qualidade da atenção, as palavras da salvação que vêm do Evangelho e a homilia que atualiza a Palavra... Tudo isso se situa num contexto de um acontecimento espiritual da comunidade.
Não encontramos melhores palavras para explicar o valor e o sentido da liturgia da palavra senão esta introdução ao 3º domingo do tempo comum que aparece no Missal Dominical da Paulus: “Cada página do Evangelho não é uma página morta, mas palavra viva, que Deus diz a nós e deve realizar-se hoje. O evangelho não narra apenas a vida de Jesus, mas também a minha vida."
O evangelho nos contém, nos envolve. Por isto, a Liturgia da Palavra não é uma simples lição moral, nem a afirmação da esperança escatológica recebida dos profetas; mas proclama o cumprimento do desígnio do Pai no hoje da vida e da assembléia. Não se contempla aí um passado desaparecido, nem se imagina um futuro extraordinário, mas se vive o tempo presente como lugar privilegiado da vida do Senhor. Portanto, não se procura aplicar aos fatos vividos pelos membros da assembléia um ou outro texto inspirado, mas indicar que o acontecimento vivido hoje pelos homens e pelos cristãos revela o desígnio de Deus que se realiza no Cristo.
Antigo e Novo Testamento se tornam atuais, próximos se não ficarmos presos à letra morta. Mais cedo ou mais tarde descobriremos que podemos dizer a cada página: “Aqui se fala de nós. Eu sou Adão. Nós somos os apóstolos no mar. Encontramo-nos precisamente como Jesus no caminho do calvário e da ressurreição. Assim, através da Palavra de Deus, vamos lentamente descobrindo como é nossa vida aos olhos dele, isto é, na sua dimensão profunda. A palavra que vem de Deus possui a força e a eficácia de Deus. Interpela, convoca, consola, cria comunhão e salva, das mais diversas maneiras, conforme os momentos e as formas; todo ato de pregação é glorificação de Deus e acontecimento sociológico para os homens. Hoje também a Palavra quer tornar-se carne para nossa vida” (p. 1095)

III DOMINGO DO TEMPO COMUM


EVANGELHO: LUCAS 1,1-4;4,14-21

Muitas pessoas já tentaram escrever a história dos acontecimentos que se passaram entre nós. Elas começaram do que nos foi transmitido por aqueles que, desde o princípio, foram testemunhas oculares e ministros da palavra. Assim sendo, após fazer um estudo cuidadoso de tudo o que aconteceu desde o princípio, também eu decidi escrever para você uma narração bem ordenada, excelentíssimo Teófilo. Desse modo, você poderá verificar a solidez dos ensinamentos que recebeu.
Jesus voltou para a Galiléia, com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a redondeza. Ele ensinava nas sinagogas, e todos o elogiavam. Jesus foi à cidade de Nazaré, onde se havia criado. Conforme seu costume, no sábado entrou na sinagoga, e levantou-se para fazer a leitura. Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus encontrou a passagem onde está escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos, e para proclamar um ano de graça do Senhor.» Em seguida Jesus fechou o livro, o entregou na mão do ajudante, e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. Então Jesus começou a dizer-lhes: «Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura, que vocês acabam de ouvir.»

23 de jan. de 2010

Itaici: encontro reunirá 528 padres de todo o brasil

Expectativa no Brasil pelo 13º Encontro Nacional de Presbíteros (ENP) marcado para os dias 3 a 9 de fevereiro, em Itaici, município de Indaiatuba (SP), e que reunirá mais de 500 sacerdotes dos 17 regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Este ano o encontro será especial, por estar comemorando os 25 anos do primeiro ENP. O tema discutido será o “Ano Sacerdotal”, que teve início em junho do ano passado.
Ao todo, estão inscritos para o encontro 528 presbíteros de todo o país. O evento contará ainda com 39 convidados, de organismos e assessores da CNBB. Padre João Paulo, Administrador Paroquial de nossa paróquia, também estará participando do encontro.
Segundo o assessor da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, da CNBB, Padre Reginaldo de Lima, no 13º ENP, os participantes vão rever os temas estudados e refletidos ao longo destes 25 anos, e debaterão tópicos transversais acompanhados de reflexão sobre o presbítero.
O Encontro Nacional dos Presbíteros realizou-se pela primeira vez em 1985. O evento foi criado a partir de um anseio dos presbíteros em terem um espaço de reflexão, oração e troca de experiências.
Os quatro primeiros Encontros Nacionais de Presbíteros, de 1985 a 1992, giraram em torno do tema da pessoa do presbítero, olhando para o aspecto da sua vida e do seu ministério. Do quinto ao décimo, de 1994 a 2004, a temática girou em torno da missão do presbítero em relação ao mundo, com temas como: O presbítero e a globalização; O presbítero e a ação missionária; Presbítero: pessoa e missão, entre outros. Nos últimos dois eventos retomou-se, novamente, a atenção para a vida e o ministério dos presbíteros. (CNBB - CM)

