Os textos e fotografias produzidos pela equipe da PASCOM da Paróquia São José – C. dos Dantas podem ser livremente utilizados, mencionando-se o blog http://www.montedogalo2009.blogspot.com/ como fonte

14 de set. de 2009

CARNAÚBA DOS DANTAS E O MONTE DO GALO



Retomando a matéria sobre o Monte do Galo, e para que o leitor possa se situar melhor no tempo e no espaço histórico, vimos que até o dia 25 de outubro de 1953 houve muitos administradores, cada um com o seu modo de trabalho, e todos reconhecidamente operosos nos seus misteres.
Assim, no dia da Festa de Nossa Senhora das Vitórias, 25 de outubro de 1953, Antônio de Felinto passou a administrar o Monte do Galo, tempo em que muito pouca coisa existia de benfeitorias ali edificadas, e muito pouco recurso, aliás, no ato de sua posse, sem nenhuma solenidade, foi-lhe entregue a chave do cofre com o dinheiro que existia... uma moeda de um cruzado. Isto mesmo, um cruzado.
No dia seguinte iniciou os trabalhos de desmatamento no sopé do morro e concomitantemente a construção das escadas na rocha dando acesso ao Cruzeiro, porquanto àquele tempo só se chegava ali agarrado às pedras, e somente os homens tinham condições de conseguir tal façanha.
Entre os anos de 1953 e 1960 foram construídas as Estações da Via Sacra, a Casa dos Romeiros, a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, obras de acesso no sopé do morro e tendo doado o terreno, a construção da Capela de Nossa Senhora das Vitórias.
Neste espaço de tempo, o Sr. Antônio de Felinto vivenciou muitos testemunhos de pessoas vindas de perto e de longe, com o fim de render graças a Nossa Senhora, contar seus apelos e suas graças alcançadas, de forma verbal e escrita, manifestações essas que nunca eram tornadas públicas por recomendações dos párocos da Freguesia de então, de não se comentar o que ouvia e caso as declarações feitas por escrito eram guardadas durante certo tempo e depois incineradas...Quantos segredos e histórias importantes foram jogados fora e que hoje se tornaria matéria espiritual valiosa....., por exemplo:
Num dia em que se encontrava trabalhando no topo do Monte do Galo chegou um casal trazendo consigo uma criança, entregando-lhe um envelope e dentro do envelope uma agulha, (conhecida como “agulha de mão”, que servia para bordados e outros afazeres de casa), de regular tamanho. Não há registro do lugar de onde vieram nem existe mais lembrança dos nomes, somente do testemunho dado pelo casal ao entregar o envelope: Que viajaram em transporte próprio durante dois dias até chegar ao Monte do Galo, que nem sabiam onde era Carnaúba dos Dantas, mas tinham ouvido falar que aqui havia uma Santa que “obrava milagres” – esta a expressão. E disseram que num dia, pela manhã na fazenda que lhes pertencia aquela criança houvera engolido a tal agulha que tinha se atravessado na garganta. Já estava semidesfalecida, quando a mãe lembrando-se da Santa Milagrosa que ouvira falar rogou-lhe pela vida da filha, e neste momento a menina tossiu e a agulha apareceu na boca.
Noutra oportunidade, um senhor de nome Antônio Silvano, de família de Parelhas, em visita ao Monte do Galo descuidou-se da vigilância ao filho quando este se despencou no abismo, no mesmo local onde depois suicidou-se Maria de Teodora e, pelo grito da mãe valendo-se de Nossa Senhora a criança sumindo no precipício caiu numa touceira de macambira, saindo dali ileso, apenas depois de muito trabalho e coragem de um dos componentes da família que resgatou o menino através de uma corda muito comprida amarrada na cintura.
Estes fatos me foram narrados pelo senhor Antônio de Felinto, os quais, mesmo não existindo dados comprobatórios, (o que é uma pena), as palavras do narrador merecem nosso crédito.
Fonte de pesquisa: Entrevista com o próprio Antonio de Felinto
Carnaúba dos Dantas, 31 de agosto de 2009.
HILÁRIO FÉLIX DANTAS

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