Os textos e fotografias produzidos pela equipe da PASCOM da Paróquia São José – C. dos Dantas podem ser livremente utilizados, mencionando-se o blog http://www.montedogalo2009.blogspot.com/ como fonte

13 de abr. de 2010

O exercício da fé

O ser humano não pode viver sem esperança. Existem as esperanças individuais, que refletem nossos anseios mais específicos, que refletem as necessidades contidas em nossa biografia pessoal. Existem também as esperanças coletivas, que são aquelas que nos fazem tentar construir um mundo melhor, que nos levam a seguir esta ou aquela filosofia, a nos unir a este ou aquele grupo de ativistas ou voluntários. Mas uma coisa é certa: se nossas esperanças estão fundamentadas numa fé no homem, o resultado é um só: - a frustração.
A única esperança que se mostra eficaz e garantida em seus resultados é aquela que depositamos no Criador, o Pai; no Salvador, Jesus; no consolador, o Espírito Santo – no Deus uno e trino.
A fé é o fundamento da esperança. É pela fé que sabemos que nossa esperança não é em vão. Essa esperança vem da observação. Como já observamos alguma coisa acontecer antes, pelos sinais vistos no passado, podemos ter a certeza de que, pelos sinais, o que esperamos está prestes a acontecer.
O mesmo ocorre com a nossa fé. Não esperamos por coisas absurdas. Não precisamos fazer exercícios complicados de lógica para deduzir que aquilo que esperamos, em Deus, está prestes a se realizar. Porque como disse Jesus, quando a figueira lança seus brotos, sabemos que está perto o verão.
De igual modo, sabendo das maravilhas que deus tem feito ao homem desde a criação, sabendo das promessas proferidas a seu povo e cumpridas ao longo do tempo, sabendo, ainda mais, com a razão e o coração, das bênçãos que Ele tem dado a nós em nossa trajetória vitoriosa; como não ter a certeza de que todo o resto se cumprirá?
Não temos de temer, portanto, as experiências de tristeza e provação. Cristão sem fé é cristão que precisa voltar aos primeiros momentos de conhecimento da pessoa de Deus, que precisa sair do “flerte” para viver uma experiência mais íntima com Ele.
Cristão sem fé é alguém que ainda não entendeu nada, como alguns discípulos de Jesus que, mesmo andando com Ele dia e noite, ainda não conseguiam captar toda a profundidade das mensagens que lhes eram proferidas.
Da fé nascem o otimismo e a alegria, que também devem ser marcas do cristão. Os pensamentos construtivos, o semblante alegre, a certeza de que mesmo as tribulações concorrem para o nosso bem, para o nosso aprendizado, pois Deus nos ama com um amor sem igual, tudo isso deve fazer parte do estado de espírito cristão: a felicidade.

Senhor, aumenta a nossa fé. Transforma a nossa impaciência e as nossas dúvidas em esperança segura, de que o senhor tem o mundo nas mãos. Derrama em nossos corações o teu amor! Amém.


Do livro "Se Deus é por nós...", de Wellington Silva Jardim, CN

AQUELE QUE FOI LEVANTADO

REFLEXÃO DO EVANGELHO

Aquele que subiu, primeiro desceu. Jesus continua seu diálogo com Nicodemos. Continua explicando seu mistério pessoal. O fariseu está interessado em ser catequizado nas coisas do mundo novo que Jesus chama de Reino. Jesus fala das coisas do céu. A carne é carne. O Espírito é que vivifica.

Esse que conversa com Nicodemos veio do alto. O Pai quis enviá-lo para mostrar aos homens as entranhas da misericórdia divina. Veio para o que era seu. Mas os seus não o compreenderam. Veio não de “raspão”, mas ganhou carne, comeu dos frutos da terra, olhou nos olhos dos homens, chorou com eles e com eles sonhou. Mesmo vindo do alto não se fez igual a Deus, mas tornou-se servo, lavador de pés, indicador de metas e caminhos. Vivendo intimamente com o Pai, foi totalmente homem. Ele que tinha vindo como luz para iluminar foi sendo, aos poucos, envolvido no mundo das trevas, da mentira, da falsidade.

Houve um momento em que ele foi elevado da terra. Deitado sobre o madeiro, nele pregado, o instrumento de tortura foi levantado com o corpo machucado e ferido de Jesus. Lá estava ele no alto, podendo ser visto e podendo ver os horizontes mais distantes.

Esta elevação mostrava as chagas do Justo, as feridas do Servo, aquele que não tinha formosura e que mais se assemelhava a um leproso que ninguém gosta de ver. Através dos séculos, os corações delicados e as almas sensíveis sempre gostaram de parar diante da cruz e de contemplar aquele que ali estava pregado. Francisco de Assis, contemplando a desolação daquele que tinha sido elevado, chorava e dizia: O amor não é amado.

O Pai, acolhendo a entrega do Filho feito homem com tanta docilidade, o exaltou. Deus, o Pai, lhe deu, no dizer de Paulo, um nome que está acima de todo nome para que o nome de Jesus, elevado ao mais alto de todos os altos, se dobrem todos os joelhos. Jesus na fidelidade ao Pai conclui com êxito o plano do Pai.

“Do mesmo modo, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todos que nele crerem tenham a vida eterna”.

Acolher o testemunho de Jesus é crer e entrar na vida eterna, na plenitude da vida. Os que rejeitam Jesus se perdem.

EVANGELHO DO DIA - João 3,7b-15

«Não se espante se eu digo que é preciso vocês nascerem do alto. O vento sopra onde quer, você ouve o barulho, mas não sabe de onde ele vem, nem para onde vai. Acontece a mesma coisa com quem nasceu do Espírito.»
Nicodemos perguntou: «Como é que isso pode acontecer?» Jesus respondeu: «Você é o mestre em Israel e não sabe essas coisas? Eu garanto a você: nós falamos aquilo que sabemos, e damos testemunho daquilo que vimos, mas, apesar disso, vocês não aceitam o nosso testemunho. Se vocês não acreditam quando eu falo sobre as coisas da terra, como poderão acreditar quando eu lhes falar das coisas do céu?
Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu: o Filho do Homem. Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, do mesmo modo é preciso que o Filho do Homem seja levantado. Assim, todo aquele que nele acreditar, nele terá a vida eterna.»