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2 de jul. de 2010

À MESA COM OS PECADORES

Estamos diante do famoso texto da vocação de um cobrador de impostos. Transcrevemos a reflexão de J. Konings sobre o evangelho deste dia e que aparece em sua obra: Liturgia Dominical, Vozes, p. 152-153:
Há quem diga que o evangelho de hoje é auto-retrato do evangelista Mateus. De fato, o trecho conta a vocação do publicano Mateus – ou Levi, como é chamado nos outros evangelhos – por Jesus, enquanto estava exercendo sua função na coletoria de taxas, espécie de pedágio (terceirizado) do Império romano na terra de Israel. Os cobradores eram chamados “publicanos”; eram funcionários públicos a serviço do imperialismo estrangeiro e terrivelmente desprezados pelos “bons judeus”. Jesus chama alguém dessa categoria para ser seu discípulo. Pior: vai jantar com ele e seus colegas, considerados pecadores. Os fariseus criticam-no. Jesus, então, responde com uma parábola: um médico não vem para pessoas sadias, mas para doentes. E acrescenta um argumento da Sagrada Escritura: “Misericórdia eu quero, não sacrifícios”, texto do profeta Oséias que critica uma religiosidade externa e meramente ritual da parte de pessoas que desconhecem a misericórdia, primeira qualidade de Deus e primeira exigência nas relações entre as pessoas.
Os pecadores notórios convidam Jesus à mesa; em contraposição, os considerados justos acham isso um desacato. Consideram a justiça monopólio deles. Assim fazendo, perdem a “justiça” que só o Deus da misericórdia nos pode atribuir, por pura bondade, sem que o mereçamos.
A vocação dos pecadores revela a gratuidade divina de nossa salvação. Deus nos dá seu amor porque precisamos dele, não porque o merecemos. Deus não exclui ninguém, nem mesmo aquele que se apresenta diante dele de mãos vazias, mas com verdadeira vontade de conversão no fundo do coração (é o que faltava aos fariseus).
A melhor maneira de entender a lógica de Deus é fazer como ele: superar o formalismo e dar a cada um o mesmo crédito que Jesus deu a Mateus... A comunidade eclesial deve se tornar instrumento da “misericórdia convidativa” de Cristo. E os pecadores que aceitarem o convite devem por sua vez convidar outros (como fez Mateus).
Portanto, não é preciso ser santo para ser chamado pro Cristo. Deus nos chama para tornar-nos santos. Ninguém é justo por si mesmo. Jesus chamou os pecadores para mostrar que todos devem converter-se para receber a misericórdia de Deus.
A doutrina cristã do pecado dá ao homem um ponto de apoio novo e a coragem de enfrentar a luta por uma justiça maior. Assim, o sentimento do pecado não deve nos fazer prostrados, mas nos dar uma enérgica e vontade de renovação. Romano Guardini .

Fonte: www.franciscanos.org.br

EVANGELHO: Mateus 9,9-13

Saindo daí, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e lhe disse: «Siga-me!» Ele se levantou, e seguiu a Jesus. Estando Jesus à mesa em casa de Mateus, muitos cobradores de impostos e pecadores foram e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. Alguns fariseus viram isso, e perguntaram aos discípulos: «Por que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e os pecadores?» Jesus ouviu a pergunta e respondeu: «As pessoas que têm saúde não precisam de médico, mas só as que estão doentes. Aprendam, pois, o que significa: ‘Eu quero a misericórdia e não o sacrifício’. Porque eu não vim para chamar justos, e sim pecadores.»
PALAVRAS DA SALVAÇÃO - Glória a vós, Senhor