Os textos e fotografias produzidos pela equipe da PASCOM da Paróquia São José – C. dos Dantas podem ser livremente utilizados, mencionando-se o blog http://www.montedogalo2009.blogspot.com/ como fonte

27 de jan. de 2010

Um milagre!

"Quando achei que as minhas pernas não mais suportariam o cansaço do corpo e da alma, sentei-me em uma pedra e parei para descansar um pouco. Baixei o rosto e pensei no porquê daquele esforço todo. Tanto sacrifício para subir um morro e agradecer por nada. Não consegui nem mesmo um emprego nesses últimos dois anos e afinal, o que eu esava fazendo ali? De repente, ergui minha cabeça que ardia num Sol escaldante de uma cidadezinha do interior e fiquei surpresa com a cena que vi a minha frente. Uma senhora de estatura pequena e bem magra subia aquela escadaria de joelhos e sem qualquer proteção. Imagine! Naquele momento o relógio apontava 11h e 37 min e a temperatura deveria estar acima dos 30%. Era insurpotável! Percebendo o meu olhar incrédulo, o seu acompanhante olhou-me e sorriu continuando a sua peregrinação com aquela, imaginei no momento, que seria a sua esposa. Continuei olhando a cena e percebi que a pequena e frágil senhora levava consigo um terço bem grande de contas feitas de tecido. Ela dera várias voltas no terço feito de tecido e parecia rezar. Na verdade, ela parecia estar em êxtase. Eu não conseguia entender o que estava acontecendo. De repente, como se fosse um milagre, o Sol parecia ter decidido dar uma trégua. Levantei-me e comecei a acompanhar aquele casal. Não conseguia parar! A senhora rezava alto e sem apeceber-me, pus-me a rezar também. Não conseguia ver o rosto das pessoas que me olhavam sem nada entender, assim como eu não conseguira momentos antes, compreender os motivos que levavam alguém a subir um morro de joelhos para agradecer não sei o quê. De repente, senti uma mão segurar a minha e ao olhar para baixo, vi aquela senhora olhando-me e agradecendo-me. Apenas sorri, pois a única coisa que eu estava a fazer, era seguir a ela e ao seu esposo naquela peregrinação. Em cada uma das estações parávamos e rezávamos um mistério agradecendo por coisas que no momento, não lembro. Ao chegarmos lá em cima, onde os romeiros costumam chamar de "o cruzeiro" me vi de joelhos junto ao casal agradecendo pela oportunidade que nos foi dada de poder estar ali, aos pés do Senhor. Novamente oramos louvando e agradecendo ao Pai Celeste e a Santa Vitória pelo dom da vida. Após alguns momentos de silêncio aos pés da cruz me levantei e surpreendentemente percebi que a mulher continuava de joelhos. Ela olhou para mim, pediu que eu me abaixasse, pois tinha algo a dizer-me. Sorrindo, ela contou-me que estava ali porque por algum motivo do destino ela havia desistido da vida. Deixara de acreditar em Deus! Sofrera um acidente de carro e perdera o seu único filho. Para ela o mundo havia acabado naquele momento. Seu esposo nada sofrera, mas haviam lhe amputado as duas pernas. Não queria mais viver. Seu esposo, um homem muito católico e bem sucedido fizera uma promessa para a Santa Vitória. A família dele era daquele interior. Ele falava com Santa Vitória e dizia que jamais desistiria dela, e só por esse motivo, eles estavam ali. Precisavam agradecer pela vida, pela felicidade e pelo amor que Deus demonstrara sentir por eles através do milagre de Santa Vitória. Comecei a chorar e só aí, entendi que através daquela mulher, Deus estava me mostrando que eu estava errada e que Ele, jamais esquece seus filhos. Isso aconteceu numa Sexta-feira Santa. Quatro dias depois (terça-feira) recebi um telefonema: eu estava empregada. O meu futuro patrão era o mesmo homem que havia acreditado no milagre de Santa Vitória. Ah! Depois a pequena senhora contou-me que aquele terço enorme feito com contas de tecido, significavam o tempo que Deus dera para ela acreditar que valia a pena voltar a viver e dar valor aqueles que lhe amavam de verdade: inclusive Ele. Deus!"


