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4 de fev. de 2010

Homem precisa do amor que só Deus pode dar, diz Bento XVI

"Aquilo de que o homem mais precisa não lhe pode ser garantido por lei. Para gozar de uma existência em plenitude, precisa de algo mais íntimo, que lhe pode ser concedido somente gratuitamente: poderíamos dizer que o homem vive daquele amor que só Deus lhe pode comunicar, tendo-o criado à sua imagem e semelhança".
Bento XVI faz essa reflexão em sua Mensagem para a Quaresma deste ano, que tem como tema "A justiça de Deus está manifestada mediante a fé em Jesus Cristo" (Rom 3, 21–22).
O texto foi divulgado na manhã desta quarta-feira, 4, durante uma coletiva de imprensa realizada no Vaticano. Participaram do evento o presidente do Pontifício Conselho Cor Unum, Cardeal Paul Josef Cordes, o presidente emérito do Parlamento europeu e Presidente da Fundação Konrad Adenauer, professor Hans-Gert Pöttering, e o vice-secretário do Pontifício Conselho Cor Unum, monsenhor Giampietro Dal Toso.
Justiça
O Papa explica que o homem é permanentemente tentado a colocar as origens da injustiça em causas exteriores. "Esta maneira de pensar - admoesta Jesus – é ingênua e míope", destaca.
Bento XVI deixa claro que "a injustiça, fruto do mal, não tem raízes exclusivamente externas; tem origem no coração do homem, onde se encontram os germes de uma misteriosa conivência com o mal".
A autossuficiência seria a própria origem da injustiça e o principal obstáculo para que o homem possa entrar na justiça de Deus. "Qual é, portanto, a justiça de Cristo?", questiona o Pontífice. "É, antes de mais nada, a justiça que vem da graça, onde não é o homem que repara, que cura a si mesmo e os outros", responde.
Conversão
Bento XVI salienta que a verdadeira conversão é "sair da ilusão da autossuficiência para descobrir e aceitar a própria indigência – indigência dos outros e de Deus, exigência do seu perdão e da sua amizade".
O Santo Padre conclui a mensagem ensinando que "o cristão é levado a contribuir para a formação de sociedades justas, onde todos recebem o necessário para viver segundo a própria dignidade de homem e onde a justiça é vivificada pelo amor".

Fonte: ww.cancaonova.com

Qual é o terceiro segredo de Fátima?

Infelizmente circula na internet um tal “Terceiro Segredo de Fátima”, que muito assusta as pessoas, como se o Papa João Paulo II não tivesse revelado o verdadeiro no ano 2000. No dia 26 de junho deste ano foi revelado, com a devida autorização do Papa, o verdadeiro Terceiro Segredo de Fátima, que tanta curiosidade, medo e, às vezes, pavor, despertava no povo. Na verdade, houve muita fantasia prejudicial às pessoas. Nas suas três partes o Segredo nada tem de previsões sobre o fim do mundo, nem de catástrofes ou flagelos.

Com a revelação do Segredo, feita através da Sagrada Congregação da Fé, com uma interpretação feita, a pedido do Papa, pelo então Cardeal Joseph Ratzinger, hoje o Papa Bento XVI, prefeito da citada congregação na época, viu-se que se trata de uma visão do século XX, século este impregnado de mártires do comunismo, do nazismo e de outras forças inimigas da Igreja e de Deus. Milhões morreram pela fé.

Na entrevista que Dom Tarcísio Bertone, então Secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, teve com a Irmã Lúcia, por ordem do Sumo Pontífice, em 27 de abril de 2000, no Carmelo de Coimbra, onde vivia a religiosa, esta, lúcida e calma, concordou com a interpretação do Segredo, segundo a qual a terceira parte do Segredo de Fátima consiste numa visão profética, comparável às da história sagrada. Ela reafirmou a sua convicção de que a visão de Fátima se refere “sobretudo à luta do comunismo ateu contra a Igreja e os cristãos” e descreve os duros sofrimentos das milhões de vítimas do século XX.

Irmã Lúcia confirmou que a principal personagem do Segredo era o Santo Padre e recordou como os Pastorinhos tinham pena dele. Com relação ao "Bispo vestido de branco" (o Papa), que é ferido de morte e cai por terra, a Irmã concordou plenamente com a afirmação do saudoso Papa João Paulo II: "Foi uma mão materna que guiou a trajetória da bala e o Santo Padre deteve-se no limiar da morte" (Meditação com os Bispos italianos na Policlínica Gemelli, 13 de maio de 1994).

