Os textos e fotografias produzidos pela equipe da PASCOM da Paróquia São José – C. dos Dantas podem ser livremente utilizados, mencionando-se o blog http://www.montedogalo2009.blogspot.com/ como fonte

3 de jul. de 2010

O ganso, o gato e o cachorro: escolha o seu!

Hoje, vamos falar de animais. Dentre os que nos ajudam a detectar as razões mais ou menos ocultas que explicam nossos sentimentos e atitudes, por essa vez escolhemos três: o ganso, o gato e o cachorro.
Comecemos pelos gansos. No outono, quando partem do hemisfério norte e se dirigem ao sul em busca do calor estivo, eles voam sempre em forma de “V”. A ciência estudou o fenômeno e fez uma interessante descoberta.
Ao bater as asas, cada um deles cria um impulso para o alto, destinado a ajudar o companheiro que o segue. Desta forma, o bando aumenta sua autonomia de voo em, pelo menos, 71%. A mesma coisa acontece com as pessoas que caminham juntas e cultivam relações positivas: elas alcançam seus objetivos e chegam ao seu destino com mais rapidez e eficiência, porque cada uma se fortalece com o apoio que recebe da outra.
Se, por acaso, um ganso deixa o bando e passa a voar sozinho, sente imediatamente a resistência aerodinâmica e volta rapidamente à formação habitual: um exemplo para aqueles que, tentados pelo individualismo ou desiludidos pelas frustrações da convivência humana, são levados a pensar: “Cada um para si e Deus para todos”!
Quando o ganso, que voa na dianteira, se cansa, muda de posição na formação, e outro colega assume a função de guia. Seu gesto nos lembra que, se todos somos importantes, ninguém é indispensável: quando morre um Papa, faz-se outro. Como os gansos, precisamos saber descansar e partilhar nossas tarefas.
Os gansos da rabeira grasnam o tempo todo, incentivando os que vão adiante para não perderem a velocidade. Muito diferente de alguns humanos que, quando veem alguém cair, com suas zombarias e críticas acabam afundando mais ainda o infeliz...
Por fim, se um ganso sai da formação por estar doente ou por ter sido alvejado por um tiro, dois companheiros deixam o grupo e o acompanham para ajudá-lo e protegê-lo. Permanecem com ele até que possa voar novamente – ou até a sua morte. Só depois levantam voo e procuram os companheiros (ou se juntam a outro bando).
Assim são os gansos. E qual é a situação do gato e do cachorro? Para Daniel Godri, o gato é mais inteligente que o cachorro, mas a preguiça e o comodismo fazem parte de seu DNA. Alguém já viu um bichano levantar cedo? Ele acorda lá pelas 10 horas. Leva um tempão para deixar o “leito”: se estica de um lado para o outro, se lambe... e o tempo passa!
Outra coisa: até hoje, ninguém viu um gato feliz. Ele não demonstra nenhuma alegria com você. Do que gosta mesmo é de seu bem-estar. Faça esta experiência: chegue em casa e lhe diga: «Gato, cheguei; me dê um abraço!» A lentidão do felino é tamanha que você não sabe se ele está vindo ou se vai para outro lugar...
O gato só pensa em si. Não será por isso que tem sete vidas? Jamais lhe passa pela cabeça a ideia de defender o patrão. Quando vê o ladrão, logo pensa: «Vou dar é o fora!». E três horas depois, volta com a maior cara de pau do mundo, como se não soubesse de nada. Este é também o grande mal do Brasil. O país está cheio de gatos, que só pensam em si e pretendem que todo mundo esteja a seu serviço.
Ao gato, Daniel Godri prefere o cachorro, porque um é o oposto do outro. Não será por isso que eles não se suportam? O cão dá a vida por quem o cativa. Ele é o primeiro a morrer quando aparece o ladrão. Não por nada conquistou a fama de ser o maior amigo do homem. Ele nunca cansa: pode passar horas brincando com você. Amarrado, ele não perde o pique; acorrentado, ele continua cuidando da casa e de seus habitantes. Se você chega do trabalho bem vestido, ele corre ao seu encontro; se chega sujo e embriagado, ele o ama do jeito que você é.
De minha parte, não sei se todos os gatos se assemelham aos descritos por Daniel Godri! Talvez nem mesmo os cachorros! Que o diga o Pe. Marcelo Rossi: uma semana após ter declarado, num programa de TV, que nada acontece quando enfrentamos o cachorro com o coração em paz e o olhar amigo, ele aparece na missa com o rosto e um braço enfaixados, resultado das mordidas de um vira-lata que não percebera os bons sentimentos do padre...

