Os textos e fotografias produzidos pela equipe da PASCOM da Paróquia São José – C. dos Dantas podem ser livremente utilizados, mencionando-se o blog http://www.montedogalo2009.blogspot.com/ como fonte

24 de jun. de 2010

As fogueiras que ainda queimam

Por motivos vários, entre eles a segurança e a conservação da natureza, hoje desapareceram as fogueiras. O folclore típico retratando a vida simples do campo e do assim chamado caipira, com as comidas típicas, se limita apenas em festa nos clubes, escolas, até como forma de arrecadação e ajuda ao apertado orçamento anual. Saudosismo ou não, mas eram tempos diferentes. Tudo era simples, tudo em família. Nos arraiais do caboclo, com danças e comidas típicas, passava-se o tempo contemplando as chamas da fogueira a transformar os troncos em brasa ardente, para depois passar com os pés descalços. E o povo a gritar de alegria.

Tudo isso faz parte do passado, dos tempos em que não havia a complicação do ativismo da vida moderna e dos aglomerados urbanos, cobertos pelo anonimato e a indiferença. Como seria diferente se as fogueiras voltassem a queimar não a lenha, mas os corações distantes, frios e egoístas do homem e da mulher deste tempo, para redescobrir a beleza de ser gente com coração capaz de amar e ser amados.

Quero recordar entre as fogueiras históricas aquela que Zacarias fez para anunciar aos parentes e vizinhos o nascimento de João. Fogo, fumaça, luz comunicando vida, anunciando um novo tempo brotado do ventre daquela que chamavam estéril. A fogueira de São João desapareceu e com ela a vida, principalmente dos que foram gerados e não puderam nascer.

Existem fogueiras que permanecem e que jamais se apagarão. Elas foram acesas há mais de dois mil anos e continuam incandescentes como se fossem acesas hoje. São duas relatadas nos evangelhos e ambas relacionadas a Pedro. A primeira queimava no pátio de Anás, sogro do sumo sacerdote Caifás, lugar onde levaram Jesus depois de ser entregue por Judas no jardim do Getsêmani (Lc 22,55).

Ao redor daquele fogo estava Pedro, aquecia-se e fingia ser um qualquer no meio de tantos que por curiosidade se aglomeravam a fim ver o resultado final da condenação daquele que ensinava nas sinagogas e praças e se fazia chamar de Mestre, o homem galileu. Em meio a esta expectativa, Pedro perde o anonimato diante de uma empregada, e por três vezes nega ter conhecido o Homem de Nazaré.

A fogueira passa a queimar naquele momento não a lenha, mas a traição, a vergonha, a falta de coragem, a amizade traída, as promessas de seguimento á todo custo. Tudo foi ao fogo pelo medo covarde ligado à fraqueza humana de quem é interpelado ao testemunho na hora em que menos espera. O que ficou no coração daquele homem a queimar como nunca foi a dor da traição e do fracasso. Depois chorou amargamente, ficando ausente em todos os passos da condenação e da morte do melhor amigo.

A segunda fogueira foi acesa por Jesus, que por graça do Criador não tem nenhuma curiosidade ou falsos interesses, mas simplesmente o amor através de alguns peixinhos assados a esperar os desiludidos discípulos depois de uma noite fracassada de pesca. Foi na praia do Mar da Galiléia (Jo 21,9), onde acontecera o primeiro encontro com Pedro, André e Tiago. Apesar de experientes pescadores, trabalhando a noite toda, arriscam de madrugada, mas nenhum resultado.

Foi então que ouviram uma voz, mandando jogar as redes à direita do barco. Que bela surpresa, a abundância foi tão grande que quase afundavam os barcos. O sentimento naquele momento não podia ser outro a não ser, o de dizer: ”È o Senhor”. Essa é a fogueira da reconstrução de uma vida nova, com o ressuscitado. Foi ali que Jesus perguntou: Pedro, tu me amas mais do que estes? Foi três vezes perguntado em contraposição à tríplice negação. E a resposta foi também três vezes afirmativa: “Tu sabes tudo, Tu sabes que te amo”. A confirmação de Jesus é imediata: “Apascenta as minhas ovelhas”.

Amigo, não importa o que você tenha feito ou deixado de fazer, existirá sempre uma fogueira, onde Jesus te espera com um peixinho assado na brasa do amor de Deus por você.

Dom Anuar Battisti (site CNBB)

