Os textos e fotografias produzidos pela equipe da PASCOM da Paróquia São José – C. dos Dantas podem ser livremente utilizados, mencionando-se o blog http://www.montedogalo2009.blogspot.com/ como fonte

31 de dez. de 2009

OLHE!

Olhe para trás!
Veja os obstáculos que você já superou.
Veja quanto você já aprendeu nesta vida e quanto já cresceu.
Olhe para frente!
Não fiques parado, levante-se quando tropeçar e cair.
Estabeleça metas, tenha planos e prossiga com firmeza.
Olhe para dentro!
Conheça seu coração e analise seus projetos.
Mantenha puros seus sentimentos.
Não deixe que o orgulho,
a vaidade e a inveja
dominem seus pensamentos e seu coração.
Olhe para o lado!
Socorra quem precisa de você.
Ame o próximo e seja sensível
para perceber as necessidades daqueles que o cercam.
Olhe para baixo!
Não pise em ninguém…
Perceba as pequenas coisas e aprenda a valorizá-las.
Olhe para cima!
Há um DEUS maior do que você,
que te ama muito e tem todas as coisas sob seu controle.
Olhe para Deus!
Perceba a profundidade, a riqueza e o poder da bondade divina.
Sinta esse DEUS que olha por você
e esta com você todos os dias da sua vida!!!
(Autoria desconhecida)
Fonte: Livro "Encontro Diário com Jesus"

Eis que faço novas todas as coisas

Já estamos vendo no horizonte o raiar de um Novo Ano. Às suas vésperas, celebramos a festa da Luz. Da Luz verdadeira que veio brilhar para nós, que vivíamos nas trevas da morte, como profetizou Isaías.
Como o sol, depois de mergulhar no solstício do inverno, retorna para iluminar a terra e dar-lhe o seu calor, assim irrompeu o Cristo em nosso meio. João Evangelista nos ensina que a Luz do Cristo espancou as trevas, que agarradas ao orgulho e ao pecado, não a quiseram receber. Mas a todos os que abriram os olhos ao seu fulgor, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
No esplendor destes dias, em que rememoramos o acontecimento histórico do nascimento de Cristo, a Vida e a Luz que nos foram dadas pela misericórdia divina e pelo "sim" generoso de Maria, também retomamos o tempo cíclico que, tendo sua origem nos anos eternos, continua seu curso nos dias, anos e estações, até a consumação do tempo.
Natal e Ano Novo. Nestes dois acontecimentos, encontra a humanidade um momento de esperança.
Para uns, apenas uma utopia que se esvai, como a fumaça dos fogos de artifício. Votos, muitos até poéticos, que se misturam na voragem dos dias e logo se perdem na impotência humana de sua realização, na prepotência dos mais fortes, na cobiça, no roubo e na violência, na miséria que transparece a cada dia.
São votos que não nascem do coração, muitos fingidos e que expressam um relacionamento interesseiro. Os presentes, de valores altíssimos, nada mais querem senão manter os negócios. As gratificações, como foram reveladas na recente crise econômica, são um insulto à justiça.
Para estes, se patenteia a palavra do Evangelista: "A Luz estava no mundo, e o mundo foi feito por meio dele, mas o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu e os seus não o receberam" (Jo 1, 10-11)
Para nós, porém, que nos abrimos à Luz e acolhemos a bondade de Deus que veio até nós, na simplicidade de um Menino, como para os Magos, brilha a Estrela da esperança:"Vimos sua estrela no oriente e viemos homenageá-lo" (Mt. 2, 2 e 9).
Os nossos votos têm fundamento. Pela fé, temos a certeza de um mundo novo, de paz e de amor, para o qual, guiados pela Estrela devemos caminhar
Nossos desejos expressam que cremos na vitória da Luz, a vitória de Cristo.
Vamos nos saudar no início deste Novo Ano, expressando o amor e a caridade que já nos unem, embora ainda na fragilidade dos dias terrenos.
Iluminados pela Luz d'Aquele que é, que era e que será, do Princípio e o Fim de todas as coisas, aspiramos construir uma nova terra e um novo céu, a tenda de Deus com os homens, onde se realizará nossa esperança. Pela força da graça, venceremos.
Sabemos que ainda temos muita luta, pois o poder das trevas quer a todo o custo, impedir a vinda do Reino. Mas a fé no Filho que nos foi dado, mostra-nos o poder de Deus que destrói a astúcia dos Herodes de todas as épocas e nos conduz a Belém, a casa do pão, a Jerusalém celeste, onde “as coisas antigas se foram” (Apoc. 21,4).
Caminhemos, pois, à luz da Estrela e que nossos votos de um Ano Novo augurem a felicidade de estarmos construindo o Reino daquele que faz novas todas as coisas.

Dom Eurico dos Santos VelosoArcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)

REFLEXÃO DO DIA - Quinta-Feira (31/12)

No começo a Palavra já existia:
a Palavra estava voltada para Deus,
e a Palavra era Deus.
No começo ela estava voltada para Deus.
Tudo foi feito por meio dela,
e, de tudo o que existe, nada foi feito sem ela.
Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens.
Essa luz brilha nas trevas,
e as trevas não conseguiram apagá-la.
Apareceu um homem enviado por Deus, que se chamava João. Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas apenas a testemunha da luz. A luz verdadeira, aquela que ilumina todo homem, estava chegando ao mundo.
A Palavra estava no mundo,
o mundo foi feito por meio dela,
mas o mundo não a conheceu.
Ela veio para a sua casa,
mas os seus não a receberam.
Ela, porém, deu o poder de se tornarem filhos de Deus
a todos aqueles que a receberam,
isto é, àqueles que acreditam no seu nome.
Estes não nasceram do sangue, nem do impulso da carne, nem do desejo do homem, mas nasceram de Deus.
E a Palavra se fez homem
e habitou entre nós.
E nós contemplamos a sua glória:
glória do Filho único do Pai,
cheio de amor e fidelidade.
João dava testemunho dele, proclamando: «Este é aquele, a respeito de quem eu falei: aquele homem que vem depois de mim passou na minha frente, porque existia antes de mim.»
Porque da sua plenitude todos nós recebemos,
e um amor que corresponde ao seu amor.
Porque a Lei foi dada por Moisés, mas o amor e a fidelidade vieram através de Jesus Cristo. Ninguém jamais viu a Deus; quem nos revelou Deus foi o Filho único, que está junto ao Pai. (Jo1,1-18)

O evangelho deste último dia do ano nos fala da Palavra que veio fazer-se carne e das graças sobre graças que recebemos. Normal que esses textos façam nascer em nós um sentimento de ação graças bem precisamente no finalzinho do ano. (...)
No final do ano somos invadidos por um sentimento de ação de graças e um desejo de simplificar a vida. Rubem Alves, falando a urgência de aproveitar o tempo da vida, escreve:
“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras ela chupou displicentemente, mas percebendo que faltavam poucas, rói o caroço (...) Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir dos tropeços, não se encanta com os triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados e deseja tão somente andar ao lado do que é justo. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade."

30 de dez. de 2009

Campanha do Natal Solidário 2009





A Campanha do Natal Solidário em nossa paróquia encerrou ontem (29/12), com uma missa celebrada pelo Padre João Paulo, às 19 horas, na Matriz de São José, seguindo-se da entrega às famílias previamente cadastadas de uma cesta básica. Foram distribuídas cerca de 300 cestas básicas, levando, assim, alegria a muitos lares carnaubenses nesse final de ano. A seleção das famílias beneficiadas foi feita priorizando aquelas pessoas que ainda não tinham recebido cesta de outras entidades do nosso município.
Nossos profundos agradecimentos e nossas orações a todos que nos ajudaram, desde a equipe organizadora até os que contribuíram. Que no ano que se aproxima possamos ter cada vez mais um coração agradecido por tudo que temos, solidário para com o próximo, e transbordante de amor para com todos que se achegam a nós.

Fim de ano - tudo tem seu tempo e ocasião

“Tudo tem seu tempo e ocasião”, diz o Eclesiastes. “Para cada coisa”, dirá outra tradução, “há um tempo debaixo do sol.” O autor continua a repetir as palavras, sem a menor pressa, criando, em sua narrativa, um ritmo que, por si só, expressa o que ele quer dizer: tudo tem seu tempo, tudo tem seu ritmo.
“Tempo de nascer, tempo de morrer;
tempo de plantar, tempo de colher;
tempo de derrubar, tempo de construir;
tempo de chorar, tempo de rir;
tempo de fazer luto, tempo de bailar;
tempo de abraçar, tempo de separar-se;
tempo de procurar, tempo de perder;
tempo de calar, tempo de falar;
tempo de amar, tempo de odiar;
tempo de guerra, tempo de paz”.
Como não rezar com esta passagem a cada final de ano? Como vivi os tempos que o Senhor providenciou? Como acertei o meu passo ao sábio compasso que marca o ritmo da vida, de tudo o que existe debaixo do sol, inclusive eu? Quem nasceu? Quem morreu? Em que nasci? Em que morri? O que plantei? O que colhi? O que derrubei? O que construí? Como chorei? Como ri? Como vivi o luto e a dança? A quem acolhi? De quem parti? A quem deixei partir?
Como falei? Como calei? O que calei? Para que calei? O que falei? Como falei? Para que falei?
Odiei? Fiz guerra? Perdi, então, todo o meu ritmo, todo o meu tempo. Gastei inutilmente os tempos que o Senhor providenciou. Atravessei o compasso que marca o ritmo da vida, inclusive da minha. Matei e morri. Plantei, mas não colhi. Destruí. Se ri, foi pantomima. Se chorei, foi de desgosto. Se dancei, foi grotesco. Se acolhi, só foi a mim mesma. A tudo e a todos enxotei. Minhas palavras destruíram, meu silêncio foi omissão, falsa proteção a mim mesma. Odiei.
Amei? Então construí e promovi a paz, encontrei, então, o sábio ritmo da vida, o tempo interior só conhecido de quem ama. Aproveitei bem os tempos que me deu a Providência. Dancei, feliz e equilibrada, conduzida por meu divino par, ora valsas, ora noturnos, ora barcarolas, ora polcas e mazurcas, ao compasso que marca o ritmo da vida, de toda vida, da minha vida, da sua vida. Dancei, com toda a criação, com Deus e com os irmãos. Deixei-me conduzir pelo hábil Cavalheiro. Nasci e dei à luz. Plantei e colhi. Derrubei feiura, colhi beleza, bem, verdade. Ri, feliz ao acolher, nas dobras da renúncia do amor, meu irmão, a vida, as circunstâncias. Rodopiei, confiante e tranquila, a guardar segredos de amor em meu coração. Amei.
Ora amei, ora odiei? Natural. Sou pecadora. Sou imperfeita. Sou humana. Simplesmente vivi. Colhi os frutos do meu ódio e do meu amor.
Uma coisa sei que, com a mais absoluta certeza, tive, eu, assim como você: o amor do Pai em toda circunstância. A salvação do Filho todos os dias do nosso ano. A ação santificadora do Espírito, disponível em toda ocasião. Criador e criatura dançamos juntos, tal pai e filha na festa dos quinze anos, tal casal de noivos nas bodas, envolvidos, sempre, por muitos outros pares, milhares, milhões, bilhões de outros pares.
Chegamos ao fim de mais um ano em nossa bela sonata da vida. É preciso dar o comando de replay e assisti-la outra vez, serenamente, ouvindo detalhes perdidos na correria, na emoção dos acontecimentos: stacatos sutis, ligaduras ressonantes, fermatas desconcertantes.
Começa uma nova página. Quantos compassos teremos? Que temas se repetirão? Que novos tons serão adotados? Que novas frases musicais serão relidas, recriadas? Que outros instrumentos entrarão? Que interpretação escolheremos dar? Que passos criaremos? Como faremos a leitura, compasso a compasso?
Deus sabe! E é nisso que reside nossa tranquilidade, nossa confiança. Não conhecemos o que virá, mas pelos temas, frases, harmonias e compassos, pelo ritmo e pelo tom já tocados, sabemos que, tocada a quatro mãos, nossa composição será bela. O ritmo, por vezes sincopado, combinará com soluços. O compasso em sua batida convencional, evocará a rotina, que também revela beleza. As notas que voam, oração. As que ficam na memória, contemplação. As que marcam a base, convicção. As que desenham a melodia, inventividade.
Deus sabe! Deus sabe! Deus sabe! Que a proposta de uma vida alucinada não nos seduza. Que o ritmo da evangelização, do amor, este, sim, seja alucinado, sem medida: Jesus tem sede, tem pressa. O ritmo interior, porém, este seja aquele secreto, confiante, sábio, paciente ritmo interior de Maria: “Deus sabe! Deus sabe! Deus sabe! Tudo passa! Deus fica! Deus sabe! Para tudo há um tempo debaixo do sol. Não temo! Deus sabe! Deus sabe! Deus sabe!”
Neste ano, conceda-nos Deus dançarmos tranquilos, ao ritmo interior do mistério da vida.
Maria Emmir Nogueira, Com. Shalom

REFLEXÃO DO DIA - Quarta-Feira (30/12)

Havia também uma profetisa chamada Ana, de idade muito avançada. Ela era filha de Fanuel, da tribo de Aser. Tinha-se casado bem jovem, e vivera sete anos com o marido. Depois ficou viúva, e viveu assim até os oitenta e quatro anos. Nunca deixava o Templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações. Ela chegou nesse instante, louvava a Deus, e falava do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. Quando acabaram de cumprir todas as coisas, conforme a Lei do Senhor, voltaram para Nazaré, sua cidade, que ficava na Galiléia. O menino crescia e ficava forte, cheio de sabedoria. E a graça de Deus estava com ele. (Lc 2, 36-40)
Respiramos ainda o clima do Natal. Por ocasião da visita que Maria e José fizeram ao Templo encontraram lá Simeão, o ancião dos olhos do infinito e também Ana, profetisa, filha de Fanuel, viúva já idosa e que ali vivia. E ela falava do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém, segundo as informações de Lucas. Nesse clima ainda natalino transcrevemos uma página admirável de um diálogo de Maria com seu filho de autoria de Marie Noel, poetisa francesa do século passado:

Meu Deus que agora dormes, tão frágil em meus braços,
meu menino tão quentinho junto de meu coração que bate.
Adoro-te em minhas mãos, e admirada embalo
a maravilha, ó Deus, que fizeste em mim.
Não poderia eu, ó meu Deus, ter um filho,
virgem que sou em tão humilde estado.
Que florida alegria poderia em mim nascer?
Tu, Deus onipotente, este júbilo me deste....
Que poderia eu retribuir a ti,
já que sobre mim descera tua graça?
Sorrio baixinho, meu Deus
porque eu também, pequenina e limitada,
tinha uma graça e essa graça te dei.
Ó meu Deus, tu não tinhas boca
para poder falar às pessoas de nossa terra.
Tua boca molhada de leite, voltada para o meu seio,
meu filho, esta boca fui eu que te dei!
Mãos, ó meu Deus, não terias
para com teus dedos tocar os doentes,
curar os pobres e cansados corpos de tantos...
Tua mão, botão ainda fechado, róseo e ainda tímido,
Ó meu filho, fui eu quem te dei...
Ó meu Deus, não conhecias a morte para poder salvar o mundo.
Aquela dor, naquele dia, na hora de tua morte de homem,
naquela tarde escura, tu na cruz abandonado e morrendo,
fui eu que te dei a possibilidade de morrer!

29 de dez. de 2009

A Arquidiocese de Natal comemora 100 anos


A Arquidiocese de Natal (RN) comemora 100 anos de fundação nesta terça-feira, 29, mas a intensa programação começou ainda em 2006.
Neste triênio de preparação, os fiéis dos 88 municípios que fazem parte do arcebispado participaram de diversas iniciativas. "Destacamos as santas missões populares e as visitas pastorais às paróquias do interior, bem como uma série de simpósios com temas variados", afirma o Arcebispo Dom Matias Patrício de Macêdo.
Esses simpósios fizeram parte do primeiro Congresso Eucarístico Missionário Arquidiocesano, que abordou temas como a Catequese, Juventude, História da Igreja, Missão e Família.
A meta de construir 100 novas Igrejas nesses três anos foi superada. "Eu costumo brincar que não foram apenas 100, foram 102!", exclama Dom Matias. O Arcebispo destaca que celebrar o centenário é um convite a ter ainda mais responsabilidade com a história dessa Igreja local. "É uma Igreja viva, agradável, missionária, servidora e acolhedora", destaca.
Às 17 horas desta terça-feira, 29, no Papódromo, foi celebrada a Missa da Santíssima Eucaristia, presidida pelo presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Geraldo Lyrio Rocha. Logo após, aconteceu um show com padre Zezinho.

REFLEXÃO DO DIA - Terça-Feira 29/12

Terminados os dias da purificação deles, conforme a Lei de Moisés, levaram o menino para Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor, conforme está escrito na Lei do Senhor: «Todo primogênito de sexo masculino será consagrado ao Senhor.» Foram também para oferecer em sacrifício um par de rolas ou dois pombinhos, conforme ordena a Lei do Senhor. Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Era justo e piedoso. Esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava com ele. O Espírito Santo tinha revelado a Simeão que ele não morreria sem primeiro ver o Messias prometido pelo Senhor. Movido pelo Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais levaram o menino Jesus, para cumprirem as prescrições da Lei a respeito dele, Simeão tomou o menino nos braços, e louvou a Deus, dizendo:
«Agora, Senhor, conforme a tua promessa,
podes deixar o teu servo partir em paz.
Porque meus olhos viram a tua salvação,
que preparaste diante de todos os povos:
luz para iluminar as nações e glória do teu povo, Israel.»
O pai e a mãe estavam maravilhados com o que se dizia do menino. Simeão os abençoou, e disse a Maria, mãe do menino: «Eis que este menino vai ser causa de queda e elevação de muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Quanto a você, uma espada há de atravessar-lhe a alma. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações.» (Lc 2,22-35)

“Simeão chegava ao templo. No mesmo instante entrava um jovem casal. A mulher levava nos braços um bebê. Era Maria, acompanhada de José, que vinha apresentar o seu filho ao Senhor e oferecer em sacrifício duas rolas, como prescrevia a Lei. Ninguém os notara. Eram gente comum, sem séqüito. Gente simples que ninguém distinguia. O velho Simeão observou-os. Não os conhecia. Mas subitamente invadiu-o uma certeza. Aproximou-se da mãe, fixou os olhos na criança e, docemente, com infinita precaução, tomou-a nos braços. E pôs-se a orar em voz alta, o rosto extasiado: Agora, Senhor, segundo a tua palavra, podes deixar partir em paz o teu servo; porque os meus olhos viram a salvação, que preparaste para todos os povos, luz para iluminar as nações e glória do teu povo, Israel.
Simeão pensou no Livro da Consolação. Ali estava o Servo, aquele que não quebraria a cana rachada e nem haveria de apagar a chama vacilante...Depois, o ancião das barbas brancas pensou que esse Servo deveria dar a vida... e por isso disse a Maria que uma espada de dor haveria de atravessar-lhe o peito...“Maria sentiu apertar-se-lhe o coração. Viera muito feliz, apresentar o filho ao Senhor e oferecer-lhe o sacrifício de duas rolas.Mas as palavras do ancião e o Espírito que o inspiravam projetaram de súbito em sua alma uma luz trágica (...). Maria contemplava seu filho nos braços do ancião. A carne de sua carne seria um dia a vítima. O seu filho seria o Servo desfigurado que se obstinariam em abater e que se oferecia à morte para salvação de todos (...). O silêncio era completo. Maria ouvia apenas as palpitações de seu próprio coração. Acaba de entrar na noite de Deus. Jamais se sentira tão pobre, tão afastada do Senhor. E contudo nunca estivera dele tão próxima”.
* Citações do livro O Povo de Deus no meio da noite, de E. Leclerc.

28 de dez. de 2009

Em torno da PAZ!

Hoje desceu do céu para nós a verdadeira paz.
Hoje os céus destilam mel por todo o mundo.
(Da Liturgia do Natal)

Natal nos lembra paz. Cristo é o príncipe da paz. No seu nascimento os anjos cantaram a paz. Depois de sua ressurreição ele dá a paz aos seus apóstolos.
“Como é desejável esse nome de paz, estável fundamento da fé cristã e e celeste ornamento do altar do Senhor! E que poderíamos dizer que fosse digno desta paz? O próprio nome de Cristo é paz, como diz o Apóstolo: Cristo é a nossa paz, de ambos os povos fez um só (Ef 2,14). Pois bem: assim como quando o rei está para sair, as ruas são limpas, e toda a cidade é ornada de flores e enfeites variados, de modo que não haja nada menos digno de se mostrar a ele, também agora, a chegada do Cristo, rei da paz, seja retirado tudo que é triste; e, ao brilhar a verdade, seja afugentada a mentira, cesse o conflito, resplandeça a concórdia. Por isso, se também na terra a paz é louvada pelos santos, o esplendor de seu louvor é realizado no céu onde os anjos a louvam, dizendo: Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens que ele ama (Lc 2.14). Vede, irmãos, como os habitantes do céu e da terra trocam entre si os presentes da paz: enquanto os anjos anunciam a paz na terra, os santos da terra louvam o Cristo, que é nossa paz e está nos céus, e todos cantam juntos em místicos coros: Hosana nas alturas!
(Dos Sermões de São Pedro Crisólogo)

No tempo do natal temos vontade de pedir a paz:
Senhor, ressoa ainda em nossos ouvidos
as tuas palavras: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz,
mas não a dou como o mundo”.
Quisera eu poder ser instrumento da paz
num mundo de violência e de dilaceramentos.
Quebra a paz o desejo de ser maior e mais aquinhoado
que os outros.
Quebra a paz a inveja e o desejo de vingança.
Quebra a paz as fissuras de nosso coração.
Quebra a paz a tortura de indefesos nas prisões e delegacias
por pessoas sem escrúpulo e animalizadas.
Não temos paz para sair à noite,
não temos paz com a violência no trânsito,
não temos paz com a inflação de sons e de ruídos.
Não possui paz a criança que perdeu o pai na guerra dos traficantes
ou que percebe que seus pais não se amam e vão se separar.
Há paz onde há perdão.
Há paz onde se respeita a dignidade e o mistério da pessoa,
onde os adversários procuram estender as mãos.
Há paz quando Deus visita o interior de cada um com seu manto de misericórdia.
O Menino da Palhas é o príncipe da paz.
Dá-nos, Senhor, a paz e faze de nós instrumentos de pacificação.


A paz poderá vir
se, para ti, o outro é antes de tudo um irmão,
se a cólera for para ti uma fraqueza e não uma prova de força,
se preferes sair prejudicado a lesar alguém,
se te recusas a dizer que depois de ti só virão catástrofes,
se te colocas do lado do pobre e do oprimido sem a pretensão de ser herói,
se crês que o amor é a única forma de dissuasão,
se crês que a paz seja possível...
... então a paz poderá vir! (Pierre Guilbert)

Fonte: franciscanos.org.br

REFLEXÃO DO DIA - Segunda-Feira 28/12

Depois que os magos partiram, o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José, e lhe disse: «Levante-se, pegue o menino e a mãe dele, e fuja para o Egito! Fique lá até que eu avise. Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo.» José levantou-se de noite, pegou o menino e a mãe dele, e partiu para o Egito. Aí ficou até a morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito por meio do profeta: «Do Egito chamei o meu filho.» Quando Herodes percebeu que os magos o haviam enganado, ficou furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território ao redor, de dois anos para baixo, calculando a idade pelo que tinha averiguado dos magos. Então se cumpriu o que fora dito pelo profeta Jeremias: «Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos, e não quer ser consolada, porque eles não existem mais.» (Mt 2,13-18)
O Evangelho de Mateus nos fala do morticínio dos inocentes, Herodes manda matar as crianças de dois anos para baixo em Belém e no território vizinho. Falamos, então, dos santos inocentes. Sim, com medo de perder o trono Herodes quis eliminar Jesus com medo de perder o trono. Meninos morreram inocentemente devido à fúria do poder.
São Quodvultdeus (século V) se dirige a Herodes nestes termos: “Por que temes, Herodes, ao ouvir que nasceu um Rei? Ele não veio para te destronar, mas para vencer o demônio. Como não compreendes isto te perturbas e te enfureces; e para que não escape o único menino que procuras, tens a crueldade de matar tantos outros (...) Aquele que é a fonte da graça, pequenino e grande ao mesmo tempo, reclinado num presépio, apavora o teu trono.(...) Essas crianças morrem pelo Cristo, sem saberem, enquanto seus pais choram os mártires que morrem. Cristo faz suas legítimas testemunhas aqueles que ainda não falam. Eis como reina aquele que veio para salvar”.
Em nossos dias há meninos e meninas que são perseguidos e martirizados. Há os meninos e meninas que morrem nas regiões de guerra, de terrorismo, de lutas tribais, também na guerra das balas perdidas. Pensamos também nesses meninos e meninas que são espanados até à morte por pais enlouquecidos. Pensamos também nesses meninos que não mortos vivos, ou seja, que não contam aos olhos de seus familiares, que não têm uma casa para voltar, que não têm ninguém que os abrace e diga seus nome com ternura.

27 de dez. de 2009

Fotos da Confraternização Natalina da RCC

Acima, fotos da confraternização natalina realizada pela RCC de nossa paróquia hoje à noite (27/12/09).

Família é ícone de Deus, indica o Papa

Durante a recitação do Angelus deste domingo, 27, o Papa Bento XVI afirmou que a família humana é ícone da Santíssima Trindade. Neste dia, a Igreja celebra a Festa da Sagrada Família.
"Deus escolheu revelar-se nascendo em uma família humana e, por isso, a família humana se tornou ícone de Deus! Deus é Trindade, é comunhão de amor, e a família, mesmo com toda a diferença entre o mistério divino e a criatura humana, é uma expressão que reflete o mistério insondável do Deus amor".
Nesse sentido, Bento XVI também apontou qual seria a verdadeira educação cristã: "é o resultado de uma colaboração próxima entre os educadores e Deus", destacou. O Pontífice também disse que as famílias não podem considerar os filhos como propriedade particular, e sim ajudar na realização dos desígnios de Deus.
"A família cristã está ciente de que os filhos são um dom e um plano de Deus. Portanto, não podem considerá-los como propriedade sua, mas, servindo aos planos de Deus, é chamada para educá-los na maior liberdade, que é própria daquele que diz 'sim' a Deus para fazer Sua vontade", destacou.
Ao comentar o Evangelho de São Lucas, que narra a perda e encontro de Jesus no Templo, o Papa destacou de onde surgiu a decisão de Jesus em permanecer no Templo. "De onde tinha ouvido Jesus sobre o amor pelas 'coisas' do Pai? Certamente, como Filho, teve um conhecimento íntimo de Deus, uma profunda relação pessoal, permanente com seu pai, mas na sua cultura concreta certamente aprendeu a oração, o amor ao Templo e às instituições de Israel com seus pais".
Ao final da oração, o Papa se digiriu aos fiéis reunidos em Madri, capital espanhola, na festa da Sagrada Família. "Deus, vindo ao mundo no seio de uma família, manifesta que esta instituição é caminho seguro para encontrá-lo e conhecê-lo, bem como faz um chamamento permanente a trabalhar pela unidade de todos em torno do amor".
Bento XVI concluiu suas reflexões afirmando que "um dos maiores serviços que os cristãos podemos prestar a nossos semelhantes é o testemunho serene e firme da família fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher, salvaguardando-a e promovendo-a, pois ela é de suma importância para o presente e o futuro da humanidade. Com efeito, a família é a melhor escola para se aprender a viver aqueles valores que dignifican a pessoa e tornam grandes os povos".

SAGRADA FAMÍLIA: JESUS, MARIA E JOSÉ

Lucas coloca a visita de Jesus ao Templo sob o signo da sabedoria - como também a subsequente notícia sobre a vida escondida em Nazaré. Jesus cresce e revela seu crescimento em sabedoria e idade e graça diante de Deus e dos homens. Ao mesmo tempo que exprime a verdadeira humanidade de Cristo, esta notícia traz também um programa para a educação cristã.
O breve relato de Lucas aponta também qual deve ser o "interesse" da educação cristã: o crescimento em graça e sabedoria diante de Deus e diante dos homens. O mais importante não é o desenvolvimento da inteligência, mas da graça, ou seja, da bondade e lealdade que une Deus e homem na Aliança (a hésed). A faísca do Criador na criatura, que faz com que o contato com uma pessoa "cheia de graça" se transforme numa manifestação do próprio Deus. Esta qualidade se desenvolvia em Jesus em compasso com o desenvolvimento de sua personalidade. Acrescenta Lucas: "Diante de Deus e dos homens". Isso significa: na oração, presença diante do Pai, procurando conhecer-lhe a vontade e responder-lhe com leal carinho; e na vida, no meio dos homens, partilhando com eles o saber e transformando-o em manifestação do carinho de Deus. É esse o programa da educação cristã.

Evangelho: Lucas 2,41-52
Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. Quando o menino completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. Passados os dias da Páscoa, voltaram, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. Pensando que o menino estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a procurá-lo entre parentes e conhecidos. Não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém à procura dele. Três dias depois, encontraram o menino no Templo. Estava sentado no meio dos doutores, escutando e fazendo perguntas. Todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com a inteligência de suas respostas. Ao vê-lo, seus pais ficaram emocionados. Sua mãe lhe disse: «Meu filho, por que você fez isso conosco? Olhe que seu pai e eu estávamos angustiados, à sua procura.» Jesus respondeu: «Por que me procuravam? Não sabiam que eu devo estar na casa do meu Pai?» Mas eles não compreenderam o que o menino acabava de lhes dizer. Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e permaneceu obediente a eles. E sua mãe conservava no coração todas essas coisas. E Jesus crescia em sabedoria, em estatura e graça, diante de Deus e dos homens.

26 de dez. de 2009

O nosso natal ainda é Natal?

No tempo natalino os nossos sentimentos se renovam! Algo inédito toca no nosso coração. Os mais puros anseios humanos ganham forma e a vida se concentra naquilo que é essencial: amar e ser amado, partilhar, confraternizar, deixar o brilho do infinito invadir o coração para dilatá-lo a fim de acolher a grandeza da manifestação de Deus no seu Filho que nasce entre nós: Deus se faz homem e o homem se torna filho de Deus.
A razão da alegria natalina é o Nascimento de Jesus Cristo e a sua presença de amor que a todos salva. Todo o movimento do espírito humano deve convergir para este fato que deu origem à festa do Natal: o nascimento do Filho de Deus.
As confraternizações das famílias, dos amigos, das empresas e as trocas de mensagens e presentes devem apontar para o preciosíssimo dom de Deus para todos: o seu filho Jesus Cristo.
Ele sim é a razão da perene alegria de todos nós e é o maior presente que a Terra já recebeu.
Algo muito estranho, porém, vem acontecendo nos últimos tempos no tocante à celebração do Natal. O brilho da festa é grande. O comércio se aquece e vende muito mais. As empresas faturam alto. As pessoas entram no clima de final de ano, de natal, de festas e curtem este momento como podem e, até, como não podem... Só que muitas vezes e em muitos ambientes o principal da Festa não é lembrado. O aniversariante é esquecido! Isso é muito estranho! Outro dia assistia a um programa de televisão sobre o Natal: falava-se de tudo: de paz, de alegria, de luz, de emoção, de família, de confraternização, de troca de presentes, de Papai Noel, menos de Jesus Cristo. E eu achava isso uma coisa completamente inusitada e estranha. Como é que se celebra o aniversário de alguém e ninguém se lembra dele? Foi nisso que transformaram o Natal, a celebração do Filho de Deus, nosso Salvador? Esvaziaram o Natal. Natal sem Jesus Cristo é vazio da graça, do encanto, da alegria de paz que só Ele tem para dar.
O “consumismo” não gera paz. Esta é fruto de relações novas de partilha e solidariedade no cumprimento do ensinamento de Jesus. Quem tem fé e acolhe Jesus Cristo, aprende facilmente olhar para o outro com o mesmo olhar de Deus, que é olhar de compaixão e de compreensão, que ultrapassa todas as barreiras e une as pessoas pelo vínculo do verdadeiro amor, que é aquele sem interesses outros, a não ser o de ver o seu semelhante feliz.
Em tempo, aproveitemos a ocasião para refletir sobre o modo como vivemos o Natal. Prestemos atenção para ver se Jesus Cristo está sendo convidado para as nossas festas de comemoração do seu aniversário. É lógico que o aniversariante deve estar presente e que a festa seja de fato para homenageá-lo. Neste sentido, na presença dele, vale perguntar com São Francisco de Assis: “Senhor, que queres que eu faça?” O maior presente que podemos dar a Jesus é fazer a sua vontade. Podemos fazer a vontade do consumismo e dele nos tornar escravos, perdendo a nossa liberdade de decidir o que queremos. Esta atitude não gera paz e só cria vazios no coração de quem assim se deixa levar. Mas descobrir a vontade de Jesus e realizá-la é a maior fonte de paz e de liberdade. A plenitude da liberdade humana está enraizada na verdade que ilumina e conduz o ser humano pelos caminhos do amor. A vontade de Jesus é que sejamos livres para amar. Neste sentido, formulo para todos os melhores votos natalinos: que o Senhor Jesus esteja presente na sua vida e encha a sua existência de luz e paz. Que 2010 seja um tempo de crescimento na fé, de desenvolvimento pessoal e amadurecimento como ser humano, e de conquistas sociais que beneficiem todo o povo brasileiro!
Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz
Bispo Diocesano de Caicó – RN.

O Senhor quer que o Natal aconteça na sua casa!

Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor. A Igreja não quer que apenas estejamos recordando um fato passado, acontecido há mais de dois mil anos. A Igreja tem certeza de que o Natal é hoje, a Igreja quer que você o celebre hoje, pois Deus quer fazer Natal na sua casa, na sua família, hoje, na situação em que você está enfrentando o que quer que esteja enfrentando.
O Senhor quer que aconteça o Natal na situação real da sua casa, seja esta qual for, mesmo se houver muita dor, sofrimentos, divisão, loucura, pecados, brigas. Justamente por isso que o Senhor quer que você viva o Natal.
O que vivemos no Natal é real, não é uma lembrança, nós o vivemos: Jesus quer vir nascer no nosso coração, isso não é poesia. Jesus quer nascer em sua casa, no seu lar, Ele quer ser presente no seu lar, Ele quer nascer em você, no seu casamento, no estado em que ele está.
Muitas pessoas estão com o coração apertado por mil razões pessoais, por causa da família, filhos, pobreza, desemprego, falta de dinheiro e, por isso, não estão podendo ter o Natal que gostariam. Ou mais doloroso: você não está podendo dar aos seus o Natal que queria lhes dar por coisas que estão acontecendo na sua casa, como dores, dores na alma. Mas agora o próprio Senhor está falando: “Eu anuncio a você, meu filho, uma grande notícia, que será também uma alegria para todo o povo: hoje nasceu para você, um Salvador, que é Cristo Jesus”.
Monsenhor Jonas Abib

REFLEXÃO DO DIA - Sábado 26/12

O GLORIOSO MARTÍRIO DE ESTEVÃO

Ontem, celebrávamos o nascimento temporal de nosso Rei eterno; hoje celebramos o martírio triunfal de seu soldado. Ontem, o nosso rei revestido de nossa carne e saindo da orada de um seio virginal, dignou-se visitar o mundo; hoje o soldado deixando a tenda de seu corpo, parte vitorioso para o céu. O nosso Rei Altíssimo veio para nós na humildade, mas não pôde vir de mãos vazias. Trouxe para os seus soldados um grande dom, que não apenas os enriqueceu, mas deu-lhes força invencível no combate: trouxe o dom da caridade que leva os homens à comunhão com Deus. Ao repartir tão liberalmente o que trouxera, nem por isso ficou mais pobre: enriquecendo de modo admirável a pobreza de seus fieis, ele conservou a plenitude dos seus tesouros inesgotáveis. Assim, a caridade que fez Cristo descer do céu à terra, elevou Estevão da terra ao céu. A caridade de que o Rei dera o exemplo logo refulgiu no soldado. Estevão, para alcançar a coroa que seu nome significa, tinha por arma a caridade e com ela vencia em toda a parte. Por amor de Deus não recuou perante a hostilidade dos judeus, por amor do próximo intercedeu por aqueles que o apedrejavam. Por esta caridade, repreendia os que estavam no erro para que se emendassem, por caridade rezava pelos que o paedrejavma para que não fossem punidos.
Fortificado pela caridade, venceu Saulo, enfurecido e cruel, e mereceu ter como companheiro no céu aquele que tivera como perseguidor na terra. Sua santa e incansável caridade queria conquistar pela oração a quem não pudera converter pelas admoestações. E agora Paulo se alegra com Estevão, com Estevão frui da glória de Cristo, com Estevão exulta, com Estêvão reina. Aonde Estevão chegou primeiro, martirizado pela pedras de Paulo, chegou depois Paulo, ajudado pelas orações de Estevão. É esta a verdadeira vida, meus irmãos, em que Paulo não se envergonha mais da morte de Estevão, mas Estevão se alegra pela companhia de Paulo, porque em ambos triunfa a caridade. Em Estevão, a caridade venceu a crueldade dos perseguidores, em Paulo, cobriu uma multidão de pecados; em ambos, a caridade mereceu a posse do reino dos céus. A caridade é a fonte e origem de todos os bens, é a mais poderosa defesa, o caminho que conduz ao céu. Quem caminha na caridade não pode errar nem temer. Ela dirige, protege, leva a bom termo. Portanto, meus irmãos, já que o Cristo nos deu a escada da caridade pela qual todo cristãos pode subir ao céu, conservai fielmente a caridade verdadeira, exercitai-a uns para com os outros e, subindo por ela, progredi sempre mais no caminho da perfeição.

Belíssima a homilia de São Fulgêncio de Ruspe, bispo (sec VI) tirada da Liturgia das Horas, II, p.1082-1083.
Primeira leitura: Atos 6,8-10; 10; 7, 54-59

25 de dez. de 2009

A Igreja não guarda Jesus para si, explica o Papa


A partir da sacada da Basílica de São Pedro, o Papa Bento XVI pronunciou ao meio-dia (em Roma, 9 horas no Brasil) desta sexta-feira, 25, a tradicional bênção Urbi et Orbi (sobre a cidade de Roma e o mundo).
"A Igreja não O [Jesus] guarda para si: oferece-O a quantos O procuram de coração sincero, aos humildes da terra e aos aflitos, às vítimas da violência, a quantos suspiram pelo bem da paz", afirmou.
Em sua mensagem, o Pontífice destacou que a luz vinda do Alto resplandece sobre a humanidade e que, na história da salvação, o estilo de Deus é de atuar na simplicidade e no oculto.
"Deus gosta de acender luzes circunscritas, para iluminarem depois ao longe e ao largo. A Verdade e também o Amor, que são o seu conteúdo, acendem-se onde a luz é acolhida, difundindo-se depois em círculos concêntricos, quase por contato, nos corações e mentes de quantos, abrindo-se livremente ao seu esplendor, se tornam por sua vez fontes de luz".
Bento XVI disse que Deus continua a "acender fogueiras na noite do mundo", convidando os homens a reconhecer em Jesus uma presença salvífica e libertadora. "Como Maria, a Igreja não tem medo, porque aquele Menino é a sua força".
Ao final da mensagem, o Pontífice destacou as realidades de conflito existentes em todas as partes do mundo. Sobre a América Latina, Bento XVI afirmou: "o 'nós' da Igreja é fator de identidade, plenitude de verdade e caridade que nenhuma ideologia pode substituir, apelo ao respeito dos direitos inalienáveis de cada pessoa e ao seu desenvolvimento integral, anúncio de justiça e fraternidade, fonte de unidade".

REFLEXÃO DO DIA - Sexta-Feira 25/12

HOJE É FESTA DO DEUS ALTÍSSIMO FEITO MENINO


Naquele tempo César Augusto havia tomado algumas providências no governo do império. Tinha ordenado que se fizesse um recenseamento de toda terra. O dono do mundo era o imperador de Roma. Um casal de Nazaré teve que deslocar-se até Belém porque o chefe da família, José, era daquela cidade. Houve muitos deslocamentos e era o tempo do inverno. Maria, a esposa de José, carregava em seu seio um menino que vinha do abismo de Deus e era sonho mais lindo que o Altíssimo tivera. A hora de Maria chegou quando já estavam em Belém, cidade do pão.
As coisas se passaram assim: “ Completaram-se os dias para o parto e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o envolveu em panos e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria”. Belém devia ser uma cidade minúscula. Não sei se a hospedaria teria conforto muito maior do que o abrigo de animais onde José Maria se instalaram. Fato é que o Menino nasceu numa gruta. Maria e José se satisfizeram com aquilo que lhes era proposto, um lugar todinho de pobreza e singeleza. Alguém deve ter permitido que eles ali se instalassem. Um autor diz: “A caridade do pobre é uma caridade pobre de meios, mas rica de coração. A caridade do pobre é sempre acolhedora. Maria e José partilham a caridade dos pobres”.
Deus nasce na pobreza. Não podemos esquecer esse pormenor que na verdade de pormenor nada tem. Se Deus no momento de entrar nesse mundo opta pela pobreza e se, mais tarde, ele morre nu e pobre no alto da cruz então o caminho que nos leva a Deus é aquele que o Filho do Homem escolheu, ou seja, a pobreza.
Não foi isso que compreendeu luminosamente Francisco de Assis? Jesus é Mestre desde o seu nascimento. Mestre porque escolheu partilhar conosco nossa pobreza, nosso pouco.Pastores simples vigiam os rebanhos na região. É noite. Eles circulam afastando ladrões, animais e bandidos. Não dormem. A glória do Senhor toma conta deles. Ficam sabendo que na cidade de Belém ocorreu a grande maravilha. Nasceu o Salvador e o sinal é este: encontrareis um recém nascido envolvido em panos e deitado numa manjedoura. Chegam os primeiros visitantes, os pastores simples e pobres e olham a cena com espanto e alegria. E há paz na terra para os homens e mulheres que se deixam amar por Deus.
Natal de simplicidade e de paz. Natal de glória nas alturas e de paz entre os homens... E a paz está ainda para ser feita por nós que acreditamos na vinda do Filho de Deus.
Naqueles dias César Augusto ordenou que se fizesse um recenseamento em todo o mundo... Nesse tempo foi necessário incluir um novo nome entre os habitantes do Império: Jesus, natural de Nazaré; Jesus, Deus altíssimo que tornou carne....

24 de dez. de 2009

Participe da festa da simplicidade!


Coisa boa é recebermos convite para uma festa especial! Geralmente pensamos na roupa, imaginamos o local, as pessoas que vamos encontrar, o que vamos comer, a música que vamos ouvir, e, antecipadamente, somos contagiados pelo encanto e pela alegria daquele momento sonhado.
Nesse clima de fim de ano, você está sendo convidado para uma grande festa, mas a condição para participar dela e ter um coração simples. “Bem-aventurados os pobres de coração porque herdarão o Reino dos Céus” (Mt 5,3).
Estou falando do nascimento de Jesus, Festa da Vida, da Esperança, do Amor e da partilha entre todos os povos. Já não estamos sozinhos, Deus se fez homem, está no meio de nós e nos faz irmãos. Eis o maior motivo para festejarmos!
Há um clima diferente no ar... Além das luzes e das cores, é tempo de Paz! Tempo de valorizar a vida e tudo que a cerca. Tempo de deixar nascer essa criança pura, inocente e cheia de esperança que mora dentro de nossos corações. Tempo de nos deixar contagiar pela pureza que o Menino Jesus anuncia com Sua chegada. Sua presença invade nossa alma de paz, retirando todos os vestígios de solidão e tristeza que, por uma razão ou outra, foram sendo acumulados durante o ano.
Deus veio até nós! Que notícia maravilhosa para os que creem! Quanta beleza a ser contemplada na simplicidade do presépio que O acolhe! Aliás, o mundo tem sede da simplicidade que Jesus anuncia no Natal. Na condição de cristãos precisamos nos deixar contagiar pelo nascimento de Jesus e não apenas falarmos sobre Ele como algo distante. A este propósito, o Papa Bento XVI recordava, nesses dias, que os escribas indicaram aos Reis Magos o caminho a Belém, onde o Messias nasceu, mas não se sentiram convidados para irem lá contemplá-Lo: “Informaram o nascimento do Salvador, mas a informação não se converteu em formação da sua própria existência”.
A boa notícia do nascimento de Cristo precisa nos contagiar, nos envolver e mudar nossa vida.
Já não estamos sozinhos, o Salvador está no meio de nós e veio com simplicidade! Portanto, sem essa virtude, não tem como celebrar seu Natal. A simplicidade leva-nos à liberdade... Sejamos livres para amar, para acolher e servir do jeito de Jesus. Abramos o coração para receber o Menino pobre, que nasceu numa manjedoura, fazendo-nos entender que o ser humano vale por aquilo que é e não pelo que faz ou possui. Sejamos canal da paz e do amor que Ele trouxe ao mundo.
Neste Natal experimente o amor traduzido em atitudes. A luz divina manifesta-se nas “boas obras” que realizamos. Desarmemos o coração de tudo que é supérfluo e passageiro e deixemo-nos contagiar pelo amor que emana do presépio de Belém.

Fonte: cancaonova.com

REFLEXÃO DO DIA - Quinta-Feira (24/12)

A origem de Jesus, o Messias, foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. José, seu marido, era justo. Não queria denunciar Maria, e pensava em deixá-la, sem ninguém saber. Enquanto José pensava nisso, o Anjo do Senhor lhe apareceu em sonho, e disse: «José, filho de Davi, não tenha medo de receber Maria como esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e você lhe dará o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados.» Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: «Vejam: a virgem conceberá, e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus está conosco.» Quando acordou, José fez conforme o Anjo do Senhor havia mandado: levou Maria para casa, e, sem ter relações com ela, Maria deu à luz um filho. E José deu a ele o nome de Jesus. (Mt 1,18-25)

Véspera do Natal. Hoje à noitinha já estaremos vivendo o clima do Natal, degustando as alegrias na solene liturgia e envoltos na atmosfera da festa da natividade do Senhor. O Admirável, o Todo Belo, o Deus de toda grandeza vem nos visitar.
Uma criança nas palhas, o Menino das Palhas. Temos vontade de rezar uma prece nesta véspera da festa da luz:
Menino Jesus, estou diante de teu presépio, Que bom que um dia, há muito tempo, tu vieste nos visitar. Tu nasceste na singela de casa pobre, de abrigo noturno dos animais. Um Deus no meio das palhas.Tens, Menino, olhos tão parecidos com os olhos dos meninos que conheço, os olhos dos filhos da vizinha, dos meninos pobres dos morros e mesmo com o filho mais novo da mulher jogada na beira da calçada. Tu passaste por todas as barreiras e vieste viver a nossa vida. Tu és o grande atravessador de fronteiras.Obrigado por teu olhar, tuas mãos, teus pés, tua voz, teu corpo todo.Obrigado porque tu vieste de mansinho, te alojaste no seio transparente de Maria. Eu me alegro muito com tua chegada, com mais esse teu aniversário.Sabe, Menino, nós temos muitos problemas, problemas demais, problemas sérios de mais. Há meninos e meninas que sofrem porque seu pai e sua mãe se desentendem.
Há meninos muito ricos, ricos demais, mas muito sozinhos, vivendo com seus aparelhos sofisticados, mas sem amanhã... vivem em função de uma vida tola e vazia.Há muitos morando na rua, já traficantes, meninos que vão morrer cedo, que andam com facas e canivetes assaltando velhos incautos e passantes distraídos.Está tudo preparado: as imagens estão no presépio, a comida para a ceia na geladeira, o vestido novo pendurado no cabide, o coração arrependido esperando tua visita.Que as pessoas, lembrando de tua chegada, deponham as armas da vingança e se estreitem num abraço terno e doce. Que todos os homens de boa vontade se estreitem num abraço terno e doce nesta véspera e noite do Natal.Menino de Belém, Menino das Palhas, Príncipe da Paz, Rei dos tempos novos estamos esperando a tua chegada.

“Amanhã será varrida da terra a iniqüidade. Sobre nós há de reinar o Salvador do Mundo” (Liturgia do Ofício de Laudes de 24 de dezembro)

23 de dez. de 2009

Encerramento anual do Terço dos Homens

Nesta noite de quarta-feira (23/12), aconteceu o encerramento das atividades do Terço dos Homens de nossa paróquia por este ano de 2009.
A celebração contou com a participação de integrantes do Terço dos Homens da cidade, do Monte do Galo e do Povoado Ermo, além de dezenas de pessoas da comunidade.
O evento iniciou-se com uma procissão, com os homens conduzindo a imagem de Nossa Senhora até a Praça Caetano Dantas, onde foi rezado o Terço e meditada a Palavra.
UM FELIZ NATAL COM CRISTO E UM ANO NOVO CHEIO DE PAZ E ESPERANÇA PARA TODOS QUE FAZEM PARTE DESSE MOVIMENTO, QUE PROCURAM, COM SIMPLICIDADE, LEVAR A PALAVRA DE DEUS E OS ENSINAMENTOS DE MARIA A TODOS OS HOMENS DA COMUNIDADE!

Jovens "conectados" em Jesus - palavras do Papa

CIDADE DO VATICANO, domingo 20 de dezembro de 2009 (ZENIT.org).
"Se oferecemos nossa disponibilidade a Jesus e abrimos nosso coração a Ele, Ele não deixará de fazer-nos sentir sua presença." Assim recordou Bento XVI no último sábado, ao receber em audiência uma representação de jovens da Ação Católica Italiana (ACR) para a tradicional felicitação de Natal, na qual expressou sua estima pessoal pelo particular compromisso que a associação está vivendo no tema “Estamos conectados”, para colocar-se em comunicação com Jesus e com os demais.
“Também vós sois pequenos como Zaqueu, que subiu em uma árvore porque queria ver Jesus, mas o Senhor, levantando o olhar, percebeu-o imediatamente, no meio da multidão”, explicou o Papa aos jovens, citando o personagem e a imagem bíblica como referência do programa.
“Jesus vos vê e vos escuta, mesmo que sejais pequenos, ainda que às vezes os adultos não vos considerem como gostaríeis”, acrescentou, sublinhando que Cristo “não somente vos vê, mas sintoniza vossa onda, quer deter-se onde vós estais, estar convosco, criar com cada um de vós uma forte amizade”.
“Diante de Jesus, imitai sempre o exemplo de Zaqueu, que desceu imediatamente da árvore, acolheu-o cheio de alegria em sua casa e não deixou de fazer-lhe uma festa”, pediu o Papa.
“Acolhei-o em vossa vida de todos os dias, entre o lazer e as tarefas, na oração, quando Ele pede vossa amizade e vossa generosidade, quando sois felizes e quando tendes medo.”
“No Natal, mais uma vez, o amigo Jesus sai ao vosso encontro e vos chama. Ele é o Filho de Deus, é o Senhor que vedes a cada dia nas imagens das igrejas, nas ruas, nas casas. Ele vos fala sempre do amor maior, capaz de entregar-se sem limites, de trazer paz e perdão.”
Bento XVI recordou, portanto, que somente a presença de Jesus na vida “dá a plena alegria”, porque “Ele é capaz de fazer sempre nova e bela cada coisa” e “não vos esquece jamais”.
“Se lhe dizeis cada dia que estais ‘conectados’, esperai certamente que Ele vos chame para enviar-vos uma mensagem de amizade e afeto”, afirmou, explicando que esta mensagem pode chegar a qualquer momento: “quando participais da santa Missa, quando vos dedicais ao estudo, aos vossos compromissos cotidianos ou quando sabeis cumprir gestos de participação, de solidariedade, de generosidade e de amor aos demais”
O Papa lhes pediu especialmente que estejam perto dos “jovens que sofrem, especialmente aqueles que vêm de países distantes e que frequentemente são abandonados, sem pais e sem amigos”.
Durante o encontro, esteve presente uma delegação de jovens da Ação Católica de Belém, cidade à qual será dedicado, em janeiro, o “mês da paz”, através de um projeto de solidariedade com a Terra Santa, para reconstruir o auditório da paróquia de Belém.

REFLEXÃO DO DIA - Quarta-Feira (23/12)

Terminou para Isabel o tempo de gravidez, e ela deu à luz um filho. Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido bom para Isabel, e se alegraram com ela. No oitavo dia, foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. A mãe, porém, disse: «Não! Ele vai se chamar João.» Os outros disseram: «Você não tem nenhum parente com esse nome!» Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse. Zacarias pediu uma tabuinha, e escreveu: «O nome dele é João.» E todos ficaram admirados. No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia se espalhou por toda a região montanhosa da Judéia. E todos os que ouviam a notícia, ficavam pensando: «O que será que esse menino vai ser?» De fato, a mão do Senhor estava com ele. (Lc 1,57-66)

