Os textos e fotografias produzidos pela equipe da PASCOM da Paróquia São José – C. dos Dantas podem ser livremente utilizados, mencionando-se o blog http://www.montedogalo2009.blogspot.com/ como fonte

14 de jan. de 2010

Quando não falamos com alguém, perdemos a intimidade

Muitos podem se perguntar por que devem rezar. Eu sempre digo: a oração não muda nada em Deus. Ele é Imenso, Todo-Poderoso, Todo-Misericordioso, continua sempre o mesmo. Mas nós, à medida que rezamos, sentimos tudo se transformar em nossa vida. Desde o mais íntimo do coração, a mudança se faz. Uma pessoa que ora, transforma a si, aos outros e o ambiente onde está cumprindo sua missão. Mas a vida de oração não é nada fácil. Estão aí os grandes mestres de todos os tempos em nossa Igreja para nos ajudar.
Muitas vezes, as “noites escuras” de São João da Cruz se fazem presentes. Quem é que nunca passou por um deserto espiritual? Quem é que nunca se sentiu árido na vida de oração? Tudo isso faz parte da caminhada. O importante é perseverar e saber esperar. Santo Ignácio de Loyola fala de tempos de desolação. Mas temos também os tempos de consolação, afirma o mesmo santo [Ignácio]. Estes nos servem como reservatórios de céu... São aqueles momentos marcantes, nos quais a presença de Deus foi "sensível", foi irrefutável... Esses momentos ficam na memória do coração e nos reabastece por uma vida! Com Deus, devemos conversar como com um amigo! Aliás, para mantermos uma amizade, o diálogo contínuo se faz necessário.
Quando deixamos de falar com alguém, deixamos o espaço de tempo sem encontro ser muito grande, perdemos a intimidade, perdemos o brilho da amizade. Da mesma forma, com o Senhor, temos que renovar nossa amizade e o carinho por Ele e pelos que são d'Ele todos os dias. O encontro diário deve ser agradável. Devemos "marcar encontros" efetivos e afetivos com Nosso Senhor e Amigo. Efetivos no sentido de cumprirmos verdadeiramente o horário e o lugar e, de preferência, sempre os mesmos.
Crie o seu tempo e espaço de oração. E afetivos, porque devem ser marcados pelo amor, acima de tudo, encontros de louvor e ação de graças. Essa experiência nos faz experimentar o céu, e mesmo quando as nuvens parecerem encobrir o brilho do Sol, no coração uma certeza permanecerá: o Sol sempre estará lá, com seu intenso brilho! A vida de oração nos faz perceber que onde parece não haver caminho para nós, Deus faz um. Quantos são os testemunhos neste sentido? "Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias dai graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo" (1Ts 5,17-18).
Que Maria, Mulher do silêncio e Mestra de nossa vida espiritual, seja nossa companheira e guia!

REFLEXÃO DO DIA - Quinta-Feira (14/01)

Um leproso chegou perto de Jesus e pediu de joelhos: «Se queres, tu tens o poder de me purificar.» Jesus ficou cheio de ira, estendeu a mão, tocou nele e disse: «Eu quero, fique purificado.» No mesmo instante a lepra desapareceu e o homem ficou purificado. Então Jesus o mandou logo embora, ameaçando-o severamente: «Não conte nada para ninguém! Vá pedir ao sacerdote para examinar você, e depois ofereça pela sua purificação o sacrifício que Moisés ordenou, para que seja um testemunho para eles.» Mas o homem foi embora e começou a pregar muito e a espalhar a notícia. Por isso, Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade: ele ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte as pessoas iam procurá-lo. (Mc 1,40-45)

