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18 de mai. de 2010

EUCARISTIA, SACRAMENTO DE UNIDADE


Toda a vida nos conduz à Eucaristia! Esta é uma das conclusões a que chegamos quando conhecemos um pouco mais sobre ela, pois todas as coisas nos conduzem a Cristo. Cristo é a Eucaristia! Temos o costume de dizer que vamos assistir à Missa, como se a Missa fosse uma representação teatral e sagrada da Última Ceia. A Santa Missa não é uma ação para ser assistida por devotos espectadores, mas é ação para ser celebrada por irmãos. Quem assiste à Missa corre o risco de permanecer no egoísmo, pois esta mentalidade não abre nenhum de nós para a vivência comunitária e fraterna da fé. Diferente de quando nós celebramos a Missa, juntos: vamos à Missa e ela é nossa, somente nossa, sem ser minha nem sua. A Missa é sempre nossa! A Missa é sempre Sacramento de Unidade!
A Eucaristia é Cristo e, por isso, é Sacramento de Unidade. Cristo, sacramento inteiro de Deus! A unidade não é a reunião das individualidades, mas é a comunhão de todos os que formam um só corpo e um só espírito! O ser humano percebe muito facilmente quando as coisas não estão inteiras. A vida não pode estar inteira quando não está aberta para o Criador e Pai. A nossa vida não pode ser inteira se nós nos fechamos para a fé. Há quem pense que a fé é um limite que Deus impõe aos nossos desejos e às nossas aspirações, mas a fé é a vida que se abre para os desafios do amor a Deus e ao próximo: fazer o bem a quem não sabe senão fazer o mal, abençoar os que nos amaldiçoam, promover o ser humano sem demagogias, querer sempre o bem comum, oferecer a paz aos violentos.
Outro engano, como assistir à Santa Missa, é pensar que a Eucaristia se resume ao pão e ao vinho que consagramos. Se, verdadeiramente, a Eucaristia é o corpo e o sangue de Cristo, então a Eucaristia faz a vida humana ganhar dimensões de eternidade desde agora. Tudo o que é humano faz parte da Eucaristia, por isso, todas as coisas nos conduzem a Cristo. A Eucaristia não é uma ação para ser assistida, mas para ser celebrada. Todas as coisas nos conduzem a Cristo e a Eucaristia nos envia para cristianizar todas as coisas, tudo o que somos, tudo o que fazemos. A Eucaristia é uma celebração enquanto todos juntos e é uma missão depois que somos despedidos.
Nesses dias, em que a Igreja do Brasil está celebrando o XVI Congresso Eucarístico Nacional, em Brasília, por ocasião dos 50 anos de fundação da Capital Federal, nós todos somos os novos discípulos de Emaús e rezamos: “Fica conosco, Senhor” (Lc 24,29). Não queremos nossa vida pela metade; não queremos nossa alma pela metade; não queremos nossa inteligência pela metade; não queremos nossa fé pela metade. Por isso, queremos a Eucaristia. Cristo nos quer inteiros e somente a lição que ele nos propõe é capaz de unir os corações e unificar os irmãos em torno da paz. Sem Cristo, não é possível ver concretizado o sonho de pão partilhado fraternalmente pelos brasileiros em todas as mesas. Sem a Eucaristia, sacramento de unidade, como é que nós vamos aprender a organizar nosso povo em torno da democracia, a distribuir as oportunidades com justiça, a fazer valer com igualdade os direitos de cada um?! “As lições que melhor educam, na Eucaristia, é que nos dais”, como nós cantamos na entrada da Missa “Apelos da Eucaristia” (Frei Luiz Turra).
Se Cristo for a nossa vida, se aprendermos a celebrar juntos a Eucaristia, então viveremos melhor em família, e nossas vidas, com o tempo, serão transfiguradas pelo poder que faz pão e vinho serem Corpo e Sangue de Cristo. Não é um passe de mágica, mas é uma perseverança constante que vai se tornando realidade cada vez mais possível. A Eucaristia nos faz ver a vida como ela é, com seus cortes e sangrias, mas nos faz sentir que, mesmo sem saber como serão as lutas, a vitória é garantida, pois Cristo está sempre conosco, ele está no meio de nós, mais ainda quando pedimos: “Fica conosco, Senhor”.
Desejo que cada irmão e irmã da Diocese de Caicó se esforce para ser mais eucarístico, não somente no tempo em que está celebrando a Eucaristia, em nossas igrejas, mas na vida nossa de cada dia. Ser eucarístico é ser discípulo de Cristo para aqueles que caminham conosco nas estradas do mundo rumo ao céu e o ápice da Eucaristia é dar a própria vida (cf. Jo 15,13).

Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, OFMCap
Bispo Diocesano de Caicó

“PAI, OLHA POR ELES QUE PERMANECEM NO MUNDO”

Bela e profunda a oração de Jesus no término do Discurso de Despedida de Jesus. João fala da hora, hora da cruz e da glorificação.

Pai, chegou a hora. Jesus sabia que sua hora chegaria. Hora da dispersão, hora de recolher no fundo do coração energia e coragem, hora de afirmar, apesar da noite escura, toda confiança.

Jesus pede que o Pai o glorifique.

Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho te glorifique a ti e, porque lhe deste poder sobre todo homem, ele dê a vida eterna a todos que lhe confiaste.

A vida eterna é que as pessoas conheçam o Pai e a Cristo. Essa a missão da Igreja. Sempre de novo, por palavras e sinais, anunciar a todos os que chegam que o Pai ama a cada um, que tem um projeto para todos, que quer levá-los à plenitude da existência e que conheçam experimentalmente esse Cristo que veio do Pai e nos abriu uma estrada para a vida. A vida eterna é exultar de alegria porque o Pai nos ama e nos deu esse Filho que é caminho, verdade, vida, pastor, pão, tudo, absolutamente tudo. A missão da Igreja é precisamente passar o fogo do amor de Cristo a todos.

Jesus, em sua oração, fala da fé dos seus.

Eram teus e tu os confiaste a mim, e eles guardaram a tua palavra. Agora eles sabem que tudo quanto me deste vem de ti, pois dei-lhes as palavras que tu me deste e eles as acolheram e reconheceram verdadeiramente que eu saí de ti e acreditaram que tu me enviaste.

E naquele momento cada um de nós esteve presente na oração do Senhor. Ela pedia ao Pai por todos os que lhe tinham sido confiados pelo Pai. Não pedia pelo mundo. Mas os seus permaneceriam no mundo, mundo das vaidades, do orgulho, da indiferença, da maldade, da inveja, das aparências. Jesus, partindo, apresenta os seus ao Pai.

Naquela noite, na Ceia da Despedida, no Discurso de Adeus ele, o Filho, rezou para que nossa fé não arrefecesse. Já não estou no mundo, mas eles permanecem no mundo, enquanto eu vou para junto de ti.

Ó Deus de poder e de misericórdia,
fazei que o Espírito Santo,
vindo habitar em nossos corações,
nos torne um templo da sua glória
(Oração do dia)

EVANGELHO DO DIA - João 17,1-11

Depois de falar essas coisas, Jesus ergueu os olhos ao céu e disse: «Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que o Filho glorifique a ti, pois lhe deste poder sobre todos os homens, para que ele dê a vida eterna a todos aqueles que lhe deste. Ora, a vida eterna é esta: que eles conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e aquele que tu enviaste, Jesus Cristo. Eu te glorifiquei na terra, completei a obra que me deste para fazer. E agora, Pai, glorifica-me junto a ti, com a glória que eu tinha junto de ti antes que o mundo existisse.»
«Eu manifestei o teu nome aos homens que me deste do meio do mundo. Eles eram teus e tu os deste a mim, e eles guardaram a tua palavra. Agora eles conhecem que tudo o que me deste provém de ti, e que as palavras que eu lhes dei são aquelas que tu me deste. Eles as receberam, e conheceram verdadeiramente que eu saí de junto de ti, e acreditaram que tu me enviaste. Eu peço por eles. Não peço pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. E tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu, e assim sou glorificado neles. Eu já não estou no mundo. Eles permanecem no mundo, enquanto eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que tu me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um.
PALAVRAS DA SALVAÇÃO - Glória a Vós, Senhor