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18 de jan. de 2010

PARA VINHO NOVO, ODRES NOVOS

REFLEXÃO DO EVANGELHO - Mc 2,18-22

Jesus é a novidade. Os seus interlocutores judeus chamavam sempre sua atenção, porque ele parecia não respeitar as coisas tradicionais. Ele e os seus discípulos tinham alguns comportamentos que pareciam romper com certos costumes tranquilamente aceitos. Por exemplo, os discípulos do Batista e os fariseus jejuavam, como todo mundo. E os discípulos de Jesus não jejuavam. Os interlocutores não entendiam essas “liberdades” que Jesus e os seus se davam... Jesus, com efeito, vem cumprir a lei, mas com a liberdade daquele que é a novidade de Deus. Quando o esposo está no meio dos convidados das grandes núpcias não tem sentido o jejum. De outro lado, não se pode ficar colocando remendo novo em pano velho e vinho novo em velhos recipientes. Jesus vem inventar e propor o novo.
Viver é sempre um desafio. Quando chegamos à idade da razão vamos nos dando conta de que é preciso escolher, exercer a liberdade, organizar um projeto de existir. Escolhemos também caminhar à luz da fé cristã e seguir Cristo, Senhor, vivo e ressuscitado. Vamos nos organizando em torno de alguns princípios e convicções. As pessoas se casam, exercem uma profissão, colocam filhos no mundo... Alguns vivem por viver. Outros, ao contrário, ficam fiéis aos primeiros propósitos e vão abrindo caminhos novos com discernimento. Importante viver com os olhos fitos no amanhã que vai sendo construído a partir do presente e das convicções que trazemos no bojo de nossa experiência.
A vida é dinâmica, não pára, está sempre em movimento. No contexto atual de mutações extraordinárias no campo cultural, religioso, comportamental ficamos perplexos. O passado chega até o presente, às vezes, querendo se eternizar. E, no entanto, muda a maneira de construir o casamento, muda a maneira de rezar, muda nossa postura com respeito ao meio ambiente. Viemos nos organizando a partir de nossas convicções e, de repente, sem renunciar ao amor de ontem, sem deixar a fé, sem jogar fora nada de essencial, continuando nossa vida nas estradas do mundo temos que criar o novo: um casal novo, um cristão novo, um cidadão novo. Nada da repetição das mesmices que foram esterilizando nossa vida. Ficam as convicções, mas também o empenho de viver o novo que bate à porta: uma fé menos alienada e mais comprometida, uma oração não tão formal, uma postura diante da vida com a generosidade do evangelho e não com o espírito daquele que faz apenas o mínimo. Será preciso fazer o novo. Não basta um remendo ou outro. Não se pode colocar pano novo em roupa velha, nem vinho novo em odres velhos.
Não vamos abolir o jejum. Sabemos que este exercício é salutar. Mas temos também a alegria de dizer que, na fé, o esposo está em nosso meio e que mesmo o jejum que fazemos não tem cores cinzentas, mas se reveste de uma certa alegria. Afinal de contas, pela fé temos o esposo perto de nosso coração!

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