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17 de fev. de 2010

A QUARTA-FEIRA DE UM TEMPO NOVO

Começamos o tempo da quaresma. Entramos num tempo de recolhimento, revisão de vida, busca das coisas essenciais. Deixamos o ruído e a agitação para tentar ouvir a voz do coração, penetrar no interior para que possamos viver em plenitude esse tempo de graça que nos levará até o Tríduo Pascal.
Joel, o profeta, nos toma pela mão, Sua fala ecoa dentro de cada um de nós: “Voltai para mim com todo o coração, com jejuns, lágrimas, gemidos...rasgai os corações e não as vestes e voltai para o Senhor, vosso Deus, ele é benigno e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o pecado” (2, 12-13). O Senhor nos dá a graça de penetrarmos nesse tempo árido e seco, mas tempo de reflexão sobre as coisas essenciais. Não podemos deixar que o nosso interior endureça. Tempo propício para a transformação do coração, tempo em que, no dizer de Francisco de Assis, o doce se torna amargo e o amargo, doce. Tempo de treinamento na conversão porque sabemos que sem a transformação do coração seremos seres vazios, perdidos, sem sentido de vida. É hora!
Oração, jejum e esmola fazem parte do programa quaresmal.
Não qualquer oração, mas aquela que, sem espalhafato, é feita no silêncio do coração e no quarto com a porta fechada. Ninguém precisa ver. Jejum de nós mesmos, jejum de alimento, jejum de nossos loucos desejos, jejum das coisas licitas, jejum com a fronte perfumada, feito com o coração e não com o exterior. Esmola dada com generosidade, mas de tal forma que uma mão não saiba o que faz a outra. O programa da quaresma é marcado pela autenticidade, pela transparência, pela verdade. Nada de louvar o Senhor com os lábios e ter o coração em outros deuses. Nada de dar esmolas para aparecer. Nada de jejuar e ser tratado de faquir....Tudo vivido sinceramente, a partir do coração.
O tempo da quaresma começa com o rito do nada, do pó, das cinzas. Criaturas desejosas de ser de Deus, mas conscientes de suas enormes fragilidades e pecados se aproximam do altar e recebem em suas frontes cinzas, poeira... Somos fragilidade e pó. Viemos do nada. E ao pó haveremos de voltar.
Paulo nos adverte que este é o tempo propício: “É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação” (2Cor 6,2).

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