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18 de jan. de 2010

Preceitos ecológicos

O Pe. Cícero Romão Batista, um dos ícones religiosos do povo do Nordeste do Brasil, elaborou, no início do século XX, os seguintes preceiros de conteúdo ecológico:
- Não derrube o mato nem mesmo um só pé-de-pau;
- Não toque fogo no roçado nem na caatinga;
- Não cace mais e deixe os bichos viverem;
- Não crie o boi nem o bode soltos: faça cercados e deixe o pasto descansar para que possa se refazer;
- Não plante serra cima, nem faça roçado em ladeira muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e para que não se perca a sua riqueza;
- Faça uma cisterna no canto de sua casa para guardar a água da chuva;
- Represe os riachos de cem em cem metros ainda que seja com pedra solta;
- Plante cada dia pelo menos um pé de árvore até que o sertão seja uma mata só;
- Aprenda a tirar proveito das plantas da caatinga.
Se o sertanejo obedecer a esses preceitos, a seca vai acabando, o gado melhorando e o povo terá o que comer.
Mas, se não obedecer, dentro de pouco tempo, o sertão todo vai virar um deserto só.

Extraído do "Livro da Família 2010"

Oração Pessoal



A vida de Jesus foi marcada pela oração. A multidão O cercava, mas Ele se retirava para rezar. Quando o tempo era escasso, Ele se levantava na madrugada para fazer Sua oração. Não tomou as grandes decisões de Sua vida sem antes ter dobrado os joelhos ante Aquele que O amava. Se a oração foi necessária a Jesus, o é muito mais a nós. Reclamamos que a vida é dura conosco e que nos fere, mas isso acontece com todas as pessoas; também foi assim com o Senhor, e foi na oração do Horto que o Pai O consolou e O curou. Toda a nossa salvação está na oração.
Um dia, quando São Boaventura terminava a pregação, um homem o tomou pelo braço – era São Tomás de Aquino – e foi lhe dizendo: “Não te deixarei até que me digas de que fonte bebes, qual a tua biblioteca, onde buscas tanta sabedoria, pois até hoje tudo o que falaste, falaste muito bem. Não te largo até que me contes.”
Então, Boaventura o conduziu à sua cela e, correndo uma cortina, pôs-se a dizer: “Aqui está a fonte em que bebo e minha sabedoria... Eis a minha biblioteca”. Tomás replicou: “Mas... é tão parecida com a minha!” Atrás da cortina havia apenas um crucifixo e um genoflexório. Quem deixa a oração por causa do estudo não busca a Deus, mas a si mesmo. Deus ensina muitas verdades a quem se deixa instruir por Ele na oração. Se queremos ser cheios dEle, precisamos estar a Seus pés.
Lembro-me de Maria sentada aos pés de Jesus enquanto Marta, sua irmã, ocupava-se dos afazeres da casa. Marta queria que Jesus estivesse numa casa agradável, com cheirinho de limpeza, e comesse uma bela refeição, mas não tardou muito a se indignar com sua irmã esparramada aos pés dEle, enquanto ela se matava de trabalhar. Foi tanta a sua irritação que pôs de lado Maria e virou-se para Jesus: “Não te importas que eu esteja aqui a tentar te agradar e minha irmã fique sentada a falar contigo?!?” Ao que Jesus responde sorrindo: “Marta, Marta, tu te preocupas com tantas coisas e não te preocupas com o necessário. Maria escolheu a melhor parte e isso não lhe será tirado”. Penso que Jesus, muitas vezes, nos vê perdidos entre tantos pedidos, uns mais, outros menos necessários, e sorri a dizer o nosso nome: “Se tu soubesses... Ocupas-te com tantas coisas e te perdes em tantos pedidos que te esqueces de pedir o essencial: o Espírito”.
Quem está cheio do Espírito Santo tem tudo, mas o que dele está vazio, ainda que tenha muito, nada tem.
Tempo é uma questão de prioridade. Vemos quanta importância damos a Deus pelo tempo que Lhe dedicamos. As desculpas acabam por ser sempre as mesmas: cansaço, pouco tempo, trabalho, marido, filhos etc... É estranho! Temos tempo para tudo, exceto para Aquele que nos deu todo o tempo. Na verdade, não é falta de tempo, mas de amor.
Este é e será o maior desespero no inferno: o poder ter alcançado a salvação com facilidade, pedindo as graças necessárias. E agora os que foram condenados não têm mais tempo de rezar.
Seja fiel! Nunca negligencie o seu tempo de oração e verá, em pouco tempo, os resultados. O Senhor nos ama, quer nos consolar e derramar generosamente Suas bênçãos sobre nós. Se nos aproximarmos dEle pela oração, mais ainda Ele se aproximará de nós. Santa Teresa d’Ávila ensina: “Quem pede recebe, mas quem não pede não recebe...” Há momentos em que Deus está apenas esperado que, pela oração, venhamos a aderir à Sua vontade para nos socorrer.
Do Livro "Quando só Deus é a resposta", de Márcio Mendes

