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8 de mai. de 2010

OS DISCÍPULOS DE CRISTO COSTUMAM INCOMODAR

Se o mundo vos odeia, sabei que primeiro me odiou a mim. Jesus, em versículos precedentes do capítulo 15, fala do tema da amizade. Ele, o Mestre, chama os seus de amigos e não de servos. Agora Jesus aborda o tema do ódio do mundo, da perseguição. O discípulo, com efeito, não é maior do que o mestre.

Ganhamos muito refletindo sobre este texto de H. Van den Bussche, que aparece no Missal Cotidiano da Paulus, p. 447: “O cristão é testemunha da cruz, pelo amor que consagra aos irmãos, pelo ódio que sofre do mundo. Porque o mundo não cessará nunca de odiar o cristão. Não se poderia confiar nos discípulos que buscassem a simpatia do mundo ou dela gozassem. Não é que o cristão deva afastar esta simpatia, nem tampouco cultivar o sofrimento com misticismo mórbido. Sem ir atrás de provações, bastar-lhe-á aceitar as que vierem; toda complacência nelas é suspeita. Deve também estar pronto – e isto basta – a sofrer perseguições no mundo, por sua fidelidade ao Senhor. Porque o ódio do mundo é inseparável de sua condição de discípulos”.

Não se trata, pois, de neuroticamente ficar procurando sofrimento e perseguição. Damos a palavra a Dietrich Bonhoeffer; “A cruz não é desventura, nem é pesado destino; é o sofrimento que resulta de união exclusiva com Cristo. A cruz não é sofrimento casual, mas sofrimento necessário. A cruz não é, essencialmente, apenas sofrimento, mas sim sofrimento e rejeição no sentido rigoroso, rejeição por amor de Jesus Cristo, e não em conseqüência de qualquer outra atitude ou confissão. Um cristianismo que não vinha mais tomando o discipulado a sério, que transformara o Evangelho no consolo da graça barata e para a qual a existência natural e a existência cristã estavam inseparavelmente misturadas, tal cristianismo tinha que considerar a cruz uma desventura diária, uma tribulação e angústia de nossa vida natural. Esqueceu-se que a cruz significa sempre também rejeição, que o opróbrio do sofrimento é sempre inerente à cruz. Ser rejeitado no sofrimento, desprezado e abandonado pelos seres humanos como tanto se lamenta o Salmista, eis a característica essencial do sofrimento da cruz que já não é compreensível a uma cristandade incapaz de distinguir entre existência civil e existência cristã. A cruz é a compaixão com Cristo, sofrer com Cristo. Somente a união com Cristo, tal como esta se verifica no discipulado, está, de fato, sob a cruz” (Discipulado, Sinodal São Leopoldo, p. 46).

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