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15 de jun. de 2010

ANO DE ELEIÇÕES



A vida é um permanente aprendizado. Aprende-se com todas as coisas e circunstâncias da história. Quando falamos de democracia é a mesma coisa. O povo brasileiro está aprendendo a se comportar de forma democrática. No entanto, a arte de aprender custa, exige esforço, empenho, mudança de comportamentos e atitudes. As transformações exigidas pela democratização nem sempre são fáceis de serem assimiladas. Isso se experimenta no dia-a-dia do exercício da cidadania. É que o ser humano é um ser inacabado, não está pronto. Ele está sempre se aperfeiçoando. A sua insatisfação o faz buscar algo mais e superar-se. Só que às vezes a busca deste algo mais o faz defender aquilo que já conquistou como se fosse o que está faltando. É a dialética do dinamismo humano.
Nos últimos tempos, vislumbramos sinais de aperfeiçoamento da democracia. A Lei 9840, de iniciativa popular, de combate à corrupção eleitoral, cria comitês da sociedade civil organizada para acompanhar o processo eleitoral, envolvendo o Magistério Público, a OAB, Igrejas, Sindicatos, Associações, Clubes de Serviço, Polícia Militar e demais entes da sociedade, visando eleições transparentes e que se evitem crimes eleitorais como compra de votos e formação de “currais eleitorais”. Tais delitos ferem a democracia, pois tiram a faculdade do voto livre, que é essencial para o exercício e para a construção da democracia. Agora, a aprovação do Projeto “Ficha Limpa”, sancionada pelo Presidente, tem um sentido simbólico de indicar à sociedade o caminho a seguir e o poder imenso que está nas mãos do povo. Esta estrada é para ser percorrida pelo povo para aprovar leis outras que venham aprimorar o exercício da cidadania.
Os eleitores devem saber que o seu voto vale muito e não há dinheiro que pague. Um país mais respeitoso dos direitos dos cidadãos é construído por cidadãos conscientes, organizados e participativos. Só se constrói um país justo escolhendo bem seus representantes. Para isso, é necessário conhecer bem os programas de governo dos partidos e os compromissos dos candidatos para com as políticas públicas e com os valores do povo que eles vão representar. Assim, é muito importante que os eleitores reflitam no posicionamento dos candidatos sobre temas importantes, por exemplo: aborto, eutanásia, combate à pobreza, educação, saúde, trabalho, família, etc. Aqueles que são contra estes valores não podem representar o povo e, por isso, não merecem o voto consciente dos eleitores.
A grande maioria dos cristãos e pessoas de bom senso é contra o aborto, contra a candidatura de pessoas sem a ficha limpa e contra o “matrimônio” de parceiros homossexuais. Quem apóia estas coisas está indo contra a vontade da maioria que defende a vida, a transparência na política e a família. Tais candidatos não merecem o voto dos eleitores cristãos e das pessoas de boa vontade. Quem vota em candidato a favor do aborto está votando no aborto, na morte. Quem vota em candidatos com ficha suja não tem compromisso ético com o país. Quem vota em candidatos que aprovam o matrimônio de homossexuais está indo contra a família, colocando no nível desta, possíveis uniões que podem receber outro nome como contrato, parceria, menos matrimônio. As uniões das pessoas do mesmo sexo podem ser reconhecidas pelo Estado para fins de direitos outros, mas não devem confundir isso com matrimônio. Esta concepção não significa homofobia.
Espera-se que nestas eleições o povo avance no exercício da democracia e faça brilhar sinais de esperança. Um país novo está sendo construído. Nele todos colocam as mãos, as vontades, os desejos, os sonhos, os corações e as almas. Os altos e baixos fazem parte do processo. Mas, depois de cada movimento se confirma a certeza de que se caminha na direção certa: um país de todos e para todos.

Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz
Bispo Diocesano de Caicó.

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