Dom Redovino Rizzardo (CNBB)

MEU SENHOR E MEU DEUS

FESTA DE SÃO TOMÉ, APÓSTOLO

Quem vai nos fazer penetrar no mistério de Tomé é São Basilio de Selêucia:
Os apóstolos, escondidos no Cenáculo, veem Cristo. Ele entra estando as portas fechadas. Mas Tomé, ausente na ocasião, permanece incrédulo. Deseja ver Jesus com os próprios olhos e não admite o que ouvira. Fecha seus ouvidos e quer abrir os olhos. Abrasado pelo desejo, pronuncia estas palavras: Se eu não puser o dedo na marca dos pregos, se eu não puser a mão no seu lado, não acreditarei (Jo 20,25).
Muito exigente para crer, Tomé deixa transparecer sua desconfiança, esperando ver atendido seu anseio. “Minha incredulidade só desaparecerá à sua vista”, diz ele. “Porei meu dedo na marca dos pregos e abraçarei o Senhor que tanto almejo. Que ele censure minha incredulidade, contanto que me satisfaça com a visão. Incrédulo, quando o vir, eu acreditarei ao envolvê-lo em meus braços, e o contemplarei. Quero ser testemunha do Senhor, não ouvinte. A feliz notícia que me dais só faz avivar minha dúvida. Não ficarei curado desse mal a não ser quando tocar o remédio com minhas mãos”.
Entretanto, o Senhor apareceu novamente, dissipando ao mesmo tempo a incredulidade e a tristeza de seu discípulo. Ele não dissipa suas dúvidas, mas cumula sua expectativa. “Põe teu dedo na marca dos pregos”, diz-lhe: “Conheço teu desejo, apesar de teu silêncio; antes de me haveres dito, sei o que pensas. Eu te ouvi falar e, embora invisível, estava perto de ti, de tuas dúvidas e, sem ser visto, te fiz esperar incrédulo, a fim de admirar teu desejo. Põe o teu dedo na marca dos pregos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. Não sejas incrédulo, mas crê!” (Jo 20,28).
Então Tomé o toca, toda sua desconfiança desaparece e, cheio de uma fé sincera e de todo o amor que é devido a seu Deus, exclama: Meu Senhor e meu Deus! (Jo 20,28). E o Senhor lhe diz: Creste porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem ter visto! (Jo 20,29). “Tomé, leva a Boa Nova de mimha ressurreição aos que me viram. Conduz à fé a terra, não por seus olhos, mas por tua palavra. Percorre os povos e as cidades bárbaras, ensinando-lhes a levar a cruz sobre os ombros ao invés das armas. Apenas prega: eles acreditarão e me adorarão. Não exigirão outras provas. Dize-lhes que eles são chamados pela graça, e contempla sua fé: Bem-aventurados, na verdade, os que creram sem ter visto!” Lecionário Monástico III, p.108-109

Fonte: www.franciscanos.org.br

EVANGELHO: João 20,24-29

Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio. Os outros discípulos contaram-lhe depois: “Vimos o Senhor!” Mas Tomé disse-lhes: “Se eu não vir as marcas dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei”. Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”. Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” Jesus lhe disse: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!”
PALAVRAS DA SALVAÇÃO - Glória a vós, Senhor

2 de jul. de 2010

À MESA COM OS PECADORES

Estamos diante do famoso texto da vocação de um cobrador de impostos. Transcrevemos a reflexão de J. Konings sobre o evangelho deste dia e que aparece em sua obra: Liturgia Dominical, Vozes, p. 152-153:
Há quem diga que o evangelho de hoje é auto-retrato do evangelista Mateus. De fato, o trecho conta a vocação do publicano Mateus – ou Levi, como é chamado nos outros evangelhos – por Jesus, enquanto estava exercendo sua função na coletoria de taxas, espécie de pedágio (terceirizado) do Império romano na terra de Israel. Os cobradores eram chamados “publicanos”; eram funcionários públicos a serviço do imperialismo estrangeiro e terrivelmente desprezados pelos “bons judeus”. Jesus chama alguém dessa categoria para ser seu discípulo. Pior: vai jantar com ele e seus colegas, considerados pecadores. Os fariseus criticam-no. Jesus, então, responde com uma parábola: um médico não vem para pessoas sadias, mas para doentes. E acrescenta um argumento da Sagrada Escritura: “Misericórdia eu quero, não sacrifícios”, texto do profeta Oséias que critica uma religiosidade externa e meramente ritual da parte de pessoas que desconhecem a misericórdia, primeira qualidade de Deus e primeira exigência nas relações entre as pessoas.
Os pecadores notórios convidam Jesus à mesa; em contraposição, os considerados justos acham isso um desacato. Consideram a justiça monopólio deles. Assim fazendo, perdem a “justiça” que só o Deus da misericórdia nos pode atribuir, por pura bondade, sem que o mereçamos.
A vocação dos pecadores revela a gratuidade divina de nossa salvação. Deus nos dá seu amor porque precisamos dele, não porque o merecemos. Deus não exclui ninguém, nem mesmo aquele que se apresenta diante dele de mãos vazias, mas com verdadeira vontade de conversão no fundo do coração (é o que faltava aos fariseus).
A melhor maneira de entender a lógica de Deus é fazer como ele: superar o formalismo e dar a cada um o mesmo crédito que Jesus deu a Mateus... A comunidade eclesial deve se tornar instrumento da “misericórdia convidativa” de Cristo. E os pecadores que aceitarem o convite devem por sua vez convidar outros (como fez Mateus).
Portanto, não é preciso ser santo para ser chamado pro Cristo. Deus nos chama para tornar-nos santos. Ninguém é justo por si mesmo. Jesus chamou os pecadores para mostrar que todos devem converter-se para receber a misericórdia de Deus.
A doutrina cristã do pecado dá ao homem um ponto de apoio novo e a coragem de enfrentar a luta por uma justiça maior. Assim, o sentimento do pecado não deve nos fazer prostrados, mas nos dar uma enérgica e vontade de renovação. Romano Guardini .

