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19 de dez. de 2009

Então é Natal...



A canção que, com a tradicional “Noite Feliz”, toca cada dia menos e, às vezes, aparece depois das marchas que já antecipam o carnaval fez-me pensar no “então” de cada vida e de cada família. Então é isso que o Natal de Jesus se tornou? Com exceção dos lugares turísticos, sem presépios, sem árvores iluminadas, sem canções natalinas no rádio, sem novenas, sem preparação e sem a gratidão de outros tempos?
Não é que o Natal tenha desaparecido. Ele apenas encolheu. Católicos que ainda ontem enfeitavam suas janelas e portas com os símbolos do Natal abandonaram a prática. Testemunhar o quê? Há mais Papais-Noéis e Mamães-Noéis do que meninos-Jesus nas lojas e em lugares públicos. Há sinos anunciando o bom velhinho e poucos anunciando o santo menino. O não aniversariante é mais festejado do que o aniversariante. O não existente recebe mais festa do que o existente, aquele que veio e chamou-se Jesus. O mitológico velhinho Natal que, na realidade não nasceu velho nem sequer nasceu, desbancou o não mitológico menino Deus. Há quem diga que os dois são mitos. Nós dizemos que não. Real é Jesus.
Segundo a tradição, o caridoso bispo Nicolau se tornou Papai Natal, Papa Noël, com direito a neve, renas e trenó, vindo de algum lugar do Polo Norte. Isto é: vem do céu, mas não é daqui mesmo. Mas, como ele vende mais, então a festa é para ele.
Exceto em poucos lugares haverá uma estrela, um casal e um menino. Nos outros, estará um velhinho vestido de vermelho que ninguém mais sabe que já foi um bispo católico transformado em vovô-papai-natal. Então é isso? É! A menos que sua família decida recolocar as coisas nos seus devidos lugares e fazer o Papai Noel deixar de lado sua enorme sacola para ajoelhar-se diante do menino no presépio, suas crianças não entenderão os dois. Não destruam o fictício Papai Noel. Apenas, façam-no voltar a ser bispo, a ajoelhar-se diante do menino e, por causa do menino, sair jogando presentes pela chaminé. E digam por quê! Quem sabe, um dia, lojistas cristãos porão de volta a imagem da família de Nazaré nas suas vitrines e todas as prefeituras as plantarão nas ruas. Disseram-me que há uma cidade no Brasil que todos os anos expõe, numa galeria no centro, as fotos de todos os bebês nascidos naquele ano ao redor de uma imagem do menino Jesus... Eu gostaria de conhecer o secretário da cultura que teve esta ideia!
Pe. Zezinho é escritor, compositor e conferencista.

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