É interessante destacar o que diz a Irmã Lúcia: "Eu escrevi o que vi; não compete a mim a interpretação, mas ao Papa." A ela foi dada a visão, não a interpretação. Mais uma vez vemos aí a importância da Igreja e do Pontífice. E a Irmã concordou com a interpretação dada pela Igreja. Na interpretação do Segredo, já bastante publicado e conhecido, feita pelo Cardeal Ratzinger, alguns pontos merecem ser destacados:

1 - A palavra-chave da primeira e segunda parte do Segredo é "Salvar as almas"; a palavra-chave da terceira parte é "Penitência, penitência, penitência". O mesmo cardeal lembrou que a Irmã Lúcia lhe disse que o objetivo de todas as Aparições da Santíssima Virgem era fazer crescer cada vez mais a fé, a esperança e a caridade.

2 - A visão do anjo com a espada de fogo representa o perigo da destruição da humanidade por si mesma, por meio da guerra e de outras formas. O brilho da Mãe de Deus aparece como a força capaz de vencer as forças da terrível destruição.

3 - O sentido da visão não é mostrar um filme sobre o futuro, mas uma forma de orientar a liberdade humana a buscar o bem. Há que se evitar, portanto, as interpretações fatalistas do Segredo, como se tudo já fosse traçado para acontecer, sem respeitar a liberdade dos homens. O futuro é visto como que num espelho, de maneira simbólica.

4 - Três sinais aparecem: uma montanha alta; uma grande cidade meio em ruínas e uma grande cruz de troncos toscos. A montanha e a cidade são o lugar da história humana, de convivência, mas de luta; como uma subida árdua no qual o homem destrói, com as próprias mãos, o que ele mesmo construiu (cidade em ruínas). No alto da montanha está a Cruz, meta e orientação da história humana, sinal da miséria humana e promessa de salvação.

A visão mostra o caminho da Igreja como uma Via-Sacra, ladeado de violência, destruição e morte, mas de esperança. Diz o cardeal que nesta imagem pode-se ver a história de um século que se finda. O século dos mártires, dos sofrimentos e das perseguições à Igreja. Século de duas guerras mundiais e de muitas guerras locais. No espelho desta visão vemos passar as testemunhas da fé deste século.

O cardeal fez questão de recordar o que a Irmã Lúcia disse ao Papa João Paulo II, em 12 de maio de 1982, um ano após o atentado sofrido por ele: "A terceira parte do segredo se refere às palavras de Nossa Senhora: "Se não [a Rússia] espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas."

Os Papas deste século tiveram um papel preponderante na árdua "subida da montanha" do Segredo. Desde Pio X até João Paulo II, todos os Santos Padres sofreram no caminho que leva à Cruz.

5 - Destaca o mesmo cardeal que o fato de o Papa não ter não ter morrido no atentado de 13/5/81 significa que não existe um destino imutável (na visão Sua Santidade aparece morta), e se a mão de Nossa Senhora guiou a bala para que não o matasse é porque a força da oração e da penitência é maior do que as balas, e a fé é mais poderosa do que os exércitos. Tudo pode ser mudado pela oração e pela conversão!

6 - Por fim a visão mostra os anjos que recolhem da cruz o sangue dos mártires e com ele regam as almas que se aproximam de Deus. O Sangue de Cristo e o dos mártires são vistos juntos a significar que o nosso sofrimento completa a salvação do mundo (cf. Cl 1, 24). O sangue dos mártires é semente de novos cristãos, como dizia Tertuliano. E assim, o terceiro Segredo termina com uma forte mensagem de esperança: nenhum sofrimento é vivido em vão se é acolhido na fé. É de todo o sofrimento e de todo o sangue derramado pela Igreja, no século XX, que brotarão as forças de um novo Cristianismo no século XXI. Haverá uma forte purificação e um renovamento que já se faz sentir no coração da Igreja. É a eficácia salvífica que brota do Sangue de Cristo misturado ao dos Seus mártires.

