Os textos e fotografias produzidos pela equipe da PASCOM da Paróquia São José – C. dos Dantas podem ser livremente utilizados, mencionando-se o blog http://www.montedogalo2009.blogspot.com/ como fonte

10 de jan. de 2010

"Procuram-se intercessores"

Deus ouve as orações dos pecadores. Quanto mais forem importunas e perseverantes nossas orações, tanto mais agradarão a Deus. Quando Nossa Senhora apareceu em Fátima (Portugal), disse aos Pastorinhos que muitas almas iam para o inferno por falta de quem intercedesse por elas; e lhes pediu oração e penitência.
Os que tiveram um encontro pessoal com Deus já não devem se dar ao luxo de pedir a Deus vinganças disfarçando-as sob o nome de justiça. Explico-me melhor: não foram poucas as vezes em que escutei pessoas que, dedicadas ao serviço de sua comunidade, foram se magoando com as estruturas e com os irmãos.
Com o passar do tempo, a mágoa se transformou em rancor; e o rancor, em ódio. Sentindo-se injustiçadas, desejavam o mal e pediam a Deus o castigo para os responsáveis por sua dor. Que bom! Ao menos tinham a coragem de desabafar com o Senhor! Mas Deus quer justamente o contrário disso. O amor tudo desculpa. Deus procura pessoas que, em seu coração, tomem a defesa de seu irmão, ou sofram e se penitenciem por ele a fim de que ele encontre a salvação.
Crê no Senhor Jesus e será salvo tu e tua família. Quanta esperança contida nessa promessa de Deus! Quantos adotaram esse lema e até mesmo o penduraram na parede de sua casa, em seu escritório, no carro, e confessam decididos. Mas crer em Jesus não se resume em saber que Ele existe e é Deus; estende-se também em crer em Sua Palavra e obedecer a Seus ensinamentos. Como temos refletido, é a Palavra de Deus que nos abre os olhos e o coração para a realidade e a necessidade de intercessão. Daí é bom perguntar: Tenho intercedido por minha família? Procuro defender diante de Deus os que amo? Ou os seus erros e defeitos me têm levado a clamar a justiça de Deus contra eles?
O Senhor fica pasmado ao ver que há pessoas que já não intercedem mais, nem mesmo pelos seus, e se espanta de que haja pessoas conformadas com este mundo e que não rezam por sua transformação. "Ele viu que não havia ninguém, admirou-se porque ninguém intercedia" (Is 59,16).
Não basta pedir a graça da salvação. É necessário pedir sempre, até alcançar a vitória prometida por Deus unicamente aos que a pedirem constantemente até o fim.
Hoje ainda podemos consolar Nosso Senhor assumindo com Ele o propósito e o compromisso da intercessão. Ele nos capacitará e nos ensinará. Ele nos dará a fidelidade necessária se a Ele dermos o nosso querer.
Artigo extraído do livro "Quando só Deus é a resposta"

O olhar de Jesus

No evangelho de Lucas( 22; 60-62) lemos a seguinte passagem: «Mas Pedro disse: Homem, não sei o que dizes. Imediatamente, enquanto ele ainda falava, o galo cantou e o Senhor, voltando-Se, fixou o olhar em Pedro... E Pedro, saindo, chorou amargamente».

Eu tinha um relalcionamento bastante bom com o Senhor. Conversava com Ele, pedia-Lhe coisas, louvava-O, agradecia-Lhe. Mas tinha sempre um sentimento ou sensação inesquecível de que Ele queria que eu olhasse bem no fundo dos Seus olhos... E isto eu não queria. Conversava muito, mas desviava os olhos, cada vez que percebia que Ele estava a olhar para mim. Sim, olhava sempre para outro lado. E eu sabia porquê! Tinha medo. Receava encontrar uma acusação nos olhos d´Ele: algum pecado não arrependido. Mas pensava também poder encontrar, naquele olhar, algum pedido: algo que Ele quisesse de mim.
Um dia, finalmente, juntei toda a minha coragem e olhei! Não havia acusação alguma. Nem exigência ou pedido. Aqueles olhos diziam-me, simplesmente: «Eu amo-te!». Nessa altura eu olhei-os ainda mais no fundo com a persistência de quem procura algo. Nada encontrei, apenas a mensagem de sempre: «Eu amo-te!». Como Pedro, também eu saí... e chorei.
O canto do pássaro, de Anthony de Mello