O evangelho de Marcos é caracterizado pela vivacidade. Os que entram em contacto com seu texto têm a impressão de estar vendo o desenrolar da cena. Parece uma tela de cinema ou um palco de teatro.
Um doente de lepra, dessa gente excluída, chega perto de Jesus. Os leprosos deviam ficar longe, não se misturar. Eram leprosos porque pecadores, segundo convicção da época. Este se aproxima de Jesus. Faz um pedido a Jesus: “Se queres, tens o poder de curar-me”. Marcos acrescenta um pormenor: o pedido foi feito de joelhos. Confiança, fé, reverência...eis aí um toque de dramaticidade.
Jesus se enche de compaixão diante da doença e da confiança do leproso, estende a mão, toca nele e diz: “Eu quero, fica curado!” Pode-se plasticamente ver o sentimento tão humano da compaixão, da pena que produz o sofrimento do outro. Esse eu quero decidido de Jesus encanta.
Merece ser levado em consideração o comentário do Missal Dominical da Paulus: “A cura operada por Jesus representa algo mais do que simples libertação de uma moléstia e readmissão no seio da comunidade. Jesus se torna partícipe da situação do leproso, tocando-o com a mão; de certo modo contrai sua impureza... Nesse gesto Jesus se mostra como aquele que “carregou sobre si os nossos sofrimentos”; contraiu o mal que desagrega as forças vivas do homem, assim nos curou na raiz de nosso ser. Tem-se aqui a primeira realização da profecia: do Servo de Javé, que se apresenta com o aspecto de um leproso que carregou nossos pecados e, conseqüentemente os castigos deles (cf. Is 53, 3-12)” ( p. 899).
Os autores que comentam este texto costumam ver nele alusão clara ao dinamismo da confissão penitência. Esta é um encontro daquele que peca, do “leproso”. A celebração da penitência nos coloca diante de Jesus que cura da lepra do pecado e reintroduz o pecador na comunidade eclesial. A cura do leproso nos situa diante de elementos do rito penitencial da Igreja.

13 de jan. de 2010

Nota da CNBB pela morte da Drª Zilda Arns

Quem acolher em meu nome uma criança, estará acolhendo a mim mesmo” (Mt. 18, 4-5)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB - recebeu, com dor profunda, a notícia da morte da Drª Zilda Arns, médica pediatra, fundadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, ocorrida na terça-feira, 12 de janeiro, vítima do trágico terremoto que se abateu sobre o Haiti.
Drª Zilda devotou-se, com amor apaixonado, à defesa da vida, da família e, de modo muito especial, ao cuidado das crianças empobrecidas.
Cidadã atuante, Drª Zilda conquistou respeito e credibilidade junto à sociedade brasileira e internacional, por suas posições claras e firmes em favor de políticas sociais, especialmente as da saúde. Foi ainda uma das sanitaristas mais respeitadas e comprometidas com o movimento da reforma sanitária brasileira, que culminou com a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS).
A obra fundada por ela, inspirada na fé cristã, haverá de continuar no trabalho abnegado dos mais de 260 mil líderes que, cotidianamente, se dedicam à causa da criança e da pessoa idosa.
Em missão no Haiti, a convite da Conferência dos Religiosos e de autoridades civis daquele país, Drª Zilda se despediu, no pleno exercício da causa em que sempre acreditou. Ela buscou realizar na prática a missão de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).
A CNBB agradece a Deus por ter tido, em seus quadros, esta personalidade tão virtuosa que muito dignificou a Igreja no Brasil. A CNBB se une ao querido Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, irmão da Drª Zilda, aos outros irmãos, filhos, netos, demais familiares e amigos, na prece solidária e na certeza de que a ela será dado gozar as alegrias eternas, reservadas para todos que, nesta vida, souberam amar a Deus servindo os irmãos.

Brasília-DF, 13 de Janeiro de 2010
Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
bispo auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário-geral da CNBB

