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6 de jan. de 2010

REFLEXÃO DO DIA - Quarta-Feira (06/01)

Logo em seguida Jesus obrigou os discípulos a entrar na barca e ir na frente para Betsaida, enquanto ele despedia a multidão. Logo depois de se despedir da multidão subiu ao monte para rezar. Ao anoitecer, a barca estava no meio do mar e Jesus sozinho em terra. Viu que os discípulos estavam cansados de remar, porque o vento era contrário. Então, entre as três e as seis horas da madrugada, Jesus foi até os discípulos andando sobre o mar, e queria passar na frente deles. Quando os discípulos o avistaram andando sobre o mar, pensaram que era um fantasma e começaram a gritar. Com efeito, todos o tinham visto e ficaram assustados. Mas Jesus logo falou: «Coragem! Sou eu, não tenham medo!» Então subiu com eles na barca. E o vento parou. Mas os discípulos ficaram ainda mais espantados, porque não tinham compreendido o acontecimento dos pães. O coração deles estava endurecido. (Mc 6,45-52)

Viver é sempre um desafio. São poucos os que vivem em plenitude. Viver cristãmente poderia até ser mais simples, mas por vezes é mais complicado. Somos mais complicadores do que simplificadores. Conhecemos desânimo, incompreensões, cansaço, insucessos, como os apóstolos que se meteram a remar com dificuldade porque o vento lhes era contrário. Há ventos adversos em nossos projetos de vida.
A multiplicação dos pães deve ter sido um fato extremamente impressionante. Na sua simplicidade, o evangelista Marcos afirma que, após o evento, Jesus obrigou os discípulos a irem adiante, enquanto ele ia despedindo a multidão. A tradução emprega obrigou. Talvez essa gente toda quisesse mais milagres e os apóstolos poderiam pensar que o Messias viera para fazer coisas mirabolantes. Ou será que as pessoas ficaram para agradecer?
‘Quando as coisas serenaram Jesus “subiu ao monte para rezar”. Sim, depois de tanta agitação compreende-se que ele tenha experimentado necessidade de estar a sós com o Pai. Não dá para viver no frenesi da agitação o tempo tudo. Estressa, cansa, esvazia a pessoa por dentro.
Diz Marcos que, pelas 3 horas da madrugada, “Jesus foi ter com eles andando pela água”. Nesse momento a página de Marcos ganha dramaticidade. Jesus parecia um fantasma, os apóstolos começam a gritar, ficam assustados, experimentam medo. Parecem perdidos.
Como perdidos estão os pais quando os filhos estão nas drogas, perdidos os agentes de pastoral quando não conseguem atingir o coração dos fiéis, perdidos os casais que não sabem mais construir a conjugalidade, perdidos os cristãos que não conseguem chegar à santidade.
A parte central do texto é mensagem de esperança: “Coragem, sou eu! Não tenhais medo”. Jesus sobe na barca. Tudo se acalma. O vento cessa e chega a bonança.
Pela fé, no coração de todos os desafios existenciais, o cristão sabe que Cristo se faz presente. A barca da vida não soçobra. Os projetos que empreendemos vão ter sucesso porque Jesus está por perto.
Marcos termina o texto com duas observações. Insiste que os discípulos experimentam um novo espanto. Não bastou a questão da multiplicação dos pães. Agora Jesus anda sobre as águas. E a outra observação que parece vincular medo, espanto com a falta de fé. “O coração deles estava endurecido”. Estamos diante do grave tema do endurecimento do coração. Na medida em que, numa postura de simplicidade humilde, o fiel faz atos de fé, à maneira de Abraão, à maneira dos cegos e paralíticos miraculados, o coração não se torna pedra. O orgulho e a auto-suficiência jactanciosa impedem que a graça penetre.

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