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20 de jan. de 2010

DOS QUE DEIXAM O CORAÇÃO ENDURECER

REFLEXÃO DO EVANGELHO - Marcos 3,1-6

Uma pessoa verdadeiramente bonita por dentro é aquela que tem um coração delicado e sensível. Não pensamos aqui em pessoas susceptíveis e melindrosas, mas naquelas de consciências retas, delicadas e vigilantes. O evangelho de Marcos proclamado neste dia faz uma observação que nos deixa pensativos. O evangelista diz: “Jesus, então, olhou em seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração...”.
Muitos de nós, desde a nossa infância, aprendemos a conviver com Jesus. Penso, é claro, em nossa intimidade com o Senhor ressuscitado. O ambiente em casa, os encontros de catequese em vista da primeira eucaristia, o grupo de oração, a comunidade de jovens, tudo isso foi formando em nós um coração aberto para Cristo. Em certos momentos fomos nos dando conta que Jesus era vivo, um companheiro de caminhada, alguém que fazia parte de nossa vida. Conseguimos “vê-lo” no grupo de vida e oração, no sacramento da reconciliação ou da eucaristia, no semblante dos irmãos mais necessitados. Podemos dizer que nosso coração era sensível ao Senhor. Mais ainda. Houve tempos em que pessoalmente ou na comunidade fizemos o exercício da lectio divina. Uma vez ou mais vezes por ano cuidamos também de fazer retiro. Quando quebrávamos a aliança com o Senhor seja por uma falta séria contra o amor do Senhor procuramos fazer um ato de contrição ou buscamos o sacramento da reconciliação. Desta forma fomos cultivando uma coração sensível à ação de Deus em nós. E no horizonte da fé convivemos com Cristo no mistério do amor fraterno e nos sinais dos sacramentos. Os que procuram assim agir estão se predispondo a novas visitas da graça e a poderem ter um interior bonito.
De outro lado, por diferentes razões, pode ser que uma pessoa não tenha tido o cuidado de alimentar sua vida de fé.
Pode mesmo ter acontecido que, devido a influências externas, um que outro foi julgando desnecessário a convivência com o Senhor na Eucaristia, não foi mais examinando a consciência, passou a aceitar esquemas de vida dupla e não conseguia mais ver necessidade de amar até o fim.
Nesses casos o coração foi se endurecendo. Ora, o coração arrependido, o coração sensível é espaço por onde passa a visita do Senhor. Não é possível que a graça penetre em corações rotineiros. Não pode também chegar onde existe uma constante contradição entre a vida de fé e uma vida libertina. Pode acontecer que o Senhor se aproxime de uma pessoa, por muitos modos, convidando-a a dar um passo adiante, a colocar um gesto mais radical, a entregar-se mais ao Evangelho e não tenha resposta por muito tempo. O que torna o coração fechado e endurecido é a conivência com o pecado.
O trecho de Marcos proclamado na liturgia de hoje termina dramaticamente: “Ao saírem , os fariseus com os partidários de Herodes imediatamente tramaram, contra Jesus, a maneira como haveriam de matá-lo”
Concluímos com um pensamento do Missal Cotidiano da Paulus: “Os fariseus não raciocinam mais, seu espírito está como que bloqueado por uma idéia fixa: Jesus deve morrer. Por que motivo? É um profeta incômodo, é alguém que tira a tranquilidade, alguém que não dá tréguas à iniquidade, à duplicidade e à falsidade. Quase não ouvem a pergunta que Jesus dirige justamente a eles, no intuito de tocá-los, e levá-los a refletir. Sobretudo não advertem na tristeza que sua atitude desperta em Cristo. São homens que buscam a si mesmos e não à verdade. Condenam-se a si próprios” (p.659).
Fonte: www.franciscanos.org.br, O Sabor da Palavra

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