Os textos e fotografias produzidos pela equipe da PASCOM da Paróquia São José – C. dos Dantas podem ser livremente utilizados, mencionando-se o blog http://www.montedogalo2009.blogspot.com/ como fonte

7 de mar. de 2010

Terceira Semana da Quaresma

Como a corça anseia pelas águas vivas,
assim minha alma suspira por vós,
ó meu Deus.
(Salmo 41)

Todos os acontecimentos da vida são portadores de um convite à conversão. Com os Bispos da Conferência de Aparecida aprendemos a nos aproximar de Cristo Salvador e assumir o compromisso missionário de oferecer oque temos de mehor a todas as pessoas, a Boa-Nova do Evangelho.
O Senhor nos disse: "não tenham medo" (Mt 28,5). Como às mulheres na manhã da Ressurreição nos é repetido: "Por que buscam entre os mortos aquele que está vivo?" (Lc 24,5). Os sinais da vitória de Cristo ressuscitado nos estimulam enquanto suplicamos a graça da conversão e mantemos viva a esperança que não defrauda. O que nos define não são as circunstâncias dramáticas da vida, nem os desafios da sociedade ou as tarefas que devemos empreender, mas todo o amor recebido do Pai, graças a Jesus Cristo pela unção do Espírito Santo. Esta prioridade fundamental é a que tem presidido todos os nossos trabalhos que oferecemos a Deus, à nossa Igreja, a nosso povo, a cada um dos latino-americanos, enquanto elevamos ao Espírito Santo nossa súplica para que redescubramos a beleza e a alegria de ser cristãos. Aqui está o desafio fundamental que contrapomos: mostrar a capacidade da Igreja de promover e formar discípulos que respondam à vocação recebida e comuniquem em todas as partes, transbordando de gratidão e alegria, o dom do encontro com Jesus Cristo. Não temos outro tesouro a não ser este. Não temos outra felicidade nem outra prioridade que não seja sermos instrumentos do Espírito de Deus na Igreja, para que Jesus Cristo seja encontrado, seguido, amado, adorado, anunciado e comunicado a todos, não obstante todas as dificuldades e resistências. Este é o melhor serviço - seu serviço! - que a Igreja tem que oferecer às pessoas e nações. Nesta hora em que renovamos a esperança, queremos fazer nossas as palavras de Bento XVI no início de seu Pontificado, fazendo eco a seu predecessor, o Servo de Deus, João Paulo II, e proclamá-las para toda a América Latina: "Não temam! Abram, abram de par em par as portas a Cristo!... quem deixa Cristo entrar não perde nada, nada - absolutamente nada - do que faz a vida livre, bela e grande. Não! Só com esta amizade abrem-se realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só com esta amizade experimentamos o que é belo e o que nos liberta... Não tenham medo de Cristo! Ele não tira nada e nos dá tudo. Quem se dá a Ele recebe cem por um. Sim, abram, abram de para em par as portas a Cristo e encontrarão a verdadeira vida. (DA 14,15)



Proposta para jejum nesta 3ª semana da Quaresma: Aproveitando o convite insistente à conversão feito pela Liturgia do Terceiro Domingo da Quaresma, procure remover as "tralhas" guardadas em seu coração, como ressentimentos, ciúmes, julgamentos, preconceitos, que se foram acumulando. É uma "operação limpeza".