7 - Os acontecimentos, a que se refere o Segredo, já são do passado; fica o permanente apelo à oração e à penitência para a salvação das almas. O cardeal termina afirmando que a certeza de Nossa Senhora de que por fim "o meu Imaculado Coração triunfará" significa que um coração voltado inteiramente para Deus é mais forte do que as pistolas ou as outras armas de fogo. A mensagem do Terceiro Segredo é uma mensagem de confiança no Cristo que venceu o mundo (cf Jo 16, 33).

Estive em Portugal, logo após a morte de Irmã Lúcia, em Coimbra, com a Dra. Branca, que cuidou da religiosa até a sua morte. A médica disse-me que Irmã Lúcia concordou inteiramente com a revelação feita pela Igreja sobre o Segredo e que mais nada havia a revelar. Portanto, é preciso cessar a divulgação de um falso Terceiro Segredo de Fátima, como se a Igreja não tivesse revelado o verdadeiro.

Prof. Felipe Aquino

DE SANDÁLIAS, SEM DUAS TÚNICAS

REFLEXÃO DO EVANGELHO: Marcos 6,7-13

Jesus envia seus discípulos em missão. Exorta-os a adotarem um estilo de vida simples e pobre: não devem levar provisões, procurarão vestir-se simplesmente e contar com a providência de Deus. R. Corti, autor italiano, vai nos ajudar a refletir sobre o tema.
Jesus propõe a seus discípulos que partem em missão um estilo simples de vida que os afeta enquanto pessoas. Pede-lhes que vivam o compromisso missionário com sobriedade de vida, com estilo de pobreza na questão dos alimentos, no modo de vestir e nas necessidades cotidianas e ainda nos relacionamentos interpessoais.
O sentido profundo na limitação ao essencial está no fato de que o Reino de Deus é tão grande, tão importante e suficiente que faz passar a segundo plano “o resto”. A proposta do Senhor a seus discípulos, quando forem pelo mundo”, é a de viver num estilo de gratuidade, de disponibilidade, de prontidão para tudo.
O motivo principal desta atitude reside, uma vez mais, no fato de que o Reino de Deus que anunciamos, consiste precisamente no amor gratuito, sem reservas, sem condições como Deus se põe à disposição do homem. Assim, a proposta feita por Jesus não será entendida, em primeiro lugar, como orientação na linha da ascese.
Trata-se de uma proposta mística, no sentido de que o estilo de vida de converte em linguagem através do qual se expressa propriamente a natureza do que comunicamos, o Reino que vale mais do que qualquer outra coisa e que é dom da misericórdia. Que significa para o apóstolo ser pobre, converter-se em pobre? Como resposta a esta pergunta tomamos não somente a relação pobreza-coisas, mas também a relação entre a pobreza e a própria pessoa. Quer dizer: uma vez que o Reino de Deus é o próprio Deus que se coloca à disposição do homem e deseja comunicar-se com ele o anúncio do Reino passa, como é devido, somente quando seu anunciador se coloca totalmente à disposição do homem. Não há escapatória. Assim é a lógica evangélica. A disponibilidade total e generosa com respeito às pessoas se transforma para nós no modo de anunciar o próprio Reino, porque é o que está na mente e no coração de Deus” ( R. Corti, Guai a me se non evangelizzo, Milão, 1984, p. 63ss).
E o trabalho será feito com simplicidade. Os anunciadores permanecerão um tempo numa determinada casa, sem pular de casa em casa. Ficarão felizes quando as pessoas os acolherem. Do contrário sacudirão a poeira dos pés e procurarão outros auditórios....
Felizes os evangelizadores, mensageiros da paz, de sandálias e com apenas duas túnicas...

EVANGELHO DO DIA - Marcos 6,7-13

Jesus começou a percorrer as redondezas, ensinando nos povoados. Chamou os doze discípulos, começou a enviá-los dois a dois e dava-lhes poder sobre os espíritos maus. Jesus recomendou que não levassem nada pelo caminho, além de um bastão; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas. E Jesus disse ainda: «Quando vocês entrarem numa casa, fiquem aí até partirem. Se vocês forem mal recebidos num lugar e o povo não escutar vocês, quando saírem sacudam a poeira dos pés como protesto contra eles.» Então os discípulos partiram e pregaram para que as pessoas se convertessem. Expulsavam muitos demônios e curavam muitos doentes, ungindo-os com óleo.