ELE PARECIA ESTAR FORA DE SI

REFLEXÃO DO EVANGELHO - Marcos 3,20-21


Um sentimento que parece ter acompanhado Jesus ao longo de sua vida foi o de uma certa solidão. Muitas vezes não sendo compreendido, vivia essa experiência de não comunhão com os que o cercavam. Entendamo-nos bem. Jesus estava sempre em comunhão com o Pai. Tinha certeza de sua presença e proximidade. Esta nunca foi rompida. Algumas pessoas que ouviam o Mestre da Galiléia tinham dificuldade em compreender a sua identidade e não acolhiam sem mais suas posturas. Os evangelhos estão perpassados de reações hostis. Estas partem, de modo particular, dos “religiosos” da época, desses fariseus tão desejosos de serem fiéis à lei e, ao mesmo tempo, tão endurecidos de coração. Se de um lado as multidões não davam descanso a Jesus, depois de toda agitação, todos iam embora e Jesus ficava sozinho tendo ainda que “administrar” as perplexidades do coração de seus discípulos, tão tardos para crer. Jesus é, certamente, alguém que não consegue sempre interlocutores capazes de entendê-lo. Tem, é verdade, alguns amigos. Entre esses Marta, Maria e Lázaro. Chega mesmo a chorar diante do túmulo deste último. Algumas vezes, é verdade, umas poucas vezes, os evangelhos dizem que alguns dos miraculados passaram a seguir Jesus. Talvez estes, por gratidão e graça, tenham compreendido melhor o Mestre e criaram com ele comunhão.
A solidão acompanha a muitos. O sacerdote, muitas vezes imbuído das melhores intenções, não é compreendido. É taxado de radical, de “mandão”, de ditador. Depois de acompanhar pastoralmente a pessoas e grupos ele se dá conta que uns e outros desapareceram.
Ou estes estão pregando em outras plagas ou descobriram o encanto de grupamentos religiosos marcados pelo “emocionalismo”. Solidão... Vejo Jesus suspenso entre o céu e a terra. Aos pés da cruz Maria, sua mãe e o discípulo amado. Com o olhar turvo pelo sangue e suor Jesus se remexe na cruz, sente-se só. Onde estão todos aqueles que haviam escutado sua palavra, que foram arrancados das trevas e levados à luz? Onde estão aqueles que de paralíticos se transformaram em caminhantes lépidos, esses surdos que ouvem tudo, mas agora não escutam os suspiros doloridos daquele que morre na cruz. E mesmo o Pai parece tê-lo abandonado. “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”A solidão acompanha o casal que não consegue sempre exprimir nos gestos e nas palavras aquilo que existe no fundo de seus corações. Solidão dos pais diante de posturas desconcertantes de seus filhos, discípulos da sociedade do egoísmo, do individualismo e do consumismo. Que fazer? Solidão dos cristãos conscientes de seu pecado, da fragilidade de suas vidas, que clamam ao Senhor, que sabem poder contar com sua força, mas que se sentem sós.Jesus não teve apenas a oposição de gente de fora. As poucas linhas do texto de hoje nos falam da resistência de sua parentela. À porta da casa de Jesus, uma multidão. Uma loucura. Ele parecia louco. Quando os parentes souberam disso saíram para agarrá-lo porque diziam que estava “fora de si”.

EVANGELHO DO DIA - Marcos 3,20-21

Jesus foi para casa, e de novo se reuniu tanta gente que eles não podiam comer nem sequer um pedaço de pão. Quando souberam disso, os parentes de Jesus foram segurá-lo, porque eles mesmos estavam dizendo que Jesus tinha ficado louco.

