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6 de abr. de 2010

As dores de Maria

Maria,
como Jesus,
bebeu até a
última gota
o cálice da dor

Meditemos as “Sete Dores de Maria”, momentos martirizantes que ela viveu. Contemplá-las é haurir lições e graças preciosas.
Santa Brígida diz-nos em suas revelações, que Nossa Senhora prometeu conceder sete graças a quem rezar, em cada dia, sete ave-marias em honra de sua dores e lágrimas. Eis as promessas: 1 – Porei a paz em suas famílias; 2 – Serão iluminados sobre os divinos mistérios; 3 – Consolá-los-ei em suas penas e acompanhá-los-ei em suas aflições; 4 – Conceder-lhes-ei tudo o que me pedirem, contanto que não se oponha à adorável vontade de meu divino Filho e a santificação de suas almas; 5 – Defendê-los-ei nos combates espirituais contra o inimigo infernal; 6 – Assistir-lhes-ei visivelmente no momento da morte; 7 – Serão transladados desta vida terrena à felicidade eterna...
A primeira dor de Maria foi ouvir o velho Simeão lhe apresentar a “espada da dor” que iria acompanhá-la por toda a vida.
A segunda dor foi o seu desterro para o Egito, com José e o Menino, fugindo da perseguição de Herodes.
A terceira foi a perda de Jesus em Jerusalém, aos doze anos. Ao entrar no Templo, após três dias de procura aflita, ela diz: “Filho, por que procedeste assim conosco? Eis que teu pai e eu te procurávamos aflitos” (Lc 2,48).
Na quarta dor Maria viveu os tormentos da Paixão de seu divino Filho. Encontrou-O no caminho do Calvário, flagelado, coroado de espinhos, esbofeteado, escarrado... Que mãe poderia aguentar tamanha dor?
Na quinta dor, Maria viu Jesus ser crucificado, viu o sangue jorrar de Suas mãos e pés, a cruz ser levantada, e participou da agonia indescritível de seu amado Filho, até a morte. Foi o golpe mais cruel e profundo da espada predita por Simeão. Quem poderia sofrer um martírio maior que este? Maria assistiu a todo o requinte da malvadeza humana contra Jesus... “de pé aos pés da cruz” (Jo 19,25) e ali nos recebeu como filhos. Ela nos deu à luz na dor do Calvário. A nova Eva, a verdadeira Mãe dos viventes oferecia na árvore da cruz o fruto de seu ventre, para destruir o pecado daquela que ousou comer do fruto da árvore proibida.
Na sexta dor, a Mãe recebeu nos seus braços o Filho morto, que foi descido da cruz por Nicodemos e José de Arimatéia (Jo 19,38ss.). Foi o preço do perdão a toda transgressão da lei divina; o preço de nossa salvação que Maria contemplava agora em seus braços.
A sétima dor foi a da solidão da Mãe que deixou no túmulo o Filho amado. Nessas dores ela não se desesperou e não se revoltou, perdoou os carrascos do seu Filho e aceitou submissa e obediente a vontade de Deus, a quem disse desde o começo: “Faça-se em mim segundo tua palavra” (Lc 1,38). Maria, como Jesus, bebeu até a última gota o cálice da dor e repetia com Jesus: “Pai, perdoai-lhes...” (Lc 23,34). Ela que sofreu tanto na alma, conhece também o sofrimento de cada um de nós e nos ajuda a sofrer com a mesma dignidade com que ela sofreu, sem desespero.

Prof. Felipe Aquino, escritor

LÁGRIMAS E JÚBILO

REFLEXÃO DO EVANGELHO

Aquela mulher estava encharcada de lágrimas. Todo seu ser era desolação, sentimento de perda, necessidade de fazer um luto. Procurava aquele que havia dado sentido aos seus dias e não o encontrava mais. Todo o relato fala de busca, de desejo.
Testemunhas angélicos que se achavam no lugar onde devia estar o seu amado fazem perguntas: “Por que choras?”. “Vim aqui para estar com meu Senhor, ao menos com seu corpo, e nada mais. Levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram? Ao menos eu tinha um ponto de referência. Agora, nada mais”.

E a busca continua. Volta-se ela para trás e vê alguém que era Jesus e que ela não reconhece. Pensava que se tratasse do jardineiro. Novamente as perguntas: “Mulher, por que choras? A quem procuras?”

Transparece claramente o desejo. Ela não se cansa. Está disposta a buscá-lo. “Senhor, se foste tu que o levaste, dize-me onde o colocaste e eu o irei buscar”. Maria procurava um morto e vai encontrar o vivo. No começo não o reconhece. Há um momento “pessoal”. O jardineiro, que era o Ressuscitado, diz uma palavra revestida de amor: “Maria”. Nesse momento ela o reconhece. “Mestre”. Havia, agora, a certeza da presença daquele que partira. O coração da mulher começava a se aquecer.

Ela tem o desejo de retê-lo, de segurar-lhe os pés. “Não me segures”. Jesus vivo não é mais das coisas de baixo. No momento fora elevado e alçado à glória do Pai. Agora, a maneira de Jesus viver é assim: estar com o Pai.

E Maria Madalena, que não pertencia ao grupo dos apóstolos, é encarregada de uma missão: anunciar a exaltação do Senhor. “Vai dizer aos meus irmãos: subo para junto de meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”.

E a missionária da ressurreição, que não pôde reter Jesus, foi, alegre, anunciar uma maravilhosa notícia: “Eu vi o Senhor”. A comunidade cristã vive dizendo a mesma coisa. Vemos o Senhor, através da fé, nos gestos de profunda amizade pessoal. Maria reconhece o Messias quando ouve seu nome sair dos lábios daquele que ela amava. Vemos ou ouvimos o Senhor quando sua Palavra é proclamada, quando enxugamos o suor do rosto dos que sofrem, quando dois ou três estão reunidos em seu nome. Todos somos “buscadores” do Ressuscitado.

Concluímos nossa reflexão com palavras de Santo Ambrósio: “O Senhor não rejeita ser tocado por uma mulher, mesmo porque Maria inclusive já ungira seus pés com perfume. Ele não recusa o contato, mas ensina como progredir. Pois, aqueles que tocaram Cristo durante sua permanência nesta vida e neste corpo, nem todos podem tocar nele ressuscitado. Quem quer tocar em Cristo deve mortificar seus membros e como destinado a ressuscitar, se revestir de infinita misericórdia, renunciando sem hesitação às coisas da terra”.

EVANGELHO DO DIA - João20,11-18

Maria tinha ficado fora, chorando junto ao túmulo. Enquanto ainda chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. Viu então dois anjos vestidos de branco, sentados onde o corpo de Jesus tinha sido colocado, um na cabeceira e outro nos pés. Então os anjos perguntaram: «Mulher, por que você está chorando?» Ela respondeu: «Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o colocaram.»
Depois de dizer isso, Maria virou-se e viu Jesus de pé; mas não sabia que era Jesus. E Jesus perguntou: «Mulher, por que você está chorando? Quem é que você está procurando?» Maria pensou que fosse o jardineiro, e disse: «Se foi o senhor que levou Jesus, diga-me onde o colocou, e eu irei buscá-lo.» Então Jesus disse: «Maria.» Ela virou-se e exclamou em hebraico: «Rabuni!» (que quer dizer: Mestre). Jesus disse: «Não me segure, porque ainda não voltei para o Pai. Mas vá dizer aos meus irmãos: ‘Subo para junto do meu Pai, que é Pai de vocês, do meu Deus, que é o Deus de vocês.’» Então Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: «Eu vi o Senhor.» E contou o que Jesus tinha dito.