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2 de mar. de 2010

Dados biográficos do Bispo Dom José Adelino Dantas

Parte 3

Dom José Adelino Dantas foi o primeiro DANTAS a divulgar o ARTESANATO CARNAUBENSE. Ele admirava a arte popular, a poesia de cordel e o nosso folclore. A sua estratégia era “amor a Deus e aos homens”. Sua vida foi de solidariedade e de realizações em prol da música, da arte, das tradições seridoenses, da paz social. Em um dos seus artigos publicados no jornal A FOLHA (10-7-1954), que se mostra a seguir, enaltece o povo carnaubense, o seu desenvolvimento cultural:

"CARNAÚBA DOCET
Sem dúvida, CARNAÚBA DOS DANTAS, continua a ser, no Seridó, um dos pontos de referência de grande projeção espiritual e de acendrado amor às TRADIÇÕES DA REGIÃO. É notável ver-se como entre aquelas montanhas, derramada no lençol de um vale estreito, mas sempre verde e cultivado, labuta uma população de agricultores, de criadores e de garimpeiros, gente toda ela, simples e humilde, mas profundamente religiosa e idealista. Tivemos, há poucos dias a confirmação plena disso tudo, num contato ligeiro de dois dias apenas, quando,ao lado do Pároco de Acari, e de um Sacerdote, professor do Seminário Diocesano, ali estivemos numa desobriga pascal, tendo atendido a mais de duzentas pessoas no Confessionário. Tivemos também oportunidade de presidir à Solenidade de Entrega de Certificados a vinte e seis moças e mãe pobres, que acabam de concluir o seu Curso de Corte e Costura, sob os auspícios do Departamento Diocesano de Ação Social. Quanta alegria e quanto entusiasmo, quanto encanto, na Sessão Magna que se realizou no Salão Nobre do Grupo Escolar local, completamente lotado por convidados e familiares da cidade. Um dos pontos altos dessa solenidade foi a exposição de mais de cento e vinte peças, distribuídas em vinte e três bancas, compreendendo roupas femininas e masculinas, belamente confeccionadas pelas novéis costureiras, como também objetos manufaturados, como bolsas de agave, de palha de carnaúba, artisticamente coloridas, toucadores e mobiliários completos para brinquedos infantis, tudo obedecendo a um sentido de bom gosto e esmerado capricho. É oportuno assinalar que, até agora, foi a maior turma que saiu dos diversos cursos de corte e costura diocesanos.
Quando se diz que o povo de CARNAÚBA é idealista, não tem esta afirmação um sentido vazio e platônico. A BIBLIOTECA PÚBLICA DE CARNAÚBA é uma dessas instituições que honram qualquer cidade sertaneja. Fundada em 1947 por DONATILLA DANTAS, possui atualmente mais de vinte mil volumes, funcionando em prédio adaptado, estando já, porém, iniciado sua sede própria. O que faz admirar é que, numa pequena cidade, como CARNAÚBA, a média de livros consultados mensalmente seja de mais de trezentos. Visitamos, por duas vezes, a sede provisória desta BIBLIOTECA, e notamos, com a maior satisfação, o carinho, o interesse, a vaidade até com que não só o pessoal da diretoria, como também o povo em geral, encara sua querida INSTITUIÇÃO CULTURAL. Belo exemplo a ser imitado por cidades seridoenses, muito maiores e de muito maiores possibilidades, onde o povo não sente esse estímulo pelas coisas do Espírito, onde a literatura barata e avulsa é a única a ser dirigida.
Não há dúvida que um futuro promissor estava reservado aos queridos descendentes de CAETANO DANTAS CORREIA, o velho tronco de que floriu uma árvore, cujos galhos cobriram grande parte da terra generosa e boa.
Carnaúba dos Dantas é uma das bênçãos de Deus dentro do Seridó, velada e defendida pelas muralhas graníticas do colosso da RAJADA, do MONTE DO GALO e pela Serra Forte. É uma grande lição. CARNAÚBA DOCET."

(Do livro "Dom JOSÉ ADELINO DANTAS - 2º Bispo de Caicó-RN - Separata do Livro Carnaúba dos Dantas Terra da Música, de Donatilla Dantas"

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FORMANDO OS DISCÍPULOS

REFLEXÃO DO EVANGELHO

Jesus passou o tempo de sua vida publica com uma constante preocupação: formar seus discípulos nas coisas do mundo novo do Pai, que ele chamava de reino dos céus. Neste tempo da quaresma, o evangelho proclamado hoje nos traz dois tópicos importantes da formação dos discípulos.
Há uma certa prática religiosa que provoca tristeza em Jesus e chega mesmo a irritá-lo. Poderíamos chamá-la de “teoria das aparências”. Os mestres da Lei tinham autoridade para interpretar a Lei de Moisés. Suas lições tinham que ser seguidas. Mas cuidado: eles falam e não praticam. O importante é a prática. Esses “professores” falam a respeito do pecado, do que os outros devem ou não devem fazer, mas eles fazem suas ações para serem vistos, admirados, elogiados. Uma religião de fachada. Não somente isto. Os senhores professores obrigam os outros a fazer o que não fazem. Colocam fardos nos ombros dos mais humildes da face da terra e eles não os ajudam. O certo é certo e o errado é errado. Mas os que querem e precisam ser “formadores” tratem de dar o exemplo. As palavras voam, fica o testemunho da coerência. Essa gente, dita “religiosa”, gosta de se cobrir com panos preciosos, de ocupar lugares importantes onde podem ser vistos e reconhecidos.
Ora, o Reino de Deus não pode ser de gente que adota uma tal postura. Os que ensinam, sejam coerentes. Esta é a primeira lição.
A segunda dela decorre. Nós formamos uma fraternidade. Não temos que chamar a ninguém de pai e de mestre. Há um só pai e um só mestre. O pai dos céus e o Mestre Jesus. Os discípulos de Jesus formam uma fraternidade. Nessa fraternidade vigorará a lei do serviço. O maior dentre vós deve ser aquele que vos serve.
Francisco de Assis havia compreendido bem esta lição. Quando percebeu que o Senhor lhe dava discípulos, ele os chamava de irmãos. Queria fazer uma fraternidade. “E nesse gênero de vida ninguém seja intitulado de prior, mas todos sejam designados indistintamente de frades menores. E lavem os pés uns dos outros” (Regra Não Bulada, n.6).
A Igreja, espalhada em todos os cantos da terra, será feita por uma rede de comunidades ou de fraternidades que se reúnem para o culto, para escuta da Palavra e se dispõem para a caridade sem ninguém dominando ninguém nem sendo dono da verdade, mas irmãos que servem os irmãos.

Fonte: www.franciscanos.org.br

EVANGELHO DO DIA: Mateus 23,1-12

Jesus falou às multidões e aos seus discípulos: «Os doutores da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. Por isso, vocês devem fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imitem suas ações, pois eles falam e não praticam. Amarram pesados fardos e os colocam no ombro dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo. Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Vejam como eles usam faixas largas na testa e nos braços, e como põem na roupa longas franjas, com trechos da Escritura. Gostam dos lugares de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas; gostam de ser cumprimentados nas praças públicas, e de que as pessoas os chamem mestre. Quanto a vocês, nunca se deixem chamar mestre, pois um só é o Mestre de vocês, e todos vocês são irmãos. Na terra, não chamem a ninguém Pai, pois um só é o Pai de vocês, aquele que está no céu. Não deixem que os outros chamem vocês líderes, pois um só é o Líder de vocês: o Messias. Pelo contrário, o maior de vocês deve ser aquele que serve a vocês. Quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado.»