Os textos e fotografias produzidos pela equipe da PASCOM da Paróquia São José – C. dos Dantas podem ser livremente utilizados, mencionando-se o blog http://www.montedogalo2009.blogspot.com/ como fonte

3 de jan. de 2010

EPIFANIA DO SENHOR

Neste domingo, 03/01, celebramos a Epifania do Senhor.
A Epifania, que acrescenta ao Natal? A manifestação de Cristo aos que vêm de longe. Deus avisou os magos do oriente a respeito do nascimento do Salvador. Os magos viviam empaíses longínquos, que o povo deIsrael lembrava com certa amargura: a Babilônia, terra do exílio; a Arábia, terra inóspita ... Representantes dessas terras tão alheias vão adorar o Messias na cidade de Davi, Belém - assim anunciam a 1ª leitura e o evangelho! A 2ª leitura aponta a unificação de Israel com os "gentios"(os pagãos do mundo grego, da Europa), no novo povo de Deus, que é a Igreja, corpo e presença atuante de Cristo no mundo de hoje. Todos participam da mesma herança: a salvação em Cristo Jesus.

O menino nascido em Belém atraiu os que viviam longe de Israel geograficamente. Mas a atração exercida por Jesus envolve também os social e religiosamente afastados, os pobres, os leprosos, os pecadores e pecadoras ... Todos aqueles que de alguma maneira estão longe da religião estabelecida e acomodada recebem em Jesus um convite de Deus para se aproximarem dele.
Quem seriam esses "longínquos" hoje? Os muçulmanos do Iraque (a antiga Babilônia) e da Arábia? Por que não? Mas talvez a estrela brilhe de modo especial para os que, em nosso próprio ambiente católico, ficaram afastados do templo. O povinho que ficava no fundo da igreja, ou que não podia ir à igreja porque não tinha roupa decente ... Graças a Deus estão surgindo capelas nos barracos das favelas, bem semelhantes ao lugar onde Jesus nasceu e onde a roupa não causa problema.

Há também os que se afastaram porque seu casamento despencou (muitas vezes se pode até questionar se ele foi realmente válido). Jesus se aproximou da samaritana, da pecadora, da adúltera ... será que para estas pessoas não brilha alguma estrela em Belém?
E os que viraram as costas aos problemas do povo? Haverá um convite para esses, também?
Será que, numa Igreja renovada, o Menino Jesus poderá de novo brilhar para todos esses afastados, como sinal de salvação e libertação? Depende um pouco da atitude dos "fiéis". Se ser fiel significa permanecermos com o nosso grêmio, com os nossos costumes de sempre, bem protegidos contra quem possa ter outra experiência de vida, outra visão do mundo, então a luz de Cristo não vai ser vista muito longe. Mas se ser fiel é entendido como a imitação da vida missionária de Jesus, que ia ao encontro daqueles que estavam longe, então vale lembrar os reis do oriente e celebrar a Epifania, a gloriosa manifestação do Filho de Deus.


Evangelho: Mateus 2,1-12

Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judéia, no tempo do rei Herodes, alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, e perguntaram: «Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Nós vimos a sua estrela no Oriente, e viemos para prestar-lhehomenagem.» Ao saber disso, o rei Herodes ficou alarmado, assim como toda a cidade de Jerusalém. Herodes reuniu todos os chefes dos sacerdotes e os doutores da Lei, e lhes perguntou onde o Messias deveria nascer. Eles responderam: «Em Belém, na Judéia, porque assim está escrito por meio do profeta: ‘E você, Belém, terra de Judá, não é de modo algum a menor entre as principais cidades de Judá, porque de você sairá um Chefe, que vai apascentar Israel, meu povo.’ « Então Herodes chamou secretamente os magos, e investigou junto a eles sobre o tempo exato em que a estrela havia aparecido. Depois, mandou-os a Belém, dizendo: «Vão, e procurem obter informações exatas sobre o menino. E me avisem quando o encontrarem, para que também eu vá prestar-lhe homenagem.» Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até que parou sobre o lugar onde estava o menino. Ao verem de novo a estrela, os magos ficaram radiantes de alegria. Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e lhe prestaram homenagem. Depois, abriram seus cofres, e ofereceram presentes ao menino: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, partiram para a região deles, seguindo por outro caminho.