22 de jan. de 2010

FÉ FÁCIL

Crer em Deus custou caro para Moisés, para Jacó, para Jeremias, para Paulo, para Pedro e os demais apóstolos, para Estevão, Agostinho, Gregório Magno, Maomé e para milhares de pregadores da sua existência. Todos eles sofreram profundamente enquanto buscavam um sentido para sua fé em Deus.
É do místico e papa Gregório Magno (540-604) a afirmação de que Deus é uma experiência angustiante e que é difícil alcançá-lo, porque ele permanece oculto numa escuridão impenetrável. Nada sabemos sobre Ele. Procurá-lo com sinceridade dói.
Moisés, Jeremias e Paulo tiveram vislumbres. Milhares morreram por afirmarem sua existência. A leitura da vida dos patriarcas e dos grandes santos e místicos mostra que ninguém chega a Deus sem atravessar a barreira do seu ego e a ciladas dos sentidos. Ambos nos puxam para trás. Libertar-se do egoísmo, do conforto e do orgulho dói. Sai-se esfolado da refrega, descrita simbolicamente na luta hercúlea de toda uma noite que Jacó travou com o anjo do Senhor. (Gn 32,35)
Fé fácil teve Salomão que mentiu para sua mãe e começou por matar seu irmão Adonias para não perder o trono (1 Rs 2,24-28). Matou também quem servira seu pai. Construiu para Deus um templo majestoso e, logo depois, um ainda maior e mais rico palácio para si mesmo. Disse ter visto Deus duas vezes. Foi riquíssimo e teve tudo o que queria, começando pelas suas 300 mulheres e 700 concubinas que, segundo 1 Rs 11,3, lhe perverteram o coração. O rei que viu Deus duas vezes terminou por adorar Astarote deusa dos sidônios.
Com enorme aparato e com eficiente marketing Salomão se fez passar por vidente, todo poderoso, infalível, sábio e justo. A leitura de sua vida mostra um crente que foi deixando de ser bom. A fama, a riqueza e sua falsa noção de Deus o levaram a uma vida de luxo, de ira, de manipulação da fé e das pessoas ao seu redor. Morreu adorando Quemós, Moloque e outros deuses.
Ao que tudo indica não sofreu pela fé. Mudava de Deus a seu bel prazer. Este, o grande perigo da fé fácil e confortável que traz riquezas, fama e sucesso ao pregador. Ele nunca sabe se terminará seus dias no colo do verdadeiro Deus ou do Deus confortável e recompensador que ele criou.
Em tempos de igrejas de resultado e de pregadores que enriquecem a olhos vistos, convém lembrar homens como Gideão, Salomão, Jeremias, Paulo, e Simão o Mago. São histórias sobre quem serviu à verdade e quem a manipulou por riquezas e poderes.

DOS QUE FORAM CHAMADOS PARA SEREM ENVIADOS

REFLEXÃO DO EVANGELHO - Marcos 3,13-19

Um dos temas fundamentais do Novo Testamento é o da vocação daqueles que foram chamados a viver intimidade com Cristo para depois serem enviados. Nós os designamos de apóstolos. A Conferência de Aparecida fala de discípulos missionários. O texto do evangelho de hoje nos faz pensar de modo especial, nos bispos e sacerdotes, mas alargamos o horizonte e incluímos todos os batizados, porque o cristão é sempre um convocado para a ação. Pelo testemunho e pela palavra são enviados, agem na continuação do agir de Cristo. Que missão mais nobre e mais importante do que esta?
São curiosas algumas observações de Marcos. O evangelista empresta solenidade ao momento. Jesus sobe a um monte, ou seja, espaço típico de maior proximidade com Deus. Chama a todos com liberdade absoluta. Chama quem quer. “E eles foram até ele”. Ou seja, responderam o chamado. A iniciativa, porém, foi de Cristo.
Na parte central do texto vem descrita a identidade dessa nova comunidade. “Então Jesus designou doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar com autoridade para expulsar demônios”. Há dois momentos: estar com o Senhor, privar da intimidade do Senhor e depois serem enviados. Esta será sempre a norma dos que agem em nome de Cristo. Haverão eles de estar com o Senhor no silêncio da consciência, na leitura do Evangelho, na oração de intimidade, na vivência gozosa em fraternidade. Assim forjados, serão enviados.
A Igreja toda tem a mesma dinâmica. Há um momento do estar junto, partilhar a Palavra, comer o pão, tempo do ”vede como eles se amam”. E depois é o ir pelo mundo e tentar expulsar o mal das engrenagens deste mesmo mundo que foi amado pelo Mestre e pelo qual ele deu a própria vida.
Apóstolos que são enviados! Estamos num tempo de urgente evangelização. Um biógrafo de Francisco de Assis (sec. XX) fala da urgência da evangelização naquele tempo e nos nossos tempos: “Neste mundo de mutação elevam-se pungentes apelos humanos, algumas vezes angustiantes: apelos de mais tolerância e liberdade, de mais justiça, de mais participação nas decisões e nas responsabilidades, desejo de paz garantida pelo respeito dos direitos do homem e dos povos... Hoje, como no tempo de Francisco, estes apelos partem do coração dos pobres e dos pequenos. Constituem o grito de todos os famintos e dos oprimidos de todos os lados. Homens e mulheres carregam , em sua carne ferida e em sua dignidade desrespeitada, as verdadeiras ânsias do homem e o segredo do mundo futuro” (Éloi Leclerc, Francisco de Assis. O Retorno ao Evangelho, Vozes/CEFEPAL, 1983, Petropolis, p. 127)

