Os textos e fotografias produzidos pela equipe da PASCOM da Paróquia São José – C. dos Dantas podem ser livremente utilizados, mencionando-se o blog http://www.montedogalo2009.blogspot.com/ como fonte

10 de jan. de 2010

CELEBRAÇÃO DO BATISMO DO SENHOR


O relato lucano do batismo de Jesus se caracteriza pela menção da oração, feição constante do evangelho de Lc. Jesus, exemplo do cristão, procura na oração a vontade do Pai, vontade que se manifesta na visão do céu aberto e da vinda do Espírito Santo (cf. coment. Ano B). No conjunto da obra lucana, o batismo é o início da atuação messiânica de Jesus (cf. At 10,37, 1ª leitura). Por isso, segue-se a genealogia, como convém quando se descreve a investidura de um alto dignitário.
Quanto a nós, podemos ver no fato de Jesus receber sua missão na oração um exemplo para nossa vida. Recebemos nossa missão de Deus no encontro com ele no silêncio, imersos no mistério da vida divina. Não por razões humanas (sucesso, insistência de partidários etc.), mas por ter buscado a vontade de Deus é que Jesus assume a missão messiânica.
Observe-se que, embora contemplando Deus, Jesus não está separado do povo, mas participa com todo o povo no movimento que surgiu em tomo do Batista. Cristo é o protótipo do fiel na Igreja e na humanidade. (A genealogia inserida por Lc remonta até "Adão, filho de Deus".) Assim seja o cristão: participando com seus irmãos na comunidade do batismo, esteja em contínua união com o Pai e assuma sua missão para a salvação de todos.



Evangelho: Lucas 3,15-16.21-22
O povo estava esperando o Messias. E todos perguntavam a si mesmos se João não seria o Messias. Por isso, João declarou a todos: «Eu batizo vocês com água. Mas vai chegar alguém mais forte do que eu. E eu não sou digno nem sequer de desamarrar a correia das sandálias dele. Ele é quem batizará vocês com o Espírito Santo e com fogo. Todo o povo foi batizado. Jesus, depois de batizado, estava rezando. Então o céu se abriu, e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como pomba. E do céu veio uma voz: «Tu és o meu Filho amado! Em ti encontro o meu agrado.»

9 de jan. de 2010

PARA REFLETIR

As sandálias do discípulo fizeram um barulho especial nos degraus da escada de pedra que levavam aos porões do velho convento.
Era naquele local que vivia um homem muito sábio. O jovem empurrou a pesada porta de madeira, entrou e demorou um pouco para acostumar os olhos com a pouca luminosidade.
Finalmente, ele localizou o ancião sentado atrás de uma enorme escrivaninha, tendo um capuz a lhe cobrir parte do rosto. De forma estranha, apesar do escuro, ele fazia anotações num grande livro, tão velho quanto ele.
O discípulo se aproximou com respeito e perguntou, ansioso pela resposta:
- Mestre, qual o sentido da vida?
O idoso monge permaneceu em silêncio. Apenas apontou um pedaço de pano, um trapo grosseiro no chão junto à parede. Depois apontou seu indicador magro para o alto, para o vidro da janela, cheio de poeira e teias de aranha.
Mais do que depressa, o discípulo pegou o pano, subiu em algumas prateleiras de uma pesada estante forrada de livros. Conseguiu alcançar a vidraça, começou a esfregá-la com força, retirando a sujeira que impedia a transparência.
O sol inundou o aposento e iluminou com sua luz estranhos objetos, instrumentos raros, dezenas de papiros e pergaminhos com misteriosas anotações.
Cheio de alegria, o jovem declarou:
- Entendi, mestre. Devemos nos livrar de tudo aquilo que não permita o nosso aprendizado. Buscar retirar o pó dos preconceitos e as teias das opiniões que impedem que a luz do conhecimento nos atinja. Só então poderemos enxergar as coisas com mais nitidez.
Fez uma reverência e saiu do aposento, a fim de comunicar aos seus amigos o que aprendera.
O velho monge, de rosto enrugado e ainda encoberto pelo largo capuz, sentiu os raios quentes do sol a invadir o quarto com uma claridade a que se desacostumara. Viu o discípulo se afastando, sorriu levemente e falou:
- Mais importante do que aquilo que alguém mostra é o que o outro enxerga. Afinal, eu só queria que ele colocasse o pano no lugar de onde caiu.

REFLEXÃO DO DIA - Sábado 09/01

Depois disso, Jesus foi para a região da Judéia com seus discípulos. Ficou aí com eles e batizava. João também estava batizando em Enon, perto de Salim, onde havia bastante água. As pessoas iam e eram batizadas. João ainda não tinha sido preso.
Então começou uma discussão entre os discípulos de João e um judeu sobre a purificação. Eles foram a João e disseram: «Rabi, aquele que estava com você na outra margem do Jordão, e do qual você deu testemunho, agora ele está batizando, e todos correm para ele!»
E João respondeu: «Ninguém pode receber alguma coisa se esta não lhe for dada do céu. Vocês mesmos são testemunhas daquilo que eu disse: ‘Eu não sou o Messias, mas fui enviado na frente dele’. É o noivo que recebe a noiva e o amigo, que está aí esperando, se enche de alegria quando ouve a voz do noivo. Esta é a minha alegria, e ela é muito grande. É preciso que ele cresça e eu diminua.» (Jo 3,22-30)
João, o Batista, é o centro do evangelho deste dia. O tempo foi passando e esse galileu que tinha sido batizado por João na águas do Jordão, agora também já batizava. Naquela ocasião João estava batizando na região de Enon, perto de Salim onde havia muita água. Parece que os discípulos de João se mostravam enciumados ou com inveja de Jesus. O Batista tenta esclarecer as coisas. Não dava mais para ter duas comunidades: uma do Batista e outra do Messias. Nada de divisão.
“Que fique claro. Eu não sou o Messias. Não é possível agora que venhamos a fazer duas comunidades. Uma minha e outra dele. Uma do precursor e outra do que era esperado. Eu fui apenas aquele que preparava os caminhos do Messias. Nada mais. Fiz a minha parte. Tentei levar as pessoas até às águas. Águas que simbolizavam uma outra água. A água do Espírito que o Messias derramaria. Eu presto serviço. Não sou o Messias, mas fui enviado à sua frente. Eu sou amigo do esposo. Ouço sua voz. Rejubilo-me com sua presença. Não tenho mais muito que fazer. Na realidade eu o conheço deste o tempo em que eu e ele estávamos no seio de nossas mães. Como não estimá-lo? Minha alegria é ouvir a voz do esposo e completa minha exultação. É necessário que ele cresça e que eu diminua."
Estamos convencidos de que o sentido da vida é servir. Nossas paróquias não existem para outra coisa, senão para o serviço. Há o serviço da acolhida dos que chegam, da busca dos que se afastaram, da organização da caridade para que ninguém passe fome, morra de frio ou definhe interiormente. Há o serviço de formação dos noivos para o casamento, de reflexão com os jovens, de paciência com os que erram e repetem o erro. Os que servem, sejam leigos ou sacerdotes, são servos inúteis. Porque o Senhor é quem atua por detrás de suas vidas, de suas palavras e de seus gesto. Somos homens e mulheres do serviço. Não queremos ser pivôs, lá onde o protagonismo é de Cristo.
Os que servem são pessoas alegres. Se têm sucesso, não o atribuem a si, mas ao Senhor e fazendo o vazio de seus pequenos interesses colocam-se numa posição em que o ego não é o primeiro. Quando tudo dá certo louvam a Deus. Quando o fracasso chega sabem que não depende deles... a obra é de um outro e depende da lentidão ou da presteza do coração daqueles aos quais servimos.

8 de jan. de 2010

REFLEXÃO DO DIA - Sexta-Feira 08/01

Aconteceu que Jesus estava numa cidade, e havia aí um homem leproso. Vendo Jesus, caiu a seus pés, e pediu: «Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar.» Jesus estendeu a mão, tocou nele, e disse: «Eu quero, fique purificado.» No mesmo instante a lepra o deixou. Jesus lhe ordenou que não dissesse nada a ninguém. E falou: «Vá pedir ao sacerdote para examinar você, e depois ofereça pela sua purificação o sacrifício que Moisés ordenou, para que seja um testemunho para eles.» No entanto, a fama de Jesus espalhava-se cada vez mais, e numerosas multidões se reuniam para ouvi-lo e serem curadas de suas doenças. Mas Jesus se retirava para lugares desertos, a fim de rezar. (Lc 5,12-16)

Jesus se faz próximo das misérias humanas. Ou melhor dizendo, as misérias humanas se aproximam de Jesus. São numerosíssimos os episódios de pessoas caindo aos pedaços que se aproximam de Jesus. Entre estes estão os leprosos.
Jesus estava naquela cidade que não se sabe qual seja. Um leproso se aproxima. Cai aos pés de Jesus. Suplica-lhe; “Se queres tens o poder de purificar-me”. Aquele banido, segregado, não amado, resto humano, estava ali pedindo o impossível a qualquer um, mas possível a esse Jesus. Há uma grande confiança por parte do suplicante.
Não podemos viver sem confiança. Sem ela não há coragem, nem bondade. A confiança é forte e fraca. Diante do mal ela continua a crer na bondade. Na complexidade das relações, aposta no entendimento. Ela faz confiança na confiança do outro. (...)
E o leproso tinha confiança em Jesus. “Tu tens o poder de me purificar”. Jesus toca nele e ele fica curado. (...)
Estamos sempre em estado de conversão. Somos leprosos que nos acercamos dos gestos de Cristo em sua Igreja: sua palavra, a orientação dos pastores, os sacramentos que constituem momentos em que o Ressuscitado nos toca. Assim entramos em comunhão com ele.
O texto de Lucas conclui fazendo observação importante a respeito de Jesus: “Ele se retirava para lugares solitários e se entregava à oração”. A julgar por estas e outras observações dos evangelistas Jesus não queria se deixar submergir numa correria louca e um ativismo desvairado. Ele busca o silêncio da oração e a calma de momentos em que, explicitamente, procura estar em intimidade com o Pai.

7 de jan. de 2010

JORNAL KYRIE - Mês de Janeiro/2010
















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Os 10 melhores filmes atuais do ponto de vista espiritual

Segundo o diretor do Departamento de Cinema do arcebispado de Barcelona

Como todos os anos, o Prof. Peio Sánchez, diretor do Departamento de Cinema do arcebispado de Barcelona (Espanha), oferece sua avaliação sobre os 10 melhores filmes do ponto de vista espiritual. Sánchez afirma que, ao fazer este elenco, ele o apresenta “como um material válido para a recuperação educativa e pastoral através do DVD. (…) Parece-nos hoje imprescindível escolher bem o que vemos para sermos pessoas melhores. E acreditamos que esse tipo de cinema convida a aprofundar nos grandes interrogantes, propõe um olhar aberto ao mistério de Deus”.

1. Gran Torino (2008), Clint Eastwood
“Em Gran Torino, Clint Eastwood soube contar uma história simples com uma enorme força dramática, apresentando temas espirituais de fundo, como o sentido do perdão, a redenção como sacrifício e o caminho da conversão. E do ponto de vista cristão, não somente apresenta uma imagem positiva da Igreja, representada no Pe. Janovich, mas também oferece uma poderosa imagem crítica nas decisões finais do protagonista.”

2. Jornada pela liberdade (2006), Michael Apted
“Esta homenagem a William Wiberforce – um parlamentar da Câmara dos Comuns, que dedicou, desde a sua juventude, sua atividade política à luta contra a escravidão e as injustiças sociais – apresenta-se com uma magnífica produção e uma série de atuações excepcionais. Marcada profundamente pela perspectiva social cristã, é um filme imprescindível para conhecer a força ética do Evangelho e sua herança em nossa cultura.”

3. Katyn (2007), Andrzej Wajda
“Surpreendente filme do mestre polonês Andrezej Wajda. Este testamento fílmico do genocídio de Katyn, perpetrado pelo comunismo soviético em 1940, afetou pessoalmente o diretor, já que seu pai era um dos 20 mil oficiais e cidadãos poloneses assassinados. Narrada a partir da perspectiva dos sobreviventes, especialmente mulheres, é um hino à reconciliação, da memória que busca a verdade. A fé católica é mostrada com intensidade em diversos momentos, mas de forma mais contundente nos últimos minutos.”

4. Quem quer ser um milionário? (2008), Danny Boyle
“O diretor Danny Boyle, de formação e convicções cristãs, soube contar uma dura história sobre a superação da miséria à vitória. Narrado como um conto de fadas, acompanha a história de três garotos que nascem nas barracas de Calcutá e como, a partir do protagonista Jamal, verão o triunfo da bondade e do amor, muito além da injustiça e da violência. A história nos apresenta uma intriga que move o espectador à esperança e que convida a reconhecer a presença da Providência, que acompanha os acontecimentos respeitando a liberdade, mas estimulando a bondade.”

5. O visitante (2007), Thomas McCarthy
“É a história de uma visita gratuita na qual se vê envolvido um obscuro professor universitário, genialmente interpretado por Richard Jenkins, que, após ficar viúvo, vive sem sentido e cuja vida se transformará em seu encontro com Tarek. Este sírio, que carrega a perseguição em seu coração, representa a alegria e a vontade de viver que faltam ao protagonista. Neste itinerário de transformação, veremos como cresce nele a sensibilidade e o compromisso, a capacidade de amar e o exercício responsável da liberdade. Um filme que, além do mais, é um grito contra a injustiça das leis migratórias.”

6. A caixa de Pandora (2008), Yesim Ustaoglu.
“O mal de Alzheimer da avó abrirá a caixa de Pandora da uma família que vive às margens da infelicidade, como se uma maldição caísse sobre eles quando a anciã, uma genial Tsilla Chelton de 89 anos, desaparece de casa. Com esta fuga, começa uma viagem rumo à verdade que envolverá todos eles, quando vão a uma aldeia de montanha na costa do Mar Negro. A lucidez da demência não conseguirá dobrar o desvario dos instalados na comodidade ou no fracasso; mas conseguirá mover os que sentem que a vida vai muito além e que sempre estão dispostos a subir uma montanha, ainda que as forças já sejam escassas. Uma aliança na qual os mais velhos transmitem a esperança aos mais jovens.”

7. A partida (2008), Yojiro Takita
“Daigo, um violoncelista desempregado, descobre sua vocação quando abandona Tóquio com Mika, sua mulher, e vai à cidade e à casa em que viveu sua infância. Um processo lento e surpreendente o converterá em um especialista em nôkan, ritual mortuário japonês que supõe uma recordação do defunto desde o ato de embalsamento. Em sua aprendizagem, vão se cruzando várias histórias de reconciliação dos vivos com os mortos e ele irá, pouco a pouco, abrindo sua própria história a um caminho de pacificação. O filme nos permite contemplar a morte com uma perspectiva diferente.”

8. O curioso caso de Benjamin Button (2008), de David Fincher
“Baseada em uma novela de F. Scott Fitzgerald, conta a vida singular de Benjamin: um estranho bebê que nasce sendo idoso e que, com o passar do tempo, acabará transformando-se em um bebê. Este estranho personagem, que terá um corpo que cresce ao contrário do seu espírito, oferece-nos um personagem que amadurece de uma forma diferente e que também terá que amar Daisy – seu fiel e verdadeiro único amor – de uma forma diferente, ainda que não por isso impossível.”

9. Le Hérisson (2009), Mona Achache
“Adaptação do famoso livro de Muriel Barbery, ‘A elegância do ouriço’, e que supõe o primeiro longa-metragem da diretora francesa Mona Achache. Baseia-se no contraste de dois personagens: por um lado, uma menina com um rico a inteligente mundo interior; por outro, a porteira do número 7 da rua Grenelle, uma mulher descuidada e um pouco antipática. Mas ambas terão um segredo que virá à tona com a chegada de Kakuro Ozu, um elegante viúvo japonês. Esta revelação servirá de desculpa para compreender o segredo profundo das pessoas e como às vezes o essencial não está nas aparências.”

10. Rio congelado (2008), de Courtney Hunt
“História sobre a resistência e a amizade de duas mulheres que começam em conflito, mas que criarão um profundo laço de solidariedade que tem como origem comum uma maternidade transcendida e o desejo de amar inclusive acima de suas forças. Dirigido por Courtney Hunt, apresenta os personagens com grande veracidade. A dureza e a desolação nas imagens nos permitem encontrar na alma das protagonistas uma generosidade desmedida, que devolve a confiança no ser humano, inclusive nas situações de solidão e limite que enfrentam.”

REFLEXÃO DO DIA - Quinta-Feira (07/01)

Jesus voltou para a Galiléia, com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a redondeza. Ele ensinava nas sinagogas, e todos o elogiavam. Jesus foi à cidade de Nazaré, onde se havia criado. Conforme seu costume, no sábado entrou na sinagoga, e levantou-se para fazer a leitura. Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus encontrou a passagem onde está escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos, e para proclamar um ano de graça do Senhor.» Em seguida Jesus fechou o livro, o entregou na mão do ajudante, e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. Então Jesus começou a dizer-lhes: «Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura, que vocês acabam de ouvir.» Todos aprovavam Jesus, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. (Lc 4,14-22ª)

Estamos diante do famoso texto de Lucas em que Jesus visita a sinagoga de sua terra. Ele é um homem religioso e nada mais natural que santifique o sábado. Lucas gosta de dizer que os gestos e feitos de Jesus estão sempre ligados a uma misteriosa presença do Espírito. “Jesus voltou para a Galiléia com a força do Espírito”.
E ei-lo na sinagoga de Nazaré, sua terrinha, com gente conhecida, colegas da lida diária, gente mais velha...Vamos então acompanhar a liturgia da palavra. Jesus se levantou para fazer a leitura. E lê o texto de Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a boa nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação dos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos, e para proclamar um ano de graça do Senhor”.
Depois de fechar o livro, sentou-se, e os olhos de todos se fixaram nele. Imagino essa cena num quadro de um pintor... O fascínio de olhos pregados em Cristo....
“Agora estas palavras se cumprem em mim. Eu estou sendo ungido pelo Alto. Minha vida é realizar uma missão que não é minha, mas daquele que me enviou. Preciso ficar atento. Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que vocês acabaram de ouvir. Venho anunciar uma notícia agradável aos pobres.
Eles são amados por meu Pai, não precisam desesperar porque seus nomes estão na palma de sua mão. Ao longo de meus anos de vida pública olharei pelos pequenos, pelas viúvas de filho único, pelos corações que não têm poder nem poderio. O mundo novo de meu Pai é dos pequenos de coração que se jogam confiantemente nele. Cegos dos olhos virão a mim, eu untarei seus olhos para que vejam também o rosto do Pai e minha face de Enviado. Quero que todos vejam claramente seu destino. Venho para abrir a porta das prisões em que estão aqueles que cultuam o dinheiro, o ego, seus prazerizinhos e sua vidinha. Venho libertar os homens de si mesmos e fazer com vivam um ano de graça. Vocês são felizes porque ouvem o que eu digo e acolhem esta explicação. Fui ungido para anunciar o mundo novo de meu Pai e fazer com que os mais humildes de entre vocês sejam príncipes desse reino novo”.
A Liturgia da Palavra não consiste na leitura de um texto que se perde nas brumas do tempo. A Escritura, proclamada no hoje da vida da Igreja e do mundo, na presença do Ressuscitado chega até os mais íntimos cantos de nossa vida. Não basta apenas ficarmos encantados com as palavras de Jesus. Importante que sejam levadas ao fundo do coração e nos transformem. Quando, aos domingos, recitamos o Credo queremos dizer a Deus: “É isso que quero, que busco de todo o coração!”