Fonte: www.franciscanos.org.br

EVANGELHO: Mateus 9,9-13

Saindo daí, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e lhe disse: «Siga-me!» Ele se levantou, e seguiu a Jesus. Estando Jesus à mesa em casa de Mateus, muitos cobradores de impostos e pecadores foram e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. Alguns fariseus viram isso, e perguntaram aos discípulos: «Por que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e os pecadores?» Jesus ouviu a pergunta e respondeu: «As pessoas que têm saúde não precisam de médico, mas só as que estão doentes. Aprendam, pois, o que significa: ‘Eu quero a misericórdia e não o sacrifício’. Porque eu não vim para chamar justos, e sim pecadores.»
PALAVRAS DA SALVAÇÃO - Glória a vós, Senhor

30 de jun. de 2010

OS QUE SÃO POSSUÍDOS PELO MAL

Os evangelhos nos mostram Jesus enfrentando o mal e o demônio que parecia possuir pessoas em tantos lugares. Os que são possuídos pelo mal precisam ser libertados. Transcrevemos algumas linhas de Romano Guardini:

“Jesus sabe-se enviado contra Satanás. Com a verdade de Deus, deve iluminar as trevas semeadas por aquele: dissolver no amor de Deus o endurecimento do amor próprio e a rigidez do ódio: reerguer com a força construtiva de Deus as ruínas acumuladas pelo mal; penetrar com a sua santa pureza a impureza que Satanás produz no homem sensível. É assim que Jesus está em luta contra o Maligno, procurando introduzir-se na alma humana seduzida, esclarecer a consciência, acordar o coração e impelir as forças boas ao movimento. Mas Satanás resiste. E ataca até. Já a tentação no deserto é uma ofensiva deste tipo, visando a aceitação por Jesus de uma queda na sua missão e a transformação em egoísmo de sua vontade de ser Redentor (Mt 4,1-11). Satanás provoca o escândalo nos corações humanos. Torna-os irritáveis e irritados. Endurece-os, para que a mensagem não seja recebida. Produz nas almas a ilusão interior que os faz combater o Filho de Deus a pretexto da glória de Deus a realizar e da ordem a manter.

E consegue-o, porque na hora das possibilidades infinitas o inacreditável ocorre: o povo da Aliança recusa-se a crer, lança-se mesmo contra a mensagem divina e espezinha-a.”

E ainda o Missal Cotidiano da Paulus: “É dramático que os demônios sintam que o Cristo lhes desbarata as forças e os homens libertados por ele não o reconheçam como salvador. A voz dos profetas, que prenunciavam o Messias, é sintetizada pelo Batista: Eis o Cordeiro (o Servo) de Deus que tira os pecados do mundo”. E apesar disso Jesus é expulso como indesejável! Abrira o caminho para Deus, que os demônios não mais podiam obstruir, mas os homens se recusam a percorrê-lo, antes procuram persegui-lo e levá-lo até à morte. Ainda hoje muitíssimos ignoram a existência do demônio e seu influxo no mundo, o mal moral que se difunde terrivelmente não pode deixar de impressionar. O cristão sabe que a vitória de Cristo será completa no fim dos tempos, quando todos os homens tiverem combatido e triunfado juntamente com ele. Somos chamados a lutar, serena, mas constantemente contra o mal, antes de tudo contra o que sentimos dentro de nós. Cristo Jesus não nos deixará faltar sua força” ( p.973-974).

EVANGELHO DO DIA - Mateus 8,28-34

Quando Jesus chegou à outra margem, à terra dos gadarenos, foram ao encontro dele dois homens possuídos pelo demônio. Saíam do meio dos túmulos e eram muito selvagens, de modo que ninguém podia passar por esse caminho. Então eles gritaram: «Que é que há entre nós, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?»
Havia, ao longe, uma grande manada de porcos que estavam pastando. Os demônios suplicavam: «Se nos expulsas, manda-nos para a manada de porcos.» Jesus disse: «Podem ir.» Os demônios saíram, e foram para os porcos; e eis que toda a manada se atirou monte abaixo para dentro do mar e morreu afogada. Os homens que guardavam os porcos saíram correndo, foram à cidade e contaram tudo, inclusive o caso dos possuídos pelo demônio. Então toda a cidade saiu ao encontro de Jesus. Vendo-o, começaram a suplicar que Jesus se retirasse da região deles.
PALAVRAS DA SALVAÇÃO - Glória a vós, Senhor