Evangelho do dia – Marcos 3,13-19

Jesus subiu ao monte e chamou os que desejava escolher. E foram até ele. Então Jesus constituiu o grupo dos Doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar, com autoridade para expulsar os demônios. Constituiu assim os Doze: Simão, a quem deu o nome de Pedro; Tiago e João, filhos de Zebedeu, aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer «filhos do trovão»; André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão o cananeu, e Judas Iscariotes, aquele que depois o traiu.

21 de jan. de 2010

Minha Despedida ao Amigo Padre Léo (Celina Borges)



O texto a seguir foi escrito pela cantora católica Celina Borges, 4 dias após o falecimento de Padre Léo.



Bem amigos, gostaria de partilhar com vocês o maravilhoso “retiro” que fizemos neste último fim de semana. Entenda bem, com todo respeito peço licença a minha querida Dona Nazaré para assim falar de um momento tão difícil, porém tão abençoado e maravilhoso que foi o presente de poder estar no velório, missas e enterro do meu querido Padre Léo.
É meus irmãos... Muita dor misturada com profunda alegria do céu e certeza de salvação... Ainda não sei definir bem tudo o que vivi e presenciei, mas posso tentar no intuito de mais uma vez edificá-lo caro amigo e de fazê-lo pensar melhor em sua vida como eu estou fazendo agora. Nunca pensei que a morte de uma pessoa pudesse me trazer tanta vontade de trabalhar e viver mais e melhor para Deus e para minha Igreja.
Quando recebi a noticia da morte do Padre Léo, levantei me do quarto e rezando me lembrei da passagem dos 10 leprosos que foram curados mas apenas um voltou para agradecer ao Senhor! Tentei entender o que significaria aquela parábola para mim relativo a este momento e então percebi com clareza que depois de tanta graça recebida eu no mínimo deveria estar ali com ele numa última despedida de gratidão profunda... Mesmo que fosse de longe ou que me custasse muito dirigir durante a noite cansada como estava. Não importava onde eu ficaria, como eu chegaria, se me chamaram para ir ou não, se me deixariam chegar perto dele... Eu queria ir mais do que tudo. Queria gritar te amo, muito obrigada, me ajuda a continuar, me ensina mais, me fala de Deus com aquela propriedade única no Brasil e no mundo.
Enfim meus gritos silenciosos eram muitos e a cada quilômetro chorava e agradecia a Deus e ao meu querido Léo toda a minha cura, todo seu cuidado comigo, (afinal Ele tinha um cuidado especial com os piores) todos os dias e momentos que passei perto deste Gigante... Chorei, sorri uma dezena de vezes, até que chegando em Cachoeira Paulista e participando da primeira missa de corpo presente comecei a presenciar fatos, pessoas, crianças, palavras, soluços e olhares que me levaram a refletir e fazer meu especial retiro particular.
Como Ele era amado, como as pessoas afluíam querendo tocá-lo, multidão de corações gratos e especialmente construídos por este carisma único e espetacularmente alegre e corajoso desejando beijá-lo, uma última vez. Ahh que cena dolorosa e maravilhosa.Pense como Ele estaria vendo aquilo no céu... Como estaria feliz vendo o povo simples se sacrificando para despedir de seu corpinho. Tive vontade de abraçá-lo e só pude dizer ao chegar perto do esquife: Obrigada amigo... Obrigada querido... Deus te recompense Pastor...
Agradeci em lágrimas profundas aqueles dias em Bethânia, o maior retiro da minha vida. Pensei com pesar nos que amo e que não teriam mais oportunidade de conhecer Bethânia com a presença do P.Léo. Quando me levaram para o lado do Eugênio, Ricardo Sá, Nelsinho, Eliana, Salete, Padre Cleidimar e outros, não precisávamos falar nada. A dor e a aceitação da vontade de Nosso Deus estavam estampadas em nossos olhares e em nossos rostos. Só pude abraçá-los longamente e sorrindo trocamos afetos nas mãos dizendo saudade...Beijei as mãos do Eugênio pois seu silêncio doloroso me cortava o peito e não sabia como consolar seu coração de amigo de perto do Léo, e de tantas pregações. Nelsinho me olhava e sorria sereno com aquele Dom profundo de misericórdia estampado no olhar e no sorriso único. Vez em quando olhei para o rosto do Padre Jonas... Como ele se sentiria agora? Quem mais poderia ter sido tão amigo? Quem mais teria partilhado sobre Deus e seus segredos em muitas madrugadas!!! Sereno o Padre Jonas orava... Sua imensa dor era transmudada em oração constante e vez ou outra uma lágrima caía de seu rostinho vermelho mais firme. Mais tarde vim a saber o que o próprio Padre Léo teria falado com o Padre Jonas antes de entrar em coma...
