Os textos e fotografias produzidos pela equipe da PASCOM da Paróquia São José – C. dos Dantas podem ser livremente utilizados, mencionando-se o blog http://www.montedogalo2009.blogspot.com/ como fonte

6 de jul. de 2010

O sentido da oração de bênção

O mundo secularizado acha que não precisa mais de bênção divina, para que suas tarefas tenham eficácia. A crise financeira dos países europeus (Grécia, Portugal) não vem confirmar exatamente isso... Contrariamente ao que dizem “as almas secas” a sagrada escritura manda: “abençoem, pois para isso vocês foram chamados” (1 Pd 3, 9). Em virtude dessa ordem, os pais devem abençoar os seus filhos, e a Igreja – através dos seus Sacerdotes, ou dos seus Leigos encarregados – profere bênçãos na inauguração de uma escola, de uma loja comercial, de uma nova moradia, de um veículo. Abençoa sobretudo as pessoas. Mas é preciso tomar cautela para não empobrecer o sentido dessa invocação. Se a Igreja abençoa uma loja, essa oração é um pedido a Deus, para que os esforços, a inteligência, o tino administrativo, sejam recompensados. Não é um esconjuro para matar a concorrência, ou recompensar a preguiça e a falta de empenho. Não há bênção capaz de fazer prosperar uma empresa, cujo dono não trabalha, e não sabe aproveitar as boas oportunidades para crescer.
Vamos olhar agora para o esporte bretão. Nos últimos anos não passa jogo de futebol, sem que tenhamos os gestos religiosos dos “atletas de Cristo” (os outros não são de Cristo?). Podem eles até não querer dizer exatamente isso. Mas eles passam a idéia de ter o poder de manipular Deus a seu favor, e de levar os adversários ao prejuízo. Então, basta ser daquela nova religião, que a vitória é certa. A publicidade é gratuita. E cada gol vem confirmar o favoritismo. Ora, isso é contra a paternidade divina. O Criador gosta de todos os seus filhos, também das pessoas do time adversário. Portanto, a oração de bênção que se pede ao nosso Pai e amigo, é que os esforços, o treinamento, o bom planejamento, a esperteza dos jogadores, sejam recompensados. Não podemos, de forma alguma, passar a idéia de que o Eterno é parcial, e que Ele só gosta daqueles que apontam os indicadores para o espaço sideral após cada gol. Eles precisam, urgentemente, desfazer essa impressão de proselitismo que passam. Agora, o jogador fazer o sinal da cruz, nunca foi considerado um gesto agressivo, ou proselitista, mas sim, ato humilde e agradecido, e até piedoso.

Dom Aloísio Roque Oppermann (site CNBB)

MULTIDÕES ABATIDAS COMO OVELHAS SEM PASTOR

Ressoa aos nossos ouvidos as palavras de Jesus no evangelho proclamado na liturgia de hoje: Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas como ovelhas que não contam com os cuidados e o desvelo de pastores. Rico e profundo o tema do cuidado pelos outros, do ministério e serviço dos pastores. Pensamos, aqui, nos sacerdotes e bispos, mas também em todos os agentes de pastoral e nos fiéis leigos que, pelo seu batismo, são convocados a difundir o reino de amor e de paz que Jesus veio inaugurar.
Não vamos aqui fazer lamentos e lamentações a respeito do tema do pastoreio e da pastoral. Somos obrigados, no entanto, a reconhecer que há situações particularmente delicadas de contextos em que muitas pessoas vivem a esmo, realmente como ovelhas sem que ninguém delas cuide.
Há casamentos de católicos que não foram bem preparados. Há pessoas que vivem uma com a outra, colocam filhos no mundo, mas não sabem o que significa a casa como Igreja doméstica, esposos que não conseguem se amar como Cristo amou sua Igreja, casas que são mais pensões do que espaços de crescimento humano e cristão. Quem evangeliza as famílias para que elas evangelizem a sociedade?
Há jovens em nossas escolas, particulares ou públicas, que chegam, passam horas, estudam mal, “colam”, terminam seus estudos mediocremente. Muitos deles, cansados, querem diversão.
Cuidam do corpo, buscam ilusão nas drogas, vivem noitadas vazias, ovelhas sem pastor. Não há pessoa que deles se aproximem com desejo de amá-los de verdade. Muitos desses jovens são presas da sociedade de consumo. São usados e depois descartados. Quem ama de fato os jovens? Que pastoral se constrói para eles?
Há essas paróquias mais ou menos fervorosas. Mas há também outras em que as pessoas só aparecem no domingo para uma missa nem sempre assistida com o coração. E depois cada um se ocupa de suas coisas, umas necessárias e outras supérfluas, sem conseguirem colocar no fundo do coração uma paixão por Cristo, pelo Evangelho. Vivem a fé como se fosse uma camisa bonita que se veste aos domingos e logo se guarda no armário.
Nossos tempos são difíceis. Exigem novos pastores, homens lúcidos, homens que pensem, que criem, que não façam apenas “girar uma máquina”. Os coordenadores de pastoral precisam ser, antes de tudo, construtores de comunidades serviçais, sem aparato, sem prosa, sem vaidade.
“Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando todo tipo de doença e de enfermidade. Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas como ovelhas sem pastor”.

EVANGELHO: Mateus 9,32-38

Quando já tinham saído os dois cegos, levaram a Jesus um mudo que estava possuído pelo demônio. Quando o demônio foi expulso, o mudo falou, e as multidões ficaram admiradas, e diziam: «Nunca se viu uma coisa assim em Israel.» Mas os fariseus diziam: «É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios.»
Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando a Boa Notícia do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade. Vendo as multidões, Jesus teve compaixão, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então Jesus disse a seus discípulos: «A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos! Por isso, peçam ao dono da colheita que mande trabalhadores para a colheita.»
PALAVRAS DA SALVAÇÃO - Glória a vós, Senhor