Inauguração de estátua de Santa Rita deve receber mais 60 mil devotos


Uma multidão de devotos de Santa Rita de Cássia é esperada nos próximos dias 26 e 27, na cidade de Santa Cruz (RN), a 120 quilômetros de Natal. Uma vasta programação será desenvolvida, sábado e domingo, por ocasião da inauguração da estátua de Santa Rita, a “madrinha dos sertões”.
No dia 26, haverá reza do terço, missa, procissão, solenidade de inauguração e shows musicais. No domingo, 27, a programação terá início com uma missa, na Igreja Matriz e início da visitação ao Santuário. Depois, terá reza do terço, atendimento de confissões, missa e adoração ao Santíssimo Sacramento. No período da tarde, será celebrada missa, presidida pelo arcebispo de Natal (RN), dom Matias Patrício de Macêdo, transmitida pela Rede Vida de Televisão e pela Rádio Rural de Natal. Segundo o reitor do Santuário, padre Aerton Sales da Cunha, a expectativa é que mais de 60 mil devotos vão a Santa Cruz, nos dois dias.
A estátua da imagem da padroeira de Santa Cruz faz parte do Complexo Turístico Religioso Alto de Santa Rita, construído no Monte Carmelo. O início das obras foi em 2007, com recursos dos governos municipal, estadual e federal. A estátua mede 50 metros de altura, sobre um pedestal de seis metros, totalizando 56 metros de altura, tornando-se mais alta que a do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que mede 38 metros de altura. O Complexo compreende, além da estátua, uma capela, sala de promessas, praça do romeiro, auditório, restaurante, lanchonete, lojinhas, banheiros, mirante e estacionamento.
O decreto de criação do Santuário de Santa Rita de Cássia foi assinado em 11 de outubro de 2009, por dom Matias Patrício de Macêdo, no encerramento da visita pastoral à Paróquia de Santa Cruz.

Programação permanente
A partir de agora, será desenvolvida uma programação permanente, todos os domingos, no Santuário: 10h, missa, e às 11h30, bênção do Santíssimo. Além disso, cinco romarias serão realizadas, anualmente: Romaria Eucarística, dias 21 e 22 de abril, fazendo memória à primeira missa celebrada no Santuário; Romaria de Santa Rita de Cássia, de 13 a 22 de maio, na festa da padroeira; Romaria Mariana, de 17 a 22 de julho, festa de Nossa Senhora do Carmo; Romaria da Gratidão, dias 11 e 12 de outubro, celebrando o aniversário de criação do Santuário; e Romaria da Coroa, todo dia 22 de cada mês.
De segunda a sábado, o santuário será aberto para visitação, das 7 às 18 horas. O local também pode ser um espaço para retiros e encontros de grupos pastorais.

Fonte: CNBB

“QUE VIRÁ A SER DESTE MENINO?”

Os vizinhos e a parentela de Isabel e Zacarias ficaram meio alvoroçados com o nascimento do menino, filho da velhice de um casal constituído de pessoas muito ligadas ao Senhor. Mulheres, homens e crianças deviam circular nas proximidades da casa do casal. “Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso com Isabel e alegraram-se com ela.”
Não lhe puseram o nome de Zacarias, mas de João. Num clima de alegria e de efervescência, as pessoas que estavam presentes também no momento da circuncisão, se perguntavam : “O que virá a ser este menino?”
São Pedro Damião tem uma resposta para esta interrogação: “Ouve: João é patriarca, ou melhor, é o remate e a coroa dos patriarcas. João é profeta, pois aponta com o dedo aquele cuja vinda anuncia. João é o anjo, e mesmo o eleito entre os anjos, e disto dá testemunho o próprio Salvador, ao dizer: Eis que vou enviar o meu anjo que prepare um caminho diante de mim (Ml 3,1). João é apóstolo, mesmo o primeiro e principal dos apóstolos, porque foi um homem enviado por Deus (Jo 1,6). João é evangelista, e mesmo o primeiro semeador e pregador do Evangelho do Reino. João é virgem, e mais ainda é símbolo da virgindade, sinal de pudor, exemplo de castidade. João é mártir, e até luz dos mártires, modelo do martírio mais valoroso do nascimento à morte do Cristo. João é Elias, a lâmpada que arde ilumina, o amigo do Esposo, aquele que prepara a Esposa”.
Lecionário Monástico I, p. 87

E Agostinho tenta explicar o fato de Zacarias ter recuperado a voz depois do nascimento de João: “Zacarias emudece e perde a voz até o nascimento de João, o precursor do Senhor; só então recupera a voz. Que significa o silêncio de Zacarias? Não seria o sentido da profecia que antes da pregação de Cristo, estava, de certo modo, velado, oculto, fechado? Mas com a vinda daquele a quem elas se referiam, tudo se abre e se torna claro. O fato de Zacarias recuperar a voz no nascimento de João tem o mesmo significado que o rasgar do véu no templo, quando Cristo morreu na cruz. Se João se anunciasse a si mesmo, Zacarias não abriria a boca. Solta a língua porque nasce aquele que é a voz. Com efeito, quando João anunciava o Senhor, perguntaram-lhe: Quem és tu? ( Jo 1, 19). E ele respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto (Jo 1, 23. João é a voz: o Senhor, porém, no princípio era a Palavra (Jo 1,1). João é a voz no tempo; Cristo é, desde o princípio a Palavra eterna”
Liturgia das Horas III, p. 1375

EVANGELHO DO DIA - Lucas 1,57-66.80

Terminou para Isabel o tempo de gravidez, e ela deu à luz um filho. Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido bom para Isabel, e se alegraram com ela. No oitavo dia, foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. A mãe, porém, disse: «Não! Ele vai se chamar João.» Os outros disseram: «Você não tem nenhum parente com esse nome!» Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse. Zacarias pediu uma tabuinha, e escreveu: «O nome dele é João.» E todos ficaram admirados. No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia se espalhou por toda a região montanhosa da Judéia. E todos os que ouviam a notícia, ficavam pensando: «O que será que esse menino vai ser?» De fato, a mão do Senhor estava com ele.
O menino ia crescendo, e ficando forte de espírito. João viveu no deserto, até o dia em que se manifestou a Israel.
PALAVRAS DA SALVAÇÃO - Glória a vós, Senhor