2 de jan. de 2010

ANO NOVO



Chegamos à praia de um Ano Novo. E se quisermos a de um mundo novo. O que podemos esperar para nossa vida? Quem será que vai investigar e desfrutar o dia de amanhã? Muita gente se angustia e se inquieta, mas apesar de tudo a gente se deseja um ano muito feliz e abençoado.
O que fazer para que este ano seja santo e muito feliz? Isso depende de cada um de nós. Nós conhecemos alguém que nos apontou o caminho. Alguém que disse: Eu sou o caminho. Sem esse caminho o nosso mundo é um desvio. Nós conhecemos o caminho e conhecemos o guia.
"O Senhor é meu pastor e nada me poderá faltar". Conhecemos o luz que vai nos iluminar mesmo nas trevas. "Eu sou a luz do mundo, quem me segue não anda em trevas".
Conhecemos o pão que nos há de alimentar. "Eu sou o pão descido dos céus".
Frei Clemente Kesselmeier, OFM

REFLEXÃO DO DIA - Sábado 02/01

O testemunho de João foi assim. As autoridades dos judeus enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntarem a João: «Quem é você?» João confessou e não negou. Ele confessou: «Eu não sou o Messias.» Eles perguntaram: «Então, quem é você? Elias?» João disse: «Não sou.» Eles perguntaram: «Você é o Profeta?» Ele respondeu: «Não.» Então perguntaram: «Quem é você? Temos que levar uma resposta para aqueles que nos enviaram. Quem você diz que é?» João declarou: «Eu sou uma voz gritando no deserto: ‘Aplainem o caminho do Senhor’, como disse o profeta Isaías.» Os que tinham sido enviados eram da parte dos fariseus. E eles continuaram perguntando: «Então, por que é que você batiza, se não é o Messias, nem Elias, nem o Profeta?» João respondeu: «Eu batizo com água, mas no meio de vocês existe alguém que vocês não conhecem, e que vem depois de mim. Eu não mereço nem sequer desamarrar a correia das sandálias dele.» Isso aconteceu em Betânia, na outra margem do Jordão, onde João estava batizando. (Jo 1,19-28)
Nos primeiros dias do ano novo, e depois do natal, temos diante de nossos olhos a figura de João Batista que nos acompanhou no tempo das preparações que é o advento. Embaixadas chegam para investigar a respeito da identidade desse filho da velhice de Isabel e de Zacarias. A pergunta é esta: “Quem és tu?”
“Eu não sou o Messias, não sou Elias, não sou o profeta que viria depois de Moisés. Posso ter algumas semelhanças, mas o Messias está por aí. Procurei me afastar do burburinho das coisas e viver no deserto. Empenhei em encher-me de toda força e energia para empreender um trabalho de precursor, de anunciador. Procuro desdobrar uma passarela do deserto à cidade e, correndo, anuncio aquele que vem. Eu não sou o Messias”.
Há qualquer coisa de diferente no ar. João procura preparar caminhos. Sua vida não é recolher louros pessoais, mas facilitar o caminhar daquele que vem. Prega uma purificação na água, um batismo de penitência. Não existe melhor preparação das pessoas para o encontro com Cristo senão aquela que começa no coração contrito, arrependido, desejoso de plenitude. A vinda do Messias é facilitada por esse clima de mudança de coração. O homem do deserto que era João vai se tornando o Batista das margens do Jordão.
Os cristãos, os verdadeiros discípulos do Mestre que fascina, têm a mesma missão de João: anunciar aquele que plenifica.
No trabalho profissional, nas atividades pastorais, no exemplo familiar estão sempre abrindo caminhos para que as pessoas tenham vontade de seguir o Messias.Por mais escondidas que possam ser certas vidas elas podem ser instrumentos de Cristo. A Igreja, a vida religiosa consagrada, os investidos do ministério sacerdotal, todo o povo cristão é chamado a clamar no deserto, a serem precursores de Cristo.
O relato do evangelista João sobre o Batista fala de um homem que tem consciência plena de sua verdade e não quer que as pessoas se fixem nele: “Eu batizo com água, mas no meio de vós está aquele que vós não conheceis e que vem depois de mim. Eu não mereço desamarrar as correias de suas sandálias”.
Num discurso de 1965 Paulo VI tentava responder à pergunta: “Quem é Jesus Cristo?” “Nós que temos este grande e dulcíssimo nome para repeti-lo para nós mesmos, nós que somos fiéis, que cremos em Cristo, sabemos quem ele é? Poderemos dizê-lo numa palavra direta e exata? Será que podemos chamá-lo verdadeiramente pelo seu nome, invocá-lo como luz da alma? Podemos dizer, de verdade: Tu és o Salvador? Temos plena consciência de que ele nos é necessário e que não podemos ficar sem ele? Ele é nosso tesouro, nossa alegria, felicidade promessa e esperança, caminho, verdade e vida...”

