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1 de fev. de 2010

Que toda brecha seja fechada

O segundo livro de Samuel, no capítulo 11, fala sobre o adultério do rei Davi com Betsabeia. Há alguns dias atrás, durante a Santa Missa, deparei-me com esta passagem:
“No ano seguinte, na época em que os reis costumavam partir para a guerra, Davi enviou Joab com os seus oficiais e todo o Israel e eles devastaram o país dos amonitas e sitiaram Rabá. Mas Davi ficou em Jerusalém. Ora, um dia, ao entardecer, levantando-se Davi de sua cama, pôs-se a passear pelo terraço de sua casa e avistou dali uma mulher que se banhava. Era uma mulher muito bonita”. (2 Samuel 11,1-2)
Davi era o rei de Israel. E, naquela época, os reis partiam com os seus soldados para o campo de batalha. Era um costume. Era algo normal. Mas, sabe-se lá por qual razão, Davi não foi para a guerra. Preferiu ficar em casa. Talvez estivesse “estressado”, talvez tivesse algumas pendências para serem resolvidas em seu reino… Sei lá! O certo é que os soldados de Israel estavam dando a vida no campo de combate enquanto o rei “passeava pelo terraço”.
Davi era um guerreiro treinado nas artes do combate. O seu lugar era no campo de batalha. Mas ele abriu mão disso e ficou parado, longe da luta, apenas dormindo e comendo! E, justamente nesta hora, passeando pelo terraço, ele avistou Betsabeia banhando-se. A brecha ao pecado estava aberta.
O restante da história você já conhece (se ainda não, leia todo o texto de 2 Samuel 11): Betsabeia era casada com Urias (soldado fiel a Davi), que acabou sendo morto no campo de batalha por ordem do rei, numa tentativa desesperada de Davi em esconder o fato de que havia engravidado Betsabeia. Depois disso, surge o profeta Natã enviado por Deus para censurar a Davi por seu terrível pecado.
Me chama a atenção saber que, o grave pecado de Davi, começou com um simples passeio pelo terraço… Gente, é preciso tomar cuidado com os lugares por onde andamos, as pessoas com as quais convivemos e, principalmente, como nos encontramos interiormente. Não se trata de andar “armado” por aí! Não se trata de viver desconfiando de tudo e de todos. Trata-se sobretudo de discernimento e de vigilância.
Se você é alguém que tem sérios problemas ligados ao alcoolismo, não “banque o herói” querendo ir ao bar com os amigos após um dia de expediente pois, no seu caso, só basta o primeiro gole. Se você é alguém que gosta de falar da vida alheia, aprecia uma “boa fofoquinha” (como se houvesse algo de bom nisso…), evite aquela “rodinha” de gente que só gosta de saber das tais “novidades” (que funcionam como pequenos gravetos que alimentam a grande fogueira da maledicência humana). Enfim, não há razão para continuarmos insistindo nessa tolice de “eu sei me controlar” e coisas do tipo. Não dê brecha ao inimigo! Ele é astuto e conhece o nosso ponto fraco. Não somos feitos de aço. Temos fragilidades. E como temos! Somos gente… E graças a Deus que nós somos.
Assim como Davi era alguém adestrado para o combate, o mesmo se dá conosco. Somos treinados a lutar pela santidade! E este é um duro combate. Uma luta diária. Davi saiu do combate e deu no que deu… Se sairmos da nossa intimidade com Deus, se deixarmos de lado o seguimento a Cristo, a brecha ao inimigo não ficará somente aberta, mas escancarada! Pois é somente pela força do Espírito Santo agindo em nós que todas as brechas são fechadas.
Fiquemos atentos! Discernimento e vigilância são essenciais no tempo em que estamos vivendo. Do contrário, uma coisa aparentemente “inocente” e sem perigo pode transformar-se num grave pecado e afastar-nos da comunhão com Deus!
Rezemos hoje para que todas as brechas abertas à ação do inimigo em nossa vida sejam fechadas pelo poder do preciosíssimo Sangue de Jesus. Clamemos sobre nós a proteção de Deus!
“Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares”. (Ef 6,12)
Rezo por nossa fidelidade a Deus em todas as circunstâncias.