Chegou o tempo de Isabel dar à luz. Completaram-se os seus dias. O menino nasce em clima de alegria. “ E todos se alegraram com ela”. Momento de alegria, mas também de apreensão. Os pais sempre têm dúvidas. Será que a criança vai nascer bem? Será que a mãe vai sair-se bem? O que será dessa criança?
Alguns queriam colocar o nome de Zacarias na criança. A mãe impediu. Ele vai se chamar João. João quer dizer, aquele em quem está a graça. Esta criança terá uma vocação toda especial. Antes mesmo de nascer João já conhecera através da parede do corpo de sua mãe e de Isabel o Cristo. Toda a sua vida, posteriormente, seria um hino de preparação para a atividade do Messias. João iria morar no deserto, na rudeza das areias e das pedras, ouvindo o canto do vento e as harmonias das noites de silêncio. Um dia, na plenitude de todos os tempos, o Batista viria para as cidades, de modo particular, seria visto nas margens do Jordão. Ele adota um estilo de pregação profética, corajosa, intrépida. Leva o povo a se lavar no Jordão, num batismo de penitência, de conversão... Sua vida foi a de preparador dos caminhos do Senhor. Os convertidos e lavados no Jordão poderiam compreender melhor a figura de Jesus e entrar, aos poucos, no espírito do sermão da montanha. João aponta e desaparece. Não se considera digno nem mesmo de carregar as sandálias de Jesus... Quando as pessoas queriam exaltá-lo e engrandecê-lo fez questão de dizer que era importante que o Messias crescesse e que ele, a voz do clama do deserto, desaparecesse.
Um dia, às margens do Jordão, entre os que seriam mergulhados nas águas, estava alguém muito especial, aquele para o qual ele existia, o Messias. João hesita em atender ao pedido do Messias de ser batizado por João. O Messias quer cumprir toda a lei... e ele o batiza, momento em que Jesus se associa a todos os pecadores da face da terra, ele será o servo de Javé que levará mais tarde para o alto da cruz as culpas da humanidade. Mas isso será mais tarde.
João conclui tragicamente sua vida. São Beda Venerável assim fala do fim de seus dias: “Um homem de tanto valor terminou a vida terrena pela efusão do sangue, depois do longo sofrimento da prisão. Aquele que proclamava o Evangelho da liberdade da paz celeste, foi lançado por ímpios às cadeias; foi fechado na escuridão do cárcere quem veio dar testemunho da luz e por esta mesma luz que é Cristo, tinha merecido ser chamado de lâmpada ardente e luminosa. Foi batizado no próprio sangue aquele a quem tinha sido dado batizar o Redentor do mundo, ouvir sobre ele a voz do Pai, ver descer a graça do Espírito Santo. Contudo, para quem tinha conhecimento de que seria recompensado pela alegrias perpétuas não era insuportável sofrer tais tormentos pela verdade, mas pelo contrário, fácil e desejável”.

22 de dez. de 2009

Advento: o mundo inteiro espera a resposta de Maria

Ouviste ó Virgem, que vais conceber e dar à luz um filho, não por obra de homem – tu ouviste – mas do Espírito Santo. O Anjo espera tua resposta: já é tempo de voltar para Deus que o enviou. Também nós, Senhora, miseravelmente esmagados por uma sentença de condenação, esperamos tua palavra de misericórdia.
Eis que te é oferecido o preço de nossa salvação; se consentes, seremos livres. Todos fomos criados pelo Verbo eterno, mas caímos na morte; com uma breve resposta tua seremos recriados e novamente chamados à vida.
Ó Virgem cheia de bondade, o pobre Adão, expulso do paraíso com a sua mísera descendência, implora a tua resposta; Abraão a implora, Davi a implora. Os outros patriarcas, teus antepassados, que também habitam a região da sombra da morte, suplicam esta resposta. O mundo inteiro a espera, prostrado aos teus pés.
E não é sem razão, pois de tua palavra depende o alívio dos infelizes, a redenção dos cativos, a liberdade dos condenados, enfim, a salvação de todos os filhos de Adão, de toda a tua raça.
Apressa-te, ó Virgem, em dar a tua resposta; responde sem demora ao Anjo, ou melhor, responde ao Senhor por meio do Anjo. Pronuncia uma palavra e recebe a Palavra; profere a tua palavra e concebe a Palavra de Deus; dize uma palavra passageira e abraça a Palavra eterna.
Por que demoras? Por que hesitas? Crê, consente, recebe. Que tua humildade se encha de coragem, tua modéstia de confiança. De modo algum convém que tua simplicidade virginal esqueça a prudência. Neste encontro único, porém, Virgem prudente, não temas a presunção. Pois, se tua modéstia no silêncio foi agradável a Deus, mais necessário é agora mostrar tua piedade pela palavra.
Abre ó Virgem santa, teu coração à fé, teus lábios ao consentimento, teu seio ao Criador. Eis que o Desejado de todas as nações bate à tua porta. Ah! Se tardas e ele passa, começarás novamente a procurar com lágrimas aquele que teu coração ama! Levanta-te, corre, abre. Levanta-te pela fé, corre pela entrega a Deus, abre pelo consentimento. Eis aqui, diz a Virgem, a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra (cf. Lc 1,38).
São Bernardo, abade e doutor da Igreja, séc. XII.

REFLEXÃO DO DIA - Terça-Feira 22/12

Então Maria disse:
«Minha alma proclama a grandeza do Senhor,
meu espírito se alegra em Deus, meu salvador,
porque olhou para a humilhaçãode sua serva.
Doravante todas as gerações me felicitarão,
porque o Todo-poderoso realizou grandes obras em meu favor:
seu nome é santo, e sua misericórdia chega aos que o temem,
de geração em geração.
Ele realiza proezas com seu braço:
dispersa os soberbos de coração,
derruba do trono os poderosos e eleva os humildes;
aos famintos enche de bens, e despede os ricos de mãos vazias.
Socorre Israel, seu servo,
lembrando-se de sua misericórdia,
- conforme prometera aos nossos pais -
em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre.»
Maria ficou três meses com Isabel; e depois voltou para casa. (Lc 1,46-56)

Muitos de nós, todos os dias, recitamos ou cantamos o Cântico da Virgem Maria no Ofício de Vésperas. Nunca nos cansamos de fazer nossas as palavras da Mãe do Senhor depois de ter visitado a prima Isabel. Maria explode de júbilo.
Quem vai nos levar à contemplação do Magnificat é o abade Adão de Perseigne: "A alma de Maria engrandece o Senhor porque ela foi por ele primeiro engrandecida. Se não tivesse sido antes engrandecida pelo Senhor, a alma de Maria não teria podido engrandecê-lo. Engrandece, portanto, aquele, por quem foi engrandecida, não somente pelo louvor de sua boca e pela integridade de seu corpo, mas pela singularidade do seu amor.
Muitos engrandecem pela língua, mas blasfemam por seu comportamento, procedendo com soberba de coração. A seu respeito é que foi escrito: Afirmam conhecer a Deus, mas negam-no com seus atos (Tt 1,16). Esses não engrandecem mas diminuem o quanto podem o nome do Senhor. É a eles que se dirige o Apóstolo: Por vossa causa o nome de Deus está sendo blasfemado entre os gentios (Rm 2,24). Em Maria, pelo contrário, a língua, a vida, a alma engrandecem o Senhor. A língua, narrando a santa magnificência da glória divina; a vida, tornando-se digna da mesma glória por suas obras; a alma, amando-o de maneira singular, atingindo-o pelas asas da contemplação, e contendo em seu espírito e em seu seio a incompreensível magnificência.
Por isso diz: Minha alma engrandece o Senhor (Lc 1, 46). Como é que o engrandeces? Porventura, tornarias maior aquele cuja grandeza é infinita? Grande é o Senhor, diz o salmista, e muito louvável (Sl 144,3). Tão grande, tão grande, que sua grandeza não tem comparação nem medida. Como então o engrandeces, se de pequeno não o fazes grande, nem grande maior ainda? Tu o engrandeces, porque o louvas, porque mais luminosa do que o sol, mais bela que a lua, mais perfumada que a rosa, mais branca do que a neve, fazes crescer o esplendor do conhecimento de Deus em meio às trevas deste mundo. Tu o engrandeces, portanto, não aumentando a sua grandeza sem limites, mas trazendo para as trevas deste mundo que a desconhece a luz da verdadeira Divindade. Pois o Senhor que engrandeces, tal como ignora termo por ser eterno, também na admite progresso, por ser perfeito.
Ele é eterno porque não tem começo nem fim. É perfeito porque nada falta à sua plenitude. E, contudo, tu o engrandeces quando, por teus méritos eminentes, és exaltada a ponto de receber a plenitude da graça, de ser digna da visita do Espírito Santo, de dar à luz do Salvador do mundo que perecia, permanecendo Virgem e se tornado a Mãe de Deus."