Fonte: www.cnbb.org.br

Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, morre em terremoto



A coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns Neuman, 75 anos, morreu no terremoto que atingiu o Haiti nesta terça-feira, 12. A informação foi divulgada pelo gabinete do senador Flávio José Arns, sobrinho de Zilda.
Segundo o chefe de gabinete da presidência da República, Gilberto Carvalho, a médica caminhava pelas ruas de Porto Príncipe, com dois soldados do exército brasileiro, que a acompanhavam e lhe traduziam o idioma francês. Drª Zilda se encontrava no país para uma missão da Pastoral da Criança.
A CNBB sensibilizada pelo ocorrido enviou o secretário-geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa, para Porto Príncipe, em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB).
Nascida na cidade de Forquilhinha (SC), Zilda Arns formou-se médica na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, onde reside desde os 12 anos de idade. Ao longo de sua carreira, em instituições públicas e, desde 1983, em organizações da sociedade civil, fez da profissão uma missão de fé e vida.
"Zilda Arns foi em uma missão de paz no Haiti. Ela sempre idealizou a paz e foi para lá com a intenção de também ser uma presença de diálogo, de pacificação, além das noções de saúde e contribuições da Pastoral da Criança", disse o gestor de Relações Institucionais da Pastoral da Criança, Clóvis Boufleur, sobre a viagem da Drª Zilda Arns ao Haiti.
Boufleur, que trabalhava com Drª Zilda havia 12 anos, recorda que a viagem da médica já havia sido adiada três vezes, nos últimos anos, por questões de segurança. Segundo ele, Zilda estava muito empolgada com a possibilidade de levar os trabalhos e conhecimentos da Pastoral da Criança ao Haiti. Um país que sofre com o alto índice de mortalidade infantil, devido a causas básicas como a diarreia, e que poderiam ser resolvidas com as orientações da pastoral.
"Na última reunião que tivemos ela estava muito empolgada com a possibilidade de realizar esse trabalho e essa viagem, que aconteceu durante suas férias. Ela interrompeu as férias para fazer essa viagem para implantar o trabalho que fazemos no Brasil, em países da América Latina e do Caribe", disse.
Boufleur explica que além dos recursos financeiros disponibilizados pela Pastoral, a entidade contava com o apoio da Unicef, do governo brasileiro e da Igreja no Haiti, para o início das atividades no país.

REFLEXÃO DO DIA - Quarta-Feira (13/01)

Saíram da sinagoga e foram logo para a casa de Simão e André, junto com Tiago e João. A sogra de Simão estava de cama, com febre, e logo eles contaram isso a Jesus. Jesus foi aonde ela estava, segurou sua mão e ajudou-a a se levantar. Então a febre deixou a mulher, e ela começou a servi-los. À tarde, depois do pôr-do-sol, levavam a Jesus todos os doentes e os que estavam possuídos pelo demônio. A cidade inteira se reuniu na frente da casa. Jesus curou muitas pessoas de vários tipos de doença e expulsou muitos demônios. Os demônios sabiam quem era Jesus, e por isso Jesus não deixava que eles falassem. De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto. Simão e seus companheiros foram atrás de Jesus e, quando o encontraram, disseram: «Todos estão te procurando.» Jesus respondeu: «Vamos para outros lugares, às aldeias da redondeza. Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim.» E Jesus andava por toda a Galiléia, pregando nas sinagogas e expulsando os demônios. (Mc 1,29-39)
Jesus era uma pessoa de ação, alguém sempre em movimento. Não vivia em lugar fixo, tipo dos andarilhos. Tem-se a impressão que estava sempre em viagem. O carteiro da época não encontrava seu domicílio, porque seu endereço era o mundo. O evangelho deste dia nos permite vislumbrar um pouco aquilo que Jesus costumava realizar no dia a dia.
Tinha passado um tempo na sinagoga: contato com a Palavra, louvor do Pai, prece em comum. Vai à casa de Simão e André, acompanhado de Tiago e João. Não vai sozinho. Visita fraterna, de caridade, de atenção. Jesus fica sabendo que a sogra de Pedro está doente. Tem febre.
Há gestos colocados. Jesus se aproximou, segurou a mão da senhora e ajudou-a levantar-se. As coisas mudaram tão rapidamente que ela já podia servi-los. Já não tinha mais febre. Isso aconteceu durante o dia.
No momento do pôr do sol, ali em Cafarnaum, diante da casa de Pedro, Jesus vai acolher os possuídos pelo demônio e o cortejo dos doentes. A cidade inteira se reuniu às portas da casa de Simão.
Marcos tem a preocupação de proibir os demônios de falarem que Jesus os tinha expulso... É tema do segredo messiânico de Marcos que só será desvendado ao pé da cruz... Os circunstantes não estavam ainda preparados para penetrar na verdadeira identidade de Jesus.
De madrugada, quando ainda estava escuro Jesus realiza uma outra atividade. Levanta-se e vai rezar num lugar silencioso, num lugar deserto. Precisava desse oásis. Não podia perder-se num ativismo sem sentido. Certamente não queria ser um milagreiro. Não podia passar a vida curando, fazendo milagres, multiplicando pão e vinho. Compreende-se que ele tenha buscado regularmente o deserto e a solidão para estar com o Pai. Desnecessário recordar que todos os agentes de pastoral que desejam se colocar à disposição da ação de Deus nas pessoas precisam mergulhar no silêncio. Não são eles meros tocadores de obras, mas pessoas que, à maneira de Jesus, não se deixam dominar pelos fatos.
E a coisa continua. Quando os apóstolos descobriram onde Jesus estava, disseram: “Todos estão te procurando”.
Jesus diz que nesse momento ele e os seus precisam ir embora. A vida continua para esses apóstolos andarilhos...
Marcos vai descrevendo a vida e os gestos de Jesus. Seus leitores, como aqueles que hoje ouvem seu evangelho, vão tentando responder à pergunta do evangelista: “Quem é Jesus?” Cabe a cada um de nós, através das leituras evangélicas, da vida na Igreja, nos engajamentos assumidos, ao longo de nossa vida, responder também a esta pergunta: “Quem é Jesus para nós?”

