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28 de jan. de 2010

A alegria que vem da escuta da Palavra

A criancinha conhece de longe a voz da mãe. Às vezes, ela chora para a mãe acudir e ela escutar a sua voz. A palavra da mãe é um remédio para ela. Cessa a tristeza, cessa a dor. A mãe está com ela. Isto lhe traz segurança e a certeza de que tudo está ou vai ficar bem.
Nós também somos assim com relação a nossos amigos, a um parente mais próximo, a quem amamos. Através de uma carta, de um telefonema, de um e-mail e melhor ainda, de uma visita de alguma pessoa querida, sentimo-nos alegres, satisfeitos. É bom ouvir uma palavra amiga, um gesto de conforto. Às vezes, um simples cumprimento nos faz felizes.
Deus é a nossa voz materna, e como as criancinhas, também precisamos ouvir a sua voz. Sua Palavra nos traz a proteção de um Pai, o carinho de uma Mãe, o conforto de um Amigo. A sua Palavra é pura ternura.
Ele nos amou primeiro. Colocou o homem no paraíso onde ele tinha tudo maravilhosamente criado para que ele se sentisse bem.
Quando nossos primeiros pais não corresponderam à Palavra de Deus, ao seu amor sem medidas, Ele, ao invés de se zangar, ficou mandando mensagens de misericórdia e amor para a humanidade.
De início, Ele falou através dos profetas que foram anotando tudo para a posteridade. Na plenitude dos tempos, Ele enviou seu próprio Filho, a sua Palavra, o Verbo que se encarnou e viveu entre nós de modo a nos mostrar que o Pai nos ama e que nos fará um bem enorme escutar o que Ele nos diz.
Nosso Senhor Jesus Cristo é a Palavra. Jesus é a ponte por onde podemos escutar o Pai e falar com Ele.
Os judeus foram o povo escolhido e Jesus advertia: "Quem tem ouvidos de ouvir, ouça".
Muitas vezes temos bons ouvidos e não queremos ouvir. E perdemos a grande oportunidade de aclarar nossos ouvidos e nossa mente.
Os judeus conviveram com Ele, mas não o conheceram. Ele veio humilde e pobre para mostrar que a riqueza material é passageira e não perene como a riqueza da alma.
Felizmente, alguns judeus O escutaram e anotaram para nós passagens de suas lições. A Palavra de Deus é toda impregnada de amor. Quem a escreveu, ainda que seja homem simples, foi inspirado pelo Espírito Santo. Assim nos veio a Bíblia, a história do amor de Deus para conosco. Com ela, temos a chave para abrir as portas do conhecimento de sua ação no mundo.
Ele nos fala pela Bíblia, Ele nos fala pelos acontecimentos, Ele nos fala pela nossa vida, Ele nos fala através das pessoas. Constantemente, Ele nos fala.
E nós nos lembramos d'Ele somente quando enfrentamos alguma dificuldade e pedimos socorro. Pior ainda: há quem passe por uma dificuldade e considere que Deus lhe enviou o problema. Imagina que tudo o que lhe ocorre de mal é castigo de Deus.
No entanto, sua Palavra é mansa, agradável de ouvir, relaxante, saudável. Só nos traz o bem, a paz. Até nas repreensões, Ele é doce e brando. Tão brando, tão doce, que o Filho suportou tudo, por amor à humanidade e, no momento crucial de seu sofrimento, Ele, mansamente nos diz: "Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração. E encontrareis descanso para vossas almas, pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve".
E por que o seu fardo tão doloroso é leve? Porque Ele fez por amor.
Muitas vezes não valorizamos, na Bíblia, sua fonte inesgotável de sabedoria, de santidade e de compreensão dos mistérios. E estamos perdendo o melhor de nossa vida, porque a escuta da Palavra de Deus nos reconforta nas dificuldades, nos anima, torna-se presente em todos os nossos momentos. Podemos experimentar freqüentemente a alegria, uma alegria que vem da abertura do nosso coração para escutar a Palavra de Deus.
O sol é a luz natural que Deus criou para nós. Mostra-nos as cores e o esplendor da natureza. Mostra-nos também o rosto e a vida das pessoas, dos nossos semelhantes.
A Palavra de Deus é um sol maior e mais potente. Não tem ocaso.
Que a luz da Palavra inspirada e revelada pelo Espírito Santo brilhe em nossa vida, assim como o sol que ilumina o dia.
Padre Wagner Augusto

São Tomás de Aquino - Sacerdote e Doutor da Igreja


“Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e arruinar a sua vida? Pois o que daria o homem em troca de sua vida?” Mc 8,36-37