Não consigo narrar aqui, de tão doloroso mas verdadeiro.Contemplei muitas vezes todo o rincão... A cada olhar eu me lembrava de uma frase do Léo, de uma piada simples, mineirona mas tão edificante! Bispos, autoridades, dezenas de Padres, amigos chegavam de todas as partes. Realmente senti novamente um pesar muito grande por não ver Roseane, Flávio, Leandro, Meirinha, Anne, Alessandra, Martini, Cláudio... Ali comigo registrando aquilo tudo.Pessoas que o Padre Léo amou demais, tocou demais, transformou demais!! Quando a gente ama a gente quer o melhor para os nossos.Cada coisa que falavam dele me edificava mais ainda. Quando Dona Nazaré (a mãe do P. Léo) me disse que ele simplesmente me amava muito me senti plena como filha espiritual que sempre fui e seguidora de seus ensinamentos. Abracei a cada um de Bethânia, eles, os filhos reais da vocação, aqueles que conviviam com ele, andavam com ele, dormiam e acordavam...
Enfim foi uma lição de Fé e de certeza de salvação. O Abraço do PC, ministro de musica do P. Léo, o sorriso e acolhida do Betão e da Cris que literalmente carregaram o Padre Léo no colo durante todo o ano de martírio. Quanta vida, quanta força, quanta coragem!!! Seguindo para Itajubá, onde o corpo seria novamente velado e enterrado mais tarde, aí sim que presente para mim!! Pude ficar ali bem no chão graças a Deus, bem como eu gostava de assistir o Léo falar em Bethânia... Sentada aos pés dele, nosso mestre e imitador de Jesus. Me senti novamente Maria (a irmã de Marta) sentada ouvindo as palavras de Jesus. Dona Nazaré vez ou outra mandava beijinhos discretos para a direção do caixão dizendo entre os lábios: Meu filho... Meu filho... Eu vi Nossa Senhora nela... Sei que elas estavam juntas nessa hora.
Que missa maravilhosa, que homilia... Não há tempo para te narrar... Acho que fiquei meio atordoada quando Dom Vagner, amicíssimo do P. Léo, disse: “A questão não é como se morre, quando se morre ou do que se morre, mas sim como se VIVE!”Padre Léo tinha apenas 45 anos, tão novo... Doença tão cruel ... Só Deus pode nos dizer um dia Seus mistérios.
Pensei em fazer música na hora! Que frase e que verdade! Quero viver bem. Quero dar um sentido a minha vida. E vc pode estar dizendo: “Mas Celina, você já não tem um sentido verdadeiro de vida?” Claro, mas preciso rever minhas decisões e escolhas. Dar um sentido de essência a minha missão. Não quero ficar jamais no comodismo ou glamour de palcos. Não desperdiçarei o sacrifício e martírio do meu amigo Padre Léo. A Sua morte me trouxe uma nova ação... Um novo desejo de luta... De levar o evangelho as verdadeiras Nações. Em meio a muitos aplausos do povo enquanto ele era enterrado rezei muito pelo Brasil, por você, por toda nossa Igreja, para que Deus suscite um Novo “ João Batista”, que anuncie os caminhos do Senhor a todos! Eu quero ser... Envia-me Senhor!!! Só pude então compor uma música! Cantei e rezei duas madrugadas!
E Você... Como está vivendo? Não desperdice também o sacrifício deste homem maravilhoso, simples, ousado e apaixonado pela vida. Se ele te conhecesse daria sua vida por você... Ele já te amou sem te conhecer, vamos rezar por Bethânia, pela família do Padre Léo e seguir em frente sem desistir!
Celina Borges, melhor hoje porque conheci um gigante contra o mal... Padre Léo descanse em paz amigo e muito, muito, muito obrigada... Obrigada... Te amo... Sou a menina dos olhos de Deus, menina do céu como você me ensinou! Sua Benção...
Celina Borges - 08.01.2007