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17 de jun. de 2010

Perdão por amar

A propaganda muitas vezes leva as pessoas a formarem imagem ou conceito ruim de quem comete alguma falta, sem saberem ou não quererem saber da conversão ou mudança de vida dos faltosos. Nem sempre se divulgam notícias com a devida ética de respeito à pessoa que erra. A punição devida é importante a quem comete delito. Mas o modo de fazê-lo não pode ser de tipo vingativo e sim corretivo. Jesus sempre dava oportunidade para a conversão e perdoava os pecadores. Aliás, desafiou até os que queriam apedrejar a mulher pecadora: “Quem não tem pecado, atire a primeira pedra!”. Muitas vezes parte da sociedade é farisáica ou enganosa e até contraditória. Perdoa até faltas graves e é implacável com senões leves, dependendo muito do como as notícias são veiculadas.
Um fato na vida de Jesus chama atenção em relação à sua percepção do arrependimento de uma prostituta. Ela lavou os pés do Mestre com suas lágrimas, enxugou-os com seus cabelos e colocou perfume neles. O fariseu, chamado Simão, que O acolhia em casa, não percebeu o motivo de a mulher fazer aquilo. Fez até julgamento mau da mesma e criticou mentalmente Jesus. Mas o Senhor, que bem conhecia o que se passava na mente de seu anfitrião, deu verdadeira lição em relação ao fato: “Os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados porque ela mostrou muito amor. Aquele a quem se perdoa pouco mostra pouco amor” (Lucas 7, 47).
Quantas conversões conhecemos na história! O próprio Saulo de Tarso se tornou o grande apóstolo Paulo. Agostinho de Hipona, de vida completamente fora das coordenadas cristãs, tornou-se grande Bispo. Tantos outros têm perfilado o caminho de uma vida nova, ajudando, após a conversão, a construção de uma sociedade mais justa e humana!
Precisamos, mais do que nunca, ter bom senso para corrigirmos as pessoas com a promoção de sua dignidade. Muitos delinquentes o são por não terem tido berço adequado à sua sanidade psicológica e cidadã. Outros se comportam de modo inadequado civilmente devido à falta de educação de base. Algo comum há em todos: o chamado pecado original, ou mesmo a tendência à satisfação dos instintos, nem sempre cidadãos. Precisamos sempre mais solidificar a família para que ela seja formada e desenvolvida de modo a dar base à formação do caráter e ao desenvolvimento da personalidade, com harmonia entre as pessoas do próprio aconchego e da sociedade. A própria formação na escola deveria ser conjugada com a familiar, a ponto de se harmonizarem os valores éticos mais adequados com o respeito à alteridade e à promoção do bem inerente aos valores da pessoa humana.
Um deles é o de se darem oportunidade e meios adequados à superação dos erros ou falhas. A educação para o autêntico amor está na base de sustentação do relacionamento humano com harmonia e justiça. Jesus mostrou-o de forma catedrática, conforme a lição dada ao fariseu Simão.
Paulo reconheceu o valor maior na vida, convertendo-se para seguir Aquele que deu motivo à sua mudança radical de vida: “Irmãos, sabendo que ninguém é justificado por observar a lei de Moisés, mas por crer em Jesus Cristo, nós também abraçamos a fé em Jesus Cristo” (Gálatas 2, 16).

Dom José Alberto Moura

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