Hoje a Igreja celebra um dos maiores santos da História: São Tomás de Aquino. É o autor da Suma Teológica. Pertenceu à Ordem dos padres dominicanos.
Costuma ser indicado como o maior teólogo da Idade Média, como também, mestre dos teólogos até aos dias de hoje. Declarado “Doutor da Igreja”, em 1567; e Padroeiro das Universidades, Academias e Colégios católicos, em 1880.
Foi de fato um génio, que poderia ter-se perdido, não fora ter-se libertado das atracções mundanas de sua classe, pois era rico, nobre e cerceado em seu desenvolvimento pela própria família. Foi em Paris - o maior centro de estudos teológicos do seu tempo - que ele pôde compor a sua gigantesca obra, a Suma Teológica, verdadeira síntese do passado e intuição do futuro. Até hoje, essa obra não encontrou similar, nem em matéria de Filosofia nem em matéria de Teologia.
Por vezes esquecemos, atrás do sábio, a grandeza do santo. E São Tomás soube desapegar-se das grandezas do mundo, para revelar o amor mais profundo à oração e à contemplação. Tornou-se, assim, o modelo de todos os que buscam a Deus, vivendo segundo o plano divino.

CARINHOSAS ADVERTÊNCIAS

REFLEXÃO DO EVANGELHO - Marcos 4,21-25

O êxito da vida cristã depende de muitos fatores. Sabemos que é o Senhor que dá o crescimento. De outro lado, nossa liberdade estará sempre sendo convidada a fazer escolhas diante do Senhor que vem caminhar conosco e levar à plenitude a obra que iniciou em cada um dos seus.
O cristão é feito para irradiar. Ressoa sempre em nossos ouvidos a advertência do sermão da montanha: somos luz do mundo e na medida em que iluminamos estradas, pessoas podem também chegar ao sol. Marcos adverte: “Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de um caixote ou debaixo da cama”. A evangelização se opera de dois modos: pelo testemunho humilde que ilumina e pelas palavras que clareiam. Por vezes, nós cristãos, somos questionados a respeito da força de nossa fé. Será que não constituímos apenas um grupo de piedosos, sem muita luminosidade, com pouca expressão? Será que o organizacional não tomou o lugar da lâmpada que precisa iluminar? Precisamos de leigos casados que iluminem o mundo com uma vida familiar aberta e sólida, cristã e missionária. Precisamos de religiosos e religiosas que mergulhem sempre na contemplação e empreguem seus membros e sua voz para amar os mais deserdados. De que adianta pertencer a este ou aquele grupo quando a lâmpada de nossa vida está debaixo da cama ou sua chama se tornou bruxuleante?
A vida cristã clama por coerência. Somos cristãos através de gestos exteriores. O que vivemos na verdade interior, se manifesta na verdade dos gestos. “Tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo o que está em segredo deverá ser descoberto”.
Há vidas duplas, casados que não são fiéis, cristãos que incensam o dinheiro, o poder e assim mesmo entram no cortejo dos que se dizem seguidores de Cristo. O cristão sem coerência vive, na realidade, drama terrível. Dizem que são, mas não são.
Conviver é sempre difícil. Somos levados a ter posturas severas com alguns comportamentos de irmãos que não merecem aplausos. Medimos os outros sem o tempero da misericórdia. A arte da convivência fraterna supõe pessoas que escolhem instrumento de medida a misericórdia. “Com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos”.
A partir do momento em que Cristo vivo e ressuscitado nos fascinou entramos, ou deveríamos ter entrado, num generoso esquema de vida: estar mais com ele, ser mais dos outros, nunca medir pelo mínimo. Aqueles que recebem e são generosos mais ainda receberão. “Ao que tem alguma coisa será dado ainda mais; do que não tem, será tirado mesmo o que ele tem”.
Os cristãos de verdade têm consciência de que precisam irradiar, compreender e viverem a generosidade. Não se pode deixar de iluminar, de viver a coerência. Trata-se de uma decisão fundamental para que possamos experimentar a alegria do seguimento. Do contrário, viveremos a fé como um peso a ser arrastado com dificuldade.

EVANGELHO DO DIA - Marcos 4,21-25

Jesus continuou: «Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma vasilha ou debaixo da cama? Não a coloca no candeeiro? Com efeito, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo o que está em segredo deverá ser descoberto. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.»
E Jesus dizia ainda: «Prestem atenção no que vocês ouvem: com a mesma medida com que vocês medirem, também vocês serão medidos; e será dado ainda mais para vocês. Para aquele que tem alguma coisa, será dado ainda mais; para aquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele tem.»