Os textos e fotografias produzidos pela equipe da PASCOM da Paróquia São José – C. dos Dantas podem ser livremente utilizados, mencionando-se o blog http://www.montedogalo2009.blogspot.com/ como fonte

26 de mar. de 2010

ACREDITAI NAS MINHAS OBRAS

REFLEXÃO DO EVANGELHO

Durante a festa da dedicação do templo os judeus perguntaram diretamente a Jesus: “Se tu és o Messias, diga-nos abertamente". Ele respondeu-lhes: "Já vos disse, mas não acreditais”. Como contexto contínuo ao Evangelho de hoje, Cristo acaba de afirmar: “O Pai e eu somos um”. Então os judeus agarraram pedras para apedrejá-Lo por blasfêmia, porque, sendo um homem, se fazia igual a Deus. E era-o. “A quem o Pai consagrou e enviou ao mundo, dizeis vós que blasfema por que diz que é o filho de Deus? Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis; mas se as faço, embora não acrediteis em mim, acreditai nas obras, para compreenderdes e saberdes que o Pai está em mim e eu no Pai”. Como eles tentaram novamente deter o Senhor, Ele foi para o outro lado do Jordão, para o local onde antes João havia realizado batizados. Não obstante, o texto evangélico acaba dizendo que “muitos acreditaram nele ali”.

Por que foi rejeitado Cristo pelo povo judeu se era a Pessoa mais amável e encantadora que se podia imaginar? É a pergunta que Ele faz aos judeus: “ Fiz-vos muitas obras boas por ordem de meu Pai. Por qual delas me apedrejais?”

Por que é rejeitado Jesus, por que o foi o profeta Jeremias, por que o é o cristão que quer viver segundo o Evangelho? Mistério difícil de explicar. Muitas razões poderiam ser apontadas. Vamos destacar uma que resume todas as muitas outras: porque se rejeita a verdade, que costuma se tornar incômoda, como juízo implacável que é das nossas falhas e erros. Por falta de humildade e sobra de orgulho rejeitamos a verdade, que deixa à mostra a nossa inata maldade e nosso proceder egoísta.

Para rejeição de Cristo contou também o mistério e escândalo da Palavra de Deus feito carne, isto é, debilidade humana. A humanidade de Cristo, em tudo igual à nossa exceto no pecado, era e é grande obstáculo para ver a sua divindade e a glória do Unigênito do Pai. Se bem que as Suas obras, a Sua vida e a Sua conduta revelassem a origem divina, somente através dos olhos da fé, que é dom de Deus e não conclusão forçada de argumentos e raciocínios, se podia e se pode entender o mistério e a Pessoa de Cristo.

Padre Pacheco, Comunidade Canção Nova

E MUITOS ACREDITARAM NELE!


“Jesus passou para o outro lado do Jordão e foi para o lugar onde, antes, João tinha batizado. E permaneceu ali. Muitos foram ter com ele, e diziam: João não fez nenhum sinal, mas tudo o que ele disse, a respeito deste homem é verdade. E muitos ali, acreditaram nele”

Os evangelhos descrevem as reações de incontáveis pessoas diante de Jesus. Houve momentos de adesões imediatas e calorosas. Uns deixavam redes e barcas para segui-lo. O pequeno Zaqueu de Jericó corre para recebê-lo em sua casa e em sua vida. Uma mulher da qual ele tinha expulsado demônios queria retê-lo depois de sua ressurreição. Dois tristonhos personagens custam a reconhecer um curioso peregrino que faz caminhada com eles. Jesus foi objeto de fé e de repulsa. Falamos aqui desse Jesus que escondia em seu rosto, suas palavras, sua vida o mistério de sua Figura. Hoje temos a seguir o Cristo que depois de morto, passou à vida.

A verdadeira fé em Cristo se elabora lentamente nas pessoas e nas comunidades. Tal fé não se manifesta apenas através de um sentimento cálido e emotivo. Pode ser que muitos tenham nascido e crescido em famílias católicas que colocavam gestos religiosos (missa, oração, terço, comemoração do Natal) e assim foram se achegando de Cristo. Outros, haveriam de encontrá-lo em circunstâncias diferentes: no meio dos estudos, através do testemunho de uma comunidade, no meio de sofrimentos duríssimos de serem suportados.

Em nossos dias, a fé em Cristo precisa necessariamente se exprimir a partir da convicção da presença do Ressuscitado em nosso meio. Não se pode alimentar uma fé que evoque e lembre apenas os passos do Galileu. Aquele que foi suspenso entre o céu e a terra ganhou uma nova realidade, a do Ressuscitado.

Os que desejam solidificar sua fé haverão de freqüentar as Escrituras como gente que tem fome de encontrar nelas a presença daquele que se torna presente na aparente ausência.

A vida sacramental regular atesta para os outros e nos garante que vivemos sob o bafejo do ressuscitado.

Nossos tempos exigem uma fé lúcida. Nada de crendice. Saber dizer com nossa vida: um dia, o Deus grande se encarnou no seio de Maria, sorveu as águas de nossas fontes, amou, caminhou, corrigiu, incentivou, acolheu as pessoas, trabalhou para que o importante fosse importante e o sem importância fosse considerado sem importância. Lançou os fundamentos de um mundo novo que brotava do coração de seu Pai; reino de irmãos, de paz, de misericórdia, onde os últimos são os primeiros e os príncipes lavam os pés dos outros. Esse morreu e depois se fez presente a testemunhas especiais e continua vivo entre nós. E pela força de seu Espírito nos chama e nos cativa... e os que a ele respondemos não vivemos mais para nós para ele.

Por que tantos conservam apenas uma vaga lembrança a respeito de Cristo?

Porque nossos contemporâneos se comprazem em considerar com respeito pequeno e sem respeito essa pessoa? Por que têm tanta dificuldades em ver em Cristo a presença do abismo de Deus?

Fonte: www.franciscanos.org.br

EVANGELHO DO DIA - João10,31-42

As autoridades dos judeus pegaram pedras outra vez para apedrejar Jesus. Então Jesus disse: «Por ordem do meu Pai, tenho feito muitas coisas boas na presença de vocês. Por qual delas vocês me querem apedrejar?» As autoridades dos judeus responderam: «Não queremos te apedrejar por causa de boas obras, e sim por causa de uma blasfêmia: tu és apenas um homem, e te fazes passar por Deus.»
Jesus disse: «Por acaso, não é na Lei de vocês que está escrito: ‘Eu disse: vocês são deuses’? Ninguém pode anular a Escritura. Ora, a Lei chama de deuses as pessoas para as quais a palavra de Deus foi dirigida. O Pai me consagrou e me enviou ao mundo. Por que vocês me acusam de blasfêmia, se eu digo que sou Filho de Deus? Se não faço as obras do meu Pai, vocês não precisam acreditar em mim. Mas se eu as faço, mesmo que vocês não queiram acreditar em mim, acreditem pelo menos em minhas obras. Assim vocês conhecerão, de uma vez por todas, que o Pai está presente em mim, e eu no Pai.» Eles tentaram outra vez prender Jesus, mas ele escapou das mãos deles.