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23 de mar. de 2010

Conversão é um reencontro com Deus

Causa-nos uma sensação de desconforto cada vez que ouvimos falar em penitência, ou mudança de vida. Aprendemos tão bem a lição (legítima), da autoestima, que parece tirar do esquema qualquer alusão a fraquezas nossas, ou pior ainda, a pecados. Trata-se de uma verdadeira crise de compreensão da penitência. Soa estranho aos ouvidos quando Jesus insiste na conversão do coração. Mas toda a crise traz em si a esperança de uma superação, para inaugurar tempos novos.

Precisamos ter clareza sobre o valor das penitências: jejuns, subir escadas de joelhos, flagelar-se, não comer carne, ou até carregar pedra na cabeça... Tudo isso pode ser feito, quando entregamos essa penitência a Cristo, para estarmos unidos a Ele na sua dor. “O sangue de Jesus nos purifica de todo pecado” (1 Jo 1, 7). Não é o nosso esforço que nos justifica. “Eis aquele que tira o pecado do mundo” (Jo 1, 29). A penitência, entendida como virtude, é um esforço permanente do cristão para se manter na santidade, e na perfeição. Também para superar as fragilidades da vida. É um ideal jamais completado nesta vida. Ninguém deve ser cristão para ser penitente. Mas ao contrário, se deve ser penitente para ser bom cristão.

Essa verdadeira ascese deve nos acompanhar na vida. Mas a Santa Igreja nos convida, de maneira mais acentuada, no tempo quaresmal (como também em todas as sextas-feiras do ano). O que se pede é tão pouco, nada impossível de cumprir. A nossa Mãe Igreja nos pede um jejum mitigado, e a abstinência de alguma coisa que muito nos agrada. Isso na sexta-feira santa, como também nas demais sextas-feiras do ano (exceção é o tempo pascal). Essas penitências devem levar à coroa de todo arrependimento: a prática da caridade para com o próximo. Vejam como o Papa Bento XVI sugeriu penitências muito mais pesadas ao povo irlandês, para alcançar o perdão pelos pecados sexuais praticados pelo clero. Tenho certeza de que o povo católico da Irlanda vai aceitar tal purificação. Será um novo começo para uma comunidade mais fiel e mais santa. A Irlanda vai reencontrar o seu caminho de justificação, em Cristo.

Dom Aloísio Roque Oppermann
www.comshalom.org

Fotos do Encontro Vocacional

Fotos do Encontro Vocacional dos zonais I e III da Diocese de Caicó, realizado no domingo passado (21/03), no IMJCF, em nossa cidade.

“PARA ONDE EU VOU, VÓS NÃO PODEIS IR!”

REFLEXÃO DO EVANGELHO

Estamos vivendo os dias da última semana antes da Semana das Semanas, semana em que comemoramos a exaltação de Jesus no alto da cruz e na glória do Pai. Domingo próximo é a festa dos ramos. Aos poucos cresce a dramaticidade do texto de João. Jesus sabe que as circunstâncias levam-no ao desfecho de sua caminhada e ao cumprimento de sua missão. João faz com que Jesus dê aos seus interlocutores a certeza de que ele sente a presença do Pai a seu lado... precisamente neste momento que parece de abaixamento, mas é de elevação.

Há um pequeno lamento. “Eu parto e vós me procurareis, mas morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, não podeis ir”. Na realidade, só poderão estar lá os que fizeram o êxodo com Jesus. Os que podem conviver com o Pai nesse mistério de intimidade não são os que pensam segundo as categorias humanas e os pensamentos de baixo. Jesus é do alto. Os que querem sua morte são de baixo: homens carnais e espirituais, os que se comprazem nas coisas imediatas e os que colocam os olhos nas realidades verdadeiras.

No meio do texto, uma pergunta: “Quem és tu, então?”. O evangelista se apressa em dizer que Jesus é daquele que o enviara. Imaginam-no um livre atirador e nunca puderam compreender que ele era porta-voz do Pai, presença do Pai, que aquele que o enviara estava sempre com ele.


No alto da colina haveriam de erguer a Jesus e prender à cruz o corpo daquele que o Pai enviara, daquele que era um com o Pai. A graça da morte de Deus em Cristo, Jesus permite que alguns possam perceber a verdadeira identidade de Jesus. O Filho atento sempre a fazer o que agrada ao Pai está ali e por detrás dessa total inanição está aquele que é. “Quando levantardes o Filho do Homem, sabereis quem EU SOU! Ali, naquela entrega ao Pai que o acompanhava, começava a ressurreição. Realmente, Cristo, elevado da terra ao céu, morria e nascia, fazia sua páscoa e para sempre olharíamos para a cruz gloriosa elevada acima de todos.

Jesus vai para o madeiro e para a glória. Vai cumprir a vontade plena do Pai: “A salvação sempre veio do madeiro. Com efeito, no tempo de Noé, a vida foi conservada pela arca de madeira. No tempo de Moisés, ao ver o seu bastão, o mar intimidou-se diante daquele que o golpeava. Teve, então, tanto poder o bastão de Moisés e será ineficaz a cruz do Salvador? O madeiro, no tempo de Moisés, abrandou a água. E do lado de Cristo a água correu sobre o madeiro. A água e o sangue constituíram o primeiro dos sinais de Moisés; o mesmo ocorreu no último sinal de Jesus. Primeiro, Moisés mudou o rio em sangue; Jesus, no fim, deixou correr de seu lado água e sangue” (São Cirilo de Jerusalém).

EVANGELHO: João 8,21-30

Jesus continuou dizendo: «Eu vou-me embora e vocês vão me procurar, mas vocês vão morrer no seu pecado. Para onde eu vou, vocês não podem ir.» As autoridades dos judeus comentavam: «Por acaso ele vai se matar? Pois está dizendo: ‘Para onde eu vou, vocês não podem ir’.»
Jesus continuou a falar: «Vocês são daqui de baixo, eu sou lá de cima. Vocês são deste mundo, mas eu não sou deste mundo. É por isso que eu digo que vocês vão morrer nos seus pecados. Se vocês não acreditam que Eu Sou, vocês vão morrer nos seus pecados.» Então as autoridades dos judeus perguntaram: «Quem és tu?» Jesus respondeu: «O que eu estou dizendo desde o começo. Eu poderia dizer muita coisa a respeito de vocês, e condená-los. Mas, aquele que me enviou é verdadeiro, e eu digo ao mundo as coisas que ouvi dele.» Eles não compreenderam que Jesus falava a respeito do Pai.
Jesus continuou dizendo: «Quando vocês levantarem o Filho do Homem, saberão que Eu Sou e que não faço nada por mim mesmo, pois falo apenas aquilo que o Pai me ensinou. Aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou sozinho, porque sempre faço o que agrada a ele.» Enquanto Jesus falava essas coisas, muitos acreditaram nele.