REFLEXÃO DO EVANGELHO
Estamos vivendo os dias da última semana antes da Semana das Semanas, semana em que comemoramos a exaltação de Jesus no alto da cruz e na glória do Pai. Domingo próximo é a festa dos ramos. Aos poucos cresce a dramaticidade do texto de João. Jesus sabe que as circunstâncias levam-no ao desfecho de sua caminhada e ao cumprimento de sua missão. João faz com que Jesus dê aos seus interlocutores a certeza de que ele sente a presença do Pai a seu lado... precisamente neste momento que parece de abaixamento, mas é de elevação.
Há um pequeno lamento. “Eu parto e vós me procurareis, mas morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, não podeis ir”. Na realidade, só poderão estar lá os que fizeram o êxodo com Jesus. Os que podem conviver com o Pai nesse mistério de intimidade não são os que pensam segundo as categorias humanas e os pensamentos de baixo. Jesus é do alto. Os que querem sua morte são de baixo: homens carnais e espirituais, os que se comprazem nas coisas imediatas e os que colocam os olhos nas realidades verdadeiras.
No meio do texto, uma pergunta: “Quem és tu, então?”. O evangelista se apressa em dizer que Jesus é daquele que o enviara. Imaginam-no um livre atirador e nunca puderam compreender que ele era porta-voz do Pai, presença do Pai, que aquele que o enviara estava sempre com ele.
No alto da colina haveriam de erguer a Jesus e prender à cruz o corpo daquele que o Pai enviara, daquele que era um com o Pai. A graça da morte de Deus em Cristo, Jesus permite que alguns possam perceber a verdadeira identidade de Jesus. O Filho atento sempre a fazer o que agrada ao Pai está ali e por detrás dessa total inanição está aquele que é. “Quando levantardes o Filho do Homem, sabereis quem EU SOU! Ali, naquela entrega ao Pai que o acompanhava, começava a ressurreição. Realmente, Cristo, elevado da terra ao céu, morria e nascia, fazia sua páscoa e para sempre olharíamos para a cruz gloriosa elevada acima de todos.
Jesus vai para o madeiro e para a glória. Vai cumprir a vontade plena do Pai: “A salvação sempre veio do madeiro. Com efeito, no tempo de Noé, a vida foi conservada pela arca de madeira. No tempo de Moisés, ao ver o seu bastão, o mar intimidou-se diante daquele que o golpeava. Teve, então, tanto poder o bastão de Moisés e será ineficaz a cruz do Salvador? O madeiro, no tempo de Moisés, abrandou a água. E do lado de Cristo a água correu sobre o madeiro. A água e o sangue constituíram o primeiro dos sinais de Moisés; o mesmo ocorreu no último sinal de Jesus. Primeiro, Moisés mudou o rio em sangue; Jesus, no fim, deixou correr de seu lado água e sangue” (São Cirilo de Jerusalém).
Fonte: www.franciscanos.org.br
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