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13 de jan. de 2010

Nota da CNBB pela morte da Drª Zilda Arns

Quem acolher em meu nome uma criança, estará acolhendo a mim mesmo” (Mt. 18, 4-5)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB - recebeu, com dor profunda, a notícia da morte da Drª Zilda Arns, médica pediatra, fundadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, ocorrida na terça-feira, 12 de janeiro, vítima do trágico terremoto que se abateu sobre o Haiti.
Drª Zilda devotou-se, com amor apaixonado, à defesa da vida, da família e, de modo muito especial, ao cuidado das crianças empobrecidas.
Cidadã atuante, Drª Zilda conquistou respeito e credibilidade junto à sociedade brasileira e internacional, por suas posições claras e firmes em favor de políticas sociais, especialmente as da saúde. Foi ainda uma das sanitaristas mais respeitadas e comprometidas com o movimento da reforma sanitária brasileira, que culminou com a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS).
A obra fundada por ela, inspirada na fé cristã, haverá de continuar no trabalho abnegado dos mais de 260 mil líderes que, cotidianamente, se dedicam à causa da criança e da pessoa idosa.
Em missão no Haiti, a convite da Conferência dos Religiosos e de autoridades civis daquele país, Drª Zilda se despediu, no pleno exercício da causa em que sempre acreditou. Ela buscou realizar na prática a missão de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).
A CNBB agradece a Deus por ter tido, em seus quadros, esta personalidade tão virtuosa que muito dignificou a Igreja no Brasil. A CNBB se une ao querido Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, irmão da Drª Zilda, aos outros irmãos, filhos, netos, demais familiares e amigos, na prece solidária e na certeza de que a ela será dado gozar as alegrias eternas, reservadas para todos que, nesta vida, souberam amar a Deus servindo os irmãos.

Brasília-DF, 13 de Janeiro de 2010
Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
bispo auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário-geral da CNBB

Fonte: www.cnbb.org.br

Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, morre em terremoto



A coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns Neuman, 75 anos, morreu no terremoto que atingiu o Haiti nesta terça-feira, 12. A informação foi divulgada pelo gabinete do senador Flávio José Arns, sobrinho de Zilda.
Segundo o chefe de gabinete da presidência da República, Gilberto Carvalho, a médica caminhava pelas ruas de Porto Príncipe, com dois soldados do exército brasileiro, que a acompanhavam e lhe traduziam o idioma francês. Drª Zilda se encontrava no país para uma missão da Pastoral da Criança.
A CNBB sensibilizada pelo ocorrido enviou o secretário-geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa, para Porto Príncipe, em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB).
Nascida na cidade de Forquilhinha (SC), Zilda Arns formou-se médica na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, onde reside desde os 12 anos de idade. Ao longo de sua carreira, em instituições públicas e, desde 1983, em organizações da sociedade civil, fez da profissão uma missão de fé e vida.
"Zilda Arns foi em uma missão de paz no Haiti. Ela sempre idealizou a paz e foi para lá com a intenção de também ser uma presença de diálogo, de pacificação, além das noções de saúde e contribuições da Pastoral da Criança", disse o gestor de Relações Institucionais da Pastoral da Criança, Clóvis Boufleur, sobre a viagem da Drª Zilda Arns ao Haiti.
Boufleur, que trabalhava com Drª Zilda havia 12 anos, recorda que a viagem da médica já havia sido adiada três vezes, nos últimos anos, por questões de segurança. Segundo ele, Zilda estava muito empolgada com a possibilidade de levar os trabalhos e conhecimentos da Pastoral da Criança ao Haiti. Um país que sofre com o alto índice de mortalidade infantil, devido a causas básicas como a diarreia, e que poderiam ser resolvidas com as orientações da pastoral.
"Na última reunião que tivemos ela estava muito empolgada com a possibilidade de realizar esse trabalho e essa viagem, que aconteceu durante suas férias. Ela interrompeu as férias para fazer essa viagem para implantar o trabalho que fazemos no Brasil, em países da América Latina e do Caribe", disse.
Boufleur explica que além dos recursos financeiros disponibilizados pela Pastoral, a entidade contava com o apoio da Unicef, do governo brasileiro e da Igreja no Haiti, para o início das atividades no país.