No Jordão, Jesus se revela ao mundo e inicia sua missão, diz Papa

O Papa Bento XVI presidiu na manhã desde domingo, 10, na Capela Sistina, no Vaticano, a Celebração Eucarística da Festa do Batismo do Senhor.
Durante a cerimônia foram batizados alguns recém-nascidos. "Demos graças a Deus, que hoje chama estas crianças a se tornarem seus filhos em Cristo. Nós as envolvemos com a oração e com o afeto e as acolhemos com alegria na comunidade cristã, que a partir de hoje se torna também a sua família" – frisou o Papa em sua homilia.
O Pontífice disse ainda que com a Festa do Batismo de Jesus continua o ciclo das manifestações do Senhor, que teve início no Natal com o nascimento em Belém do Verbo encarnado e uma etapa importante na Epifania, quando o Messias se manifestou aos povos.
"Hoje Jesus se revela, às margens do Jordão, a João e ao povo de Israel. É a primeira ocasião em que ele, como homem adulto, entra na vida pública, após ter deixado Nazaré", ressaltou Bento XVI.
O batismo do Precursor, João Batista, é um batismo de penitência, um sinal que convida à conversão, a mudar de vida, porque se aproxima Aquele que batizará com o Espírito Santo e com o fogo.Quando João Batista vê aproximar-se dele o Messias, entende que aquele Homem é o misterioso Outro que ele esperava e para o qual toda a sua vida estava orientada. O precursor está diante de Alguém maior que ele e não se sente digno sequer de desatar as correias de suas sandálias.
"No Jordão, Jesus se manifesta com uma extraordinária humildade, que evoca a pobreza e a simplicidade do Menino colocado na manjedoura, e antecipa os sentimentos com os quais, ao término de seus dias terrenos, chegará a lavar os pés dos discípulos e sofrerá a humilhação terrível da cruz. O Filho de Deus, Aquele que não tem pecado, coloca-se entre os pecadores, mostra a proximidade de Deus no caminho de conversão do homem. Jesus assume sobre si o peso da culpa de toda a humanidade, inicia a sua missão colocando-se no lugar dos pecadores, na perspectiva da cruz", disse o Papa.
O Evangelho de Lucas narra que quando Jesus foi batizado o "céu se abriu e desceu sobre ele o Espírito Santo (3, 21-22)" e uma voz disse: "Tu és o meu filho, eu, hoje, te gerei". "Naquele momento o Pai, o Filho e o Espírito Santo descem entre os homens e nos revelam o seu amor que salva. Se são os anjos a levar aos pastores o anúncio do nascimento do Salvador, e a estrela aos Reis Magos do Oriente, agora é a voz de Deus que indica aos homens a presença no mundo de seu Filho e convida a olhar para a ressurreição, para a vitória de Cristo sobre o pecado e sobre a morte", disse Bento XVI.
"Podemos dizer que também para estas crianças hoje se abrem os céus. Elas receberão como dom a graça do Batismo e o Espírito Santo habitará nelas como num templo, transformando profundamente seus corações. A partir desse momento, a voz do Pai chamará também elas para serem seus filhos em Cristo e, na sua família que é a Igreja, doará a cada uma delas o dom sublime da fé", destacou o Pontífice.
O Papa sublinhou que com o Batismo estas crianças participam da morte e ressurreição de Cristo, iniciam com ele a aventura alegre e enaltecedora do discípulo. "Os pais, padrinhos e madrinhas assumem o compromisso de educá-las na fé a fim de que possam caminhar na luz de Cristo e resplandecer neste mundo, levando a luz do Evangelho que é vida e esperança", frisou Bento XVI.
O Santo Padre concluiu sua homilia, desejando que com a celebração do Batismo o Senhor conceda a cada um de nós viver a beleza e a alegria de ser cristãos e pediu para as crianças a materna intercessão da Virgem Maria, para que sejam durante toda a vida discípulos de Cristo e corajosas testemunhas do Evangelho.

CELEBRAÇÃO DO BATISMO DO SENHOR


O relato lucano do batismo de Jesus se caracteriza pela menção da oração, feição constante do evangelho de Lc. Jesus, exemplo do cristão, procura na oração a vontade do Pai, vontade que se manifesta na visão do céu aberto e da vinda do Espírito Santo (cf. coment. Ano B). No conjunto da obra lucana, o batismo é o início da atuação messiânica de Jesus (cf. At 10,37, 1ª leitura). Por isso, segue-se a genealogia, como convém quando se descreve a investidura de um alto dignitário.
Quanto a nós, podemos ver no fato de Jesus receber sua missão na oração um exemplo para nossa vida. Recebemos nossa missão de Deus no encontro com ele no silêncio, imersos no mistério da vida divina. Não por razões humanas (sucesso, insistência de partidários etc.), mas por ter buscado a vontade de Deus é que Jesus assume a missão messiânica.
Observe-se que, embora contemplando Deus, Jesus não está separado do povo, mas participa com todo o povo no movimento que surgiu em tomo do Batista. Cristo é o protótipo do fiel na Igreja e na humanidade. (A genealogia inserida por Lc remonta até "Adão, filho de Deus".) Assim seja o cristão: participando com seus irmãos na comunidade do batismo, esteja em contínua união com o Pai e assuma sua missão para a salvação de todos.



Evangelho: Lucas 3,15-16.21-22
O povo estava esperando o Messias. E todos perguntavam a si mesmos se João não seria o Messias. Por isso, João declarou a todos: «Eu batizo vocês com água. Mas vai chegar alguém mais forte do que eu. E eu não sou digno nem sequer de desamarrar a correia das sandálias dele. Ele é quem batizará vocês com o Espírito Santo e com fogo. Todo o povo foi batizado. Jesus, depois de batizado, estava rezando. Então o céu se abriu, e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como pomba. E do céu veio uma voz: «Tu és o meu Filho amado! Em ti encontro o meu agrado.»