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28 de mar. de 2010

O REI MONTADO NUM BURRICO

REFLEXÃO DA LITURGIA


Uma semana inteira para meditar no mistério pascal, santificada pela presença de Jesus, o servo que se torna Senhor. Não estamos apenas representando, dramatizando os acontecimentos de ontem. Nos dias que correm, atualizamos na liturgia da Igreja o mistério da passagem de Cristo, da páscoa Daquele que nos arrancou das trevas para a luz. Mistério dele e mistério nosso.

Duas palavras de Casiano Floristán: “A celebração da Semana Santa culmina com a eucaristia da madrugada de domingo, a que precedia o batismo dos catecúmenos, tanto jovens como adultos. O centro é Cristo com sua paixão, que abarca toda a existência humana, uma vez que ele está presente em todas as vítimas da dor e do sofrimento, simbolizadas pelo cordeiro pascal. A Páscoa não é um mero rito, liturgia ou celebração. Toda a vida é páscoa, passagem, trânsito. (Casiano Floristán, Vida Nueva 2178, março de 1999, p. 24).

Tudo começa com o Domingo dos Ramos ou da Paixão. Paixão e vitória se misturam. A Igreja nunca celebra a cruz desvinculada da vitória da manhã de Páscoa. “Para realizar o mistério de sua morte e ressurreição, Cristo entrou em Jerusalém, sua cidade. Celebrando com fé e piedade a memória dessa entrada, sigamos os passos de nosso salvador para que, associados pela graça à sua cruz, participemos também da sua ressurreição e da sua vida” (Exortação antes da bênção dos ramos).

A procissão dos ramos inaugura a Semana Santa evocando a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. O formulário da bênção das palmas pede o olhar de Deus sobre os ramos, para que seguindo com alegria o Cristo, Rei, os fiéis possam chegar com ele à eterna Jerusalém.

O Cristo é saudado como rei com gritos de Hosana. Os paramentos são rubros, vermelhos. Lembram o fogo e o martírio. Há alegria, vida e movimentação no ar. Os fiéis chegam de todos os cantos e acompanham a procissão. As leituras do Domingo dos Ramos colocam os fiéis diante do sofrimento do Messias. Aparecem justapostos afirmação da glória e do sofrimento de Cristo neste domingo e nos dias da Semana Santa. Este paradoxo, segundo os liturgistas, é a própria linguagem do mistério. A procissão é como um sinal sacramental da Páscoa que é caminhada, caminho e êxodo. Entra-se no templo com as palmas ou ramos, como na sexta-feira se entrará com a cruz e na vigília do sábado com o círio pascal. Tal procissão fala a coragem da partida, da esperança de uma terra e de uma humanidade nova. O Domingo de Ramos se reveste de alegria.

Acompanhemos o Senhor, que corre apressadamente para a sua Paixão e imitemos os que foram ao seu encontro. Não para estendermos à sua frente, no caminho, ramos de oliveira ou de palma, tapetes ou mantos, mas para nos prostrarmos a seus pés, com humildade e retidão de espírito a fim de recebermos o Verbo de Deus que se aproxima e acolhermos aquele Deus que lugar algum pode conter” (Santo André de Creta, Liturgia das Horas II, p. 366).

Jesus entra em Jerusalém montado em um jumentinho. O gesto marca a pobreza e a simplicidade do Messias. Jesus pede que lhe procurem um asno, para devolvê-lo depois. O burrico é a cavalgadura do Messias pobre e humilde de Zacarias (9,9). O cortejo que acompanha Jesus mostra características reais como aparece nos mantos estendido sobre o caminho e nas palavras da ovação. Há uma grande distância entre a concepção vivida pela multidão e a maneira como Jesus encara esse momento. Jesus sente-se a pedra que os pedreiros rejeitaram. Não partilha da concepção de um messianismo triunfalista.


A profecia do servo sofredor, texto escrito muito tempo antes de Jesus e lida na missa dos ramos (Is 50, 4-7), descreve antecipadamente a missão de Jesus: o servo abre os ouvidos para as palavras de Deus, oferece as costas aos que nele batem e as faces aos quem lhe arrancam as barbas, não desvia seu rosto das cusparadas e dos bofetões. Entrados no templo, depois da procissão, somos lançados em cheio na paixão do Senhor (Filipenses).

Fonte: www.franciscanos.org.br

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