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10 de jul. de 2010

O Clero em Retiro

De 05 a 09 de julho, o clero da Diocese de Caicó esteve reunido em Retiro Espiritual. O Retiro aconteceu na cidade de Extremoz/RN. Cada ano o clero para durante alguns dias, em lugar propício, para refletir e rezar. Este ano, o orientador que dirigiu as reflexões foi o bispo de Maceió/AL, Dom Antonio Muniz.

O que é um Retiro Espiritual?
Lemos, muitas vezes, nos santos Evangelhos, que Jesus se afastava das multidões que o seguiam e retirava-se para um ermo onde pudesse entregar-se à contemplação. Antes de iniciar a sua vida pública, recolheu-se a um deserto, onde sua natureza humana foi posta à prova, sem que o demônio a pudesse dominar. A seus discípulos igualmente, ao voltarem da missão, retirava-se com eles para que pudessem na solidão estar a sós com Deus. Foi no silêncio e na solidão que Elias ouviu a voz de Deus na suavidade de uma brisa. Na contemplação, os profetas, em recolhimento, sentiram o chamado e deixaram-se impregnar pelo Espírito, adquirindo forças para sua missão.
O silêncio e o recolhimento na oração foram e são marca constante na Igreja, desde quando os Apóstolos, no Cenáculo, por nove dias, na oração e no silêncio, esperaram a manifestação do Espírito Santo. Os eremitas fugiam e fogem das concupiscências da carne e da soberba da vida, indo para o deserto onde entregam-se ao conhecimento de si próprios e à união com Deus, para irradiarem a vida na Igreja com sua sabedoria.
Santa Tereza afirmava que Deus sempre quer nos falar, mas o mundo faz tanto barulho que não o podemos ouvir. “Tudo o que é definitivo nasce e amadurece no seio do silêncio: a vida, a morte, o além, a graça e o pecado. O palpitante está sempre latente”, escreve Inácio Larrañaga.
O retiro nos leva às condições para a realização desta grandeza humana: “pouco menor que os anjos fizeste o homem”, reza o Salmo. No silêncio, vamos nos encontrar, primeiro conosco mesmos. Saber que somos criaturas privilegiadas e como temos respondido a essa nossa dignidade. Por atos penitenciais e de fé, no arrependimento, encontraremos a misericórdia de Deus no perdão. Nele apoiados planejamos uma vida nova. No silêncio e na oração, Deus nos revela sua face e nos fortalece como fortaleceu a Cristo nas tentações.
Vivemos hoje um mundo de muitas solicitações. Não temos tempo para nada, tal o volume e velocidade das informações. Somos desviados pelas imagens e cultura para as concupiscências alheias ao espírito. Então o retiro, o recolhimento e a oração tornam-se mais necessários para superarmos as forças negativas e nos realizarmos como pessoas criadas à imagem e semelhança de Deus, nos tornarmos a imagem de Cristo.
Assim, nesses dias, o Clero da Diocese de Caicó se abasteceu na oração, na escuta da Palavra de Deus, sentindo os apelos de Jesus Cristo para servir ao povo sedento do anúncio do Evangelho da Salvação.

Fonte: Jornal A FOLHA

COERÊNCIA E FIDELIDADE

O discípulo não está acima do Mestre, nem o servo acima de seu Senhor. Para o discípulo, basta ser como o seu mestre, e para o servo, ser como o seu senhor. Se ao dono da casa eles chamaram de Belzebu, quanto mais aos seus familiares.
Mateus continua formando o coração dos discípulos. No momento da redação final do primeiro evangelho a perseguição aos cristãos já era um fato. O evangelista procura fazer com que seus leitores compreendam o sentido desse testemunho a ser dado e não desanimem. Afinal de contas eles são cristãos e carregam o nome daquele que foi coerente e fiel até o fim.
Jesus quer encorajar os discípulos, fazer com que não tenham medo, mas sejam valentes. A coragem é uma das mais belas virtudes. Coragem não é teimosia cega, mas é postura que parte do coração e necessária para que a fidelidade seja salvaguardada. Coragem de dizer a verdade, coragem de defender o pequeno, coragem de falar quando preciso e calar quando a caridade exige. Coragem que provoca admiração, mas que atrai a ira dos covardes. A Igreja verdadeira é feita de corajosos e não de medrosos. Várias vezes Jesus recrimina os seus por serem medrosos.
No momento das perseguições os discípulos se tornam mais semelhantes ao Mestre que foi levado ao extremo de dar a vida por causa da fidelidade. A perseguição coloca traços do Mestre no rosto do discípulo.
Fica claro: os verdadeiros discípulos de Cristo na família, na paróquia, na vida de todos os dias conhecerão momentos de perseguição. Tais momentos constituem graça para a Igreja. A Igreja nunca poderá ser um organismo de conivência com posturas acomodatícias.
O Jesus de Mateus afirma claramente que a verdade e a coerência haverão de suplantar a mentira. Nada de encoberto deixará de ser revelado. O que se faz nos esconderijos da duplicidade de vida virá à tona.
Os perseguidores de ontem e de hoje, os que mataram os cristãos, os que levantam calúnias a respeito de cristãos, os que pisam escondido sobre vidas, mais cedo ou mais tarde, publicamente ou no mistério de sua consciência, saberão nada atingirá a intimidade, o coração, a alma do cristão. Mal nenhum os atinge. Os inimigos de Cristo presente nos cristãos podem tirar-lhe a vida, mas não matam a alma que palpita em cada vida frágil.
A Igreja se orgulha das páginas belíssimas escritas pelos mártires de sangue e por todo o cortejo de tantos que vivem e sofrem pela verdade e pelo fogo do Evangelho. Para o discípulo basta ser como seu Mestre... e nada mais.

Fonte: www.franciscanos.org.br

EVANGELHO: Mateus 10,24-33

«O discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do seu senhor. Para o discípulo basta ser como o seu mestre, e para o servo ser como o seu senhor. Se chamaram de Belzebu o dono da casa, quanto mais os que são da casa dele! Não tenham medo deles, pois não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não existe nada de oculto que não venha a ser conhecido. O que digo a vocês na escuridão, repitam à luz do dia, e o que vocês escutam em segredo, proclamem sobre os telhados. Não tenham medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Pelo contrário, tenham medo daquele que pode arruinar a alma e o corpo no inferno! Não se vendem dois pardais por alguns trocados? No entanto, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do Pai de vocês. Quanto a vocês, até os cabelos da cabeça estão todos contados. Não tenham medo! Vocês valem mais do que muitos pardais. Portanto, todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante do meu Pai que está no céu. Aquele, porém, que me renegar diante dos homens, eu também o renegarei diante do meu Pai que está no céu.»
PALAVRAS DA SALVAÇÃO - Glória a vós, Senhor