Testemunho postado no blog http://cavaleirosdecristocd.blogspot.com/

QUANDO AS SEMENTES DEITAM RAÍZES PROFUNDAS

A parábola da semente lançada à terra é conhecida. Há esses terrenos todos: terra fofa, pedras, espinhos, terra dura.... E algumas sementes, uma vez lançadas à terra, rendem cem por um. Os que escutam a Palavra e produzem frutos são aqueles que acolhem a semente em terra boa. A vida de tais pessoa é um sucesso e realizam em sua história os amoráveis desígnios do Senhor.
G. Basadonna, autor italiano de espiritualidade, escreve uma belíssima página sobre o tema da vida e da “vida bem sucedida”.
“Aproximemo-nos das singelas e cotidianas realidades do viver de cada pessoa. Há um projeto, uma expectativa, um compromisso: o desejo de atingir determinada posição social, realizar alguns sonhos longamente alimentados na adolescência e na primeira juventude; há um conjunto de ideais que formam a plataforma das opções mais imediatas. Olhando em todas as direções, prestando atenção em todas as vozes, deixando que a partir de nosso interior irrompa um grito espontâneo, pode-se dizer que tudo está a proclamar : “A vida é tua!”.
A vida é a bela invenção que a cada dia brota da mente e dos sentimentos do homem, é a formosa aventura que cada homem realiza de modo pessoal, é a incógnita que cada dia é decifrada e esmiuçada para nossa própria felicidade. A vida é tua. Ora, se olhas à tua volta, haverás de tomar consciência de que a vida não está em tuas mãos, não podes fazer dela aquilo que quiseres.
A vida te foi dada: tu não a solicitaste, não esboçastes um projeto que passas a realizar. A vida me foi dada para que eu possa gozá-la de maneira tão plena que esgote o projeto de Deus, de tal sorte que possa convertê-la, de um passo, num momento palpitante de todo o universo, num ponto importante no caminho da civilização humana. Numa tal perspectiva cada homem tem diante dele campos ilimitados de ação, possibilidades inesgotáveis de escolhas, contínuas possibilidades para inventar sua própria vida, para administrar esta imensa riqueza e fazer de si mesmo e de toda a humanidade uma aventura nunca terminada e cada vez mais fascinante.
A primeira regra para inventar a vida, para dar-lhe consistência e garantia de crescimento e solidez à nossa personalidade é deitar raízes. Deitar raízes significa ligar-se a uma realidade concreta, pertencer a um território, a uma experiência, a um contexto: tudo isso equivale a reconhecer uma realidade que nos precede e a declarar de maneira positiva nossa posição concreta. Equivale a aceitar o ambiente em que vivemos, sentir que pertencemos a este pedaço de terra, a este segmento da sociedade, com o círculo de pessoas com as quais, queiramos ou não, temos que viver. Em outras palavras significa aceitar como sendo nossa a realidade cotidiana. Deitar raízes supõe sempre uma atitude livre e responsável que nos convida a cultivar uma presença inteligente, nos convida à fantasia, a encontrar novas possibilidades e novas soluções destinadas a mudar e a melhorar tudo o que encontramos” (In Lectio Divina para cada dia del año, 5, Verbo Divina, Estella (Espanha) 2002, p. 127-128).

A semente da palavra precisa frutificar....

EVANGELHO DO DIA - Marcos 4,1-20

Jesus começou a ensinar de novo às margens do mar da Galiléia. Uma multidão se reuniu em volta dele. Por isso, Jesus entrou numa barca e sentou-se. A barca estava no mar, enquanto a multidão estava junto ao mar, na praia. Jesus ensinava-lhes muitas coisas com parábolas. No seu ensinamento dizia para eles: «Escutem. Um homem saiu para semear. Enquanto semeava, uma parte caiu à beira do caminho; os passarinhos foram e comeram tudo. Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; brotou logo, porque a terra não era profunda. Porém, quando saiu o sol, os brotos se queimaram e secaram, porque não tinham raiz. Outra parte caiu no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram, a sufocaram, e ela não deu fruto. Outra parte caiu em terra boa e deu fruto, brotando e crescendo: rendeu trinta, sessenta e até cem por um.» E Jesus dizia: «Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!»
Quando Jesus ficou sozinho, os que estavam com ele, junto com os Doze, perguntaram o que significavam as parábolas. Jesus disse para eles: «Para vocês, foi dado o mistério do Reino de Deus; para os que estão fora tudo acontece em parábolas, para que olhem, mas não vejam, escutem, mas não compreendam, para que não se convertam e não sejam perdoados.»
Jesus lhes perguntou: «Vocês não compreendem essa parábola? Como então vão compreender todas as outras parábolas? O semeador semeia a Palavra. Os que estão à beira do caminho são aqueles nos quais a Palavra foi semeada; logo que a ouvem, chega Satanás e tira a Palavra que foi semeada neles. Do mesmo modo, os que recebem a semente em terreno pedregoso, são aqueles que ouvem a Palavra e a recebem com alegria; mas eles não têm raiz em si mesmos: são inconstantes, e, quando chega uma tribulação ou perseguição por causa da Palavra, eles logo desistem. Outros recebem a semente entre os espinhos: são aqueles que ouvem a Palavra; mas surgem as preocupações do mundo, a ilusão da riqueza e todos os outros desejos, que sufocam a Palavra, e ela fica sem dar fruto. Por fim, aqueles que receberam a semente em terreno bom, são os que ouvem a Palavra, a recebem e dão fruto; um dá trinta, outro sessenta e outro cem por um.»