1 de jan. de 2010

Rosto de Deus é "caminho privilegiado" para paz, diz Papa


No primeiro dia do ano, a Igreja celebra a Solenidade de Maria Mãe de Deus e o Dia Mundial da Paz.
Durante a celebração na Basílica de São Pedro, nesta sexta-feira, às 10 horas (em Roma - 7 horas em Brasília), o Papa Bento XVI fincou as raízes de suas reflexões no Livro dos Números, mais exatamente na antiga bênção O Senhor volva o seu Rosto para ti e te dê a paz! (cf. Nm 6,26)."
Meditar sobre o mistério do rosto de Deus e do homem é um caminho privilegiado que conduz à paz", propôs o Papa.
Bento XVI falou sobre o Rosto de Deus e o rosto do homem. "Um tema que se oferece também como chave de leitura para o problema da paz no mundo", disse. O Pontífice afirmou: "O rosto é a expressão por excelência da pessoa, aquilo que a torna reconhecível e por onde se manifestam os sentimentos, pensamentos, intenções do coração".
Bento XVI defendeu que a paz brota do reconhecimento do rosta da outra pessoa, independentemente de quem ela seja ou quais sejam suas opções. "Mas quem, se não Deus, pode garantir, por assim dizer, a "profundidade" do rosto humano? Na realidade, somente se tivermos Deus em nossos corações, podemos detectar no rosto do outro o de um irmão na humanidade, não um meio mas um fim, não um rival ou um inimigo, mas um outro que me é próximo, uma faceta do infinito mistério do ser humano", salientou.
"Se o homem se degrada, degrada o meio ambiente em que vive; se a cultura tende para o niilismo, se não teórico, prático, a natureza não pode deixar de pagar as consequências. Pode, de fato, constatar-se uma influência recíproca entre o rosto do homem e o 'rosto' do ambiente", explicou o Pontífice.
Quem é habitado por Deus, disse o Papa, deve ter uma percepção diferente do mundo e ser mais sensível à Sua presença em tudo que existe, especialmente no rosto dos outros homens. "Embora às vezes o próprio rosto humano, marcado pela dureza da vida e do mal, possa tornar difícil compreendê-lo e acolhê-lo como epifania de Deus. A melhor forma, no entanto, para se reconhecer e respeitar como aquilo que realmente somos, isto é, irmãos, é termos presente que nos referimos ao Rosto de um Pai comum, que ama a todos, apesar de nossas limitações e nossos erros".

REFLEXÃO DO DIA - Sexta-Feira 01/01

Foram então, às pressas, e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. Tendo-o visto, contaram o que o anjo lhes anunciara sobre o menino. E todos os que ouviam os pastores, ficaram maravilhados com aquilo que contavam. Maria, porém, conservava todos esses fatos, e meditava sobre eles em seu coração. Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que haviam visto e ouvido, conforme o anjo lhes tinha anunciado. Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo, antes de ser concebido. (Lc 2,16-21)

Primeiro dia do ano novo. Em nossos lábios e em nossos ouvidos essa saudação tão bonita: Feliz ano novo! Um santo ano novo! Festa universal marcada por música, alegria, fogos de artifício, danças, bebidas e comidas. Começa um ano novo, ano de graça e de bênção do Senhor. A liturgia da Igreja coloca diante de nossos olhos a Mãe do Menino. Hoje é festa de Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe. Ela vai nos acompanhar através do tempo que nos será dado viver neste ano que agora chamamos de novo.Estamos uma vez mais diante da simplicidade do presépio. Pastores chegam ao local onde estava o Menino, atendendo ao apelo do anjo. Lucas diz que eles, avisados do nascimento do menino, foram às pressas a Belém. Maria vendo tudo, guardava esses fatos e meditava sobre eles em seu coração. Vemos a alegria dos que chegam e damo-nos conta da atitude de fé de Maria. Nesse tempo do Natal o mistério do Deus encarnado é colocado diante de nós no rosto da criança. Vamos também levando essas coisas ao fundo de nosso coração e nos acostumando alegremente a conviver com Deus que se fez Emanuel no seio de sua Mãe e nossa Mãe. Viver de maneira fecunda os dias do ano novo será levar as coisas de Deus até o fundo do coração, cada dia, em cada circunstância, em todos os momentos.
Ó Deus, que pela virgindade fecunda de Maria destes à humanidade a salvação eterna, dai-nos contar sempre com sua intercessão, pois ele nos trouxe o autor da vida (Oração da Solenidade)

31 de dez. de 2009

OLHE!

Olhe para trás!
Veja os obstáculos que você já superou.
Veja quanto você já aprendeu nesta vida e quanto já cresceu.
Olhe para frente!
Não fiques parado, levante-se quando tropeçar e cair.
Estabeleça metas, tenha planos e prossiga com firmeza.
Olhe para dentro!
Conheça seu coração e analise seus projetos.
Mantenha puros seus sentimentos.
Não deixe que o orgulho,
a vaidade e a inveja
dominem seus pensamentos e seu coração.
Olhe para o lado!
Socorra quem precisa de você.
Ame o próximo e seja sensível
para perceber as necessidades daqueles que o cercam.
Olhe para baixo!
Não pise em ninguém…
Perceba as pequenas coisas e aprenda a valorizá-las.
Olhe para cima!
Há um DEUS maior do que você,
que te ama muito e tem todas as coisas sob seu controle.
Olhe para Deus!
Perceba a profundidade, a riqueza e o poder da bondade divina.
Sinta esse DEUS que olha por você
e esta com você todos os dias da sua vida!!!
(Autoria desconhecida)
Fonte: Livro "Encontro Diário com Jesus"

Eis que faço novas todas as coisas

Já estamos vendo no horizonte o raiar de um Novo Ano. Às suas vésperas, celebramos a festa da Luz. Da Luz verdadeira que veio brilhar para nós, que vivíamos nas trevas da morte, como profetizou Isaías.
Como o sol, depois de mergulhar no solstício do inverno, retorna para iluminar a terra e dar-lhe o seu calor, assim irrompeu o Cristo em nosso meio. João Evangelista nos ensina que a Luz do Cristo espancou as trevas, que agarradas ao orgulho e ao pecado, não a quiseram receber. Mas a todos os que abriram os olhos ao seu fulgor, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
No esplendor destes dias, em que rememoramos o acontecimento histórico do nascimento de Cristo, a Vida e a Luz que nos foram dadas pela misericórdia divina e pelo "sim" generoso de Maria, também retomamos o tempo cíclico que, tendo sua origem nos anos eternos, continua seu curso nos dias, anos e estações, até a consumação do tempo.
Natal e Ano Novo. Nestes dois acontecimentos, encontra a humanidade um momento de esperança.
Para uns, apenas uma utopia que se esvai, como a fumaça dos fogos de artifício. Votos, muitos até poéticos, que se misturam na voragem dos dias e logo se perdem na impotência humana de sua realização, na prepotência dos mais fortes, na cobiça, no roubo e na violência, na miséria que transparece a cada dia.
São votos que não nascem do coração, muitos fingidos e que expressam um relacionamento interesseiro. Os presentes, de valores altíssimos, nada mais querem senão manter os negócios. As gratificações, como foram reveladas na recente crise econômica, são um insulto à justiça.
Para estes, se patenteia a palavra do Evangelista: "A Luz estava no mundo, e o mundo foi feito por meio dele, mas o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu e os seus não o receberam" (Jo 1, 10-11)
Para nós, porém, que nos abrimos à Luz e acolhemos a bondade de Deus que veio até nós, na simplicidade de um Menino, como para os Magos, brilha a Estrela da esperança:"Vimos sua estrela no oriente e viemos homenageá-lo" (Mt. 2, 2 e 9).
Os nossos votos têm fundamento. Pela fé, temos a certeza de um mundo novo, de paz e de amor, para o qual, guiados pela Estrela devemos caminhar
Nossos desejos expressam que cremos na vitória da Luz, a vitória de Cristo.
Vamos nos saudar no início deste Novo Ano, expressando o amor e a caridade que já nos unem, embora ainda na fragilidade dos dias terrenos.
Iluminados pela Luz d'Aquele que é, que era e que será, do Princípio e o Fim de todas as coisas, aspiramos construir uma nova terra e um novo céu, a tenda de Deus com os homens, onde se realizará nossa esperança. Pela força da graça, venceremos.
Sabemos que ainda temos muita luta, pois o poder das trevas quer a todo o custo, impedir a vinda do Reino. Mas a fé no Filho que nos foi dado, mostra-nos o poder de Deus que destrói a astúcia dos Herodes de todas as épocas e nos conduz a Belém, a casa do pão, a Jerusalém celeste, onde “as coisas antigas se foram” (Apoc. 21,4).
Caminhemos, pois, à luz da Estrela e que nossos votos de um Ano Novo augurem a felicidade de estarmos construindo o Reino daquele que faz novas todas as coisas.

Dom Eurico dos Santos VelosoArcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)