Os textos e fotografias produzidos pela equipe da PASCOM da Paróquia São José – C. dos Dantas podem ser livremente utilizados, mencionando-se o blog http://www.montedogalo2009.blogspot.com/ como fonte

28 de dez. de 2009

Em torno da PAZ!

Hoje desceu do céu para nós a verdadeira paz.
Hoje os céus destilam mel por todo o mundo.
(Da Liturgia do Natal)

Natal nos lembra paz. Cristo é o príncipe da paz. No seu nascimento os anjos cantaram a paz. Depois de sua ressurreição ele dá a paz aos seus apóstolos.
“Como é desejável esse nome de paz, estável fundamento da fé cristã e e celeste ornamento do altar do Senhor! E que poderíamos dizer que fosse digno desta paz? O próprio nome de Cristo é paz, como diz o Apóstolo: Cristo é a nossa paz, de ambos os povos fez um só (Ef 2,14). Pois bem: assim como quando o rei está para sair, as ruas são limpas, e toda a cidade é ornada de flores e enfeites variados, de modo que não haja nada menos digno de se mostrar a ele, também agora, a chegada do Cristo, rei da paz, seja retirado tudo que é triste; e, ao brilhar a verdade, seja afugentada a mentira, cesse o conflito, resplandeça a concórdia. Por isso, se também na terra a paz é louvada pelos santos, o esplendor de seu louvor é realizado no céu onde os anjos a louvam, dizendo: Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens que ele ama (Lc 2.14). Vede, irmãos, como os habitantes do céu e da terra trocam entre si os presentes da paz: enquanto os anjos anunciam a paz na terra, os santos da terra louvam o Cristo, que é nossa paz e está nos céus, e todos cantam juntos em místicos coros: Hosana nas alturas!
(Dos Sermões de São Pedro Crisólogo)

No tempo do natal temos vontade de pedir a paz:
Senhor, ressoa ainda em nossos ouvidos
as tuas palavras: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz,
mas não a dou como o mundo”.
Quisera eu poder ser instrumento da paz
num mundo de violência e de dilaceramentos.
Quebra a paz o desejo de ser maior e mais aquinhoado
que os outros.
Quebra a paz a inveja e o desejo de vingança.
Quebra a paz as fissuras de nosso coração.
Quebra a paz a tortura de indefesos nas prisões e delegacias
por pessoas sem escrúpulo e animalizadas.
Não temos paz para sair à noite,
não temos paz com a violência no trânsito,
não temos paz com a inflação de sons e de ruídos.
Não possui paz a criança que perdeu o pai na guerra dos traficantes
ou que percebe que seus pais não se amam e vão se separar.
Há paz onde há perdão.
Há paz onde se respeita a dignidade e o mistério da pessoa,
onde os adversários procuram estender as mãos.
Há paz quando Deus visita o interior de cada um com seu manto de misericórdia.
O Menino da Palhas é o príncipe da paz.
Dá-nos, Senhor, a paz e faze de nós instrumentos de pacificação.


A paz poderá vir
se, para ti, o outro é antes de tudo um irmão,
se a cólera for para ti uma fraqueza e não uma prova de força,
se preferes sair prejudicado a lesar alguém,
se te recusas a dizer que depois de ti só virão catástrofes,
se te colocas do lado do pobre e do oprimido sem a pretensão de ser herói,
se crês que o amor é a única forma de dissuasão,
se crês que a paz seja possível...
... então a paz poderá vir! (Pierre Guilbert)

Fonte: franciscanos.org.br

REFLEXÃO DO DIA - Segunda-Feira 28/12

Depois que os magos partiram, o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José, e lhe disse: «Levante-se, pegue o menino e a mãe dele, e fuja para o Egito! Fique lá até que eu avise. Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo.» José levantou-se de noite, pegou o menino e a mãe dele, e partiu para o Egito. Aí ficou até a morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito por meio do profeta: «Do Egito chamei o meu filho.» Quando Herodes percebeu que os magos o haviam enganado, ficou furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território ao redor, de dois anos para baixo, calculando a idade pelo que tinha averiguado dos magos. Então se cumpriu o que fora dito pelo profeta Jeremias: «Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos, e não quer ser consolada, porque eles não existem mais.» (Mt 2,13-18)
O Evangelho de Mateus nos fala do morticínio dos inocentes, Herodes manda matar as crianças de dois anos para baixo em Belém e no território vizinho. Falamos, então, dos santos inocentes. Sim, com medo de perder o trono Herodes quis eliminar Jesus com medo de perder o trono. Meninos morreram inocentemente devido à fúria do poder.
São Quodvultdeus (século V) se dirige a Herodes nestes termos: “Por que temes, Herodes, ao ouvir que nasceu um Rei? Ele não veio para te destronar, mas para vencer o demônio. Como não compreendes isto te perturbas e te enfureces; e para que não escape o único menino que procuras, tens a crueldade de matar tantos outros (...) Aquele que é a fonte da graça, pequenino e grande ao mesmo tempo, reclinado num presépio, apavora o teu trono.(...) Essas crianças morrem pelo Cristo, sem saberem, enquanto seus pais choram os mártires que morrem. Cristo faz suas legítimas testemunhas aqueles que ainda não falam. Eis como reina aquele que veio para salvar”.
Em nossos dias há meninos e meninas que são perseguidos e martirizados. Há os meninos e meninas que morrem nas regiões de guerra, de terrorismo, de lutas tribais, também na guerra das balas perdidas. Pensamos também nesses meninos e meninas que são espanados até à morte por pais enlouquecidos. Pensamos também nesses meninos que não mortos vivos, ou seja, que não contam aos olhos de seus familiares, que não têm uma casa para voltar, que não têm ninguém que os abrace e diga seus nome com ternura.