Do Livro "Tenho Sede: Retiro Popular 2010", de Dom Alberto Taveira

Deus é fogo, mas tem paciência

REFLEXÃO DA LITURGIA


Depois dos episódios da tentação e da transfiguração nos dois primeiros domingos da Quaresma, a liturgia nos propõe o tema da conversão. Nos anos A e B, os enfoques de domingo foram, espectivamente, a catequese batismal e o cristocentrismo. No ano C, o evangelho realça
especificamente a graça. Lc é o evangelho da graça, dos pobres e dos pecadores. Para receber a graça que nos renova devemos estar conscientes de sermos pecadores (cf. os próximos domingos). Porém, ao mesmo tempo que nos conscientizamos de nosso pecado, devemos ter diante dos olhos a perspectiva da graça e do perdão de Deus, nosso Pai.
A 1ª leitura nos coloca em espírito de "temor do Senhor". Assistimos à grandiosa revelação de Deus a Moisés, na sarça ardente. Deus está em fogo inacessível. Deus devora quem dele se aproxima. "Tira tuas sandálias: o chão em que estás é santo!" (Ex 3,5). Deus está em ardor, porque viu a miséria de seu povo e ouviu seu clamor. Moisés será seu enviado para revelar a Israel sua libertação e ao Faraó a cólera do Senhor. E em nome de quem deverá falar? No nome de "Eu estou aí" (= "Pode contar comigo!") (3,15).
Deus está aí, com seu poder e sua fidelidade, mas também com sua justiça: na 2ª leitura, Paulo nos ensina a "lição da história" de Israel. Eles tinham a promessa, os privilégios, a proteção de Deus. Todos os israelitas experimentaram, no deserto, a mão de Deus que os conduzia. Todos foram saciados com o alimento celestial e aliviaram-se na água do rochedo (que significa o Messias). Contudo, a maioria deles, por causa de sua dureza de coração, foram rejeitados por Deus (cf. Nm 17,14). Com vistas ao fim dos tempos e ao Juízo, Paulo avisa seus leitores para que aprendam a lição (1Cor 10,1-6).
Lc 13,1-5 é, se possível, mais explícito ainda. Dentro da concepção mágica de que as catástrofes são castigos de Deus, os judeus perguntaram a Jesus que mal fizeram os galileus cujo sangue Pilatos misturou com o de suas vítimas, quando foram apresentar sua oferta no templo de Jerusalém; ou as dezoito pessoas que morreram porque caiu sobre elas a torre de Siloé. Jesus responde: "A questão não é saber que mal fizeram eles; a questão é que vocês mesmos não se devem considerar isentos de castigo, por serem bons judeus; digo-lhes: se vocês não se converterem, conhecerão a mesma sorte!"
As catástrofes não são castigos, mas lembretes! E não adianta pertencer ao grupo dos "eleitos" - os judeus no deserto, os fariseus do tempo de Jesus, ou os "bons cristãos" hoje. O negócio é converter-se! Pois cada um descobre algo a endireitar, quando se coloca diante da face de Deus. Ou melhor, em tudo o que fazemos e somos, mesmo em nossas ações e atitudes mais dignas de louvor, descobrimos os traços de nosso egoísmo e falta de amor, quando nos expomos à luz da "sarça ardente". Só Deus é santo.
Por isso, todos nós devemos converter-nos, sempre.
Se, até agora, a liturgia nos inspirou o temor do Senhor, o último trecho do evangelho nos traz a mensagem, tão característica de Lc, da misericórdia de Deus (cf. salmo responsorial), que se mostra em forma de paciência (nos próximos domingos, em forma de perdão). A árvore infrutífera pode ficar mais um ano, pois talvez ela se converta ainda! Mas, algum ano será o último ...


Do livro "Liturgia Dominical", de Johan Konings, SJ, Editora Vozes

3º DOMINGO DA QUARESMA



EVANGELHO: Lucas 13,1-9

Nesse tempo, chegaram algumas pessoas levando notícias a Jesus sobre os galileus que Pilatos tinha matado, enquanto ofereciam sacrifícios. Jesus respondeu-lhes: «Pensam vocês que esses galileus, por terem sofrido tal sorte, eram mais pecadores do que todos os outros galileus? De modo algum, lhes digo eu. E se vocês não se converterem, vão morrer todos do mesmo modo. E aqueles dezoito que morreram quando a torre de Siloé caiu em cima deles? Pensam vocês que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? De modo algum, lhes digo eu. E se vocês não se converterem, vão morrer todos do mesmo modo.» Então Jesus contou esta parábola: «Certo homem tinha uma figueira plantada no meio da vinha. Foi até ela procurar figos, e não encontrou. Então disse ao agricultor: ‘Olhe! Hoje faz três anos que venho buscar figos nesta figueira, e não encontro nada! Corte-a. Ela só fica aí esgotando a terra’. Mas o agricultor respondeu: ‘Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e pôr adubo. Quem sabe, no futuro ela dará fruto! Se não der, então a cortarás’.»