Os textos e fotografias produzidos pela equipe da PASCOM da Paróquia São José – C. dos Dantas podem ser livremente utilizados, mencionando-se o blog http://www.montedogalo2009.blogspot.com/ como fonte

26 de dez. de 2009

O nosso natal ainda é Natal?

No tempo natalino os nossos sentimentos se renovam! Algo inédito toca no nosso coração. Os mais puros anseios humanos ganham forma e a vida se concentra naquilo que é essencial: amar e ser amado, partilhar, confraternizar, deixar o brilho do infinito invadir o coração para dilatá-lo a fim de acolher a grandeza da manifestação de Deus no seu Filho que nasce entre nós: Deus se faz homem e o homem se torna filho de Deus.
A razão da alegria natalina é o Nascimento de Jesus Cristo e a sua presença de amor que a todos salva. Todo o movimento do espírito humano deve convergir para este fato que deu origem à festa do Natal: o nascimento do Filho de Deus.
As confraternizações das famílias, dos amigos, das empresas e as trocas de mensagens e presentes devem apontar para o preciosíssimo dom de Deus para todos: o seu filho Jesus Cristo.
Ele sim é a razão da perene alegria de todos nós e é o maior presente que a Terra já recebeu.
Algo muito estranho, porém, vem acontecendo nos últimos tempos no tocante à celebração do Natal. O brilho da festa é grande. O comércio se aquece e vende muito mais. As empresas faturam alto. As pessoas entram no clima de final de ano, de natal, de festas e curtem este momento como podem e, até, como não podem... Só que muitas vezes e em muitos ambientes o principal da Festa não é lembrado. O aniversariante é esquecido! Isso é muito estranho! Outro dia assistia a um programa de televisão sobre o Natal: falava-se de tudo: de paz, de alegria, de luz, de emoção, de família, de confraternização, de troca de presentes, de Papai Noel, menos de Jesus Cristo. E eu achava isso uma coisa completamente inusitada e estranha. Como é que se celebra o aniversário de alguém e ninguém se lembra dele? Foi nisso que transformaram o Natal, a celebração do Filho de Deus, nosso Salvador? Esvaziaram o Natal. Natal sem Jesus Cristo é vazio da graça, do encanto, da alegria de paz que só Ele tem para dar.
O “consumismo” não gera paz. Esta é fruto de relações novas de partilha e solidariedade no cumprimento do ensinamento de Jesus. Quem tem fé e acolhe Jesus Cristo, aprende facilmente olhar para o outro com o mesmo olhar de Deus, que é olhar de compaixão e de compreensão, que ultrapassa todas as barreiras e une as pessoas pelo vínculo do verdadeiro amor, que é aquele sem interesses outros, a não ser o de ver o seu semelhante feliz.
Em tempo, aproveitemos a ocasião para refletir sobre o modo como vivemos o Natal. Prestemos atenção para ver se Jesus Cristo está sendo convidado para as nossas festas de comemoração do seu aniversário. É lógico que o aniversariante deve estar presente e que a festa seja de fato para homenageá-lo. Neste sentido, na presença dele, vale perguntar com São Francisco de Assis: “Senhor, que queres que eu faça?” O maior presente que podemos dar a Jesus é fazer a sua vontade. Podemos fazer a vontade do consumismo e dele nos tornar escravos, perdendo a nossa liberdade de decidir o que queremos. Esta atitude não gera paz e só cria vazios no coração de quem assim se deixa levar. Mas descobrir a vontade de Jesus e realizá-la é a maior fonte de paz e de liberdade. A plenitude da liberdade humana está enraizada na verdade que ilumina e conduz o ser humano pelos caminhos do amor. A vontade de Jesus é que sejamos livres para amar. Neste sentido, formulo para todos os melhores votos natalinos: que o Senhor Jesus esteja presente na sua vida e encha a sua existência de luz e paz. Que 2010 seja um tempo de crescimento na fé, de desenvolvimento pessoal e amadurecimento como ser humano, e de conquistas sociais que beneficiem todo o povo brasileiro!
Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz
Bispo Diocesano de Caicó – RN.

O Senhor quer que o Natal aconteça na sua casa!

Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor. A Igreja não quer que apenas estejamos recordando um fato passado, acontecido há mais de dois mil anos. A Igreja tem certeza de que o Natal é hoje, a Igreja quer que você o celebre hoje, pois Deus quer fazer Natal na sua casa, na sua família, hoje, na situação em que você está enfrentando o que quer que esteja enfrentando.
O Senhor quer que aconteça o Natal na situação real da sua casa, seja esta qual for, mesmo se houver muita dor, sofrimentos, divisão, loucura, pecados, brigas. Justamente por isso que o Senhor quer que você viva o Natal.
O que vivemos no Natal é real, não é uma lembrança, nós o vivemos: Jesus quer vir nascer no nosso coração, isso não é poesia. Jesus quer nascer em sua casa, no seu lar, Ele quer ser presente no seu lar, Ele quer nascer em você, no seu casamento, no estado em que ele está.
Muitas pessoas estão com o coração apertado por mil razões pessoais, por causa da família, filhos, pobreza, desemprego, falta de dinheiro e, por isso, não estão podendo ter o Natal que gostariam. Ou mais doloroso: você não está podendo dar aos seus o Natal que queria lhes dar por coisas que estão acontecendo na sua casa, como dores, dores na alma. Mas agora o próprio Senhor está falando: “Eu anuncio a você, meu filho, uma grande notícia, que será também uma alegria para todo o povo: hoje nasceu para você, um Salvador, que é Cristo Jesus”.
Monsenhor Jonas Abib

REFLEXÃO DO DIA - Sábado 26/12

O GLORIOSO MARTÍRIO DE ESTEVÃO

Ontem, celebrávamos o nascimento temporal de nosso Rei eterno; hoje celebramos o martírio triunfal de seu soldado. Ontem, o nosso rei revestido de nossa carne e saindo da orada de um seio virginal, dignou-se visitar o mundo; hoje o soldado deixando a tenda de seu corpo, parte vitorioso para o céu. O nosso Rei Altíssimo veio para nós na humildade, mas não pôde vir de mãos vazias. Trouxe para os seus soldados um grande dom, que não apenas os enriqueceu, mas deu-lhes força invencível no combate: trouxe o dom da caridade que leva os homens à comunhão com Deus. Ao repartir tão liberalmente o que trouxera, nem por isso ficou mais pobre: enriquecendo de modo admirável a pobreza de seus fieis, ele conservou a plenitude dos seus tesouros inesgotáveis. Assim, a caridade que fez Cristo descer do céu à terra, elevou Estevão da terra ao céu. A caridade de que o Rei dera o exemplo logo refulgiu no soldado. Estevão, para alcançar a coroa que seu nome significa, tinha por arma a caridade e com ela vencia em toda a parte. Por amor de Deus não recuou perante a hostilidade dos judeus, por amor do próximo intercedeu por aqueles que o apedrejavam. Por esta caridade, repreendia os que estavam no erro para que se emendassem, por caridade rezava pelos que o paedrejavma para que não fossem punidos.
Fortificado pela caridade, venceu Saulo, enfurecido e cruel, e mereceu ter como companheiro no céu aquele que tivera como perseguidor na terra. Sua santa e incansável caridade queria conquistar pela oração a quem não pudera converter pelas admoestações. E agora Paulo se alegra com Estevão, com Estevão frui da glória de Cristo, com Estevão exulta, com Estêvão reina. Aonde Estevão chegou primeiro, martirizado pela pedras de Paulo, chegou depois Paulo, ajudado pelas orações de Estevão. É esta a verdadeira vida, meus irmãos, em que Paulo não se envergonha mais da morte de Estevão, mas Estevão se alegra pela companhia de Paulo, porque em ambos triunfa a caridade. Em Estevão, a caridade venceu a crueldade dos perseguidores, em Paulo, cobriu uma multidão de pecados; em ambos, a caridade mereceu a posse do reino dos céus. A caridade é a fonte e origem de todos os bens, é a mais poderosa defesa, o caminho que conduz ao céu. Quem caminha na caridade não pode errar nem temer. Ela dirige, protege, leva a bom termo. Portanto, meus irmãos, já que o Cristo nos deu a escada da caridade pela qual todo cristãos pode subir ao céu, conservai fielmente a caridade verdadeira, exercitai-a uns para com os outros e, subindo por ela, progredi sempre mais no caminho da perfeição.

Belíssima a homilia de São Fulgêncio de Ruspe, bispo (sec VI) tirada da Liturgia das Horas, II, p.1082-1083.
Primeira leitura: Atos 6,8-10; 10; 7, 54-59