Os textos e fotografias produzidos pela equipe da PASCOM da Paróquia São José – C. dos Dantas podem ser livremente utilizados, mencionando-se o blog http://www.montedogalo2009.blogspot.com/ como fonte

31 de dez. de 2009

Eis que faço novas todas as coisas

Já estamos vendo no horizonte o raiar de um Novo Ano. Às suas vésperas, celebramos a festa da Luz. Da Luz verdadeira que veio brilhar para nós, que vivíamos nas trevas da morte, como profetizou Isaías.
Como o sol, depois de mergulhar no solstício do inverno, retorna para iluminar a terra e dar-lhe o seu calor, assim irrompeu o Cristo em nosso meio. João Evangelista nos ensina que a Luz do Cristo espancou as trevas, que agarradas ao orgulho e ao pecado, não a quiseram receber. Mas a todos os que abriram os olhos ao seu fulgor, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
No esplendor destes dias, em que rememoramos o acontecimento histórico do nascimento de Cristo, a Vida e a Luz que nos foram dadas pela misericórdia divina e pelo "sim" generoso de Maria, também retomamos o tempo cíclico que, tendo sua origem nos anos eternos, continua seu curso nos dias, anos e estações, até a consumação do tempo.
Natal e Ano Novo. Nestes dois acontecimentos, encontra a humanidade um momento de esperança.
Para uns, apenas uma utopia que se esvai, como a fumaça dos fogos de artifício. Votos, muitos até poéticos, que se misturam na voragem dos dias e logo se perdem na impotência humana de sua realização, na prepotência dos mais fortes, na cobiça, no roubo e na violência, na miséria que transparece a cada dia.
São votos que não nascem do coração, muitos fingidos e que expressam um relacionamento interesseiro. Os presentes, de valores altíssimos, nada mais querem senão manter os negócios. As gratificações, como foram reveladas na recente crise econômica, são um insulto à justiça.
Para estes, se patenteia a palavra do Evangelista: "A Luz estava no mundo, e o mundo foi feito por meio dele, mas o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu e os seus não o receberam" (Jo 1, 10-11)
Para nós, porém, que nos abrimos à Luz e acolhemos a bondade de Deus que veio até nós, na simplicidade de um Menino, como para os Magos, brilha a Estrela da esperança:"Vimos sua estrela no oriente e viemos homenageá-lo" (Mt. 2, 2 e 9).
Os nossos votos têm fundamento. Pela fé, temos a certeza de um mundo novo, de paz e de amor, para o qual, guiados pela Estrela devemos caminhar
Nossos desejos expressam que cremos na vitória da Luz, a vitória de Cristo.
Vamos nos saudar no início deste Novo Ano, expressando o amor e a caridade que já nos unem, embora ainda na fragilidade dos dias terrenos.
Iluminados pela Luz d'Aquele que é, que era e que será, do Princípio e o Fim de todas as coisas, aspiramos construir uma nova terra e um novo céu, a tenda de Deus com os homens, onde se realizará nossa esperança. Pela força da graça, venceremos.
Sabemos que ainda temos muita luta, pois o poder das trevas quer a todo o custo, impedir a vinda do Reino. Mas a fé no Filho que nos foi dado, mostra-nos o poder de Deus que destrói a astúcia dos Herodes de todas as épocas e nos conduz a Belém, a casa do pão, a Jerusalém celeste, onde “as coisas antigas se foram” (Apoc. 21,4).
Caminhemos, pois, à luz da Estrela e que nossos votos de um Ano Novo augurem a felicidade de estarmos construindo o Reino daquele que faz novas todas as coisas.

Dom Eurico dos Santos VelosoArcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)

REFLEXÃO DO DIA - Quinta-Feira (31/12)

No começo a Palavra já existia:
a Palavra estava voltada para Deus,
e a Palavra era Deus.
No começo ela estava voltada para Deus.
Tudo foi feito por meio dela,
e, de tudo o que existe, nada foi feito sem ela.
Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens.
Essa luz brilha nas trevas,
e as trevas não conseguiram apagá-la.
Apareceu um homem enviado por Deus, que se chamava João. Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas apenas a testemunha da luz. A luz verdadeira, aquela que ilumina todo homem, estava chegando ao mundo.
A Palavra estava no mundo,
o mundo foi feito por meio dela,
mas o mundo não a conheceu.
Ela veio para a sua casa,
mas os seus não a receberam.
Ela, porém, deu o poder de se tornarem filhos de Deus
a todos aqueles que a receberam,
isto é, àqueles que acreditam no seu nome.
Estes não nasceram do sangue, nem do impulso da carne, nem do desejo do homem, mas nasceram de Deus.
E a Palavra se fez homem
e habitou entre nós.
E nós contemplamos a sua glória:
glória do Filho único do Pai,
cheio de amor e fidelidade.
João dava testemunho dele, proclamando: «Este é aquele, a respeito de quem eu falei: aquele homem que vem depois de mim passou na minha frente, porque existia antes de mim.»
Porque da sua plenitude todos nós recebemos,
e um amor que corresponde ao seu amor.
Porque a Lei foi dada por Moisés, mas o amor e a fidelidade vieram através de Jesus Cristo. Ninguém jamais viu a Deus; quem nos revelou Deus foi o Filho único, que está junto ao Pai. (Jo1,1-18)

O evangelho deste último dia do ano nos fala da Palavra que veio fazer-se carne e das graças sobre graças que recebemos. Normal que esses textos façam nascer em nós um sentimento de ação graças bem precisamente no finalzinho do ano. (...)
No final do ano somos invadidos por um sentimento de ação de graças e um desejo de simplificar a vida. Rubem Alves, falando a urgência de aproveitar o tempo da vida, escreve:
“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras ela chupou displicentemente, mas percebendo que faltavam poucas, rói o caroço (...) Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir dos tropeços, não se encanta com os triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados e deseja tão somente andar ao lado do que é justo. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade."

30 de dez. de 2009

Campanha do Natal Solidário 2009





A Campanha do Natal Solidário em nossa paróquia encerrou ontem (29/12), com uma missa celebrada pelo Padre João Paulo, às 19 horas, na Matriz de São José, seguindo-se da entrega às famílias previamente cadastadas de uma cesta básica. Foram distribuídas cerca de 300 cestas básicas, levando, assim, alegria a muitos lares carnaubenses nesse final de ano. A seleção das famílias beneficiadas foi feita priorizando aquelas pessoas que ainda não tinham recebido cesta de outras entidades do nosso município.
Nossos profundos agradecimentos e nossas orações a todos que nos ajudaram, desde a equipe organizadora até os que contribuíram. Que no ano que se aproxima possamos ter cada vez mais um coração agradecido por tudo que temos, solidário para com o próximo, e transbordante de amor para com todos que se achegam a nós.

Fim de ano - tudo tem seu tempo e ocasião

“Tudo tem seu tempo e ocasião”, diz o Eclesiastes. “Para cada coisa”, dirá outra tradução, “há um tempo debaixo do sol.” O autor continua a repetir as palavras, sem a menor pressa, criando, em sua narrativa, um ritmo que, por si só, expressa o que ele quer dizer: tudo tem seu tempo, tudo tem seu ritmo.
“Tempo de nascer, tempo de morrer;
tempo de plantar, tempo de colher;
tempo de derrubar, tempo de construir;
tempo de chorar, tempo de rir;
tempo de fazer luto, tempo de bailar;
tempo de abraçar, tempo de separar-se;
tempo de procurar, tempo de perder;
tempo de calar, tempo de falar;
tempo de amar, tempo de odiar;
tempo de guerra, tempo de paz”.
Como não rezar com esta passagem a cada final de ano? Como vivi os tempos que o Senhor providenciou? Como acertei o meu passo ao sábio compasso que marca o ritmo da vida, de tudo o que existe debaixo do sol, inclusive eu? Quem nasceu? Quem morreu? Em que nasci? Em que morri? O que plantei? O que colhi? O que derrubei? O que construí? Como chorei? Como ri? Como vivi o luto e a dança? A quem acolhi? De quem parti? A quem deixei partir?
Como falei? Como calei? O que calei? Para que calei? O que falei? Como falei? Para que falei?
Odiei? Fiz guerra? Perdi, então, todo o meu ritmo, todo o meu tempo. Gastei inutilmente os tempos que o Senhor providenciou. Atravessei o compasso que marca o ritmo da vida, inclusive da minha. Matei e morri. Plantei, mas não colhi. Destruí. Se ri, foi pantomima. Se chorei, foi de desgosto. Se dancei, foi grotesco. Se acolhi, só foi a mim mesma. A tudo e a todos enxotei. Minhas palavras destruíram, meu silêncio foi omissão, falsa proteção a mim mesma. Odiei.
Amei? Então construí e promovi a paz, encontrei, então, o sábio ritmo da vida, o tempo interior só conhecido de quem ama. Aproveitei bem os tempos que me deu a Providência. Dancei, feliz e equilibrada, conduzida por meu divino par, ora valsas, ora noturnos, ora barcarolas, ora polcas e mazurcas, ao compasso que marca o ritmo da vida, de toda vida, da minha vida, da sua vida. Dancei, com toda a criação, com Deus e com os irmãos. Deixei-me conduzir pelo hábil Cavalheiro. Nasci e dei à luz. Plantei e colhi. Derrubei feiura, colhi beleza, bem, verdade. Ri, feliz ao acolher, nas dobras da renúncia do amor, meu irmão, a vida, as circunstâncias. Rodopiei, confiante e tranquila, a guardar segredos de amor em meu coração. Amei.
Ora amei, ora odiei? Natural. Sou pecadora. Sou imperfeita. Sou humana. Simplesmente vivi. Colhi os frutos do meu ódio e do meu amor.
Uma coisa sei que, com a mais absoluta certeza, tive, eu, assim como você: o amor do Pai em toda circunstância. A salvação do Filho todos os dias do nosso ano. A ação santificadora do Espírito, disponível em toda ocasião. Criador e criatura dançamos juntos, tal pai e filha na festa dos quinze anos, tal casal de noivos nas bodas, envolvidos, sempre, por muitos outros pares, milhares, milhões, bilhões de outros pares.
Chegamos ao fim de mais um ano em nossa bela sonata da vida. É preciso dar o comando de replay e assisti-la outra vez, serenamente, ouvindo detalhes perdidos na correria, na emoção dos acontecimentos: stacatos sutis, ligaduras ressonantes, fermatas desconcertantes.
Começa uma nova página. Quantos compassos teremos? Que temas se repetirão? Que novos tons serão adotados? Que novas frases musicais serão relidas, recriadas? Que outros instrumentos entrarão? Que interpretação escolheremos dar? Que passos criaremos? Como faremos a leitura, compasso a compasso?
Deus sabe! E é nisso que reside nossa tranquilidade, nossa confiança. Não conhecemos o que virá, mas pelos temas, frases, harmonias e compassos, pelo ritmo e pelo tom já tocados, sabemos que, tocada a quatro mãos, nossa composição será bela. O ritmo, por vezes sincopado, combinará com soluços. O compasso em sua batida convencional, evocará a rotina, que também revela beleza. As notas que voam, oração. As que ficam na memória, contemplação. As que marcam a base, convicção. As que desenham a melodia, inventividade.
Deus sabe! Deus sabe! Deus sabe! Que a proposta de uma vida alucinada não nos seduza. Que o ritmo da evangelização, do amor, este, sim, seja alucinado, sem medida: Jesus tem sede, tem pressa. O ritmo interior, porém, este seja aquele secreto, confiante, sábio, paciente ritmo interior de Maria: “Deus sabe! Deus sabe! Deus sabe! Tudo passa! Deus fica! Deus sabe! Para tudo há um tempo debaixo do sol. Não temo! Deus sabe! Deus sabe! Deus sabe!”
Neste ano, conceda-nos Deus dançarmos tranquilos, ao ritmo interior do mistério da vida.
Maria Emmir Nogueira, Com. Shalom

REFLEXÃO DO DIA - Quarta-Feira (30/12)

Havia também uma profetisa chamada Ana, de idade muito avançada. Ela era filha de Fanuel, da tribo de Aser. Tinha-se casado bem jovem, e vivera sete anos com o marido. Depois ficou viúva, e viveu assim até os oitenta e quatro anos. Nunca deixava o Templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações. Ela chegou nesse instante, louvava a Deus, e falava do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. Quando acabaram de cumprir todas as coisas, conforme a Lei do Senhor, voltaram para Nazaré, sua cidade, que ficava na Galiléia. O menino crescia e ficava forte, cheio de sabedoria. E a graça de Deus estava com ele. (Lc 2, 36-40)
Respiramos ainda o clima do Natal. Por ocasião da visita que Maria e José fizeram ao Templo encontraram lá Simeão, o ancião dos olhos do infinito e também Ana, profetisa, filha de Fanuel, viúva já idosa e que ali vivia. E ela falava do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém, segundo as informações de Lucas. Nesse clima ainda natalino transcrevemos uma página admirável de um diálogo de Maria com seu filho de autoria de Marie Noel, poetisa francesa do século passado:

Meu Deus que agora dormes, tão frágil em meus braços,
meu menino tão quentinho junto de meu coração que bate.
Adoro-te em minhas mãos, e admirada embalo
a maravilha, ó Deus, que fizeste em mim.
Não poderia eu, ó meu Deus, ter um filho,
virgem que sou em tão humilde estado.
Que florida alegria poderia em mim nascer?
Tu, Deus onipotente, este júbilo me deste....
Que poderia eu retribuir a ti,
já que sobre mim descera tua graça?
Sorrio baixinho, meu Deus
porque eu também, pequenina e limitada,
tinha uma graça e essa graça te dei.
Ó meu Deus, tu não tinhas boca
para poder falar às pessoas de nossa terra.
Tua boca molhada de leite, voltada para o meu seio,
meu filho, esta boca fui eu que te dei!
Mãos, ó meu Deus, não terias
para com teus dedos tocar os doentes,
curar os pobres e cansados corpos de tantos...
Tua mão, botão ainda fechado, róseo e ainda tímido,
Ó meu filho, fui eu quem te dei...
Ó meu Deus, não conhecias a morte para poder salvar o mundo.
Aquela dor, naquele dia, na hora de tua morte de homem,
naquela tarde escura, tu na cruz abandonado e morrendo,
fui eu que te dei a possibilidade de morrer!

29 de dez. de 2009

A Arquidiocese de Natal comemora 100 anos


A Arquidiocese de Natal (RN) comemora 100 anos de fundação nesta terça-feira, 29, mas a intensa programação começou ainda em 2006.
Neste triênio de preparação, os fiéis dos 88 municípios que fazem parte do arcebispado participaram de diversas iniciativas. "Destacamos as santas missões populares e as visitas pastorais às paróquias do interior, bem como uma série de simpósios com temas variados", afirma o Arcebispo Dom Matias Patrício de Macêdo.
Esses simpósios fizeram parte do primeiro Congresso Eucarístico Missionário Arquidiocesano, que abordou temas como a Catequese, Juventude, História da Igreja, Missão e Família.
A meta de construir 100 novas Igrejas nesses três anos foi superada. "Eu costumo brincar que não foram apenas 100, foram 102!", exclama Dom Matias. O Arcebispo destaca que celebrar o centenário é um convite a ter ainda mais responsabilidade com a história dessa Igreja local. "É uma Igreja viva, agradável, missionária, servidora e acolhedora", destaca.
Às 17 horas desta terça-feira, 29, no Papódromo, foi celebrada a Missa da Santíssima Eucaristia, presidida pelo presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Geraldo Lyrio Rocha. Logo após, aconteceu um show com padre Zezinho.

REFLEXÃO DO DIA - Terça-Feira 29/12

Terminados os dias da purificação deles, conforme a Lei de Moisés, levaram o menino para Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor, conforme está escrito na Lei do Senhor: «Todo primogênito de sexo masculino será consagrado ao Senhor.» Foram também para oferecer em sacrifício um par de rolas ou dois pombinhos, conforme ordena a Lei do Senhor. Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Era justo e piedoso. Esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava com ele. O Espírito Santo tinha revelado a Simeão que ele não morreria sem primeiro ver o Messias prometido pelo Senhor. Movido pelo Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais levaram o menino Jesus, para cumprirem as prescrições da Lei a respeito dele, Simeão tomou o menino nos braços, e louvou a Deus, dizendo:
«Agora, Senhor, conforme a tua promessa,
podes deixar o teu servo partir em paz.
Porque meus olhos viram a tua salvação,
que preparaste diante de todos os povos:
luz para iluminar as nações e glória do teu povo, Israel.»
O pai e a mãe estavam maravilhados com o que se dizia do menino. Simeão os abençoou, e disse a Maria, mãe do menino: «Eis que este menino vai ser causa de queda e elevação de muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Quanto a você, uma espada há de atravessar-lhe a alma. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações.» (Lc 2,22-35)

“Simeão chegava ao templo. No mesmo instante entrava um jovem casal. A mulher levava nos braços um bebê. Era Maria, acompanhada de José, que vinha apresentar o seu filho ao Senhor e oferecer em sacrifício duas rolas, como prescrevia a Lei. Ninguém os notara. Eram gente comum, sem séqüito. Gente simples que ninguém distinguia. O velho Simeão observou-os. Não os conhecia. Mas subitamente invadiu-o uma certeza. Aproximou-se da mãe, fixou os olhos na criança e, docemente, com infinita precaução, tomou-a nos braços. E pôs-se a orar em voz alta, o rosto extasiado: Agora, Senhor, segundo a tua palavra, podes deixar partir em paz o teu servo; porque os meus olhos viram a salvação, que preparaste para todos os povos, luz para iluminar as nações e glória do teu povo, Israel.
Simeão pensou no Livro da Consolação. Ali estava o Servo, aquele que não quebraria a cana rachada e nem haveria de apagar a chama vacilante...Depois, o ancião das barbas brancas pensou que esse Servo deveria dar a vida... e por isso disse a Maria que uma espada de dor haveria de atravessar-lhe o peito...“Maria sentiu apertar-se-lhe o coração. Viera muito feliz, apresentar o filho ao Senhor e oferecer-lhe o sacrifício de duas rolas.Mas as palavras do ancião e o Espírito que o inspiravam projetaram de súbito em sua alma uma luz trágica (...). Maria contemplava seu filho nos braços do ancião. A carne de sua carne seria um dia a vítima. O seu filho seria o Servo desfigurado que se obstinariam em abater e que se oferecia à morte para salvação de todos (...). O silêncio era completo. Maria ouvia apenas as palpitações de seu próprio coração. Acaba de entrar na noite de Deus. Jamais se sentira tão pobre, tão afastada do Senhor. E contudo nunca estivera dele tão próxima”.
* Citações do livro O Povo de Deus no meio da noite, de E. Leclerc.