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16 de mai. de 2010

E ELE DESAPARECEU DOS OLHOS DOS APÓSTOLOS

Jesus e seus discípulos não podiam mais se reunir como dantes. Antes da tragédia da cruz eles tinham quase o vício dos encontros. Praticamente estavam juntos o tempo todo: na pesca, nas andanças, nas refeições. Cessavam também as manifestações do Ressuscitado perto do lago, na estrada de Emaús. Um sentimento de orfandade ia tomando conta dos tímidos e medrosos apóstolos. A Escritura usa uma expressão tirada da cosmologia judaica para falar do desaparecimento de Cristo: ele foi elevado aos céus. Os apóstolos, então, são convidados ou convocados a partir pelo mundo afora. Deverão continuar a obra daquele que desaparecia aos seus olhos. A ascensão não rompe a comunhão entre Jesus e os seus. Os apóstolos e discípulos passavam a viver um relacionamento com o Mestre de maneira diferente.

A ascensão é ruptura. Nada será como antes. A partir daquele momento os apóstolos gritarão aos quatro ventos a Boa Nova. Cessou o tempo das preparações e começou o tempo da ação. Jesus não os precede mais fisicamente. A partir da ascensão Jesus acompanha os seus através de sinais.

A ascensão é promoção. A sombra da cruz parece, de alguma forma, desaparecer, ao menos em parte. Jesus está na glória do Senhor e sentado à direita do Pai. A sombra de Cristo, sobretudo o seu Espírito, é que vai proteger os apóstolos em seu labor.

A ascensão é proclamação. A atividade dos apóstolos não consiste em meros discursos, mas de uma jubilosa proclamação. Jesus Cristo é o Senhor. Ele tem o senhorio. Há sinais de sua presença: eucaristia, amor fraterno, ministério aos mais excluídos, serviço gratuito.
“Foi exatamente porque ele queria se aproximar mais de nós que nos deixou, diz Rahner, por isso levou para o céu o que era nosso.; por ter sido elevado no madeiro da cruz de sua morte e à direita do Pai que se tornou tão próximo de todos nós (...) É pela fé que se realiza esta proximidade no Espírito Santo...”.

J. Konings lembra: “A Igreja não caiu no vazio depois da Ascensão de Jesus. Antes, entrou com ele na plenitude do tempo da salvação e da reconciliação, embora não de vez e por completo. Tem que lutar para realizar o que Jesus já vive em plenitude. Ainda não está na mesma glória, na mesma união definitiva com Deus em que está o seu fundador, mas vive movida pelo mesmo Espírito, e este nunca lhe faltará até a hora do reencontro completo. A Igreja terá que expor às claras as contradições, as injustiças, as opressões que impedem a reconciliação e o perdão. Terá que urgir opção e posicionamento, e também transformação dos corações e das estruturas do mundo, para que um dia o Cristo glorioso seja a realidade de todos nós” (Liturgia Dominical, p.117-118).

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