PARA VINHO NOVO, ODRES NOVOS

REFLEXÃO DO EVANGELHO - Mc 2,18-22

Jesus é a novidade. Os seus interlocutores judeus chamavam sempre sua atenção, porque ele parecia não respeitar as coisas tradicionais. Ele e os seus discípulos tinham alguns comportamentos que pareciam romper com certos costumes tranquilamente aceitos. Por exemplo, os discípulos do Batista e os fariseus jejuavam, como todo mundo. E os discípulos de Jesus não jejuavam. Os interlocutores não entendiam essas “liberdades” que Jesus e os seus se davam... Jesus, com efeito, vem cumprir a lei, mas com a liberdade daquele que é a novidade de Deus. Quando o esposo está no meio dos convidados das grandes núpcias não tem sentido o jejum. De outro lado, não se pode ficar colocando remendo novo em pano velho e vinho novo em velhos recipientes. Jesus vem inventar e propor o novo.
Viver é sempre um desafio. Quando chegamos à idade da razão vamos nos dando conta de que é preciso escolher, exercer a liberdade, organizar um projeto de existir. Escolhemos também caminhar à luz da fé cristã e seguir Cristo, Senhor, vivo e ressuscitado. Vamos nos organizando em torno de alguns princípios e convicções. As pessoas se casam, exercem uma profissão, colocam filhos no mundo... Alguns vivem por viver. Outros, ao contrário, ficam fiéis aos primeiros propósitos e vão abrindo caminhos novos com discernimento. Importante viver com os olhos fitos no amanhã que vai sendo construído a partir do presente e das convicções que trazemos no bojo de nossa experiência.
A vida é dinâmica, não pára, está sempre em movimento. No contexto atual de mutações extraordinárias no campo cultural, religioso, comportamental ficamos perplexos. O passado chega até o presente, às vezes, querendo se eternizar. E, no entanto, muda a maneira de construir o casamento, muda a maneira de rezar, muda nossa postura com respeito ao meio ambiente. Viemos nos organizando a partir de nossas convicções e, de repente, sem renunciar ao amor de ontem, sem deixar a fé, sem jogar fora nada de essencial, continuando nossa vida nas estradas do mundo temos que criar o novo: um casal novo, um cristão novo, um cidadão novo. Nada da repetição das mesmices que foram esterilizando nossa vida. Ficam as convicções, mas também o empenho de viver o novo que bate à porta: uma fé menos alienada e mais comprometida, uma oração não tão formal, uma postura diante da vida com a generosidade do evangelho e não com o espírito daquele que faz apenas o mínimo. Será preciso fazer o novo. Não basta um remendo ou outro. Não se pode colocar pano novo em roupa velha, nem vinho novo em odres velhos.
Não vamos abolir o jejum. Sabemos que este exercício é salutar. Mas temos também a alegria de dizer que, na fé, o esposo está em nosso meio e que mesmo o jejum que fazemos não tem cores cinzentas, mas se reveste de uma certa alegria. Afinal de contas, pela fé temos o esposo perto de nosso coração!

EVANGELHO DO DIA - Marcos 2,18-22

Então os dirigentes dos judeus perguntaram a Jesus: «Que sinal nos mostras para agires assim?» Jesus respondeu: «Destruam esse Templo, e em três dias eu o levantarei.» Os dirigentes dos judeus disseram: «A construção desse Templo demorou quarenta e seis anos, e tu o levantarás em três dias?» Mas o Templo de que Jesus falava era o seu corpo. Quando ele ressuscitou, os discípulos se lembraram do que Jesus tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra de Jesus.