12 de jan. de 2010

Esperar o tempo de Deus

As notícias chegam para nós de maneira muito rápida. É tudo muito rápido e por causa disso, muitas vezes, queremos que as coisas de Deus sejam da mesma forma: rápidas. Pedimos ao Senhor uma resposta e já a queremos agora. Às vezes, as pessoas que moram na roça sabem esperar mais, mas os habitantes da “cidade grande” são agitados, correm o dia inteiro.
Por causa da velocidade com que as coisas acontecem, vivemos um grande conflito com o Senhor. É aí que entra o tentador, dizendo, "Deus não te ouve"... Entramos em um grande descrédito de Deus, pois queremos a resposta de imediato. Com isso, pode acontecer de um dia qualquer você ver em algum poste um cartaz que prometa resolver seus problemas de imediato.
Veja no Salmo 24,3: "Nenhum daqueles que esperam em vós será confundido". Talvez você esteja confuso, achando que Deus não o escuta. Saiba, Deus não se confunde. Se Ele se confundisse, não seria Deus. "No Senhor eu espero sempre". Sabemos em quem colocamos a nossa confiança! Eu não vou desanimar. “O que espera em Deus possuirá a Terra” (Sl 36,9).
Como ser humano, o que você está esperando em Deus? O seu filho? Seu marido ou esposa? Um emprego? A cura de alguma doença? Deus lhe diz: “Os que esperam no Senhor terão emprego, serão perdoados, curados”. Há pessoas que acham que, porque pecaram, não serão perdoadas, mas isso não é verdade, o nosso Deus é um Deus de perdão, de misericórdia.
Hoje, a depressão se tornou o mal do século, porque as pessoas não esperam mais no Senhor. Elas esperam apenas por um tempo, mas como não conseguem o que querem de imediato, acabam entrando numa tristeza profunda e "caindo" em depressão. Eu fico admirado com o livro do Apocalipse, que diz assim: "Apesar de tudo o Senhor reina, apesar de tudo, Ele já venceu, apesar de tudo a vitória de Jesus é certa".
Existem muitas pessoas gritando que não aguentam mais; é assim quando perdemos a esperança em Deus. Não é fácil, mas é algo que precisamos treinar: "Deus está cuidando de nós, eu sei em quem coloquei a minha confiança". Saiba aguardar n'Aquele que tem o domínio e o poder sobre todas as coisas.
Davi estava sendo perseguido por Saul, então ele disse: "Para os montes levanto os olhos, de onde me virá socorro?" Respirando fundo Davi disse "o meu socorro virá do Senhor, criador do céu e da terra" (Sl 90).
O Senhor não está “dormindo” na situação em que você vive, Ele é Seu guarda e está sempre ao seu lado! O livro dos Salmos diz: “...a sua indignação dura apenas um momento, enquanto sua benevolência é para toda a vida. Pela tarde, vem o pranto, mas, de manhã, volta à alegria” (Sl 29).
Talvez, hoje, você viva o pranto, o sofrimento. Talvez nada tenha dado certo em sua vida, mas o Senhor lhe diz: "Tenha esperança!".
Aqueles que esperam em Deus passam pelo sofrimento, pela dor. Eles passam pelo pranto à tarde, mas esperam a alegria ao amanhecer. Não é brincadeira. Quantas pessoas que esperaram em Deus e hoje colhem a vitória? A cada dia o Senhor manifesta o Seu amor por nós. O sol vem; Ele nunca deixará de vir!
Saiba esperar n'Aquele que é o Seu Senhor. Aguarde, Ele está sentado no trono!
Espere no Senhor e tenha coragem!