REFLEXÃO DO DIA - Quarta-Feira (13/01)

Saíram da sinagoga e foram logo para a casa de Simão e André, junto com Tiago e João. A sogra de Simão estava de cama, com febre, e logo eles contaram isso a Jesus. Jesus foi aonde ela estava, segurou sua mão e ajudou-a a se levantar. Então a febre deixou a mulher, e ela começou a servi-los. À tarde, depois do pôr-do-sol, levavam a Jesus todos os doentes e os que estavam possuídos pelo demônio. A cidade inteira se reuniu na frente da casa. Jesus curou muitas pessoas de vários tipos de doença e expulsou muitos demônios. Os demônios sabiam quem era Jesus, e por isso Jesus não deixava que eles falassem. De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto. Simão e seus companheiros foram atrás de Jesus e, quando o encontraram, disseram: «Todos estão te procurando.» Jesus respondeu: «Vamos para outros lugares, às aldeias da redondeza. Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim.» E Jesus andava por toda a Galiléia, pregando nas sinagogas e expulsando os demônios. (Mc 1,29-39)
Jesus era uma pessoa de ação, alguém sempre em movimento. Não vivia em lugar fixo, tipo dos andarilhos. Tem-se a impressão que estava sempre em viagem. O carteiro da época não encontrava seu domicílio, porque seu endereço era o mundo. O evangelho deste dia nos permite vislumbrar um pouco aquilo que Jesus costumava realizar no dia a dia.
Tinha passado um tempo na sinagoga: contato com a Palavra, louvor do Pai, prece em comum. Vai à casa de Simão e André, acompanhado de Tiago e João. Não vai sozinho. Visita fraterna, de caridade, de atenção. Jesus fica sabendo que a sogra de Pedro está doente. Tem febre.
Há gestos colocados. Jesus se aproximou, segurou a mão da senhora e ajudou-a levantar-se. As coisas mudaram tão rapidamente que ela já podia servi-los. Já não tinha mais febre. Isso aconteceu durante o dia.
No momento do pôr do sol, ali em Cafarnaum, diante da casa de Pedro, Jesus vai acolher os possuídos pelo demônio e o cortejo dos doentes. A cidade inteira se reuniu às portas da casa de Simão.
Marcos tem a preocupação de proibir os demônios de falarem que Jesus os tinha expulso... É tema do segredo messiânico de Marcos que só será desvendado ao pé da cruz... Os circunstantes não estavam ainda preparados para penetrar na verdadeira identidade de Jesus.
De madrugada, quando ainda estava escuro Jesus realiza uma outra atividade. Levanta-se e vai rezar num lugar silencioso, num lugar deserto. Precisava desse oásis. Não podia perder-se num ativismo sem sentido. Certamente não queria ser um milagreiro. Não podia passar a vida curando, fazendo milagres, multiplicando pão e vinho. Compreende-se que ele tenha buscado regularmente o deserto e a solidão para estar com o Pai. Desnecessário recordar que todos os agentes de pastoral que desejam se colocar à disposição da ação de Deus nas pessoas precisam mergulhar no silêncio. Não são eles meros tocadores de obras, mas pessoas que, à maneira de Jesus, não se deixam dominar pelos fatos.
E a coisa continua. Quando os apóstolos descobriram onde Jesus estava, disseram: “Todos estão te procurando”.
Jesus diz que nesse momento ele e os seus precisam ir embora. A vida continua para esses apóstolos andarilhos...
Marcos vai descrevendo a vida e os gestos de Jesus. Seus leitores, como aqueles que hoje ouvem seu evangelho, vão tentando responder à pergunta do evangelista: “Quem é Jesus?” Cabe a cada um de nós, através das leituras evangélicas, da vida na Igreja, nos engajamentos assumidos, ao longo de nossa vida, responder também a esta pergunta: “Quem é Jesus para nós?”