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20 de fev. de 2010

UM MESTRE QUE DESCONCERTA

REFLEXÃO DO EVANGELHO

São muitas as categorias profissionais mencionadas nos textos do Novo Testamento: pescadores, viticultores, lavradores, pastores, tintureiros, copiadores de textos e assim por diante. Uma delas, no entanto, era particularmente pouco apreciada pelos judeus mais sinceros: a dos coletores de impostos. Seus responsáveis eram vistos como traidores do povo. Tiravam-lhe o dinheiro para dar aos ocupantes, esses romanos indesejáveis. Jesus teve entre seus discípulos e ouvintes cobradores de impostos, entre os quais Levi e Zaqueu. O evangelho deste sábado fala da conversão de Levi. Fala de sua vocação.

O tema da vocação é sempre muito caro. Nós, cristãos, não somos religiosos, “meros” seguidores de doutrinas e de “fazedores” de ritos. Sentimo-nos chamados ao seguimento do Senhor. Despreocupado, ocupando-se de colocar número e cifras no livro dos impostos e, quem sabe, pensando em desviar uma parte, lá estava Levi. E Jesus “viu” o homem em questão. Levi entrou no universo de Jesus. Tudo leva a crer que não houve nenhuma preparação prévia para esse chamamento. De repente, ecoa no ar: “Segue-me”. Estamos no universo do discipulado. Jesus organiza um grupo com o qual ele haveria de conviver e que seriam os continuadores de sua obra. O chamado se situa na linha do seguimento, é evidente.

O evangelista faz umas poucas e importantes observações: “Levi deixou tudo, levantou-se e o seguiu”. Presteza, prontidão, generosidade... Não há hesitação. Não se fala em conversas esclarecedoras, em protelação da decisão. Aquele que é chamado se joga confiante no convite de quem o chama. Logo se fala de um banquete oferecido pelo convertido. E Jesus se mistura com cobradores de impostos e pecadores. Os fariseus não viram com bons olhos uma postura tão aberta, tão condescendente.

Jesus não veio para chamar aqueles que já estão no caminho certo. Veio precisamente para se colocar ao lado daqueles que precisam empreender um caminho de conversão. O Reino novo do Mestre começa, precisamente, pela transformação do coração e por isso, o médico vem se ocupar dos doentes e dos fracos. Não há que admirar dessa condescendência.

Pode ser que a força do Ressuscitado ainda em nossos dias irrompa na vida de alguns na linha de tudo deixarem. As pessoas são tomadas de surpresa, no meio de seus negócios, de suas atividades, solteiras ou casadas. Hoje ainda muitos se sentem tocados. Por vezes querem dar a desculpa de que não são dignos, que são pecadores. Mas precisamente a grande marca do mundo de Jesus é a da misericórdia para com os corações contritos e arrependidos.

FONTE: www.franciscanos.org.br

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