Alexandre - Com. Canção Nova

O HOMEM ANUNCIOU AS MISERICÓRDIAS DO SENHOR

REFLEXÃO DO EVANGELHO: Marcos 5,1-20

Jesus e seus discípulos andavam por todos os cantos. O mundo era sua casa. Passavam também perto dos cemitérios. Certa vez, deixando a barca, eles foram ter na região dos gerasenos. Um homem, possuído de espírito impuro, se aproxima deles. Segundo o evangelista este homem habitava ali, no lugar dos mortos, e ninguém conseguia amarrá-lo, nem mesmo com correntes. Um verdadeiro endemoninhado! Uma tragédia! Desesperadamente ele vagava entre os túmulos, pelos montes, ferindo-se nas pedras...sangrando... desesperadamente.
De repente, esse homem que é uma legião, com a proximidade de Jesus, se sente ele e os espírito impuros, incomodados. Que tens a ver comigo, Jesus, Filho de Deus altíssimo? Eu te conjuro, por Deus, não me atormentes?
Um trapo humano possuído pelo mal. Os espíritos imundos, o mal, o pecado, a má vontade para com Deus entraram numa manada de porcos e foram precipitados no mar...afogados no mar do coração aberto de Jesus... Jesus não admite o mal que, basicamente, é o pecado.
O pai da mentira se sente mal na presença de Jesus. Mas este tinha vindo precisamente para acabar com a dominação do mal. Entendemos o texto e toda a dramaticidade de Marcos.
A notícia se espalhou pela cidade. Os homens que guardavam os porcos saíram correndo e espalharam a notícia na cidade e nos campos. E as pessoas foram ver o que havia acontecido. Elas foram até Jesus e viram o endemoninhado sentado, vestido e com seu perfeito juízo, aquele que antes estava possuído pela Legião. Terminada esta descrição com toda vivacidade Marcos ainda observa: Enquanto Jesus entrava de novo na barca, o homem que tinha sido endemoninhado pediu-lhe que o deixasse ficar com ele. Jesus não permitiu. Por que? Não sabemos. Vai para casa, para junto dos teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor, em sua misericórdia, fez por ti.
O homem com seus cabelos penteados e não desgrenhados, com o corpo inteiro sem as feridas das pedras, aquele homem que antes era possuído pelo mal, estava ali, como um ser novo, como alguém que conhecia uma nova aurora de vida. Então o homem foi embora e começou a pregar na Decápole tudo o que Jesus tinha feito por ele.
Aquele que fora libertado do pecado,do mal, do demônio era uma pessoa de paz, serena e tranqüila que não tinha outra coisa a fazer até o fim de sua vida, senão dizer todas as maravilhas que Jesus havia operado nele. Agora ele vivia... antes tudo era desespero e trevas. Bonitamente vestido e serenamente apaziguado ele foi discípulo do Mestre que cura.

EVANGELHO DO DIA - Marcos 5,1-20

Jesus e seus discípulos chegaram à outra margem do mar, na região dos gerasenos. Logo que Jesus saiu da barca, um homem possuído por um espírito mau saiu de um cemitério e foi ao seu encontro. Esse homem morava no meio dos túmulos e ninguém conseguia amarrá-lo, nem mesmo com correntes. Muitas vezes tinha sido amarrado com algemas e correntes, mas ele arrebentava as correntes e quebrava as algemas. E ninguém era capaz de dominá-lo. Dia e noite ele vagava entre os túmulos e pelos montes, gritando e ferindo-se com pedras. Vendo Jesus de longe, o endemoninhado correu, caiu de joelhos diante dele e gritou bem alto: «Que há entre mim e ti, Jesus, Filho do Deus altíssimo? Eu te peço por Deus, não me atormentes!» O homem falou assim, porque Jesus tinha dito: «Espírito mau, saia desse homem!» Então Jesus perguntou: «Qual é o seu nome?» O homem respondeu: «Meu nome é ‘Legião’, porque somos muitos.» E pedia com insistência para que Jesus não o expulsasse da região. Havia aí perto uma grande manada de porcos, pastando na montanha. Os espíritos maus suplicaram: «Manda-nos para os porcos, para que entremos neles.» Jesus deixou. Os espíritos maus saíram do homem e entraram nos porcos. E a manada - mais ou menos uns dois mil porcos - atirou-se monte abaixo para dentro do mar, onde se afogou. Os homens que guardavam os porcos saíram correndo e espalharam a notícia na cidade e nos campos. E as pessoas foram ver o que tinha acontecido. Foram até Jesus, viram o endemoninhado sentado, vestido e no seu perfeito juízo, ele que antes estava possuído pela Legião. E ficaram com medo. Os que tinham presenciado o fato explicaram para as pessoas o que tinha acontecido com o endemoninhado e com os porcos. Então começaram a suplicar que Jesus fosse embora da região deles. Enquanto Jesus entrava de novo na barca, o homem que tinha sido endemoninhado pediu-lhe que o deixasse ficar com ele. Jesus, porém, não deixou. E, em troca, lhe disse: «Vá para casa, para junto dos seus, e anuncie para eles tudo o que o Senhor, em sua misericórdia, fez por você.» Então o homem foi embora e começou a pregar pela Decápole tudo o que Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados.