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26 de dez. de 2009

O nosso natal ainda é Natal?

No tempo natalino os nossos sentimentos se renovam! Algo inédito toca no nosso coração. Os mais puros anseios humanos ganham forma e a vida se concentra naquilo que é essencial: amar e ser amado, partilhar, confraternizar, deixar o brilho do infinito invadir o coração para dilatá-lo a fim de acolher a grandeza da manifestação de Deus no seu Filho que nasce entre nós: Deus se faz homem e o homem se torna filho de Deus.
A razão da alegria natalina é o Nascimento de Jesus Cristo e a sua presença de amor que a todos salva. Todo o movimento do espírito humano deve convergir para este fato que deu origem à festa do Natal: o nascimento do Filho de Deus.
As confraternizações das famílias, dos amigos, das empresas e as trocas de mensagens e presentes devem apontar para o preciosíssimo dom de Deus para todos: o seu filho Jesus Cristo.
Ele sim é a razão da perene alegria de todos nós e é o maior presente que a Terra já recebeu.
Algo muito estranho, porém, vem acontecendo nos últimos tempos no tocante à celebração do Natal. O brilho da festa é grande. O comércio se aquece e vende muito mais. As empresas faturam alto. As pessoas entram no clima de final de ano, de natal, de festas e curtem este momento como podem e, até, como não podem... Só que muitas vezes e em muitos ambientes o principal da Festa não é lembrado. O aniversariante é esquecido! Isso é muito estranho! Outro dia assistia a um programa de televisão sobre o Natal: falava-se de tudo: de paz, de alegria, de luz, de emoção, de família, de confraternização, de troca de presentes, de Papai Noel, menos de Jesus Cristo. E eu achava isso uma coisa completamente inusitada e estranha. Como é que se celebra o aniversário de alguém e ninguém se lembra dele? Foi nisso que transformaram o Natal, a celebração do Filho de Deus, nosso Salvador? Esvaziaram o Natal. Natal sem Jesus Cristo é vazio da graça, do encanto, da alegria de paz que só Ele tem para dar.
O “consumismo” não gera paz. Esta é fruto de relações novas de partilha e solidariedade no cumprimento do ensinamento de Jesus. Quem tem fé e acolhe Jesus Cristo, aprende facilmente olhar para o outro com o mesmo olhar de Deus, que é olhar de compaixão e de compreensão, que ultrapassa todas as barreiras e une as pessoas pelo vínculo do verdadeiro amor, que é aquele sem interesses outros, a não ser o de ver o seu semelhante feliz.
Em tempo, aproveitemos a ocasião para refletir sobre o modo como vivemos o Natal. Prestemos atenção para ver se Jesus Cristo está sendo convidado para as nossas festas de comemoração do seu aniversário. É lógico que o aniversariante deve estar presente e que a festa seja de fato para homenageá-lo. Neste sentido, na presença dele, vale perguntar com São Francisco de Assis: “Senhor, que queres que eu faça?” O maior presente que podemos dar a Jesus é fazer a sua vontade. Podemos fazer a vontade do consumismo e dele nos tornar escravos, perdendo a nossa liberdade de decidir o que queremos. Esta atitude não gera paz e só cria vazios no coração de quem assim se deixa levar. Mas descobrir a vontade de Jesus e realizá-la é a maior fonte de paz e de liberdade. A plenitude da liberdade humana está enraizada na verdade que ilumina e conduz o ser humano pelos caminhos do amor. A vontade de Jesus é que sejamos livres para amar. Neste sentido, formulo para todos os melhores votos natalinos: que o Senhor Jesus esteja presente na sua vida e encha a sua existência de luz e paz. Que 2010 seja um tempo de crescimento na fé, de desenvolvimento pessoal e amadurecimento como ser humano, e de conquistas sociais que beneficiem todo o povo brasileiro!
Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz
Bispo Diocesano de Caicó – RN.

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