Pe. José Augusto
Comunidade Canção Nova

REFLEXÃO DO DIA - Terça-Feira 12/01

Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. As pessoas ficavam admiradas com o seu ensinamento, porque Jesus ensinava como quem tem autoridade e não como os doutores da Lei. Nesse momento, estava na sinagoga um homem possuído por um espírito mau, que começou a gritar: «Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!» Jesus ameaçou o espírito mau: «Cale-se, e saia dele!» Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu dele. Todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: «O que é isso? Um ensinamento novo, dado com autoridade... Ele manda até nos espíritos maus e eles obedecem!» E a fama de Jesus logo se espalhou por toda parte, em toda a redondeza da Galiléia. (Mc 1,21b-28)

Estando com seus discípulos... Jesus é Mestre. Vive e convive com seus apóstolos. Conversa com eles. Come com eles. Faz com que eles observem o que se passa à sua volta. Quer que sejam testemunhas oculares da implantação do mundo novo. Estarão, assim, melhor capacitados a continuar a obra do Mestre, afinal de contas para isso foram chamados. Não se pode formar agentes de pastoral em série ou através de um curso por correspondência ou simplesmente com uma ordem. Para os apóstolos era fundamental conviver com Cristo. Hoje, parece indispensável que sacerdotes e leigos, possuídos pelo zelo do Senhor, preparem novos apóstolos.
Entrou na sinagoga e começou a ensinar... Jesus é Mestre e não hesita em ensinar. Serve-se do quadro da liturgia sinagogal para falar das coisas de seu Pai. Ensinar na sinagoga é se vincular à Escritura. Certamente Jesus deve ter lido e comentado muitos textos da Palavra de Deus. Por vezes acolhia tal ensino tal qual. Outras vezes criticava a maneira dos que ensinavam e não praticavam. Jesus é um Mestre com firmeza...
... ensinava como quem tem autoridade, e não como os mestres da lei.
Estava na sinagoga um homem possuído por um espírito mau... Não entremos na questão de saber se era possessão de verdade. São muitos os casos de exorcismo anotados nas páginas dos evangelhos.
Jesus é aquele que vem derrotar o inimigo, aquele que arrasta as pessoas para trilhas diferentes daquelas que a consciência delicada sabe que levam a Deus.Que queres de nós, Jesus nazareno? Há muitos espíritos... Jesus ordena que todos se afastem do pobre homem. Este é sacudido e dá um grito. E o espírito saiu. O grande momento da derrota da legião dos espíritos maus será aquele da cruz e da vitória sobre as tentações. Jesus é o grande libertador do mal e aquele que derrota as obras das trevas.
“Um ensino novo, dado com autoridade, ele manda até nos espíritos maus e eles obedecem”.
“O mal que é maior que a gente existe também hoje: a crescente desigualdade social, a má distribuição da terra e de seus produtos, a lenta asfixia do ambiente natural por conta das indústrias e da poluição, a vida insalubre dos que têm menos e dos que têm demais, a corrupção, o terror, o tráfico de drogas, o crime organizado, o esvaziamento moral e espiritual pelo mau uso dos meios de comunicação... Esses demônios parecem dominar muita gente e fazem muitas vítimas. O sinal profético de Jesus significa a libertação desse mal do mundo, que transcende nossas parcas forças. E sua palavra, proferida com a autoridade de Deus mesmo, nos ensina a realizar esta libertação.” ( J. Konings, Liturgia Dominical, Vozes, p.271).