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26 de mai. de 2010

A LIÇÃO SEMPRE NOVA DO SERVIÇO

Jesus vive com os seus discípulos e apóstolos. Estão quase sempre juntos. Por isso, como Mestre, podia formá-los a cada instante, em todas as circunstâncias. O trecho de Marcos proclamado hoje nos diz que Jesus e os seus estão a caminho, subindo para Jerusalém. Marcos faz questão de dizer que Jesus está à frente como que a sugerir que ele tem coragem de dirigir-se à cidade fora dos muros da qual dará a vida. A lição que Jesus estava ensinando não era muito agradável. Falava a respeito das coisas que estavam para acontecer em Jerusalém. O evangelista observa: Os discípulos estavam espantados e aqueles que iam atrás estavam com medo.

Jesus se apresenta como aquele que está para cumprir o que é dito a seu respeito nas Escrituras e o que é dito não é tão simples nem tão fácil de aceitar: Eis que estamos subindo para Jerusalém e o Filho do homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos pagãos. Vão zombar dele, cuspir nele, vão torturá-lo e matá-lo. E depois de três dias ele ressuscitará.

Desenha-se no horizonte de Cristo a cruz, os momentos decisivos de sua vida, o abandono e o menosprezo que viverá.

Ora, precisamente neste contexto Marcos coloca o pedido dos filhos de Zebedeu, João e Tiago. Querem honras, querem poder sentar-se à direita e à esquerda de Jesus na glória. Não sabem o que estão pedindo. No momento em que Jesus vive o espírito de abaixamento, quando pensa em servir a humanidade dando-lhe a vida, dois dos mais íntimos discípulos, dois apóstolos querem honrarias. Um grande contradição...

Os verdadeiros discípulos de Jesus, através dos tempos, foram compreendendo que o sentido da vida é servir, é lavar os pés, é recolher os moribundos de Calcutá, é lavar as chagas dos leprosos, é percorrer as camas das enfermarias, é lutar para que as pessoas tenham pão, escola, comida, vida, vigor, viço. Os que são de Cristo não vivem de aplausos, de elogios. O discípulo não é maior que o Mestre. Se o Mestre serviu, servirá também o discípulo.

Num dos tópicos de suas Regras, Francisco de Assis escreve: “Ninguém se denomine prior, mas todos sem exceção, sejam chamados de irmãos menores. E lavem os pés uns dos outros” (Regra não Bulada VI).

A Igreja sempre precisa aprender esta lição. Leigos, sacerdotes, religiosos, bispos, somos todos servos uns dos outros. A busca de aplausos, o espírito de carreirismo, as posturas que manifestam soberba estão em contradição com o Evangelho. Dietrich Bonhoeffer em seu livro sobre o tema do discipulado, escreve: “O sofrimento é, pois, a característica dos seguidores de Cristo. O discípulo não está acima de seu Mestre (...) Quem não quiser tomar a sua cruz, quem não quiser expor sua vida ao sofrimento e à rejeição por parte dos seres humanos, perde a comunhão com Cristo e não é seu discípulo. Quem, porém, perder a sua vida no discipulado, no carregar da cruz tornará a encontrá-la no próprio discipulado na comunhão da cruz com Cristo. O oposto do discipulado é envergonhar-se de Cristo, envergonhar-se da cruz, escandalizar-se por causa da cruz “. (Discipulado, D. Bonhoeffer, Ed. Sinodal 2004, p.48).

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