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4 de mar. de 2010

DO BOM USO DO TEMPO DA VIDA

REFLEXÃO DO EVANGELHO


Nesse tempo da Quaresma, a liturgia do dia nos convida a refletir sobre a parábola do homem rico e do pobre Lázaro que tinha suas chagas lambidas pelos cães malcheirosos da rua. No final de nossa vida aparecerão, em pleno dia, as grandes opções que fomos fazendo ao longo da existência. As escolhas de hoje têm repercussões eternas.
A cada instante somos convidados a escolher. Há o caminho do bem e a trilha do mal, segundo uma espiritualidade que vem do tempo da Didaqué. O homem está sempre diante de encruzilhadas. Podemos escolher o caminho da vida ou da morte.
Não podemos compreender a presente parábola no sentido de “consolar” os miseráveis dizendo que eles, um dia, no futuro, serão recompensados. O Missal Dominical da Paulus tem oportunos questionamentos: “A parábola do rico e do pobre Lázaro será considerada, então, como uma aceitação fatalista de uma desordem constituída na qual os ricos se tornam sempre mais ricos e os pobres mais pobres, e em que o rico oprime o pobre? Como consolação alienante para os pobres do mundo? A religião será o ópio que entorpece e mantém inquietos os pobres? Não é evangélico esse modo de ler a parábola; é uma caricatura do Evangelho” (p. 1251).
O rico da parábola optou por um tipo de vida. Por sorte ou com empenho pessoal ganhou bens, foi vitorioso na vida e resolveu aproveitar tudo o que fosse possível. Não via outro interesse senão o de fazer com que seus desejos pudessem se realizar, esquecendo ou deixando de pensar no outro, no semelhante, no que anda sendo lambido por cachorros que cheiram mal. A lei do Reino, no entanto, é a da partilha, do interesse mútuo, de ajudar a quem precisa de verdade. O tema é polêmico. Não se trata de um mero assistencialismo. Não se trata apenas de inventariar os argumentos para uma teologia revolucionária.
Os cristãos são pessoas conquistadas pelo amor e somente na medida em que aceitam vivê-lo como Cristo e no seu seguimento serão elementos chaves de uma transformação da sociedade, diminuindo o abismo entre miséria e riqueza.
Ao longo do tempo da vida, os cristãos vão fazendo suas escolhas. Incluem entre os seus amigos os mais abandonados que passam a ser seus amigos. Quando se permitem prazeres e lazares e se oferecem benesses pensam na partilha, na divisão, no outro que precisa de um pouco de bens e de grande parte do coração. Vão acolhendo, ao longo do tempo da vida, pessoas que se assentam na sua intimidade e que puderam ter um novo alento a partir da decisão da partilha.
O que aproxima as pessoas hoje e sempre é o amor. O que estabelece distância entre elas é a falta de amor. No momento da morte do rico epulão ficou manifesto o abismo que existe entre os que confiam apenas em seus bens, em seu prestígio. Esqueceram os outros, e aqueles que deveriam fazer parte de suas preocupações, ou seja, os lázaros da vida.
Uma das mais importantes temáticas da Quaresma é da esmola, da partilha, da fraternidade. Vivemos a Campanha da Fraternidade que tem como tema Economia e Vida e como lema Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro. Estamos de cheio no tema da solidariedade. O rico epulão não se deu conta da existência do pobre. Pensou em si e agiu com indiferença. Em nossos tempos, no âmbito familiar, juntos aos vizinhos, nas instâncias parlamentares, no universo dos organismos internacionais será preciso vigorar a lei do interesse de uns pelos outros e da solidariedade. Há muitos pobres sendo lambidos por cães cheios de doenças.
Fonte: www.franciscanos.org.br

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